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Era uma vez um soldado!

Um soldado numa ilusão,
Acorrentado desde então,
Tateando atrás da chave na escuridão,
Um soldado descendo uma escadaria na escuridão,
Sem ver ou achar um corrimão, ele se perde na escuridão,
Mas enfim ele acha uma saída na escuridão,
Mas ele se arrependera de antemão,
E chega numa imensidão clara que parece um paraíso,
Mas o silencio é quebrado... E ele vê trincheiras e arame farpado,
Morteiros são disparados, explosões são ouvidas,
Minas terrestres são explodidas,
Os tiros de bateria antiaérea destroem nítidos aviões,
Soldados caem aos milhões!
O som da metralhadora!
O dom da morte ela é portadora!
Soldados mutilados, soldados dilacerados,
Como num pesadelo ele corria e não saia do lugar!
E se via naquele turbilhão!
Com seu fuzil na mão ele corre como um louco!
Sua intenção... Fugir do turbilhão!
Mas um tiro o pega de supetão!
No meio de um combate sangrento ele cai dilacerado,
Deitado no chão ele tem a visão!
Ele vê botas fuzis e capacetes...
Um grito corta sua visão...
Um soldado grita;
—Médico!
O soldado sente que lhe é feito um torniquete!
Ele sente a morfina em suas entranhas!
E deitado no colo de um soldado anônimo ele pede mais morfina...
Mas acaba morrendo como um soldado anônimo!
E no fim ele retorna para escuridão!
Pois a morte é uma paz em tempos sem paz... Em tempos de guerra!

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Atualizado em: Sáb 30 Jan 2010

Comentários  

+1 #1 Abreu 02-02-2010 17:16
Heróis anônimos que se vão, a defender muita coisa em vão...

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