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Diários de caça - Capítulo 18 – Pescaria

Os meses que se seguiram em meus primeiros trabalhos como arquiteto foram intensos. Veneza não tinha falado em vão quando avisou que eu não pararia quieto. Eu basicamente não tinha residência fixa. Éramos eu e minha mala contra o mundo. Além de viajar para conhecer a rede de hotéis, ainda haviam uma série de cursos de especialização que ela queria que eu fizesse antes de assumir um verdadeiro projeto. Até então, eu servia de suporte onde precisasse.
- Minha ideia em médio prazo é revolucionar toda a ambientação dos meus hotéis - ela dizia - e pra isso estou criando um grupo do zero, recém formados como você, com sangue nos olhos, que possam nos dar algo nunca antes visto. Em breve conhecerá o restante da equipe, que está toda sendo montada. Até lá, aprenda o máximo que conseguir. Foco em design de interiores. A prova de fogo está chegando.
E finalizou essa expiação com um brinde, que demos no avião que nos levava para onde eu nem sabia mais.
Como acontecia sempre que estava em um lugar novo, eu ficava logo excitado. Queria conhecer tudo. Os lugares, as pessoas.
Mas como minha agenda era sempre apertada, eu tinha duas escolhas: ou me frustrar e sair do lugar sem ver nada, ou retirar algumas horas de sono e aproveitar ao máximo. A segunda era sempre a única opção aceitável
O fato é que, nesse contexto, transar se tornava algo muito difícil. Pelo menos na maneira em que eu convencionalmente gostava. A caça estratégia, estudar, cercar e abater a presa se tornavam estágios impossíveis de se seguir com meus prazos curtos. Quando eu pensava em preparar uma boa refeição, o tempo me chamava e eu saía de estômago vazio.
Foi então que eu fiquei sabendo de uma prática muito comum nos centros urbanos, que talvez atendesse minha atual necessidade: o cruising. Nada mais era do que um sexo rápido e ocasional que ocorria em praticamente qualquer lugar públicos, longe das vistas. Confesso que a ideia do perigo envolvendo tal prática, a medida que poderia ser pego no flagra por alguma autoridade, encheu-me de tesão e eu quis testar. Fora que isso era o que talvez mais se pudesse aproximar de uma real caça naqueles lugares. Escolher a dedo e investir. Mas a coisa não era bem assim.
Digo isso pois em minha primeira experiência, quando fiquei hospedado em São Paulo, foi em um parque público. Pelo que eu tinha lido em relatos na internet, a partir das 22h o lugar ficava quase deserto e dentre as matas a coisa fervia. Só de pensar em fuder um cuzinho dentro da mata, tal como fazia com os garotos de minha cidade, me acendeu o fogo e bastou dar a hora para que eu saísse para um passeio noturno, rumo ao desconhecido.
Cheguei lá e saí da trilha de terra por onde as pessoas de manhã faziam caminhada e adentrei a parte da vegetação .
Apesar de nunca ter estado lá, meu senso de direção me garantiriam achar o caminho de volta e meu faro natural aguçado pela falta de sexo me guiariam para onde eu queria ir. Afinal, um caçador sabe onde a presa se esconde. E não foi difícil eu deduzir aonde os garotos atrás de uma transa casual escolheriam.
Eureca, eu havia ouvido os primeiro gemidos.
Andei um pouco e vi a cena inicial. Um garoto novo, bonito, estava apoiado com as mãos em uma árvore, calça arriada até os pés e blusa levantada e presa atrás do pescoço. Empinava a bunda pra trás e se servia para os homens em sua volta.
Atrás dele, fodendo com vontade, estava um senhor que tinha idade para ser seu avô, completamente vestido com um terno, tendo apenas posto o pau pra fora para executar o serviço.
Como era novo ali, resolvi apenas observar de começo, e entender como funcionavam os hábitos dos nativos. E fiquei de fora com outros caras que só observavam. Alguns se masturbavam.
Vi quando o velho terminou e foi um outro cara, mais novo e forte, vestia o uniforme da companhia de lixo local. Este não se acanhou e abriu logo o macacão e o deixou cair pelo corpo, preso apenas pelas pernas, mostrando-se nu e nos oferecendo uma visão bem interessante de seus músculos e suas tatuagens. A luz era pouca, mas o lugar era uma clareira que recebia estrategicamente a luminosidade de um poste. Na verdade, esse foi o princípio que utilizei para deduzir qual seria o local de reunião para aquele tipo de prática.
