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Grasso 2014 Capítulo 3: Meu Mundo e Nada Mais
Liz e Bruno estão caminhando juntos, animados, após um dia de aula.
Liz olha para Bruno.
— Então, minha mãe está bem com a gente saindo. Mas o meu pai...
— E se ele perguntar? O que você vai dizer? — pergunta Bruno.
— Vou dizer que estou indo para a casa da Kátia. Ele nunca suspeitaria — disse Liz.
Liz para, olha nos olhos de Bruno e dá um beijo suave nele.
— Até mais tarde! — diz Liz a Bruno.
Liz acena e começa a caminhar em direção à sua casa.
Liz entra na casa e ouve barulho vindo do andar de cima. Sua mãe desce as escadas carregando uma mala.
Ela suspira.
— Liz, eu não queria que você descobrisse assim...
Liz percebe a expressão preocupada da mãe e observa a mala nas mãos dela.
— Estou tendo problemas com seu pai... nós estamos nos separando — disse sua mãe com tristeza.
Liz fica em choque e não sabe o que dizer por um momento.
— Separando? Como assim? — pergunta Liz, confusa.
Sua mãe abre a porta da frente e para.
— Eu vou ligar pra você depois — diz, olhando nos olhos da filha.
Sua mãe sai pela porta e vai embora.
Liz fica parada, olhando para a porta fechada. Depois, se vira para seu pai, que está em pé na sala.
Liz se aproxima do pai, que parece imerso em seus pensamentos.
— Pai, o que aconteceu? — pergunta Liz.
Ele olha para Liz, mas hesita em responder. O silêncio é pesado entre eles.
Katia Cardellini – Katia é uma ativista de direitos humanos e aspirante a jornalista.
Katia Cardellini – Katia é uma ativista de direitos humanos e aspirante a jornalista.
José Ferreira — um palhaço da turma bem-humorado e imaturo.
Natasha Jonsson – uma garota, determinada e misteriosa,
André "Magrão" Kimmich – um estudante alto tem 1,95 m e amigável.
Leandra Lopes – uma garota punk rock teimosa que luta pelos direitos dos animais.
Elizabeth "Liz" Muller – uma garota tímida com um pai autoritário.
Bruno Roberto de Lima – um estudante inteligente e talentoso jogador de basquete, namorado solidário de Liz.
Cleiton Reis – Cleiton é um jovem cheio de sonhos e muito desconfiado é o melhor amigo de Nat.
Felipe Rodrigues – Felipe é um garoto rebelde e vive se metendo em confusão para desespero de seu pai.
Amanda Souza – uma garota punk-rock tranquila, defensora dos direitos Animais, e que está lidando com a situação de ser mãe adolescente de sua filha Luiza.
Valeria Tralli – Valéria é uma garota popular com pais negligentes. Ela tem 1,83 e está no time de vôlei da escola, mais está começando a se interessar por cinema.
Estevão Motta Zieler — um garoto atlético, bonito e charmoso, mas muito tímido e inseguro.
No dia seguinte, na escola, Liz e Kátia estão sentadas nas arquibancadas, assistindo ao treino do time de basquete do qual Bruno e José fazem parte. O barulho das bolas quicando e os gritos dos jogadores preenchem o ambiente.
— Kátia, eu não consigo acreditar que meus pais estão se separando. Ontem foi um dia tão estranho... — diz Liz, suspirando e olhando para a quadra.
Kátia vira-se para Liz, com um olhar sério em seu rosto.
— O que aconteceu? Você parece tão abatida — perguntou Kátia, preocupada.
— Eu não sei nem onde minha mãe está agora. E meu pai... ele não vai me contar nada — respondeu Liz, abrindo o coração.
Kátia observa os jogadores por um momento antes de responder.
— Talvez seu pai esteja chateado. Isso deve ser difícil pra ele também.
— Chateado? Ele não tem emoções. Ele só se importa com as coisas dele — falou Liz, com desdém.
Kátia tenta entender a situação enquanto observa Liz com empatia.
— Eu não quero que eles se separem...
Kátia faz uma pausa, pensando em como ajudar a amiga.
— E se... talvez seu pai tenha tido um caso? — perguntou Kátia.
Liz ri sarcasticamente, balançando a cabeça.
— Não, Kátia. Ele é muito antiquado pra fazer algo assim. Minha mãe queria voltar para a universidade e meu pai disse que ela não podia. Isso deve ter deixado ela frustrada.
Liz suspira, sentindo-se culpada por desabafar tanto e olha para Kátia.
— Desculpa por reclamar tanto sobre isso... Eu só... não sei como lidar.
