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Irmandade do desamparo.

[Antes de ler, querido amigo, gostaria de esclarecer que respeito todas as religiões. Nesta obra, apenas elaboro e sintetizo um pensamento que do ponto de vista filosófico acho passível de publicação, desde já, agradeço. Boa leitura!]                                                  

 

Irmandade do desamparo.

 

Quando órfãos, com o prenúncio do retorno do pai, certos filhos costumam

idealizar uma imagem fantástica daquele o qual nunca viram. Aguardam, fielmente com

esperança, a tornada do onipotente preenchendo com alívio e conforto o vão de sustância

do afeto em seus corações . Outros, por raiva do abandono ou pelo simples fato de nunca

terem o visto, preferem seguir desacreditando ou simplesmente ignorando qualquer hipótese/

especulação , decretando a morte existencial do criador.Afim de se situarem no espaço,

como pequenas irmãzinhas, as crias desorientadas se unem e depois se espalham, formando

sociedades, fragmentando a corrente, separando interesses, multiplicando ideais, dividindo

experiências, somando valores e subtraindo fronteiras.

Caos. A inconformidade gera desarranjo no sistema: “Meu pai é melhor que o seu” “Meu pai

está certo, o seu, não”. Mas, estariam os filhos conflitando entre si por um ser que nunca

existiu, num embate para ver quem sobrepõe seu representante? Ou seria o pai, o grande

cientista do mistério, que por arrependimento decidiu abandonar seu projeto de criaturinhas,

já prevendo a falha no experimento? E, caso afirmativo, que papel estaria exercendo esta

cultura “humano-viral”(capaz de conflitar entre a mesma espécie, degradar e esgotar as

fontes de vida do ambiente de habitação) em uma célula espacial(Terra) do organismo

cósmico(universo)?

A descoberta do sentido da vida depende da amplitude intelectual, de exorbitar a curiosidade,

explorar de olhos fechados mas de mente aberta o conceito de existência. Um filho sem

um pai, ao longo do tempo passará a resolver seus problemas com independência. Basta

desenvolver o bem mais precioso que se pode dotar: a virtude. A explicação de onde viemos e

para onde vamos está próxima o bastante para ser alcançada e distante o bastante de ser uma

tarefa para qualquer um, lembrando que já temos um auxílio inicial lógico.Afinal: se a origem

existe, o infinito inexiste, correto?

E quando o eclipse da inteligência desvanecer, gritos orgasmáticos de vitória sobre o enigma

poderão ser escutados além do horizonte do pensar. E com as mãos formigando, a já não mais

orfandade terá gosto em demolir as paredes bloqueadoras do saber, e , perceberão que são

eles os vencedores: Os independentes. A IRMANDADE DO DESAMPARO.

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Atualizado em: Sáb 5 Abr 2014

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