- Epopéia
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A justa confissão pós-mortem de Joãozinho autocida
(Homenagem póstuma ao indomável cadeirante, amante, morto de amor morrido)
João dá voltas no pátio,
voltando a ser menino,
só que antes explodiu,
morreu,
só que depois implodiu,
nasceu,
Permitas confessar que
foi diferente,
a massa indulgente pôs
a indagar se tu eras
sano, insensato ou insano,
A última ficou e tu
não contestaste,
calaste, em parte,
por partes, contarei,
o que não disseste,
Foi suicídio pré-concebido,
de dor pulsante de amor cortante,
que os médicos não estancaram a vazão,
faltaram-lhes injetar-te a razão,
por amor a ti, a tudo, por compaixão,
Ah meu irmão, ah meu irmão...
tenho saudades deveras, assim
despenco,
parte-me o coração,
contar para essa massa alvitreira,
que tu dirias futriqueira,
o real motivo daquele turbilhão,
Foi desdém não, foi desdém não,
Foi embargos de profunda emoção,
Querias que todos querem: compreensão,
paixão, paixão!
Por ti rogo ao Pai - Perdão! Perdão!
Pois, num minuto diminuto,
foste tomado pelo sopro do dragão,
E minhas poucas lágrimas,
não patenteiam o quanto
meus olhos viram, sentiram,
tocaram, ouviram, era
eu todo olhos a te ver na
faculdade dos letrados guiar
letras mortas que fazias viver,
De ti insistiram em ficar a
imagem pior - a de um lunático
perigoso que foi em boa hora;
Por falta de lunetas não soubemos
te enxergar, as deficiências de um
deficiente, de um João carente,
Fomos, somos, estamos ausentes,
doentes, sem lentes,
Quem nos carece e nos é próximo,
é o que se mais desmerece,
despreza-se o fraco, ama-se o
forte, o que sabe mentir, pois
esconde-se em suas fraquezas,
ama-se então a mentira,
Porque ela é mais doce,
E assim, o fel da Verdade amarga
nunca curará a doença real: a cegueira
dos mentirosos.
João você se foi, todos iremos, não
em vão.
De antemão, voltarei a escrever.
João dá voltas no pátio,
voltando a ser menino,
só que antes explodiu,
morreu,
só que depois implodiu,
nasceu,
Permitas confessar que
foi diferente,
a massa indulgente pôs
a indagar se tu eras
sano, insensato ou insano,
A última ficou e tu
não contestaste,
calaste, em parte,
por partes, contarei,
o que não disseste,
Foi suicídio pré-concebido,
de dor pulsante de amor cortante,
que os médicos não estancaram a vazão,
faltaram-lhes injetar-te a razão,
por amor a ti, a tudo, por compaixão,
Ah meu irmão, ah meu irmão...
tenho saudades deveras, assim
despenco,
parte-me o coração,
contar para essa massa alvitreira,
que tu dirias futriqueira,
o real motivo daquele turbilhão,
Foi desdém não, foi desdém não,
Foi embargos de profunda emoção,
Querias que todos querem: compreensão,
paixão, paixão!
Por ti rogo ao Pai - Perdão! Perdão!
Pois, num minuto diminuto,
foste tomado pelo sopro do dragão,
E minhas poucas lágrimas,
não patenteiam o quanto
meus olhos viram, sentiram,
tocaram, ouviram, era
eu todo olhos a te ver na
faculdade dos letrados guiar
letras mortas que fazias viver,
De ti insistiram em ficar a
imagem pior - a de um lunático
perigoso que foi em boa hora;
Por falta de lunetas não soubemos
te enxergar, as deficiências de um
deficiente, de um João carente,
Fomos, somos, estamos ausentes,
doentes, sem lentes,
Quem nos carece e nos é próximo,
é o que se mais desmerece,
despreza-se o fraco, ama-se o
forte, o que sabe mentir, pois
esconde-se em suas fraquezas,
ama-se então a mentira,
Porque ela é mais doce,
E assim, o fel da Verdade amarga
nunca curará a doença real: a cegueira
dos mentirosos.
João você se foi, todos iremos, não
em vão.
De antemão, voltarei a escrever.
Atualizado em: Qua 29 Jul 2009
Comentários
Parabéns. Boa sorte. Felicidades.
Parabéns. Boa sorte. Felicidades.
Abraços
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