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SEGURANÇA NO TRABALHO COMEÇA COM A VALORIZAÇÃO DE SI MESMO - PALESTRA SIPAT
Com freqüência sou convidado por empresas para falar do tema SEGURANÇA NO TRABALHO, confesso que muitas vezes me detive em fazê-lo face às inúmeras normas e regras aplicadas de forma diferenciada nos vários braços do setor produtivo. Achei no primeiro momento que estudar e entender a aplicabilidade de todo aquele complexo conjunto de ações seria tarefa para a qual eu não teria muito tempo, mas estava enganado.
Comecei a estudar o tema há alguns anos e logo percebi que havia uma ligação intrínseca entre os regulamentos e o processo humano de autopreservação.
A Começar pela constituição da equipe de segurança no trabalho, ação exigida por lei que visa a estruturação das ações de segurança em todos os níveis, por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a empresa se mobilize em torno do tema, gerando melhoria na qualidade do consciente coletivo, trazendo a tona as questões de valorização do ser humano, da família e da vida, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços, melhorando as relações humanas no trabalho. Ou seja, a questão segurança forma o sentido comunitário, onde a disciplina aliada a solidariedade são as bases.
Tenho conversado com profissionais da área e sempre percebo a proposição: O QUE FAZER PARA TORNAR AS PESSOAS MAIS CONSCIENTES DA PRÓPRIA SEGURANÇA E DA SEGURANÇA DOS OUTROS?
Vivemos num país não muito afeito ao cumprimento de regras, as pessoas se sentem desafiadas, muitas vezes até afrontadas. Falta-nos maturidade, consciência para entender que regras e normas são pensadas em nosso favor, que sociedades sem regulamentos se transformam em caos, da mesma forma que processos sem regras atingem resultados diferentes, imprevisíveis. No caso da segurança, isso é suicídio, pois a vida deve ser prevista sempre.
As emoções, o ímpeto, a cultura, a formação, a autoconfiança e as circunstâncias dizem não a disciplina, mas a razão deve sempre dizer sim, estar vivo para levar uma bronca da chefia, do cliente ou até mesmo ser demitido por não concluir determinada tarefa no tempo previsto, pode ser a prova de que seguir as regras de segurança vale à pena, isso não deve servir como desculpa para a falta de produtividade, mas se esta compromete a questão segurança, obviamente o processo precisa ser revisto.
GOSTAR DE SI MESMO É UM QUESITO DE SEGURANÇA IMPRESSINDÍVEL
O homem que não ama a si mesmo dificilmente cuidará de si e de outros. Como na canção de David Guetta que diz: (minha tradução)
No amor com a minha própria reflexão
Carinho com igo mesmo
Com a visão que eu vejo
Não há mais ninguém
Eu estou levando minha própria direção
Eu posso ver a perfeição
Fazendo tudo que posso para mim
Amando a mim mesmo
Como centenas de olhos me esperando
Não pode tirar completamente
E as luzes estão me queimando
As implicações de amar a si mesmo refletem no valor que damos aos outros, é preciso ter orgulho da própria história e continuar a escrevê-la com a tinta do amor e da dedicação, ninguém pode abrir mão de ter orgulho de si mesmo, sentir-se parte, importante e em muitos casos essenciais.
É preciso se amar antes mesmo de exigir o carinho dos outros, vivemos num mundo onde recebemos de volta, como regra geral, aquilo que espelhamos, quem se percebe importante pode dar aos outros o mesmo valor. No que diz respeito a segurança no trabalho, este sentimento faz toda a diferença.
O estado do Sistema de Autopreservação e Preservação é basicamente formado pelos acontecimentos que tiveram maior emotização, quer dizer, que mais mexeram com nossas emoções provocando registros moleculares. Esses eventos de forte significado emocional vão constituir uma programação, de tal modo que podemos viver protegidos pelos registros emocionais que nos despertam para a vida. Estes registros estão geralmente ligados à família, pessoas e situações que amamos, eventos passados e futuros, sonhos, projetos de vida, promessas e outras situações marcantes. Um operário da construção civil me disse há alguns dias que sua motivação para seguir as regras, mesmo aquelas que “empacam um pouco nosso trabalho, segundo ele” é o desejo de ver sua filha de seis anos formada na faculdade, oportunidade que ele não teve. Outro Operário me confidenciou que pensa o tempo todo no futebol com os amigos no final de semana, isso é a melhor coisa da vida pra mim, declarou ele. Outro ainda expressou o momento da chegada em casa, quando contemplava sua família à mesa, cada um com sua narrativa do dia, segundo ele ”isso é o que faz a vida valer a pena”...
Embora as motivações sejam diferentes, todas tem a mesma origem e esta está em nossas emoções, geradas à partir da percepção dos valores que dominam nossa vida.
Fico por aqui hoje, não se esqueçam de decidir pela segurança, seguir as regras, ser disciplinado e cuidadoso, avaliar os riscos, ser cauteloso, ser responsável, enfim, volte pra casa todos os dias com o sentimento de dever cumprido, ou não, mas volte para casa.
* Abertura da palestra SIPAT - Quem está vivo, pode! Realizada pelo prof. Múcio Morais na refinaria Gabriel Passos, Petrobras - Betim-MG