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Carol e seus problemas
Carol contava dezeseis anos e já tinha muitas responsabilidades, algumas delas fruto do descaso de um pai ausente, e em parte de uma mãe sobrecarregada entre casa, filhos e serviço.
Carol era extremamente esguia e branca como papel, quem a olhava tinha a sensação de ver alguém doente ,e não errava.
Apresentava graves problemas emocionais que a deixavam sem apetite e sem vontade de sair de casa, além de ter de cuidar de dois irmãos ainda crianças que lê roubavam todo seu tempo de adolescente .
Mais Carol ainda tinha o pior dos problemas enxergava coisas muito além do observável pra qualquer pessoa normal, e a chegada da noite sempre trazia medo e insônia.
Não raro confundia-se entre estar diante da realidade ou estar vivendo um pesadelo sem fim, e todos os dias era visitada por alguém com olhos brilhantes como fogo que a espreitava do lado de fora da janela.
Carol apesar da sua tenra idade achava que o mundo não era seu lugar, e vinha arquitetando fazia algum tempo alguma forma de deixa-lo, o problema apenas era escolher uma forma rápida e sem dor.
Tinha na sua cabeça três escolhas, tomar veneno, analgésicos em demasia ou a velha e boa corda,
O veneno seria fácil de conseguir e tinha bastante em casa para matar muitos ratos e se tomasse uma boa dose seria fatal, porém sabia que antes padeceria de dores terríveis; os analgésicos combinados com algum sonífero seriam suficientes ,mais havia receio de sobreviver e as coisas ficarem ainda piores , sobrou a corda, se bem sabia que a morte por sufocação era terrível, também sabia que não haveria retorno e o sofrimento duraria apenas até seu cérebro ficar sem oxigênio .
Já era tarde enquanto fazia estás conjeturas, estava deitada e sozinha como nunca tinha se sentido, olhou pela janela e mais uma vez viu aquela coisa com olhos de fogo penetrantes á espreita-la porém agora não sentiu o terror que a invadirá outras vezes, era como se nada mais importasse.
Foi até a janela encarou aquele ser fantasmagórico e agora podia ver mais que seus olhos de fogo, a surpresa foi tão grande e terrorífica que quasse desmaiou, pois percebeu seu próprio semblante a olhando fixamente com um sorriso que beirava a ironia ou o sarcasmo, então sua imagem apontou o dedo para o espelho no quarto, Carol juntou coragem e foi ver.
A sua imagem no espelho a deixou pasma e sem reação, ela estava com o pescosso vermelho e seu pés já não tocavam o chão,
Mais atrás percebeu um pequeno banco e uma corda pendurada perto da lâmpada no teto.
Carol com olhos de fogo estava ali pendurada olhando pra ela mais uma vez, agora a última vez...
Atualizado em: Qua 16 Jun 2021