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Sombras da noite

A viagem de volta do Rio me proporcionou a sensação mais prazerosa que já tive de todas as andanças que fiz até hoje...
Embarquei 23:30h na rodoviária do Rio retornando para BH e para minha surpresa o ônibus era de dois andares! Já tinha andado em um desses numa viagem de volta do Rio durante o dia, mas fazer este trajeto noturno me causou novas sensações...
O ônibus, com suspensão à ar, eu sentada na poltrona número 4, vista panorâmica por todos os lados. Noite escura e densa. Neblina por todos os lados. E no caminho, a estrada de Petrópolis à nossa frente.
O balançar do ônibus me remeteu ao balanço de um berço, que acalentou meu cansaço por toda a estrada.
A escuridão da noite densa me trouxe nostalgia e aconchego.
Nas curvas da estrada (que não era de Santos!), atravessávamos a neblina e a geada, ladeados por uma escuridão que às vezes deixava transparecer paisagens noturnas de uma imensidão e profundidade abissais.
Por vezes, árvores dos dois lados da estrada, formavam com suas copas verdadeiros túneis naturais que pareciam nos conduzir.
Por vezes, paredões de pedras intercalados com arbustos balançantes pelo vento, margeavam um lado de nós e, do outro lado, penhascos! Que só eram percebidos porque vez por outra víamos no seu fundo, luzes, indicando que ali existe uma cidade.
Enfrentei uma noite gélida! Aquecida por pensamentos diversos e sensações agradáveis.
Não dormi, porque seria perder a grandeza das experiências sensoriais que a noite me reservava.
Agora de volta ao trabalho um cansaço me toma, mas nele não está contido nenhum arrependimento de ter virado em claro essa noite escura!
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Atualizado em: Dom 25 Nov 2018

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