- Mitologia Grega
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Ártemis - A Protetora da Natureza
A irmã gêmea de Apolo é também seu par complementar. Se Apolo conduz a luz do Sol, Ártemis conduz a luz da Lua. Ele é a exterioridade do masculino, enquanto ela é a interioridade do feminino. Por isso governa a vida com os ciclos da Lua, os ciclos da fecundidade da Terra e do feminino.Recebeu de seu pai, Zeus, uma aljava cheia de flechas de ou infalíveis. Utilizava-as para atingir mortalmente quem ousasse transgredir ou desrespeitar as leis da natureza, daí nasceu sua fama de caçadora. Ela representa algo que hoje começamos a tomar consciência: a natureza, quando é agredida ou desonrada, vinga-se espalhando desertos, fome e desolação. Estas são as flechas certeiras de Ártemis, que o homem moderno, com toda a sua tecnologia, não se mostrou ainda capaz de compreender e deter.Ártemis pediu a seu pai, Zeus, para permanecer virgem e intocada, e isso quer dizer que a natureza deve assim ser honrada, e assim permanecer tanto quanto possível. O progresso não pode ser o reverso da natureza, muito menos provocar sua devastação, pois pagaremos um alto preço por isso, na verdade, já estamos pagando. As flechas de Ártemis são a poluição, os desertos e a fome, sem falar nas doenças advindas do desrespeito à natureza. Ela é a misteriosa deusa lunar porque exige que os ciclos da natureza e da fecundidade sejam honrados e consagrados para que a vida na Terra possa continuar a florescer. Ao destruirmos e extinguirmos inúmeras espécies de animais e plantas simplesmente preparamos nossa própria cova, no meio de um deserto que nós mesmos construímos.As leis de Ártemis não se aplicavam apenas à natureza em geral. Incluíam nossa vida interior e o respeito a nossos limites e nossas possibilidades. Afinal, o homem é parte da natureza. Referiam-se à preservação de nós mesmos, física e espiritual. E não estamos falando dos hábitos modernos de freqüentar academias de ginástica e praticar a chamada “alimentação saudável” tão em voga. Isso nada adianta se corremos o dia todo em busca de mais conquistas materiais e status. Ficamos ansiosos, estressados e atropelamos a todos, a começar por nós mesmos. Onde esta a chamada vida natural e harmônica do homem moderno, tão cara a Ártemis e aos antigos? Somente na alimentação? É pouco, pouso demais. Onde estão os alimentos e os exercícios espirituais do homem de hoje? No trânsito engarrafado que enfrenta ao sair da academia, ou do restaurante vegetariano ou de comida natural? Ou nos reality shows e novelas a que assiste ao chegar em casa? É assim que pretendemos construir nossa paz e harmonia interior?As leis de Ártemis são um alerta para o homem moderno. Se quiser uma vida realmente saudável, ele terá de começar a respeitar a si próprio, pois seu corpo e espírito são a versão microcósmica do macrocosmo que é a natureza. As leis são as mesmas e exigem harmonia interior e exterior, física, psíquica e espiritual. E esta harmonia exige paz, serenidade e, principalmente, menos pressa; implica ritmos pessoais, com a certeza e lenta fluidez das quatro estações.Eis a receita para quem não quer mortalmente atingido pelas flechas de Ártemis, afinal somos nós que quase sempre as disparamos contra nós mesmo.
Falamos sempre em deixar um melhor planeta para nossos filhos. Mas alguém já pensou em deixar melhores filhos para nosso planeta?
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