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Epifania (Ato Segundo)

...E foi assim que consegui sair daquele pânico cerebral, que vinha passando desde o dia que:
...Ensolarado na praça, fumando um cigarro só para distrair a percepção e ludibriar a sensação de calor. Perdôo o Sol que aquece meu corpo. Toda aquela e essa luz esparramada ao redor de tudo e todos.
Todos os dias estava eu lá, no mesmo lugar fazendo as mesmas coisas, mas cada dia era diferente. Pois sempre no mesmo horário uma Flor me surgia no começo desse lugar onde meus olhos acompanhavam ate o horizonte. Perdia muito tempo com esta observação que constatava toda vez que olhava para a cinza de meu cigarro já grande preste a cair sob a grama.
Mas mesmo eu estando por ali, para tal Flor, é como se eu não existisse. O que seria essa Flor? Não sei. Alguma coisa que se define como indefinida, fada, anjo, gnomo, essas coisas. Sem sexo, língua. Pergunto-me como este ser chegou a tal ápice do egoísmo. Desinteressado, andando em compasso firme.
E com a visão já embaçada com a poluição que ajudara à criar. Trago-me na memória a lembrança desta matéria que percorre a Terra que um dia pude ver sem sua fantasia.
Um ser excitante que anda sem definição, dupla face, deliciosamente aterrorizante. Alimenta meus olhos, meus desejos. Perturba-me. Guerra com meus próprios sentimentos e se for amor o que sinto por tal Flor. Choro. Sou homem apaixonado, e assim me torno fraco, pois sei que nesta guerra do amor, tal Flor, piedade não sente.
As nuvens continuavam a passar pelo Sol, transmitindo no ar uma sensação de tempo, velocidade. E eu neste casulo em meditação profunda, lentamente vejo o desenvolvimento de seu aproximar. Acompanho seus primeiro vestigios, pernas, ventre, tronco, braços, e a mais belas mãos que já avistara.
Dentro desse universo, eu giro. Paro. Meus olhos se alongam e penetra através dessa imagem. Percorrendo o imcompreenssivél, continuo a desvendar tal segredo, a Flor.
Sua pose de ignorar as coisas de vida ao seu redor é sempre muito visivel, algo muito peculiar a Flor. Sempre competindo com outras que habitam o mesmo jardim. Quer a tudo que tem dono, quer a todos como adubo para se auto-afirmar como a mais bela.
Porque és assim?
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Atualizado em: Ter 24 Fev 2009

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