Ainda me senti descolado naquele ambiente, mas tentei mimetizar a ele. Então, pus meu órgão pra fora, que ainda estava levemente enrijecido, e me juntei a alguns que se masturbavam olhando a cena
Meu pau, como de costume, chamou algumas atenções. Mesmo não estando em sua melhor forma.
- Vai lá - um sujeito vestido com roupas de academia me indicou o garoto que era servido no banquete. - come ele.
Achei aquele pedido esquisito. O gari urrou, demonstrando a toda a plateia que tinha leitado o garoto. Parecia ser alguém acostumado a entreter o público. Deixou o lugar vago, mas eu hesitei. Meu colega do lado insistindo.
- Vai. Fode aquele rabo.
Minha hesitação me fez perder a vaga e outro homem assumiu a foda. Algo que não posso dizer que lamentei.
Foi então que chegou outro garoto. Vestia calças jeans, camisa branca e usava uma mochila. Parecia ter acabado de sair da faculdade, talvez até tenha matado aula para estar ali.
Ele deixou a mochila de lato e tirou a blusa, olhou para as pessoas e escolheu a mim, vindo parar na minha frente e, ajoelhando, tomou meu pau de minha mão e começou a chupar. Não fiz resistência, porém ainda não estava animado. O homem ao meu lado olhou satisfeito. Realmente estava muito interessado em me ver participar do show.
Olhava em volta e agora as atenções estavam divididas entre mim e o show inicial. O garoto da árvore parecia estar recebendo seu quarto cara desde a hora que cheguei ali.
- Come o cu dele - o cara ao meu lado sussurrou.
Mas eu não estava ainda conectado. Não sabia o que era. Nunca fui puritano e medo de local público nunca foi um problema. Tenho Breno que não me deixa mentir. Mas ali a coisa não estava funcionando.
O jovem que me chupava escutou e levantou. Arriou a calça e já foi virando a bunda. Sem esperar qualquer reação minha, meteu a mão para pegar meu órgão e o introduzir.
- Não, deixa - o interrompi antes de terminar e fui o colocando novamente dentro das calças. Apesar de decepcionados, não insistiram. A oferta ali era grande demais para perderem tempo insistindo em um pau.
Ele logo foi em outro que o comeu de bom grado.
Foi então que eu percebi o problema ali: era fácil demais. Não havia desafio, não havia caça.
Tal epifania me remeteu a tempos passados. Lembro que quando pescava com meu pai e ele me explicava porque detestava usar rede para pegar peixe.
- Poderíamos sim, colocar uma rede aqui e esperar. Em minutos, levados pela correnteza, pegaríamos vários. Mas qual seria a graça? Qualquer idiota consegue, o animal nem teria como fugir. Seria algo para covardes e para molengas. Daqueles que querem tudo de mão beijada.
Meu pai preferia a boa e velha vara de pescar. Isso porque, segundo ele, exigia uma série de qualidades e transformavam o peixe em uma real recompensa,. Fruto de trabalho.
- Pescar exige paciência e estratégia. A maioria acha que é só puxar. Não, você tem que trabalhar sua força com a força do peixe. Se não puxar, ele acha um jeito de soltar a boca, se puxar demais o fio arrebenta. O que travamos aqui é um duelo e isso sim faz a carne ser mais saborosa. Porque foi conquistada
Aquele lugar era como uma grande rede. Bastava eu por o pau pra fora que conseguiria uma boca e um cu sem esforços. Os peixes praticamente saltavam pra dentro e eu não precisaria fazer nada. E isso não tinha graça.
Quando criança, eu me perguntava porque as pessoas diziam que se fingir de morto ajudava a escapar de alguns predadores. Se a intenção deles era comer, melhor se a carne não corresse para fugir. Era o que pensava.
Mas hoje eu sei que a caça, mais do que um meio para se alimentar, é um estilo de vida. Algo que não é só um meio, mas um fim em si. Que tem seu próprio prazer intrínseco. Tirar a caça do predador é o mesmo que lhe tirar o sabor da comida. A coisa perde o sentido.
