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Curtas. Deborah, Bob, João, Pedro e André

Deborah estava triste.

Não era aquela tristeza de chorar, ou mesmo de sofrer, era aquela que a gente fica sentado olhando para o nada, tentando entender o que estava acontecendo e porque a vida era daquele jeito tosco, sem sentido em sem cores.

Deborah ainda estava triste.

Talvez Deborah estivesse triste por causa de algo ruim que havia acontecido, ou mesmo de uma nota ruim na escola, ou de um amor não correspondido ou de um amor falecido – de terminado – com ou sem explicação, mas que explicação se da para um amor terminado?

Deborah respirava com melancolia.

E por isso Deborah ainda estava triste.

Sentada na calçada com as pernas abertas, usando aquele short que seu pai odiava, aquele short curto que começava na cintura e terminava no fim das nádegas, a jovem de quinze anos, usando uma camiseta sem manga que chegava na cintura, com os cabelos presos, e sem óculos que usava para leitura, debaixo daquela chuva, Deborah estava triste.

Descalça, e com os pés na água que corria na guia da calçada, ela não se importava se ia ficar doente, se seu espírito já estava triste, do que adiantaria viver? Viver para que, se a alma de Deborah, ainda estava triste?

 

Bob, o cachorro de Deborah estava triste.

Com os pelos exarcados, o poodle de nome Bob, deitado sobre uma das pernas abertas de Deborah estava triste.

Não dizem que o cão sente o que o dono sente? Bob sentia a mesma coisa que Deborah sentia.

Não era tristeza, não era sofrimento e nem era dor ou agonia.

Bob só sentia tristeza que sua dona sentia.

Ah! Os olhos de Bob, quanta melancolia. Os tristes abaixados, curtos, sofridos, úmidos de tanto chorar. Mas como é possível que um cão pudesse chorar. Mas Bob chorava de tanta tristeza em seu coração.

E quando sua Deborah suspirava, sentido toda a tristeza de seu coração,

Bob o cão lhe acompanhava tentando pegar de sua dona toda aquela emoção, aliviando o pobre coração de sua dona e amada.

 

Pedro,

João,

E André,

o paraíso descera ali,

sentados na calçada, viam tudo o que queriam dali. Não tinham binóculos, nem câmera pra filmar. Pedro, João e André até tentava se controlar, mas cada suspirada e um peitos levantados, bicos arriados para cima como duas jaboticabas lindas, os meninos até tentavam desviar, olhar para o cachorro era o único jeito de se afastar do caminho que o padre dizia, que o vale do inferno, mas quanto mais os olhos se desviam para o pobre cão, mas a porta do inferno se abria, e vendo toda a mata que ali estava, os meninos tentavam desvendar com o olhar, onde estava tal porta do paraíso que um dia eles queriam entrar.

Pedro, João e André, estavam a minutos sem respirar, e quando o portão se fechava, era hora de eles se acalmar, mas de repente vinha uma espreguiçada que levantava todas as tendas do paraíso e os montes do pão de açúcar com as ameixas a se mostrar, Pedro, João e André, já não conseguia mais controlar.

Mas então algo aconteceu, e Deborah levantou, ajeitou a roupa, puxando o short e descendo a camisa, carregando seu cão entrou.

Alívio para os meninos, que podia ir para casa “relaxar”, mas logo veio o diabo, de novo atentar, sentada de mine saia, um top curto para provocar, Ana Júlia sentou e começou a chorar.

 

A maldita água da chuva desenhou o corpo da ruiva, que logo suspirou e os montinhos se mostraram dizendo aqui estou, e quando ela abriu a perna para se acomodar...

Pedro, João e André não conseguiram mais segurar o “relaxar”.

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Atualizado em: Ter 3 Fev 2015

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