Humanidade Desumana

Não é porque o vento está tíbio que as coisas não acontecem, é certo que atos frágeis resultam em fatos caóticos, e no final das contas sempre é o que achávamos desde o começo - devíamos dar mais valor a nossa intuição. Seguimos a nossa vida em uma comodidade inacreditável, um olhar obliquo aqui, uma decepção ali, e quando menos esperamos a tempestade já está caindo, sem antes mesmo o céu ficar nublado. Pergunto-me copiosamente o que faz as pessoas fingirem ser o que não são, e não ver o que está estampado nos rostos e olhares exprimíveis, será que elas realmente acreditam no personagem criado? Ou apenas brincam de fantoche com os que estão em sua volta?

Sempre achei intoleráveis pessoas que cobram demais dos outros e pouco de si mesmas (alias nunca confie nesse protótipo), esse tipo de individuo está muito apto a trabalhar em uma financeira, mas inapto para conviver com seres humanos, o amor, a empatia, a compaixão, e os demais sentimentos afins, estão sendo esquecidos pela sociedade, as pessoas, cada vez mais se importam com elas mesmas, e cada vez menos com os próximos, tratando-os como um simples objeto para conseguirem o que almejam, quando não lhe é mais útil, simplesmente os descartam, o ser humano está de desumanizando, já não erra, já não ama e já não senti. A gelidez da alma está estampado nos olhos turvos que encontro caminhando pelas ruas. A lacuna é gritante, a tempestade está caindo e ninguém a sente, ou finge não sentir, é preciso preencher o vazio, é preciso repensar, é preciso resgatar valores remotos, é preciso olhar para o interior e assumirmos o que realmente somos, é preciso reconhecer e admirar as pessoas pelo que elas realmente são, esse é o melhor beneficio que elas podem nos trazer – o amor incondicional do ser humano.



“A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance,
O sol nasce pra todos,
Só não sabe quem não quer,

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só”

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