- Poesias
- Postado em
Rastro Casto
O poeta é um inventor,Inventa um mundo,
Onde a dor ama o compor,
O poeta é um vivificador
De paixões alheias,
Que o próprio semeia,
Mas não ama – é observador,
Escreve para quem não lê,
Recita para quem não crê,
No óbvio, no comovente,
No poder do Amor,
O escriba é escravo de si,
Pois confere sentimentos
Aos que sentem as ilusões,
Das falsas juras de sempre amar,
Mais rápido se esgota o mel
Em frascos rasos e transparentes,
Mais renitente se torna a pena
Ao ver frascos cheios de tinta,
E contínuo é o seu viver
Em corpos, mentes e mãos de
Outros poetas incrédulos
Na solução do bicho-homem,
Não se pára para se doar,
Doa-se um ser inventado,
De acordo com a falcatrua
Que a amada quer ouvir,
Amada até o ciclo da
Cama redonda do quarto
Vermelho tornar-se quadrada
- Que medo de falar a verdade!
Por que tudo, todos se cansam
Por nada? E o amor que
Era eterno foi viver por 30s
Em outros seres desenhados,
Por que a amada sabe que não
Pode ser sempre amada, assim
Como é o próprio amor – eterno.
Então, se não é do amor, ela não é amada?
Mas mesmo então se ela se for
Junto a um valete de paus
Cavalgar ao vento da noite,
Será amada, em camadas de 30s.
E você será ainda rei sem rainha,
Em um castelo com 1 torre, 1 bispo,
1 cavalo, 4 peões,
muitos expectadores e alguns cães,
O poeta é um filho do homem
Que nasce em frente a um
Precipício azul
E que dá adeus a cada
Página virada
De história não mais sua;
De quem ele foi, já não se sabe,
E que volta em rostos juvenis
Que varam as madrugadas
Em busca de um amor ofegante
Sumindo em rostos tranqüilos pela manhã,
O poeta é um perdedor,
Que se perde e se espalha,
Tão só e completamente,
No meu rosto e de toda essa gente.
Atualizado em: Qua 29 Out 2008