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Mar morto
Fizeste-me teu oceano quando deixaste o porto
Assim navegando foste saindo da zona de conforto
Quando dei o meu abissal para que a relação fosse profunda
As águas salgadas foram o nosso romance...
Com suas cores verde-azuladas no mais belo nuance
Tu foste o meu rio Jordão e eu o teu Mar morto
Salguei-te de paixão e hoje contemplo absorto:
O seu desaguar doce que nessa saudade me inunda
Tu buscaste terras firmes sem me dar nenhuma chance
Com suas cores marrons - acinzentadas no mais triste nuance
Descobrir então que se apaixonar é inevitável,
que a dor da possessividade é imensurável,
que todos os mares abraçam muitos rios...
Tendo suas águas doces como uma armadilha,
que transforma o nosso oceano em uma ilha
Descobrir que sentir primeiro e pensar depois é coagulável
Estado sólido nas veias parecendo que a dor é infindável
Até que o tempo nos convida para outros desafios
Se deixar borbulhar pelas praias e bramir cada milha
Deixar o oceano afogar toda ilha