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CAPÍTULO XI

Os jornais de Manchester estampavam a seguinte manchete:
Galpão abandonado nos limites da cidade é queimado. Mais informações na página 5.

Diablo quase riu ao ler alguns trechos. Ela não podia evitar; tinha de ler. “Não se sabe como começou o incêndio...”, “Não há sinais de queima na mata próxima...”. Ah, era melhor que eles nem imaginassem a causa do incêndio no local. Diablo não tinha intenções de queimar o local, apenas Lilith. Mas não pode evitar. O piso era de madeira, então, ou queimava ou queimava.
Mas um trecho que lhe chamou a atenção foi: “Foram encontrada cinzas negras em certo ponto do galpão. Nem os policiais ou os bombeiros sabiam o que era.”
Então Lilith fora queimada inteira, Diablo pensou, isso é bom.
Sua mãe não voltaria para lhe aterrorizar novamente. Ou, se voltasse — coisa que ela duvidava muito —, não seria tão cedo.
Diablo folheou o jornal, procurando por algo mais interessante. Talvez fosse difícil, porque fazia apenas algumas horas que o galpão fora queimado. Menos de um dia. Ela esperava encontrar algo sobre Alec, ou sobre outro seqüestro. Assim ela poderia perseguir o mesmo. 
Bingo! Ela não demorou a encontrar. Fora na página sete.
Havia uma pequena reportagem com uma foto em preto e branco de uma garota de cabelos e olhos escuros. Sua pele, ao contrário, era tão branca que fazia contraste com os cabelos. Ela tinha um belo rosto, mas em questão de corpo — que aparecia um pouco, pois sua foto pegava desde o topo da cabeça até a metade do busto —, ela era um pouco gordinha. Diablo começou a ler a reportagem.