Kátia sorri gentilmente para Liz, colocando a mão em seu ombro.
— É normal se sentir assim. Você pode desabafar comigo sempre que precisar — disse Kátia, compreensiva.
Liz sorri levemente, agradecida pela amizade de Kátia.
As duas olham para o treino de basquete, um pouco mais confortáveis na companhia uma da outra, mas a preocupação ainda paira no ar.
Mais tarde, José e Felipe caminham pelo corredor quando avistam Valéria e Amanda conversando perto do armário. Eles se aproximam com um ar animado.
— Ei, Valéria, tudo bem? Nossa banda quer gravar um vídeo e estamos pensando em pegar sua câmera emprestada.
Valéria levanta uma sobrancelha, interessada.
— Claro! Contanto que eu grave — disse Valéria.
José faz uma expressão de descontentamento.
— Ah, não... Valéria, eu que vou gravar — disse José, relutante.
Valéria olha para José, firme em sua decisão.
— Se vocês querem minha câmera, eu sou a única que vai gravar o vídeo. Essa é a regra — disse Valéria com uma expressão séria.
José olha para Felipe, que dá de ombros, sem saber o que fazer.
José estala a língua.
— Tá bom, tá bom... Eu concordo. Mas só porque precisamos da câmera.
Valéria sorri satisfeita.
— Perfeito! Então vamos começar amanhã depois da escola — disse Valéria.
José e Felipe trocam olhares de empolgação enquanto se afastam.
No pátio da escola - Momentos depois.
José e Felipe encontram André sentado em um banco, olhando para o celular. Eles se aproximam com entusiasmo.
— André! Adivinha! A Valéria vai deixar a gente usar a câmera dela! — disse José.
André levanta os olhos, surpreso.
— Sério? Isso é ótimo! Vocês já têm um plano? — perguntou André, sorrindo.
— Sim, você conseguiu o dinheiro?
André tira um maço de dinheiro do bolso e entrega para José.
— Aqui está! Tive que limpar minha conta poupança para conseguir isso — respondeu André.
José olha para o dinheiro com um sorriso satisfeito.
— Isso é perfeito! Com isso, podemos pagar as despesas de gravação — disse José, animado.
Felipe franze a testa, curioso.
— Mas por que você não colocou nenhum dinheiro, José? — perguntou Felipe.
José encolhe os ombros, meio envergonhado.
— Porque estou quebrado! Não sobrou nada pra mim — disse José, sem jeito.
André ri e sugere com um olhar pensativo.
— José, você já tem um roteiro pra esse vídeo? — perguntou André.
José rola os olhos e sorri despreocupadamente.
— Ah, tudo o que precisamos é de uma garota de biquíni. Isso já garante views! — disse José, confiante.
Felipe olha sério para André, que balança a cabeça negativamente.
Liz e Bruno estão caminhando juntos, voltando da escola para casa.
— Você precisa conversar com seu pai sobre tudo isso. Ele tem que te explicar o que está acontecendo — disse Bruno.
Liz suspira.
— Eu não posso fazer isso, Bruno. É muito complicado.
Bruno para e olha fixamente para Liz, preocupado.
— Ok, mas eu vou ligar pra você hoje à noite. Precisamos falar mais sobre isso — falou Bruno.
— Não faça isso! Se meu pai atender, ele vai ficar bravo — respondeu Liz.
Bruno faz uma careta, entendendo a situação.
— Se seu pai atender, eu desligo na hora. Mas não posso prometer que não vou ligar.
Liz abaixa a cabeça, pensativa.
— Mas se você não quiser, eu não ligo; vou respeitar sua decisão.
Mais tarde, Liz está preparando o jantar. O cheiro do macarrão com queijo Kraft preenche a cozinha. Seu pai entra e eles se servem.
Willian come o macarrão.
— Liz! Esse macarrão com queijo está ótimo!
Liz sorri timidamente.
— Obrigada! Espero que esteja bom.
— Então... Precisamos conversar sobre algumas coisas — disse Willian.
Liz olha para ele, nervosa.
— Precisamos trabalhar juntos como uma equipe agora. Vou fazer algumas tarefas domésticas, mas você também precisa fazer; você precisa se concentrar mais nos seus estudos, preparar-se para a universidade... Não pode sair tanto.
— Mas eu raramente saio! Só vou pra casa da Kátia! — disse Liz, na defensiva.
O pai dela mantém o olhar firme.
— Eu sei que você está saindo com aquele garoto.
Nesse momento, o telefone toca repentinamente. O pai de Liz se levanta para atender.
Willian atende ao telefone.
— Alô?
