- Poesias
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Madrugada
Corre a madrugada serena e fria
De sonhos e sonetos em sonora harmonia
Esperando pelos despertar de vidas vazias.
Em um transe de mentiras e falsos risos,
Sonha o sonhador em ondas sucessivas,
Saboreando o amargor das ações imprecisas.
Será o choro das muitas vozes insensíveis?
Que em pó do barro se transforma?
Pois em meio ao negrume da luz dos olhos
Em contorsões o mundo exploro?
Não sei se de veste ou em pele somente, eu via,
A coragem de viver esse dia-a-dia,
prendendo na cama os meus prantos, os meus desencantos
de esperar pelas ilusões do que seria.
Como olhar para a luz que cega e perturba
Das muitas vidas que lutam e degladiam
Sem lançar ao vento um suspiro de tudo, tudo que se perdia?
Mais um tremor e tudo se finda, sem paz,
Sem medo que entorpece e humilha,
Nesta selva de fumaça e de folia.
Acordo, acordem, para mais um momento de dúbio
Prazer , viver ou esquecer do que foi um dia?