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A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A concepção da palavra “limites” hoje tem sido relacionada apenas à imposição de regras e normas de convivência pelos adultos às crianças, que, por sua vez, devem obedecê-las. Entende-se, ao mesmo tempo, que esta é uma compreensão que acompanha as relações familiares ao longo dos anos. Considera - se o fato de que houve uma mudança cultural nos últimos anos, a qual permitiu uma maior flexibilidade na relação pais e filhos, embora esta mudança de paradigma na família, também trouxe certo desequilíbrio para esta relação, visto as dificuldades atuais encontradas, pelos pais ou cuidadores, na imposição de limites às crianças.
Os limites são imprescindíveis na constituição dos sujeitos, pois contribuem para a capacidade de uma boa convivência social. As crianças que reconhecem seus limites conseguem desenvolver maior segurança, partir dos estudos psicológicos, compreende-se que o infante sempre irá tentar transpor os limites impostos, mas estes precisam ser mantidos para seu próprio crescimento emocional e social maior confiança e, com isso, apresentam um crescimento emocional saudável.
Os pais desejam realmente ser bons cuidadores, mas, geralmente, sentem-se culpados na educação de seus filhos. Acredita-se que esse sentimento seja derivado da cultura atual em que se vive, ou seja, com aspectos capitalistas, na qual se valoriza o “ter” em detrimento do “ser” e isso afeta as relações familiares e sociais. As relações pautadas nesta concepção, muitas vezes, impõem aos genitores a necessidade de os mesmos trabalharem fora, sendo privados ou mantendo dificuldades de acompanhar o desenvolvimento de seus filhos.
As dificuldades encontradas pelos pais realmente são grandes. Quando retornam do trabalho, geralmente à noite, após um dia exaustivo, devido ao cansaço e fadiga que sentem, precisam optar entre duas possibilidades: ou dispensam uma qualidade de tempo aos filhos ou deixam estes entregues aos “cuidados” da tecnologia, por exemplo, a fim de conseguirem descansar um pouco. Outros, ainda, optam por realizar todas as vontades dos filhos, presenteando-os constantemente, na esperança de compensar o tempo perdido.
Entende-se que, devido a essa nova configuração cultural, muitos pais sentem-se desautorizados em suas funções educativas, vindo a apresentar dúvidas e receios sobre o que devem ou não fazer.  Verifica-se a influência da mídia, do Estado, da pedagogia da própria ciência psicológica, os quais tentam  constantemente “ensinar” a melhor forma de educar, por meio de pesquisas, experiências e senso comum . Cada vez mais a família perde a autonomia em seu espaço privado, tornando o processo educativo familiar em algo público, portanto, passível de influências externas. Ao passo que, para casos de abusos (de todos os tipos), de maus tratos ou de negligência, as ciências médicas, psicológicas, sociais, jurídicas, entre outras, contribuem para definir formas de atuação.
Compreende-se que as crianças aprendem por modelagem. Entende - se, então, que os limites tão necessários à constituição psíquica do sujeito, precisam ser construídos e impostos, porém, de uma forma afetuosa e respeitosa, primando -se pelo diálogo e, principalmente, a través de exemplos altruístas.  Expressões como “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, geram confusão e contribuem insatisfatoriamente para uma boa maturação psíquica da criança. Afinal, como a criança irá compreender e acatar as instruções de um pai, ou de uma mãe, ou de um cuidador, que exigem dela o que eles mesmos não vivem? Como esperar ter filhos equilibrados emocionalmente, se os exemplos dos adultos não forem condizentes com as suas palavras?
Autora: Graduada em Matemática- UNOPAR; Segunda licenciatura em Pedagogia - UNOPAR e Gestão de Recursos Humanos; Pós – Graduada em Educação Matemática: Estratégias, Métodos e Tecnologias; Educação Especial e Inclusiva; Educação Infantil – Anos Iniciais e Psicopedagogia.
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Atualizado em: Qui 9 Fev 2023

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