- Prosa Poética
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Libido
Ela é como o mal enrustido num campo florido,
De ver é tão lindo colorindo os olhos.
Não se consegue sentir os espinhos na alma de longe,
Mas quando te toca corrói.
Ela não se importa com o que sente,
Apenas se sacia com o prazer da sua dor.
Zomba da decepção do seu desejo incontrolável
De sonhar por esse campo de ilusão,
Bonito e traiçoeiro.
Ela te convida a se jogar nesse jardim de prazer,
Pois o amor não tem limites e
O fogo queima o peito com volúpia.
‘Por que se importar com a dor?' ela diz,
‘Se o que vale mesmo a pena é o sentido da pele'.
Seu jeito doce e vulgar entorpece como o ópio,
E disfarça de amor o seu ódio.
Seu corpo vestido de flores,
Acentuam a silhueta sensual transparente
Sob a luz do sol.
Há um brilho de neon
Que emana dos seus olhos.
Sua pele irradia um fogo de suave incandescência.
Ela atrai com seu sorriso persuasivo
A todos os corações carentes e incautos.
Sua tez suave atrai como um imã poderoso.
Seu olhar hipnotiza como a serpente,
Entorpece como o absinto,
E a sensação da morte é como o de prazer
Deixando na garganta um gosto de sangue.
Ela tão linda quanto uma papoula amarela
Definhando em uma calçada qualquer.
Na suavidade do seu passo, há o desequilíbrio do óbvio.
Na sua santa calma, se dispersa a correnteza.
Não há bonança em seu riso tempestuoso, só vendaval e caos.
Ela não projeta futuro, seu plano é o agora.
Ela adora o imediato, a hora do insensato.
Sua ganância é seu guia e seu toque sem tato causa a ânsia.
Ânsia de viver,
De querer mais do que ela oferece até se esvair a última gota de vida....