Ele desliga.
— Foi engano — disse Willian.
Os dois voltam a comer em silêncio novamente, imersos em seus próprios pensamentos.
Na manhã seguinte, José está na escola conversando com Kátia.
— Não! Claro que não! — gritou Kátia.
— Por que? — perguntou José.
— Sério, José? Isso é totalmente sexista. Por que eu teria que fazer isso?
— Você usou um biquíni o verão todo e tem um corpo incrível. Não é nada demais!
— Esse é o seu argumento? Essa é uma proposta ridícula. Não vou fazer isso! — disse Kátia, se mantendo firme.
— Olha, amor, foi um elogio! Eu não pediria isso a qualquer um. Só pensei que você seria perfeita para o papel.
Kátia dá uma última olhada em José, mas sua expressão ainda é de descontentamento.
— Não estou interessada.
Kátia se vira e começa a se afastar, deixando José frustrado. Ele suspira e observa Kátia ir embora.
Enquanto isso, ele nota Sara Lima, parada perto do bebedouro, observando a cena. Ele se aproxima dela com um sorriso esperançoso.
— Ei, Sarita! Você gostaria de ser uma das estrelas do meu vídeo? — perguntou José, sorridente.
Sara levanta as sobrancelhas, intrigada pela proposta.
— Estrela do seu vídeo? O que você tem em mente? — perguntou Sara, sorrindo curiosa.
José se anima com a possibilidade e começa a explicar suas ideias enquanto eles caminham pelo corredor.
— Então, estamos fazendo um clipe pra minha banda. E eu pensei que você poderia trazer uma vibe incrível pro projeto...
Os dois vão se afastando pelo corredor enquanto José explica.
Na sala de informática, Bruno está sentado em um computador, concentrado em sua tela. Liz entra, olhando ao redor até avistar Bruno. Ela se aproxima dele com um olhar curioso.
— Oi, Bruno! Você ligou pra mim ontem à noite? — perguntou Liz.
Bruno desvia o olhar da tela.
— Ah... não, eu não liguei.
— Estranho... Havia dois números desconhecidos no identificador de chamada e, geralmente, não recebemos nenhum, então foi bem esquisito — diz Liz.
Bruno faz uma expressão de confusão.
— Eu meio que suponho que era minha mãe tentando ligar. Meu pai deve ter visto e, em uma tentativa de controlar tudo, não deixou eu falar com ela.
Bruno franze a testa, pensando na situação.
— Não é de se admirar que sua mãe tenha ido embora — disse Bruno com um tom mais sério.
Antes que Liz possa responder, o sistema de som da escola faz um anúncio:
— Liz Muller! Por favor, dirija-se à recepção da escola.
Liz olha para Bruno com um olhar confuso.
Liz entra na recepção e vê sua mãe sentada, parecendo ansiosa. A expressão dela se ilumina ao ver Liz.
— Liz! Filha. Eu tentei ligar pra você ontem à noite, mas seu pai percebia que era eu e desligava na minha cara.
— Mãe, o que aconteceu entre a você e o pai?
Sua mãe suspira, olhando para o chão antes de responder.
— A gente brigou e ele disse que se eu saísse de casa, eu nunca mais deveria voltar.
Liz olha para a mãe, seu coração apertando.
— Ele está tentando controlar você também, mãe! Ele faz isso comigo também. Ele sabe sobre meu namoro com o Bruno!
Sua mãe se aproxima, colocando a mão no ombro de Liz.
— Olha, eu quero que a gente jante juntas esta noite. Precisamos conversar — disse sua mãe.
Liz parece relutante, ainda pensando nas consequências.
— Mas e meu pai? Ele vai ficar sabendo...
Sua mãe balança a cabeça, determinada.
— Ele não pode me impedir de te ver — disse sua mãe.
Liz faz uma pergunta que está pesando em sua mente.
— Mãe, o pai está tendo algum caso? Foi por isso que vocês brigaram?
Sua mãe hesita antes de responder, como se estivesse decidindo se deve abrir o jogo.
— Não... na verdade, eu estou saindo com alguém, é por isso que eu queria falar com você.
Liz fica surpresa e um pouco chocada.
— Que tal irmos a um restaurante pra jantarmos? Eu vou ligar esta noite pra você.
— Ok, beleza, eu tenho que voltar pra aula.
Liz sai da recepção em silêncio, sem demonstrar muito entusiasmo. Conforme caminha de volta para a sala, seu semblante é pensativo e distante, claramente não tão interessada na proposta da mãe como antes.
Valéria e Nat estão paradas em frente a uma parede, com uma câmera na mão. Nat está animada enquanto Valéria explica como funciona.