Voltei para meu hotel naquela noite feliz de ter ficado no zero a zero. Odiaria transar e me arrepender depois. Preferia mil vezes me aliviar sozinho à participar.
O evento do parque me desanimou a tentar de novo. Enfoquei em meu trabalho que me dava muito mais prazer. A energia extra que eu tinha acumulada devido a falta de sexo me fez me destacar aos olhos de Veneza.
- Você tem sangue nos olhos - ela um dia comentou, parabenizando meu progresso - qual seu segredo?
- Estou com muita energia acumulada - informei.
- Acho ótimo. Mas tente relaxar também. Ainda temos tempo até iniciarmos o projeto real e ainda temos outros membros para deixar em sintonia.
Falar era fácil, mas só tinha uma coisa que poderia me relaxar naquele momento e as oportunidades não surgiam. Isso, até aquela noite, dois dias antes de eu sair da cidade rumo a outra filial do hotel.
Eu tinha saído especialmente tarde naquele dia. Peguei o metrô para meu hotel e tive o privilégio de ter um vagão só para mim. Isso até entrar um rapaz que me chamou atenção. Era mais baixo que eu, tronco forte, envelopado em uma camisa preta simples. Seus braços musculosos despontavam e suas pernas estavam bem desenhadas dentro do jeans apertado. Tinha traços orientais, cabelos muito lisos, rosto arredondado e olhos estreitos.
Acredito que a falta de sexo tenha me deixado imprudente, mas assim que ele entrou no vagão eu fixei o olhar nele e não consegui tirar, seguindo-o até ele se sentar na minha frente.
Tinha de admitir que o garoto era muito atraente e o ar exótico o favorecia. Nunca tinha experimentado alguém assim e o apetite logo aflorou.
Rapidamente ele percebeu que estava sendo observado e eu não fiz nada para esconder. Desviou rapidamente o olhar, mexendo no celular, para logo então tirar a atenção do aparelho vez ou outra e conferir se eu ainda o observava.
Normalmente gosto de uma tática mais sutil, mas a atual conjuntura me fizera passar de um caçador astuto para um animal feroz, daquele que intimida a presa. Eu era como uma raposa faminta, encurralando e salivando diante do coelho.
Ele me olhou novamente, sem saber como reagir ao assédio. Peguei em meu volume, ajeitando-o. Percebi quando desceu o olhar um instante, até tentar se recompor e voltar ao telefone. Sorri. Ele havia mordido a isca. Só não tinha coragem para assumir.
Brinquei com ele durante o trajeto. Encarando-o sem pudores, sorrindo presunçoso e o deixando constrangido. Meu oriental não conseguia mais enfocar a atenção no celular. Toda hora olhando para o cara do outro lado do corredor que o encarava como se fosse um pedaço de carne.
Resolvi então "pescar". Abrindo meu zíper, pus a vara para fora e balancei, sacudindo a isca. Ele se alarmou, olhando para os lados, nervoso. Mas só tínhamos nos dois. Fitou novamente meu pau ereto e desta vez não conseguiu desviar tão facilmente, hipnotizado.
Respirou fundo e então me olhou assustado quando percebeu que o metrô estava parando na próxima estação. Continuei como estava, órgão a mostra. Coração acelerado pela adrenalina. Alguém poderia entrar e me ver assim, mas eu queria arriscar. Segurei minha posição até o limite, vendo o garoto lutar para não sair correndo, mas preso pelo desejo irresistível que minha isca causava. O metrô parou e ninguém entrou. Somente um casal dois vagões a frente, que pela distância não notaram o que acontecia e sentaram em um banco de costas para nós
A adrenalina da aventura acelerou meus batimentos. Balancei mais uma vez meu órgão, como quem manuseia a vara de pescar, para atrair meu peixe.
O garoto não era mais capaz de desviar a atenção. Coçava a nuca, avaliando os riscos e recompensas. Até não ser mais capaz de se conter.
Num salto, pôs-se de pé, venceu com dois passos a distância que nos separava e caiu de joelhos diante de mim, abocanhando o anzol com voracidade.