A adolescente Drew Hauke (16) desapareceu nesse final de tarde dessa última terça-feira, entre as ruas Newcastle Street e Bonsall Street. Sua mãe, Narisa Hauke, conta que ela iria até a casa de uma amiga pegar a matéria que ela tinha perdido devido à sua falta na segunda-feira por estar doente, e não voltou mais. Ligou desesperadamente para o celular da filha, mas não adiantou — a garotinha o tinha esquecido em casa. Ligou depois para a casa da amiga aonde ela iria, mas a amiga atendeu e disse que ela não tinha chego ainda. “Eu liguei para a polícia”, conta Narisa, “mas eles falaram que só iriam iniciar a busca após vinte e quatro horas de desaparecimento. Acho isso um absurdo! Ainda mais com esses seqüestros acontecendo, essas garotas aparecendo mortas, isso me preocupa! E se minha filha for uma dessas?”
Diablo parou de ler ao ver que estava quase rasgando o jornal de tanto apertá-lo. A raiva invadia suas veias novamente. Alec tinha agido, e mais cedo do que ela imaginava. Geralmente, ao que ela percebera, ele agira em torno de quinze em quinze dias. Mas parece que ele estava fazendo aquilo — mudado a sua maneira de agir, começando pelos dias em que ele seqüestrava adolescentes — apenas para deixá-la com mais raiva ainda, levando em conta que ele sabia que Diablo estava procurando por ele.
— Que desgraçado. — ela se pegou dizendo em voz alta. O homem que estava ao seu lado na banca olhou para o jornal e concordou:
— É mesmo. — ele disse. — Ele merece morrer, esse cretino.
— Não — o dono da banca disse, enquanto contava as notas de cinco libras. — ele merece ir para a prisão, isso sim. Lá que vai haver justiça. Os presidiários vão comer a bunda dele todos os dias. Ele vai gritar como uma mocinha, vai passar por tudo que ele fez essas garotas passarem. — o dono da banca guardou as notas de cinco libras e em seguida, ajeitou a sua blusa de gola que usava. 
— Concordo com você. — Diablo disse, olhando para o homem. Ele abriu um sorriso em meio ao rosto gorducho. — Ele terá de ser estuprado por todos os presidiários. Ele não deve morrer. O que ele vai encontrar na morte senão a paz eterna? Ele irá sofrer? Irá se arrepender? Não. Nada disso. — ela disse sem conter a raiva em suas palavras. — Capaz do filho de uma puta renascer em outro corpo e fazer tudo de novo. Ou ser solto daqui a um ano.
— Uau — o rapaz ao seu lado disso. — Botei fé em você, gata.
Diablo colocou uma nota de cinco libras em cima da bancada e guardou o jornal dentro do capote. Estreitou os olhos para o rapaz e disse:
— Gata — ela disse com desprezo —, só se eu fosse a porra da sua mãe.
E ao terminar de dizer, ela saiu, pisando forte.
Na banca, o rapaz olhou para ela, boquiaberto e depois olhou para o homem da banca e disse:
— Caramba, cara! Eu só a elogiei! — ele disse indignado. — O que as mulheres querem, cara? Se não as elogiarmos, elas ficam chateadas, agora se elogiamos, elas também ficam chateadas! Ah, vá para o inferno...
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Diablo fechou a porta do quarto do hotel em que estava hospedada. Moderou a força ao fechar, pois acreditava que se batesse com tudo a porta, as paredes do hotel acabariam se rachando e caindo aos pedaços de tão velhas e gastas que estavam.
Ela tirou o capote, deixando à mostra a fina blusa regata vermelha que usava — acreditava que fosse a única peça de roupa que não fosse preta que ela tinha — e um pouco da sua tatuagem nas costas. Ela jogou o capote sobre a poltrona no canto do quarto e com ele, caiu o jornal no chão, com a página da garota desaparecida aberta. Ela não pôde evitar um grunhido baixo. 
Deixou que seu corpo caísse sobre a cama. Ela sentia-se exausta. Depois de Lilith, ela teve de encarar outros dois demônios, que pertenciam à Legião de Abigor; eram demônios simples, fáceis de matar. Uma bala de água benta na testa e ponto final. Aquilo usara muito de sua energia, e ela estava muito, muito cansada. Porém, ela teria de procurar o mais rápido possível por Alec. Então não gastaria seu tempo dormindo.
Ela procuraria por Harlan, obviamente.
Ele passou os dedos nas costas nuas dela. Seus dedos traçaram o suave caminho da sua tatuagem. Sua pele era suave, delicada. Dava vontade de beijar e acariciar o tempo inteiro.
— Por que você não pode falar? — ele perguntou com a voz rouca. Os olhos castanhos de Diablo fixaram-se nos dele. Ela soltou um suspiro.
— Eu posso — ela disse com a voz rouca. — mas não quero. 
Os olhos de Harlan se arregalaram ao ver que ela falara daquela maneira sem ele ter de insistir. Ela nunca havia falado abertamente com ele; a não ser que fosse por pensamentos. Ele sentiu o seu coração bater com mais força e mais velocidade no peito. Sua mão parou no meio da tatuagem dela.
— Por que você não quer? — ele perguntou depois de um tempo.
— Conversar com você significa que eu estou ficando próxima de você. Pode não ser dessa maneira para você, mas para mim, é. — ela disse calmamente. — E uma coisa que eu não quero é ficar próxima de você. 
— Por quê? — ele perguntou com leve indignação. — Já não estamos próximos o suficiente? Quero dizer... Você vem aqui e nós ficamos transando igual a coelhos...
