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A Crônica do Padre e o Vinho

Carmine
Se deseja obter um excelente vinho, separe um quilo de uvas maduras. Retire as uvas do cacho. Liquefaça. Derrame a massa numa garrafa. Coloque um saco de plástico sobre a boca da garrafa e prenda-o firmemente. Coloque a garrafa na temperatura de 15,5 – 26,6ºC. Deixe que sigam os notáveis processos que o Criador implantou nas coisas naturais. Depois de duas semanas, abra a garrafa e derrame o sumo numa bacia, filtrando com um pano limpo. Coloque o vinho numa outra garrafa que melhorará com o envelhecimento. Quanto mais envelhecer, melhor.
Tal qual o processo do vinho, como o próprio Pe. Carmine Mosca escreve: Os sacerdotes são os “Trabalhadores para a Vinha do Senhor”.
Em 09 de Setembro de 1946, ele nascia. Em 11 de Agosto de 1974 se tornaria religioso da Família dos Discípulos. A Débora e o Bene nem tinham nascido ainda, e o Signore “Nicolas Cage” como mostra as suas fotos das escaladas nas montanhas italianas, já celebrava a Santa Eucaristia. Então, em 1986 chegou à cidade de Suzano.
São quase 30 anos de Brasil. Não é um nenhum Berdinazzi ou Mezenga da telinha, mas um italiano que está sempre próximo de seus jovens e dinos. Vejam as nossas histórias:
Bene: Quando um moço vindo lá de Pernambuco se encantou com uma jovem vinda do Paraná deu casamento. Em 26 de Dezembro de 1987, na Paróquia São Sebastião, em Suzano, Pe. Carmine celebrou o casamento da minha Tia Madalena com aquele que se tornaria meu Tio Severino.
Nos anos 90, estava eu sempre nas arquibancadas assistindo o time de vôlei de Suzano e quem sempre estava na entrada do Ginásio Municipal perto da quadra? Pe. Carmine! E olha que nessa época, eu nem sabia o que era PJ.
Falando do calcio, Pe. Carmine como bom italiano, degustador de spaghetti macaroni e vinho, servo da Igreja de Roma, acredito ser torcedor do Palmeiras. Mas até hoje não parei pra perguntar. Talvez na leitura dessa crônica ele responda...
E veio a PJ.
Mas nem tudo é flores, não é Signore Pe. Carmine? Em 18 de Abril de 1998, o Itamar Macedo e eu chegamos à Rádio Novo Milênio para o programa “CEB’s: A Igreja na Base” da equipe Juventude Caminho Aberto. Enquanto ele separava o material do programa, fui folhear o Jornal “DS” da recepção. Entre as noticias, um jovem de uma escola da cidade iria para a Jornada Mundial com os custos 100% pagos, fruto de uma promoção com coparticipação do reverendíssimo sacerdote. Com a minha inquietude juvenil fiquei “chateado”, pois naquele mesmo dia, a equipe paroquial iria trabalhar na quermesse da V. Ipelândia com uma barraca da pizza, e com o forno elétrico emprestado da d. Maria Macedo, mãe do Itamar, para levantar fundos e enviar um jovem para a Jornada. E o pior ainda estava por vir. Na quermesse seguinte, na Paróquia Mãe do Redentor, erramos a tomada e queimamos o forno. Resumindo: O lucro arrecadado foi para pagar o conserto do forno e o sonho ficou para 2013 na JMJ do Rio. 
Débora: Conheci o Pe. Carmine em 1998, durante a preparação para o Concilio da Juventude realizado em Lins. Em 1999, a Rosângela Bernardo, a Lilian Assis, o Guidson Albano e eu, fomos representar a Diocese na Assembleia do Regional Sul I em Atibaia. Naquele ano se realizava a troca da Representação e da Assessoria, e eis que naquele final de semana tivemos uma “discussão sadia” sobre quem a diocese apoiaria como sendo o novo Assessor Religioso do Regional. Mas como faça sol ou faça chuva, os trabalhadores da vinha estão sempre a trabalho; terminado a assembleia, todos voltaram no carro do padre como se nada tivesse acontecido. Ah! Essa PJ!
