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Do que nos separa
Dois passos separam você do tumulto,Apenas um suspiro e um fechar de olhos,
Duas etapas tão singelas,
Duas mãos entrelaçadas,
E não mais palavra alguma,
Dois passos me afastaram de você para sempre:
Descoberta e desilusão,
Dois caminhos se abriram:
Decisão e dispersão,
Após a resolução, a desunião,
um par despareado, ímpar,
incompatível, in com par á vel,
Esperando que o céu drene a chuva do mar,
Mas ainda ali parados,
olhos nos olhos,
par a par,
as mãos quase se tocam pela vitrine de ar,
E o teu coração faz o meu doer,
porque o teu não vive sem dor,
e eu não vivo sem luta,
por isso luto para te esquecer,
enquanto te olho em todos os lugares,
Mas há tempo até para o eterno amor,
que se transforme em curta intensa dor,
que nos desfigura de reis soberanos,
em indigentes solitários mundanos,
Nostálgicos de quando não nos controlávamos,
e tudo estava em magnífico perfeito controle,
e o nosso recheio vermelho tic-tac, tic-tac,
e nossa língua mater zum-zum, hum-hum,
Pois é, nesta curta distância vimos o mundo rodar,
passou-se o filme de nosso primeiro encontro até agora,
e face-a-face vemos perplexos o fim de outrora,
de risos e choros contidos em palmas sem parar,
O adeus é uma palavra infinita,
Silêncio...
A Deus, A Vontade de Deus,
Há Deus.
Atualizado em: Qua 29 Out 2008