— Isso não é real. — ela disse. — Isso é apenas um sonho. 
— Tem certeza que é apenas um sonho? — ele perguntou e se sentou na cama, não se importando se estava nu ou não. Diablo fez questão de não olhar para as partes dele; ficou concentrada em seu rosto. — Uma noite você me arranhou, e eu acordei com mesmo arranhão, no mesmo lugar. Você sabia disso?
— Você deve ter se machucado em algum lugar e não tenha visto. Simples.
— Não. Geralmente quando eu me machuco, eu vejo na mesma hora, pois eu sinto. Mas foi diferente. Eu fui dormir ótimo e acordei com uma marca de três unhas nas minhas costas!
Diablo ficou sem resposta. Seus olhos ficaram fixos nos dele, e ela tentou procurar alguma desculpa para aquilo. Aquilo era apenas um sonho, não era? Não podia ser nada real...
— O que você é? — Harlan perguntou. — Hein? Normal você não deve ser... O que diabos você é?
Ela torceu os lábios, deixando-os em linha reta. Não poderia falar... Ele era um humano e não tinha nada a ver com tudo o que acontecia. Ela não poderia envolver ninguém nos seus problemas com demônios. Isso significa sem amizade com humanos.
— Eu não posso lhe contar, Harlan.
As mãos dela foram rápidas para sua boca e os olhos dele se arregalaram. Mas não de surpresa, e sim, de indignação.
— Como? — ele perguntou. — Do que você me chamou?
Diablo não respondeu.
— Como você sabe meu nome? — ele levou as mãos até os ombros dela. — Como?! E por que eu não sei o seu?
— É questão de segurança — ela disse rapidamente. — Eu não sou quem você obviamente pensa que eu sou. Eu não sou normal, nisso você está certo. Mas eu não posso lhe contar quem eu sou. Não tenho o direito de lhe envolver em meus problemas. Não é seguro que você saiba meu nome. 
— E é seguro que você saiba o meu?
— Isso é completamente diferente.
— Ah, vá se ferrar!
— Me perdoe — Diablo disse e respirou fundo. —, mas eu realmente não posso lhe contar.
— E se pudesse? Você me contaria?
Ela baixou o olhar, e não voltou a levantá-lo.
— Não.
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Harlan acordou ofegante, como sempre. Seu coração batia a mil no peito, seu corpo estava suado e suas mãos tremiam um pouco. Ao ver que se encontrava no bagunçado quarto do dormitório da universidade onde estava ele respirou fundo.
Ela era real. Ela sabia seu nome. 
Então, ela o conhecia? Ela já o vira alguma vez? Talvez. Porém, ele duvidava muito que ela o conhecia de verdade — ela não era uma garota que podia ser esquecida facilmente por um homem. Ela era linda. Perfeita. O sonho de qualquer homem. Se Harlan tivesse a conhecido pessoalmente, ele nunca que teria se esquecido dela.
Mas eis a questão: como ela conseguia entrar nos seus sonhos? Por que ela fazia aquilo tudo — a parte dos beijos, carinhos, principalmente o sexo? 
Harlan suspirou, relaxando. Precisava se acalmar e pensar mais sobre o assunto. Precisava pesquisar a respeito — pesquisar sobre aquela garota que invadia seus sonhos todas as noites.
Harlan tentou sair da cama, mas sentia seu corpo pesado. Um cansaço tomou conta do seu corpo. Seus olhos ficaram pesados, deixando complicada a tarefa de ficar acordado. Mas ele se esforçou. Saiu da cama, tirou o pijama e vestiu a primeira calça jeans que vira. Colocou um moletom qualquer da universidade e saiu do dormitório.
Ele seguiu até a biblioteca mais próxima. Não fazia a mínima idéia de que horas fossem, mas a biblioteca do campus sempre ficava aberta até mais tarde — afinal, sempre havia vários alunos indo para lá e ficando até horas e horas da manhã estudando, em vez de ficar no conforto de seu dormitório.
Não demorou a chegar à biblioteca. Ela estava com as portas abertas, e a atendente da madrugada estava lá, quase cochilando em cima do balcão. Era uma mulher em seus cinqüenta e poucos anos, pouco gordinha e de cabelos louros platinados, com as sobrancelhas ralas e olhos acinzentados. 
— Ora — ela resmungou. —, isso são horas de você vir à biblioteca?
— Pesquisa urgente — Harlan disse, encolhendo os ombros e dando um sorriso torto. A mulher olhou por alguns segundos para seu rosto e cedeu. Ela assentiu com a cabeça e gesticulou com a mesma para a mesa larga com divisórias e computadores desligados.
Harlan foi até um computador afastado do balcão da bibliotecária. Ligou o mesmo. Ele fazia um barulho que parecia um trator em funcionamento; era o tipo de computador pré-histórico, em que a tela ainda era aquele caixote branco e o Windows ainda era 94. A única coisa boa nele era a internet, que era imensamente rápida. Alguns universitários sugeriam que ela funcionava de acordo com o pensamento — pois antes mesmo de eles darem enter, o site em que queriam abrir já estava lá aberto em um piscar de olhos.
Ele clicou no ícone da internet, e rapidamente a página do buscador virtual abriu na tela. Ele digitou as palavras: mulher, sonhos, relações sexuais e clicou em buscar. Mais de mil resultados apareceram. Ele clicou no primeiro.
Um site com fundo negro abriu na mesma janela. Um efeito do site fazia com que a seta ficasse avermelhada e com estrelas saindo pelas pontas. O título da página estava escrito em vermelho sangue e em letras grandes: Demons.com. Harlan arqueou uma sobrancelha e desceu a página.