Em 2001, no Congresso Eucarístico de Campinas, ele descobriu que o Bene e eu estávamos namorando. Mas foi em 2003 quando nos casamos; precisávamos ver quem iria celebrar o casório. O Pe. Nicolau era o pároco da Paroquia Santo Antonio e Assessor da PJ. Trabalhei com o Pe. Eduardo, que me levou pra PJ. E lá estava o Pe. Carmine para celebrar a troca das alianças, sem falar do discurso “pjoteiro” no final.
Em 2004, nasceu a Giulia. Os padrinhos de Batismo estavam definidos, mas para a Consagração lá estava o Pe. Carmine.
Em 2005 aconteceu a XI Romaria da Juventude em Iguape, e lá o estava o Pe. Carmine. Na volta, o ônibus quebrou na Régis Bittencourt, bem no meio da Serra do Cafezal. Não pensou duas vezes, desceu do ônibus, parou o primeiro ônibus que voltava da romaria, se enfiou dentro (pois tinha missa pra celebrar), e nos deixou pra trás. Nada mais do que 05hs paradas na serra não resolvessem, e com Giulia pequenina e tudo.
Em 2006 em Osasco, se casaram a Ana Claudia, da Assessoria do Sub-Regional SP II, e o Ralf Konnig. Nós estávamos no carro com o Pe. Carmine, pois ele iria co-celebrar o casamento. Duas situações marcaram aquela ocasião. Primeiro que durante a festa, o padre ficou de babá da Giulia e da Maria Luiza, filha da Thaís Helena do SP I, enquanto os pais se divertiam na festa. Até mamadeira ele deu pra Maria Luiza. E na hora de voltar. Já era de madrugada e ele entrou na Marginal Tietê com a seta ligada. Até ai tudo bem, pena que ele só lembrou de desligar lá pela Ponte das Bandeiras. E sem falar que passou a Marginal todinha perguntando se ‘já pode 120’, e o Bene falava que ainda não. Quando viu a faixa de demarcação, pulou dos 90 para uns 140km/h.
Bene: Bem intencionado, o Pe. Carmine nos convidou para uma missa na paróquia São Sebastião em Mogi das Cruzes. Se resolvesse incorporar um nome, se chamaria Carmine Sebastião Mosca. Vai gostar do ‘Tião’ lá longe. Após a missa nos convidou para um spaghetti, regado com vinho feito por ele mesmo. Sendo filho de mineiro, o meu gosto por queijo não é dos maiores, ainda mais parmesão. Mas quanto mais eu comia o spaghetti, mas ele colocava o parmesão no prato. O vinho desceu bem, e mais bem desceu uma jarra de água que ele deixará para a Giulia.
Débora: Em 2010 nasceu a Giovanna, O Batismo foi junto com o Cauê, filho da Daniela e do Ricardo Camargo. Na hora da escolha dos padrinhos, foi um troca pra lá e um troca pra cá. Mas em relação a quem iria celebrar o sacramento, a escolha foi unânime: Pe. Carmine ‘Sebastião’ Mosca.
Mas nem sempre de alegrias esta história é marcada. Em Janeiro de 2012, um acidente de carro deixou sequelas no meu cunhado, Ademir Bertolino. Ele havia conhecido o Pe. Carmine quando participaram da Jornada Mundial da Juventude de 2011 na Espanha, junto com seus filhos, Rayssa e Guilherme Bertolino. Mesmo sem qualquer pedido, Pe. Carmine acompanhou tudo, fazendo visitas nos hospitais em que esteve internado. Infelizmente, depois de 01 ano em coma, o Ademir nos deixou, e o padre estava lá no velório, onde leu um texto emocionante escrito por ele sobre a vida do Ademir.
Vieram os Dinos da PJ, onde ele revive o ‘ser pjoteiro’ com os casais não tão jovens.
Ainda se acha um tempo para ser Eternamente PJ, Eternamente Pastoral da Juventude!
Mas vinho se fica assim. No tempo certo, na temperatura certa e para degustação dos bons operários da vinha. E estamos aqui, e que venha mais!!!
 

 

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Atualizado em: Sáb 17 Jul 2021

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