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Gárgulas de sangue - IV
Capítulo 4
Ela se despede com um olhar. Ao sair lentamente após alguns passos, volta-se rapidamente e beija-lhe com fervor, e Hermes nota seus olhos lacrimejando, e sente que o momento não é oportuno qualquer comentário. Ele a abraça forte, e pensa em dizer algo maior, mas se cala pois ainda não tinha certeza dos seus sentimentos.
Dessa vez ela sai andando e não voltou mais.
No outro dia, Hermes acorda com a certeza de que a ama, não se lembrava de algo ter-lhe arrebatado de forma tão completa como Verônica e invés de sentir medo, ele fica feliz e ansioso para um próximo encontro.
Hermes tem uma corrida até Nadir, o grande centro da região, onde o mundo globalizado realmente pulsa. Desde sempre Hermes fugiu dos grandes centros, não curtia multidão, ou seja, quanto mais pacata a vida, melhor.
Ir a Nadir, apenas a trabalho, do contrário Salamargo tinha tudo que precisava para ser feliz. Ao 35 anos, já não era mais garoto, e a ideia de se unir a alguém já passava com mais frequência em seu pensamento, e agora com este sentimento consumindo tudo por dentro, ele não podia deixar de viajar nos pensamentos de uma vida com Verônica.
_ Estou realmente ficando louco. Pensou Hermes.
Passando por uma das avenidas de Nadir, cruza com um carro e pensa ter visto Verônica, faz a volta, mas ao conseguir o carro em questão desapareceu. Ele sabia sem fatos concretos que Verônica era de Nadir, e encontrá-la num centro tão grande era algum sinal.
Passado alguns dias, Douglas está sentado junto ao balcão do Bar do Bigode quando Hermes adentra ao recinto.
_ Meu “irmãozinho”. Grita douglas ao vê-lo.
_ Já pediu a minha? Diz Hermes abrindo os braços para abraça-lo.
_ Claro. A de sempre. Bigode traga para Hermes o que pedi a você para separar.
_ Tá, na mão. Como está Hermes? Pergunta Bigode
_ Bem, obrigado por perguntar.
_ Vamos até aquela mesa, preciso conversar com você. Douglas muda o semblante e fala sério com Hermes.
Hermes percebendo a seriedade do amigo, consente, e os dois se encaminham para uma das mesas próximas da janela.
_ Lembra da moça que te contei?
_ Aquela que você cria ser casada?
_ Isso mesmo. Elá é. Seu nome é Stella e mora em Nadir.
_ Ela lhe contou?
_ Sim. Mas há coisas mais sérias que estão acontecendo.
_ Coisas?
Neste instante, Douglas revela ao amigo tudo que sabia sobre sua conquista. Eles conversam por muito tempo, enquanto Hermes apenas observa tudo que Douglas lhe conta.
_ Cara, que situação.
_ Pois é, estou perdido por esta mulher, e por isso vim lhe pedir conselhos.
_ Não me sinto apto a lhe aconselhar.
_ Mas ele bate nela…
_ Sim. E porque ela não vai à polícia?
_ Já expliquei. Ele é um homem muito poderoso, ela teme pela vida dela, caso algum escândalo venha estourar.
_ Ela poderia deixá-lo?
_ Ele já ameaçou-a caso resolva deixá-lo, inclusive a família.
_ Rapaz, não sei o que dizer.
_ Sim, nem eu.
Atualizado em: Seg 28 Jan 2019