Uma imagem de uma mulher de cabelos negros e olhos avermelhados estava colocada ao lado do texto. Ela estava sentada sob uma pedra, com asas de morcego, os cabelos caindo pelo corpo pálido e tampando o bico dos seios. Seu corpo era, sem dúvida, perfeito. Suas pernas eram longas e bonitas, e ela usava uma curta saia avermelhada. Seus lábios eram cheios e vermelhos e ela tinha um sorriso sedutor.
Ao lado da imagem, a palavra literalmente berrava: Súcubo.
Harlan leu o texto que vinha a seguir:
Os Súcubos são demônios de sexualidade feminina, sendo elas uma oposição de Íncubo. Tentam os homens durante os sonhos, tomando a forma ou original delas, ou da pessoa amada. Nada as detém até que ela tenha relações sexuais com ele. Reanimam cadáveres depois de uma noite de amor, voltam ao estado putrefato. A maneira mais comum de se alimentarem é tendo uma relação sexual com sua vítima — ou seja, um homem — deixando-as exaustas e depois se alimentando da energia dispersada no ato sexual. Podem entrar numa casa sem ser convidadas, tomando a forma que quiserem. A vítima interpretará o que acontecera como um sonho. São comumente conhecidas como Vampiras da Europa Medieval.

Harlan olhava estupefato para o texto e depois, olhara para a imagem. Não digerira exatamente o que acabara de ler. Então aquela garota dos seus sonhos era aquilo? Uma súcubo? Não poderia ser. Ele nem ao menos acreditava naquilo! Ela, de fato, deveria ser algo de sua imaginação — afinal, era a garota perfeita para ele. 
— Demônios? — ele murmurou, com deboche. — Rá. Que piada.


Ele fechou a janela da internet e desligou o computador. Enfiou a mão nos bolsos da calça. Despediu-se com um aceno com a cabeça para a bibliotecária sonolenta, que quase engolia as xícaras de café que pegava com frequência. Ele voltou ao seu dormitório, quase que correndo — o tempo esfriara, e ele queria ter o conforto de sua cama.
Porém, ao chegar ao quarto, ele parou na porta, fechando-a atrás de si. Não poderia voltar a dormir — não quando ela estava em seus sonhos. Ela tirava sua energia, por isso que ele acordava exausto toda vez que sonhava com ela. Em algumas vezes, tinha de dormir até mais tarde e perder um bocado de suas aulas.
Seus olhos pesaram e seu corpo, de repente, ficou cansado. Ele tinha de dormir, infelizmente. Entretanto, tinha um plano: iria afastá-la todas as vezes que ela aparecia em seus sonhos. A mandaria buscar outro idiota para ela dar uma de gostosa e transar para alimentar-se.
Ele tirou o jeans que usava, ficando apenas com o moletom e a cueca. Ele colocou a calça de pijama e deitou na cama, puxando o cobertor para si. Cobriu-se e fechou os olhos.
Não demorou a cair no mais profundo sono.
E, naquela vez, sem a companhia da súcubo.


