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Eu nunca disse adeus

As mãos dadas, o beijo longo e o olhar nos olhos. A lágrima que escorria do canto do olho era quase invisível, mas quebrava a perfeição do momento. Nunca a ausência de um abraço apertara tanto. Nunca o suor das mãos fora tão frio. Nunca o som baixo das ondas ao redor fizara tanto barulho. Nunca.
Nunca mais sentiria o toque dos lábios que agora a beijavam uma última vez. E a lágrima que escorria por sua bochecha já esfriara e congelava sua alma. Aonde fora todo o amor? O vento forte que soprava bagunçava os cabelos e... Ah!... E o vento levou o que restara. Porque a areia subia com o vento, e ele escondeu o rosto, e os olhos nos olhos sumiram. E partiu-se a última ligação que sobrara, o último olhar. E o sol ameaçava se pôr muito em breve, e já estava tarde, e ela deveria ir. E foi-se, sem deixar palavra. Partir é fácil. Mas a dor de dizer adeus era muito grande, e ela não aguentava mais, não agora, quebrada, partida, ferida. Só. Foi embora e nunca disse adeus.
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Atualizado em: Seg 14 Jun 2010

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