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TOLERANCIA ZERO
Acredito sinceramente que nosso inferno é aqui,e muito particular.
Aquelas pequenas injustiças que todos já cometemos,as palavras mal medidas,as agressões verbais no arroubo da juventude,por total falta de maturidade e experiência, os fiascos,as besteiras,enfim,aquelas lembranças que nos vem a mente,queimando como ferro em brasa e que tentamos livrar-nos na mesma rapidez que fugimos do metal quente.
Eu era jovem,respondão,mas,curiosamente,alegre,brincalhão,adorava motocicletas e todo e qualquer esporte que envolvesse água,terra e ar.
Nesta época eu não desgrudava das motocicletas.Trabalhava com uma e corria aos finais de semana, em todo e qualquer campeonato de MotoCross que surgisse.
Outra coisa que não abria mão,era a cerveja,coisa de jovem.
Não existia esta quantidade absurda de acidentes graves e toda e qualquer dose de álcool era tolerada pelas nossas policias,desde de que,claro,não se estivesse a ponto de um coma alcoólico.
Numa destas,um sábado a noite,me dirigi ao centro da cidade,onde a maioria dos motoqueiros se reunia e,conversa vai,trago vem,saí de lá fazendo promessa ao santo protetor dos bebuns,o São Risal.
Sabe quando você bebe tanto,que fica com gosto de corrimão de pensão na boca?...então,era assim que estava.
Quando eu já estava começando a falar sozinho,resolvi pegar a moto e sair a “caça”.Não demorou muito,para encontrar uma “Maria Gasolina” corajosa, para sair comigo.
Percebi de pronto que algo não estava certo,quando ao parar em um semáforo,tive de fechar um dos olhos para poder saber com precisão qual a cor que predominava e em qual dos dois equipamentos.
Moro no litoral então,natural que a festa sempre acabasse na beira da praia.Ocorre que,a época,a pavimentação da avenida que levava a praia era de paralelepípedo e separada em duas vias,por um canteiro de pinus,com uma iluminação péssima,não central,mas de postes ao lado esquerdo,nas calçadas.
Os pinus tinham uma altura aproximada de uns 8 metros,e com a iluminação fraca pegando-os por trás,projetavam na rua uma sombra,que pela madrugada,facilmente era confundida com um buraco.
Então a coisa estava mais ou menos assim:eu com a Maria Gasolina na carona,pilotando minha moto com um olho fechado,quando surgia em meio a rua, uma sombra de pinheiro.
Eu pensava para mim:-buraco!!!...
Então reduzia e freava.
Quando chegava em cima,vinha o alívio:-Ufa,sombra de pinheiro.
Assim foi indo,um susto:-buraco!!!,Alivio:-ufa...sombra de pinheiro...um susto:-buraco!!!,alívio:-sombra de pinheiro...
Quase chegando a praia,já pela enésima vez me assustando com sombras,ao avistar mais uma,já cansado,apostei todas minhas fichas em sombra de pinheiro...
Mas antes,deixe-me falar sobre os perigos de executar-se obras em vias públicas, sem as devidas cautelas quanto a sinalização e sem dar-se nenhum tipo de conhecimento a população...
Foi terrível, a prefeitura para recompor o pavimento danificado por uma ressaca,retira os paralelepípedos ,e faz com eles uma enorme pilha,bem no meio da avenida.
Bem,por sorte meu reflexo de piloto fez com que eu entrasse freado, evitando assim decolar,contando que minhas costas suportasse o impacto da minha amiga,sem lançá-la as pedras.
Na teoria estava tudo perfeito,mas na prática...
A pilha de pedra cresceu,eu lacrei a dianteira no monte.Minha co-piloto Maria Gasolina,deu um mortal carpado,parando sentada logo adiante,seguida de perto por mim,já esta altura também vitima do “efeito catapulta”.
Bem até ai tudo bem,éramos jovens e não nos machucamos...
O que me trás lembranças ruins,foi o fato de uma família de veranistas,vir a meu socorro,com grande preocupação, e um deles pergunta-me:
-O que foi magrinho,se acidentou?!
Eu,já puto da vida,olhando para minha moto ali atirada,quase sem vida,sem pensar respondi:
-Não,todos os dias por estas horas,eu venho aqui e me jogo em cima desta pilha de pedras.