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Diablo abriu os olhos, e ofegou. Parecia que não respirava há anos. Ela tossiu e parou sentada na cama, com as mãos no meio do peito, forçando o ar a sair. Tossiu novamente e respirou fundo.
As palavras de Harlan saltavam em sua mente. Eu fui dormir ótimo e acordei com uma marca de três unhas nas minhas costas!
— É impossível — ela disse a si mesma. — Tem de ser impossível... Não poderíamos ter criado uma ligação tão forte...
— Falando sozinha, Diablo?
A voz feminina veio da poltrona. Ela rapidamente olhou. Era Legna, sentada na poltrona velha e detonada, com as pernas cruzadas.
Diablo não respondeu. Entretanto, Legna perguntou com calma:
— Encontrou... Ele?
— Não.
Legna assentiu com a cabeça.
— Tudo bem... Escute, só estou aqui para tirar uma dúvida do Therual.
— Diga, Leg.
Era a primeira vez que Diablo a chamava de Leg — até a mesma estranhara.
Legna deu um sorriso de escárnio.
— Foi você quem matou Lilith, Diablo? — ela perguntou. — Afinal... Nenhum anjo ou humano estava nas redondezas quando colocaram fogo nela e no galpão...
— Sim — Diablo interrompeu impaciente. —, qual o problema?
Legna olhou para ela, com evidente surpresa. Seu queixo estava caído e seus olhos levemente arregalados. Ela mal piscava.
— Qual o problema? — ela disse. — Qual o problema? — repetiu com indignação. — Escute, Diablo, você não esperava ganhar uma estrelinha por matar sua própria mãe, esperava? Por favor, diga-me que não!

— Não. — ela respirou fundo, buscando paciência. Ter um surto de Legna naquela hora não era algo muito agradável. — Eu não esperava. Olhe, eu matei uma das piores demônios de todo universo. Não vou pedir para que me agradeça por isso, mas que simplesmente não me torre a paciência. Você nunca falou nada a respeito de eu matar algum demônio. Por que isso agora?
Legna respirou fundo.
— Olhe, meu trabalho era apenas vir aqui e tirar as dúvidas vindas de Therual. Mas agora o negócio vai ser meio pessoal, Diablo. — ela disse com irritação. — Matar um demônio qualquer não é problema algum; nem ao menos há problema em matar algum demônio. É até bom. Bom não, ótimo. Mas você matou sua mãe, Diablo. Sangue do seu sangue. Carne da sua carne. Querendo ou não, ela era sua família e você tinha de aceitar. Matar sua mãe é... Errado.
Diablo arqueou uma sobrancelha.
— Aonde você quer chegar? Ou melhor, o que quer dizer com esse falatório todo?
— O que eu quero dizer — ela disse, com calma. —, é que vai ser um milagre caso sua Vela de Deus ainda esteja acesa nos próximos cinco minutos.
E, ao dizer aquilo, Legna desapareceu num piscar de olhos.
Diablo colocou a mão na testa e puxou a mão para trás, jogando assim junto, os cabelos. Seus olhos fixaram-se na vela branca acesa na cabeceira, a vela que nunca derretia e permanecia sempre acesa. Durante cinco minutos inteiros e exatos, ela ficou observando a vela. Percebeu que, nos últimos trinta segundos, a vela foi perdendo força... E no último segundo, apagou.
Observou a vela apagada por mais dez segundos. Depois, levantou-se da cama e disse, com calma:
— Cinco...
Foi até a poltrona com a sua velocidade desumana.
— Quatro...
Pegou o capote.
— Três...
Vestiu o capote.
— Dois...
Empunhou a arma.
— Um.
E a janela do quarto explodiu.

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Atualizado em: Sex 25 Fev 2011

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