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Alma corrompida

Ela enchia a casa de nada, de barulho e de silêncio. Um assombro gélido e indisposto. A sua alma era corrompida, o seu espírito havia fugido, ela não estava mais ali, era como uma personagem atuando no lugar do seu eu que se escondia no inferno. Todas as suas dores e as suas alegrias haviam se dissipado graças ao entorpecimento. Entao, tornou-se um fantasma do sofrimento, o verme a corroía dia após dia, bruxa, indigente e feia. Uma mulher sem personalidade, sem vida, sem ar. O seu suspiro, o seu cheiro fétido, tudo fazia parte dela, não havia beleza, não havia poesia que a curasse. Pobre vagabunda, de nada teve culpa, a não ser a própria culpa. Por fim, se entregou, ou foi entregue, a suas mãos já não eram tão suas, seus pés já não percorriam o seu caminho, o seu desejo já não existia. Pobre vagabunda, mulher infeliz, doce alma escondida, puro coração latejante, braços quebrados prontos a abraçar o mundo, medo da morte. 
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Atualizado em: Seg 9 Dez 2024

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