person_outline



search

-Confidências-

     Domingos quase sempre costumam ser acompanhados de longas conversas ou de longos silêncios. Levando a uma extrema e convidativa necessidade de pensamentos, que podem ser divididos no almoço em família, ou apenas silenciado no íntimo de nossas mentes inquietas. Lá fora o sol se mostra alegre, mas o frio deixa com que o tempo ande mais vagarosamente, aqui me mantenho sobreposta a responsabilidade do trabalho, poucas pessoas passam na rua, alguns carros também.
Depois de ter tido uma manhã deveras tensa, porque a profissão em que me encontro me faz viver na adrenalina e na esperança de que o ser no qual desperta-se aos poucos na sala de recuperação, retome sua vida tranquilamente do lado da família humana, seres de 4 patas costumam ser levados ao extremo do amor, sendo difícil  entregarem-se  dor.
Analiso a minha semana que passou enquanto bebo um café. Na monotonia do dia me entrego ao mundo aonde meus pensamentos fazem minha morada através das letras. Mais uma vez olho para o nada e ouço o eco constante do pensamento, me levando a crer que quanto mais me afasto mais me mantenho ali, imóvel...silenciosa. Já não me vejo como me via antes, as coisas mudam ao piscar dos meus olhos castanhos. Ao piscar dos olhos de todos nós. Uma pausa retumbante na qual no meu mundo reflito sobre você. Peculiar, indiferente.
  Imagino como seria contemplar o nada ao seu lado, mas invisível. Poder estar ali enquanto acorda e aproveita o tempo que te resta do lado das pessoas em que mantém o teu convívio. Parece algo insignificante, estar presente não estando...
Será que sentiria meu olhar te adentrando enquanto come? enquanto escova os dentes? O cotidiano nos engole aos poucos e aos poucos engulo a certeza de ser invisível no teu mundo. Aos passar dos minutos, nesse espaço te sinto mais presente, a força do pensamento, as vezes por uma insanidade, em átomos e partículas tornam-se reais.
Te vejo ali, com esses grandes olhos, esse sorriso repleto de mistério e malícia. Nosso tempo se perde entre os dedos como água, abrimos um portal aonde adentramos em um mundo feito pelos dois, pela intensidade.
"Can’t take my eyes off you"
  Eu canto baixinho...Não consigo tirar meus olhos de você... Não consigo. Não consigo não pensar, não consigo não te devorar. Não consigo ou não quero? Querer, não ter. Não ter, não querer ter.
Querer, querer, querer...Eu já não sei mais como analisar tudo isso. Me aconchego em você como filhote sem dono, é fatídico por fim tudo isso. Me parto em diversos pedaços quando estou com você, quando estamos diante de letras e uma tela. Te vejo trocando confidências, me vejo útil.
Te escrevo todas as noites, se cada escrita que faço te enviasse pelo correio, confesso que até o carteiro saberia de certeiro que no peito de afeto sincero por ti venho sendo. Não te peço nada, não quero que resolva nada. Apenas quero poder te mostrar o que sou quando despida do corpo minha alma em ti faz morada. Te observo como se fosse pintura, em você há pinceladas de tudo que só pode ter em uma obra chamada incógnita.
Pin It
Atualizado em: Seg 11 Jun 2018

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br