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CALIDOSCÓPIO PRISMÁTICO
Quando o líquido cristalino
se faz recipiente, aprisco,
as imagens mostram o prisco,
o distinguir, o pristino.
E então, no cilíndrico objeto,
o refletir de cada aspecto,
de cada ponto do mundo,
lá no fundo, bem no fundo,
os móveis e vitrificados fragmentos
no jogo de espelhos longitudinais
vão moldando larguras e comprimentos,
alturas e áreas espaço-temporais;
produzem, e reproduzem,
e ampliam, e reduzem,
combinações de imagens,
combinações de miragens,
ao refletir cada ponto
e cada quadro presente,
cada ícone, cada encontro
e cada espaço ausente.
Assim, no poliedro,
com faces paralelas e congruentes,
a pretensão e o assédio
com as faces paralelogramas,
e, na substância transparente
o acender das chamas,
o dispersar, ou o refratar,
ou o refletir da luz,
para que sua intensidade sem par
não afete quem a conduz.
No prismático calidoscópio,
no jogo entre gasosos,
entre líquidos e sólidos,
entre espelhos e miragens.
Do labirinto de imagens:
mensagens e caricaturas,
ilustrações e figuras
de páginas que coincidem ou não,
quando superpostas;
de páginas que harmonizam ou não,
perguntas e respostas.
Mas com o fim a que se destina,
ou seja, em tudo mostrar a sina;
da noite, a escuridão,
a coerência e a harmonia
com a plenitude da luz do dia.