Instantaneamente experimentei os prazeres daquele singelo toque de seus lábios. Infinitamente maior que o que me foi proporcionado no parque. E sabia que tal diferença não se devia ao sujeito ou sua técnica, já que ambos eram igualmente belos e bons no sexo oral. Mas o que potencializava o prazer era poder experimentar o fruto de uma conquista. A recompensa de um trabalho bem realizado.
Passei a mão em sua testa, para tirar os cabelos e ver seu rosto enquanto me chupava. Em um momento, ele parou para respirar e olhar para os lados, e acabou ganhando suas porradas com meu pau duro em seu rosto.
- Continua. Deixa que eu cuido do restante.
O garoto apenas sorriu e voltou a chupar com vontade, olhando para meu rosto como quem quer sinais de um trabalho bem feito.
Chegando a terceira estação após o início, vejo  uma mulher próxima de nosso vagão ao lado de fora. Cutuco seu ombro e ele entendeu de cara, se levantando e sentando ao meu lado.
Na impossibilidade de colocar dentro da calça, eu apenas joguei a blusa por cima e posicionei os braços em cruz, de forma a ocultar o volume.
A mulher veio em nossa direção e o rapaz ao meu lado enrijeceu.
- Boa noite - veio, educada - sabe se é essa linha que eu pego pra chegar a estação "Saúde"?
Eu me adiantei e respondi:
- Desculpe. Somos turistas. Talvez o casal ali saiba.
Ela agradeceu e foi ao vagão da frente perguntar. Estávamos sós novamente. Esperei a mulher tirar a informação e se sentar no banco atrás do casal, ficando também de costas para nós.
- Tira a calça, anda. - mandei
- Mas...
- Agora.
Ele abriu a calça e arriou, eu o fiz sentar em meu colo, penetrando de uma vez. Ele soltou um silvo, mas logo relaxou, rebolando a bunda.
- Vai, quica - ordenei, segurando sua bunda - Rápido.
Ele obedeceu, subindo e descendo veloz, enquanto se masturbava, olhando a toda hora pra frente e verificando se o os demais passageiros ainda se encontravam alheios a tudo.
- Isso. Assim. Vai. Vou gozar.
Senti o espasmo chegar e segurei bem a sua cintura, ejaculando em seu interior.
Ele ia sair, quando o segurei.
- Continua - mandei
- Mas eu vou gozar assim - protestou.
- Ótimo - e agarrei sua mão que segurava o pau e o ajudei na tarefa.
Não demorou e logo ouvi seu gemido contido e nossas mãos estavam todas babadas com o sêmen.
- E agora - mostrou a mão suja enquanto levantava e tentava por as calças com a limpa.
Peguei sua mão e, olhando pra ele, comecei a lamber. Como um gato dando banho em outro.
De inicio, senti que havia repulsa em seu olhar, mas logo a cena começou a lhe parecer estranhamente atraente e fez o mesmo com a minha mão.
- Pronto. Resolvido - finalizei e ele riu - a propósito. Prazer, Fábio.
O garoto riu e apertou a minha mão recém limpa com a dele.
- Jacob. Você é da onde?
- Sinceramente. Nem sei mais. Tenho viajado tanto. Estou hospedado no Real. A duas estações.
- E fica por aqui mais quanto tempo?
- Infelizmente, só até segunda. Se tivéssemos mais tempo, poderíamos aproveitar.
- Bem, eu to com tempo agora - ofereceu e eu sorri para ele
Descemos e eu o levei até meu hotel, onde entramos direto, ele se fazendo passar por hóspede.
Chegamos lá e eu me entreguei ao meu ritual favorito. Retirar com calma cada peça de roupa de minha presa. Como o ato de cozinhar exige retirar antes toda as penas, pelos escamas, o sexo também. E eu me dedicava de corpo e alma a tarefa
Só quando o tive completamente nu e deitado em minha cama, que me permiti admirar àquela obra de arte, degustando a sensação de poder, de ter a caça exposta, vulnerável, olhando-me enquanto esperava o bote, sabendo que não havia outro destino a sua frente que não fosse o iminente abate.


Essas e outras história disponíveis na Amazon. Fábio Mendes

 

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Atualizado em: Sex 3 Fev 2023

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