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A LÍNGUA LOUCA "QUÂNTICA" (Ou quando o futuro é passado)
Recentemente estive envolvido numa polêmica com minha mana e revisora, a respeito de um verbo, supostamente usado por mim de forma incorreta no poema “Álcool men”, conforme quarteto abaixo:
Pulsos também deliberadamente talhados,
agoniado, reviras os olhos na abstinência.
Diante da morte não batesses continência
e todo o teu infeliz existir retorna ressabiado.
Segundo “Antena um”, - irmãzinha muito querida e apelidada assim por mim, para fazer jus a sua excepcional inteligência, pois como boa captora dos anseios e crises existenciais da raça, só poderia merecer esse pseudônimo, - o verbo bater na segunda pessoa do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, estaria sendo usado no lugar da forma verbal : “batestes”, segunda pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo.
Como não me satisfiz com a crítica, busquei na internet, precisamente no Wikipedia, a conjugação do transitivo dito cujo, descobrindo assim que além dele não ser “perfeito”, está no Pretérito, ou seja, no passado. Portanto a forma como o usei no poema encontra-se dentro da Norma Culta, conforme nos diz o Dicionário do mesmo site:
Subjuntivo pretérito imperfeito - Dicionário português
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:expressa um fato que já passou, mas isso ocorreu após o acontecimento de outro fato. Para formar o Imperfeito do Subjuntivo troca-se, a desinência "–ste" da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito pela desinência temporal "–sse" mais a desinência de número e pessoa correspondente. O Pretérito Imperfeito é usado também nas construções onde se expressa á idéia de condição ou desejo.
Ex.:Eu esperava que ela ganhasse a eleição.
Einstein, o gênio da Física, se vivo ainda fosse, haveria de se debruçar para estudar a nossa esquisita e “quântica” Língua, pois nela o Futuro pode conter o Passado (Pretérito, descrição mais elegante), pondo no ralo do bizarro todas as leis descritas pelos cientistas teóricos do nosso tempo. Quer definição mais louca do que : “tempo verbal usado para indicar hipótese, incerteza e irrealidade. Werner Karl Heisenberg, famoso Nobel alemão, genial físico da Mecânica Quântica, também iria adorar estudá-la.