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POST MORTEM (Mártir e Martírio)
Teus ossos inda serão armas, finos espinhos,
erguidos às mãos astutas nas lutas e defesa,
como teu sangue há de estar servido à mesa,
em lufadas históricas nos mais nobres vinhos.
Ícone lapidado à beleza, a inconteste realeza
descrita em pedras, papiros ou pergaminhos,
em confrontos ante gigantes ou até moinhos,
face sisuda em relevo de camafeus à tristeza.
Hoje se te ceifam no esquecimento e descaso
como à planta ressequida no dorso dum vaso,
deixai o tempo, senhor habilidoso que destrói,
tramar como a leuconíquia na lâmina ungueal,
inibindo a transparência com máscara surreal,
quando o medo clama pela coragem do herói.
Atualizado em: Ter 27 Set 2011