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Ensaio Empírico Sobre a Amizade
Ai de mim se não houvesse a amizade
E os ombros largos do conforto
Eu nada seria senão uma porção ferida
Fruto das angústias que a vida permite
Ai de mim não fosse o amado ouvinte
Com tal sagacidade acolhedora
Que me abre os olhos pra vida
E amortece a queda pra realidade
Ai de mim se os amigos não agissem como espelhos
Que choram quando choro, que sorriem quando sorrio
Que morrem quando morro, que morrem para que eu viva
E feito lembranças me direcionam a retidão
Ai de mim não houvesse a conversão
Dum amigo num irmão, e dum irmão num amigo
Pois viveria, inda que lânguido, em desventuras românticas
Mas não viveria sem o amigo, sem o irmão, sem meu Deus.
Atualizado em: Sex 21 Out 2011