— Olha, é simples. Você só precisa apertar esse botão aqui pra gravar.
Nat observa atentamente enquanto Valéria demonstra.
— Legal! Posso gravar alguma coisa? — perguntou Nat, entusiasmada.
Valéria acena com a cabeça, incentivando.
Nat pega a câmera e começa a filmar a escola; ela vira a câmera para Felipe, que está andando pelo corredor. Ela começa a gravar e depois comenta:
— Ele é fofo!
Valéria levanta uma sobrancelha, curiosa.
— Ok, qual é a história disso? Tem algo entre vocês? — pergunta Valéria.
Nat rapidamente nega, balançando a cabeça.
— Não, não tem nada pra contar! É só... ele é legal — disse Nat, envergonhada.
Valéria ri, percebendo a timidez de Nat.
No refeitório, Liz está sentada à mesa com Katia e Bruno. Liz parece distante. Ela finalmente decide compartilhar o que está passando.
— Gente, vocês não vão acreditar... minha mãe está saindo com alguém. Me sinto traída. Como ela pode fazer isso com meu pai?
Katia e Bruno se entreolham, surpresos.
Bruno tenta ser compreensivo e coloca uma mão no ombro de Liz.
— Olha, se ela gosta do cara, provavelmente ele é uma boa pessoa.
Liz franze a testa, não convencida.
— Mas eu me sinto mal pelo meu pai! Ele não merece isso.
Bruno olha para Liz.
— Liz, seu pai não tem tratado sua mãe muito bem. Isso não justifica o que ela fez, mas...
Liz abaixa a cabeça, pensativa.
José está encostado na parede, observando Kátia e Claiton conversando animadamente. Kátia ri de algo que Claiton disse, e José franze a testa com uma expressão confusa.
Felipe se aproxima de José, percebendo sua expressão.
— E aí, José! Você tá com ciúmes da Kátia conversando com o Claiton? — Felipe pergunta, brincando.
José rapidamente nega, mas seu olhar ainda está fixo em Kátia.
— Não, claro que não! Só... só estou observando. Na verdade, eu estava pensando em umas ideias para o nosso videoclipe!
Felipe levanta as sobrancelhas, interessado.
— Ah, me conta então — pede Felipe.
— Vamos tomar um cafézinho que vou te explicar tudo.
Os dois caminham em direção à cantina da escola.
Depois da escola, José está com Felipe e André, mostrando a Valéria a lixeira, que é onde ele quer gravar o vídeo. José gesticula animadamente, explicando sua ideia para o videoclipe.
— Então, Valéria, eu estava pensando... Aqui pode ser o cenário perfeito!
Valéria olha para a lixeira com uma expressão de dúvida.
— Sério, José? Uma lixeira? Isso é meio... nojento.
Nesse momento, Sara aparece, se aproximando.
— Oi, gente!
José sorri.
— Sara! Onde está seu “figurino”? — pergunta José.
— Está aqui embaixo do casaco. Não vou tirar até a gravação começar!
Valéria franze a testa, confusa.
— Figurino? Que figurino vocês estão falando?
Sara dá um sorriso maroto e abre o casaco, revelando um biquíni.
Valéria faz uma expressão de nojo.
— O que? Você vai gravar o vídeo assim? — pergunta Valéria.
Sara dá de ombros, despretensiosa.
— O José vai me pagar 200 reais pra eu usar biquíni no vídeo. Isso está mais para uma transação comercial.
Felipe e André ouvem a conversa. Felipe faz uma cara de desaprovação.
— 200 reais? José, você tá maluco? Como você gasta o nosso dinheiro assim? — diz Felipe irritado.
José tenta se defender, mas Valéria o interrompe.
— Você é um porco machista e não vai usar minha câmera pra isso, José. Isso é totalmente nojento! — Valéria fala, irritada.
Ela empurra José em direção à lixeira com raiva.
— Ei! O que foi isso?! — diz José, chocado.
José luta para sair do lixo enquanto Sara se aproxima dele com um olhar sério.
— Cadê meu dinheiro, José?
José se levanta e sacode o lixo de suas roupas.
— Você não filmou nada ainda! Então não vão receber nada!
Sara dá um sorriso malicioso e empurra José de volta para a lixeira.
— Então pode ficar aí onde é o seu lugar.
Ela vira as costas e vai embora, deixando José frustrado.
Caminhando para casa, Bruno e Liz caminham lado a lado, o sol brilha forte. Bruno olha para Liz com um semblante sério.
— Amor, se você pudesse escolher, com quem você prefere morar? Acho que sua mãe seria melhor pra você morar.
