person_outline



search

e conhecer brasília - cap 6

6-Sobre o papelão noturno
Avançando pelas ruas nessa noite realizaremos um plano de duas fases:
Na primeira, vamos instalar escutas para serem pegas- puro ato de terrorismo- dizendo que estamos perto e, com isso, ganharemos as ruas e o conceito dos discriminados, fazendo nossa voz ser escutada com pensamentos. Em seguida, faremos furtos para pensarem que tentamos esconder as escutas com os assaltos, para imaginarem que não queremos ser pegos... Mas queremos! Eles precisam achar as escutas. Assim, aproveitamos para fazer dos muros nossos cadernos.
Parando em frente à prefeitura, uma parte da equipe entrou enquanto outra marcava as paredes:
“A noite flutua
e as rosas dormem mimosas
aos beijos da lua”
Pura provocação. 
Nesta noite, fomos criar prerrogativas para a extorsão-certo clima de terror para nos beneficiarmos na negociação!
- Já disse! Contra os injustos Charlie...
- Mas Emerson ...
- Mais nada invade essa porra! Vai logo
Numa das inúmeras investigações que fizemos para montar processos para a derrubada dos patrões descobrimos, inusitadamente, dentro de uma fábrica, o verdadeiro valor da síntese paranoica econômica. Nessa fábrica, que exportava papelão superfaturado, a lógica era a seguinte: produziam polímeros em um formato que gastasse bastante matéria prima, para gerar uma prerrogativa de um valor alto e encher de embalagens que passassem sem nota. Ele comprava papelão de toda a região, pagando um preço altíssimo e incorporando ao produto os gastos da embalagem. Assim, lavava o dinheiro de caixa da fábrica a qual recebia de volta o material reciclado de graça para fabricar novamente e, realmente, vender a baixo custo o produto. Quem diria que uma pequena quantidade de papelão sob cada unidade continha o verdadeiro valor daquela farsa e quanto menos melhor, um ouro as avessas
-Vai picha logo ae.
“Vamos pegar vocês.
Você vai ser incriminado.
O que você vai fazer ae dentro que não posso ver?”
-Assim em letras garrafais.
-Fico bom, agora as chamas...
-Chamas...
O plano era simples, ameaçar revelar o esquema para receber em troca certa indenização. Os colocamos na parede... Um resultado justo já que, no final, eles também seriam beneficiados, somente não sabiam como (através de uma boa possibilidade de publicidade gratuita, com nossa criminalização , e sua imagem colocada como vitima) caso nos irritassem ou ferrassem denunciaríamos o esquema,
Papelão bom é aquele de que os dois lados se beneficiam. Pensem na gente como uma assistência de marketing projetando inovações para o futuro. Criando um público específico daquela marca a qual saberíamos seria “os contra nós” (próximos alvos). Seria opcional o fator de pesquisa de nos apresentarmos como mocinhos e incriminar a fábrica, ou ainda perceber um público mais distraído que era levado pela jogada de marketing, pura estatística. De qualquer modo, teríamos uma carta na manga.
Muito bem. A polícia viria- cavalo de troia às avessas- mas esse é o passo seguinte. Nessa manhã, chegava às mãos do gerente da fabrica o cheque mate (documentos incriminando todo o esquema). Que se foda o dinheiro! Valia mais desestabilizar a fábrica para abrir espaço para uma greve bem sucedida. Parecia ser um bom uso da violência... Com isso, buscávamos uma ética para todos e não apenas nós, os marginais seríamos os bandidos, mas esses da fábrica pagariam o preço da rima.
Pin It
Atualizado em: Sáb 7 Abr 2018

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br