Aquelas pequenas injustiças que todos já cometemos,as palavras mal medidas,as agressões verbais no arroubo da juventude,por total falta de maturidade e experiência, os fiascos,as besteiras,enfim,aquelas lembranças que nos vem a mente,queimando como ferro em brasa e que tentamos livrar-nos na mesma rapidez que fugimos do metal quente.
Eu era jovem,respondão,mas,curiosamente,alegre,brincalhão,adorava motocicletas e todo e qualquer esporte que envolvesse água,terra e ar.
Nesta época eu não desgrudava das motocicletas.Trabalhava com uma e corria aos finais de semana, em todo e qualquer campeonato de MotoCross que surgisse.
Outra coisa que não abria mão,era a cerveja,coisa de jovem.
Não existia esta quantidade absurda de acidentes graves e toda e qualquer dose de álcool era tolerada pelas nossas policias,desde de que,claro,não se estivesse a ponto de um coma alcoólico.
Numa destas,um sábado a noite,me dirigi ao centro da cidade,onde a maioria dos motoqueiros se reunia e,conversa vai,trago vem,saí de lá fazendo promessa ao santo protetor dos bebuns,o São Risal.
Sabe quando você bebe tanto,que fica com gosto de corrimão de pensão na boca?...então,era assim que estava.
Quando eu já estava começando a falar sozinho,resolvi pegar a moto e sair a “caça”.Não demorou muito,para encontrar uma “Maria Gasolina” corajosa, para sair comigo.
Percebi de pronto que algo não estava certo,quando ao parar em um semáforo,tive de fechar um dos olhos para poder saber com precisão qual a cor que predominava e em qual dos dois equipamentos.
Moro no litoral então,natural que a festa sempre acabasse na beira da praia.Ocorre que,a época,a pavimentação da avenida que levava a praia era de paralelepípedo e separada em duas vias,por um canteiro de pinus,com uma iluminação péssima,não central,mas de postes ao lado esquerdo,nas calçadas.
Os pinus tinham uma altura aproximada de uns 8 metros,e com a iluminação fraca pegando-os por trás,projetavam na rua uma sombra,que pela madrugada,facilmente era confundida com um buraco.
Então a coisa estava mais ou menos assim:eu com a Maria Gasolina na carona,pilotando minha moto com um olho fechado,quando surgia em meio a rua, uma sombra de pinheiro.
Eu pensava para mim:-buraco!!!...
Então reduzia e freava.
Quando chegava em cima,vinha o alívio:-Ufa,sombra de pinheiro.
Assim foi indo,um susto:-buraco!!!,Alivio:-ufa...sombra de pinheiro...um susto:-buraco!!!,alívio:-sombra de pinheiro...
Quase chegando a praia,já pela enésima vez me assustando com sombras,ao avistar mais uma,já cansado,apostei todas minhas fichas em sombra de pinheiro...
Mas antes,deixe-me falar sobre os perigos de executar-se obras em vias públicas, sem as devidas cautelas quanto a sinalização e sem dar-se nenhum tipo de conhecimento a população...
Foi terrível, a prefeitura para recompor o pavimento danificado por uma ressaca,retira os paralelepípedos ,e faz com eles uma enorme pilha,bem no meio da avenida.
Bem,por sorte meu reflexo de piloto fez com que eu entrasse freado, evitando assim decolar,contando que minhas costas suportasse o impacto da minha amiga,sem lançá-la as pedras.
Na teoria estava tudo perfeito,mas na prática...
A pilha de pedra cresceu,eu lacrei a dianteira no monte.Minha co-piloto Maria Gasolina,deu um mortal carpado,parando sentada logo adiante,seguida de perto por mim,já esta altura também vitima do “efeito catapulta”.
Bem até ai tudo bem,éramos jovens e não nos machucamos...
O que me trás lembranças ruins,foi o fato de uma família de veranistas,vir a meu socorro,com grande preocupação, e um deles pergunta-me:
-O que foi magrinho,se acidentou?!
Eu,já puto da vida,olhando para minha moto ali atirada,quase sem vida,sem pensar respondi:
-Não,todos os dias por estas horas,eu venho aqui e me jogo em cima desta pilha de pedras.
Atualizado em: Qui 5 Mar 2009