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PAVOR DO BICHO PERERECA !

A professora finalizava sua aula de biologia, apresentando as enormes figuras dos mais diversos tipos de répteis coladas numa cartolina quando introduziram na perna da minha calça, uma perereca que subiu desesperadamente em busca de abrigo até se acomodar debaixo do meu saco. Até o pobre animal ter alcançado ao seu refugio eu já havia gritado, esperneado. Não suportando tamanha angústia tirei a calça e joguei-a ao chão com violência na expectativa que fosse junto o tal bicho gelado e pegajoso. Ergui meus testículos em busca de vestígios sem me dar conta que estava completamente nu frente à professora. Todos pasmos, boquiabertos, não esperavam tamanha reação. Sem saber onde me esconder de tanta vergonha, abaixei para recuperar minha calça, mas a perereca lá estava saindo dela e de olho em mim como se fosse esticar sua língua para abocanhar uma minhoca. Deixei a calça e sai correndo. Abaixei a frente da curta camisa e parti em busca de refúgio. Pulei no primeiro muro baixo que encontrei e cai dentro do cemitério. Havia um túmulo aberto onde resolvi me esconder, puxei a tampa e por lá fiquei na esperança que chegasse a noite. Algumas horas depois, ouvi vozes de lamentos e choros vindos em minha direção. Pensei... “aquele túmulo vago deve ser preenchido. Empurrei a tampa com os pés e gritei: “estou saindo”! Quando coloquei a cabeça para fora, vi apenas poeira pairando no ar e mais ninguém, o silencio era total. Dei alguns passos com desconfiança e logo em frente vi um caixão como se estivesse sido jogado. A tampa entreaberta deu para perceber que havia um corpo de um homem que aparentemente tinha a minha estatura. Olhei para um lado e para o outro, não vi ninguém, fiz o sinal da cruz, pedi perdão a Deus e a pobre alma e tirei suas calças e vesti com certa dificuldade. Para o meu alívio cheguei em casa e fiquei feliz da vida ao ver a minha mãe de velho lenço na cabeça. Sem esperar que dissesse nada e sem reparar a calça cotó que usava, me indagou: “Onde estava menino? Porque demorou tanto na escola? Fiquei preocupada. O Rádio acabou de "dizer" que tem um tal de NECRÓFILO MALUCO solto na cidade"! Sem entender nada do que aquilo significava, sai para me livrar daquela calça que já estava provocando coceira no meu saco, ao lembrar da perereca com sua língua para fora como se fosse me devorar .

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Atualizado em: Qui 3 Jun 2010

Comentários  

#12 Roberval 04-09-2010 00:04
ótimo texto parabéns, voltarei sempre.
#11 Pamaro 17-06-2010 11:03
Qualquer dia você estará dando "shows" na TV com essas suas histórias humorísticas, bem arquitetadas. Parabéns!
#10 rackel 14-06-2010 11:26
Ô, imaginação fértil, hein? Adorei.
#9 CLARICE_ 06-06-2010 16:57
:love: Belo conto, divertido! Parabéns! Abraços! :love:
#8 neybomfim 22-05-2010 19:58
Uma honra para mim a tua visita. Obrigado!
#7 Kokranne 22-05-2010 18:42
Sensacional...realmente muito engraçado, bem escrito.Envolvente. Estrelas . Parabéns!
Gracias pelas visitas e comentarios.
#6 ANTENA 22-05-2010 18:26
Hilário, gostei muito do trecho do pessoal correndo de medo, após o "tô saindo" e a poeira subindo.



abraço anarquista
#5 neybomfim 22-05-2010 18:08
OBRIGADO PELA VISITA.
+1 #4 Cely 21-05-2010 10:28
:D
Adoro ler seus contos...
Suas histórias são deslumbrantes...
Milhões de estrelas!!!
Beijos no coração.

:love: :love: :love: :love: :love: :love: :love: :love: :love: :love: :love: :love:
+1 #3 neybomfim 21-05-2010 10:20
OBRIGADO MEU ANJO.

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