- Terror
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Anna
Capítulo 1 - O Castelo
Era uma noite de sexta-feira fria e chuvosa em julho no meio do inverno quando a família Pinheiro estacionou seu velho carro cinza na garagem de sua nova casa, localizada em Santa Catarina. De dentro do carro o pequeno Pedro podia ver toda a estrutura de seu novo lar, era uma casa muito antiga, porém bem conservada. A casa havia pertencido a sua falecida avó por parte de pai, porém essa era a primeira vez de Pedro no local, até mesmo seu próprio pai não visitava a casa desde que havia se mudado para a cidade grande aos 18 anos. Poucos anos depois a velha Senhora Maria ficou muito doente e precisou ir morar junto de seu filho e netos, até que partiu em paz durante o sono e abraçada por sua família, o pequeno Pedro tinha apenas 1 ano na época.
Era uma noite de sexta-feira fria e chuvosa em julho no meio do inverno quando a família Pinheiro estacionou seu velho carro cinza na garagem de sua nova casa, localizada em Santa Catarina. De dentro do carro o pequeno Pedro podia ver toda a estrutura de seu novo lar, era uma casa muito antiga, porém bem conservada. A casa havia pertencido a sua falecida avó por parte de pai, porém essa era a primeira vez de Pedro no local, até mesmo seu próprio pai não visitava a casa desde que havia se mudado para a cidade grande aos 18 anos. Poucos anos depois a velha Senhora Maria ficou muito doente e precisou ir morar junto de seu filho e netos, até que partiu em paz durante o sono e abraçada por sua família, o pequeno Pedro tinha apenas 1 ano na época.
A forma como a casa foi construída com sua madeira escura, o enorme número janelas e seu tamanho colossal causavam um arrepio que nunca havia sentido antes mas também despertava sua curiosidade. “Quantos quartos devia ter? Quantas janelas? E passagens secretas como em um antigo castelo assombrado, será que tinha?” Porém todos seus pensamentos foram interrompidos por uma batida na janela, era seu pai Antônio, ele estava do lado de fora do carro com uma das caixas da mudança e um guarda chuva, olhando para o filho através do vidro perguntou calmamente :
— Não vai sair para conhecer nossa nova casa?
— Vou, só estava um pouco distraído.
— Você viu alguma coisa que te assustou? Ou alguém?
— Não, nada por enquanto, só fiquei pensando no tamanho dela e como ela parece aquelas de filmes antigos.
— É, ela é bem grande mesmo, tem muitos cômodos onde você vai poder brincar, por que não entra e começa a explorar? O seu quarto é o primeiro a direita da escada no segundo andar, era o mais próximo que tinha do meu quarto.
— Tudo bem, vou entrar – disse Pedro pegando duas caixas ao lado – vou levar essas aqui comigo para te ajudar.
Ao entrar na casa percebeu que o interior era tão grande quanto o lado de fora, porém um pouco mais bonito. Tinha muitas cadeiras, mesas, pinturas, estantes e obviamente poeira, muita poeira. Sua mãe, Carla, estava tirando da caixa todos os utensílios de cozinha e colocando em cima de uma das mesas, ela se assustou com sua presença repentina mas logo em seguida sorriu e foi em sua direção, ela andava com um pouco de dificuldade, estava grávida de 6 meses e o bebê tinha sido o motivo pelo qual eles haviam saído da cidade e ido parar naquela casa afastada e solitária. “Será melhor para o bebê crescer longe da agitação urbana” “ Lá existem muitos quartos e espaço” “ Você é quem deverá cuidar dele Pedro, afinal vai ser o irmão mais velho”. Nada disso fazia sentido para ele, a cidade era legal e tinha muitas outras crianças, sua antiga casa era perfeitamente espaçosa e desde quando um irmão mais velho devia cuidar dos mais novos? Sua irmã Isabela tinha 17 anos e há muito tempo não dava atenção para ele, apenas queria saber de sair com seus amigos estranhos e metidos. Sua mãe se ajoelhou com dificuldades ao seu lado e perguntou :
– Tudo certo? Já encontrou seu quarto? Seu pai acabou de levar uma caixa cheia de seus brinquedos lá pra cima e sua cama também está pronta caso queira descansar um pouco.
– Não quero descansar, quero brincar com alguém, vamos brincar de pique pega ou então pique esconde? Tenho certeza que aqui tem muitos lugares legais para se esconder – disse o pequeno animado.
– Me desculpa filho, você sabe que eu tenho estado fraca por causa do seu irmão – disse ela tocando em sua barriga – mas eu prometo que mais tarde quando eu e seu pai terminarmos de arrumar tudo, vamos jogar algum jogo de tabuleiro com você.
– Tudo bem – disse Pedro desanimado – vou para o meu quarto brincar sozinho.
– Me desculpe mesmo filho, eu prometo que vamos nos divertir mais tarde – disse sua mãe, mas ele já havia saído da cozinha e estava subindo as escadas.
O caminho até seu quarto foi longo, primeiro pois a escada era longa e segundo pois estava tentando segurar o choro, ele nunca foi de chorar quando era mais novo e agora com 12 anos era mais difícil ainda, porém os últimos meses não tem sido fáceis, com os pais ausentes por conta do trabalho e de seu futuro irmão .
Quando chegou no andar de cima teve uma visão mais ampla da casa, se saísse da escada em uma direção reta cruzando todo o longo corredor escuro, encontraria o quarto de sua irmã, que já estava fechado e com um som alto de alguma banda adolescente ; localizado a direita do quarto de sua irmã ficava o escritório do seu pai, onde ele no futuro montaria um estúdio de fotos ; logo em seguida vinha o quarto de costura de sua mãe, seria ali onde ela deixaria todos seus projetos, máquinas, roupas e manequins ; o próximo quarto estava lotado com coisas para bebês, um berço, armário, brinquedos presos no teto e um papel de parede imitando um céu estrelado, ele fechou a porta deste e seguiu para seu quarto que ficava logo ao lado, do seu quarto era possível ver o de seus pais que aparentemente era um pouco e maior e também podia ver parte da escada que levava ao andar de cima, ele ainda não tinha ido até o terceiro andar mas sabia que tinha uma sala de jogos, uma pequena biblioteca, alguns quartos vazios e uma segunda suíte. Também tinha um sótão mas este local ele não ousava investigar sozinho, muito menos a noite.
Atualizado em: Seg 29 Mar 2021