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Madrugada

Corre a madrugada serena e fria

De sonhos e sonetos em sonora harmonia

Esperando pelos despertar de vidas vazias.

 

Em um transe de mentiras e falsos risos,

Sonha o sonhador em ondas sucessivas,

Saboreando o amargor das ações imprecisas.

 

Será o choro das muitas vozes insensíveis?

Que em pó do barro se transforma?

Pois em meio ao negrume da luz dos olhos

Em contorsões o mundo exploro?

 

Não sei se de veste ou em pele somente, eu via,

A coragem de viver esse dia-a-dia,

prendendo na cama os meus prantos, os meus desencantos

de esperar pelas ilusões do que seria.

 

Como olhar para a luz que cega e perturba

Das muitas vidas que lutam e degladiam

Sem lançar ao vento um suspiro de tudo, tudo que se perdia?

 

Mais um tremor e tudo se finda, sem paz,

Sem medo que entorpece e humilha,

Nesta selva de fumaça e de folia.

Acordo, acordem, para mais um momento de dúbio

Prazer , viver ou esquecer do que foi um dia?

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Atualizado em: Seg 15 Mar 2010

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