Liz hesita, olhando para o chão antes de responder.
— Eu também acho, mas ainda me sinto mal pelo meu pai.
Bruno fica em silêncio, respeitando os sentimentos dela.
— Mas eu gostaria de morar com minha mãe.
Liz chega na esquina de sua casa.
— Eu preciso entrar, até amanhã — diz Liz.
— Até amanhã, amor — responde Bruno, dando um beijo em Liz.
Liz entra em casa e fica surpresa ao ver seu pai sentado na sala. Ele segura uma toalha e parece um pouco perdido.
— Oi, Liz! Decidi tirar uns dias de folga. Olha só! — disse seu pai, sorrindo timidamente.
Ele levanta a toalha para mostrar as roupas que lavou. Tudo está rosa.
— Olha como tudo ficou rosa. Eu não consigo fazer nada direito...
Liz se preocupa ao ver a expressão triste do pai.
— Que cheiro é esse? — perguntou Liz.
Willian corre para a cozinha e pega uma panela quente. De repente, ele deixa a panela cair no chão e queima a mão.
— Ai! — gritou Willian, com uma expressão de dor.
Liz rapidamente se aproxima dele e o ajuda.
— Põe sua mão na água fria! Eu vou pegar a panela!
Ela corre para pegar a panela enquanto ele coloca a mão na pia com água fria.
— Desculpa, Liz... Eu só queria fazer o jantar como sua mãe costumava fazer.
Liz olha nos olhos do pai com carinho.
— Eu consigo fazer isso! Não precisa se preocupar.
Willian começa a chorar, sentindo-se incapaz.
— Eu não consigo fazer nada direito... Mas estou feliz por você estar aqui comigo.
Liz aproxima-se dele e o abraça apertado enquanto ambos choram juntos.
O telefone toca incessantemente sobre a mesa, mas nenhum dos dois atende. Eles estão abraçados, buscando conforto um no outro.
No dia seguinte, no pátio da escola, José conversa com André e Felipe, que estão bravos com ele.
— José, você não pode simplesmente fazer o que fez com o vídeo! Você deveria ter falado com a gente antes! — disse André, inconformado.
— É, exatamente! Você decidiu tudo sozinho. Isso não é justo!
José respira fundo, tentando manter a calma.
— Eu sei que errei. Mas eu entendo que essa é a nossa banda e as nossas ideias. No futuro, tudo será decidido em grupo.
André e Felipe trocam olhares céticos.
— E o nosso dinheiro? — os dois perguntam em uníssono.
José hesita por um momento, mas logo responde com sinceridade.
— Eu estou pedindo uma chance, só mais uma oportunidade para fazermos isso juntos.
Felipe e André olham um para o outro, considerando a proposta de José. Após um breve silêncio, eles relutantemente concordam.
— Tá bom... Mas só porque somos amigos — disse Felipe.
— Sim, mas isso não significa que não estamos bravos com você agora.
José sorri aliviado.
— Ótimo! Então eu tive uma ideia incrível!
André e Felipe olham um para o outro.
Dentro da escola, Bruno olha para Liz com preocupação.
— Ei, Liz, como foi o jantar com sua mãe?
Liz suspira profundamente, olhando para baixo.
— Na verdade, não fui... Meu pai não pode fazer nada por conta própria. Se eu deixar ele sozinho, o que vai acontecer?
Bruno balança a cabeça, frustrado.
— Liz, isso é um problema do seu pai, não seu. Você não pode carregar esse fardo sozinha.
— Mas e se eu não estiver lá? Ele... ele precisa de mim.
Bruno se inclina para frente, olhando diretamente nos olhos dela.
— Você realmente acha que vai conseguir viver assim? Cozinhando e limpando para ele? Seu pai é um ditador imundo!
Liz fica visivelmente chateada; seus olhos se enchem de lágrimas.
— Bruno, eu não preciso disso de você! Eu só preciso de amizade e apoio agora...
As lágrimas começam a rolar pelo rosto de Liz. Bruno rapidamente se aproxima e a segura pelos ombros.
— Liz, calma... Não tome nenhuma decisão importante agora. Você precisa de tempo para pensar sobre tudo isso.
Liz respira fundo, tentando controlar as emoções enquanto Bruno a abraça confortavelmente.
Este episódio compartilha o título com a música de 1976, “Meu Mundo e Nada Mais,” de Guilherme Arantes.
Este episódio compartilha o título com a música de 1976, “Meu Mundo e Nada Mais,” de Guilherme Arantes.
Atualizado em: Sex 21 Mar 2025