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Resenha Bibliográfica do capítulo VII da obra: Criação Literária de Moisés Massaud

Esta resenha atem-se às páginas entre 259 a 279 desta obra, que compõem o capítulo VII intitulado O Teatro. Nela, teremos o contato com os elementos que tratam desde a estrutura até a realidade, são quinze tópicos destinados a elucidar a composição desta arte ancestral de representar enfocando principalmente o diálogo.
A primeira parte introduz o histórico do teatro, mostrando que ele se principiou na Grécia, antes da arte literária, aproximadamente no século VI a.C., sua sensibilidade aflorou na Idade Média após o século XIII e no Renascimento, com a descoberta da Antiguidade clássica, e até hoje o teatro tem-se mantido como uma das mais ricas expressões artísticas. Tratando sobre o conceito e a estrutura o próximo tópico mostra que o teatro é por excelência uma arte visual e se utiliza de forma sistemática da linguagem. Em seguida temos uma definição sobre as palavras “teatro” e “drama”. Teatro designa o espaço da representação e os textos a serem representados, enquanto o drama assinala peças em que o trágico se mistura com o cômico.
Por empregar a linguagem, o texto teatral possui grande expressividade literária: o diálogo sempre guarda um conflito, que se manifesta numa trama ou enredo, com início, meio e fim. O diálogo literário se basta e se cumpre com fim em si próprio, por outro lado, o diálogo teatral difere do diálogo literário por destinar-se a ser enunciado em voz alta, implicar a presença de um corpo e de uma voz. O teatro reduz tudo ao diálogo: ação, descrição, narração, dissertação, personagens, espaço, tempo, etc.. , são formas de diálogos e realizam-se pelo diálogo, cada palavra é carregada de significação que leva a plateia ao riso ou à lágrima. O tópico seguinte, tipos de diálogo, se limita a mapear e descrever cada diálogo mencionado neste parágrafo.
A ação é a mais relevante das categorias dramáticas. Por isso não há intriga sem ação, nem ação sem intriga. As personagens são indispensáveis para que este fato ocorra, e são necessárias ao menos duas para haver conflito. Cada personagem é um narrador, à medida que cada um toma a iniciativa da fala isto empolga o enredo. A distinção entre o tempo da intriga e o da ação é que o primeiro pode ser medido cronologicamente enquanto o segundo é interior e pode fugir dos padrões do calendário. O diálogo teatral praticamente dispensa o espaço, ele somente assume relevância como diálogo, no diálogo, pelo diálogo. A inter-relação do teatro e a poesia estão caracterizadas pelo máximo de concentração vocabular, o mínimo de palavras e o máximo de sentido, a exemplo da metáfora. Porém, a impressão provocada pela metáfora somente se manifesta quando a peça atinge o desfecho.
Comédia e tragédia são duas formas dramáticas quase inseparáveis, somente com uma minuciosa averiguagem para separá-las, conforme afirma Massaud “são afluentes de um mesmo rio”. No ultimo tópico há uma abordagem sobre o teatro e a realidade, mostrando a relação dupla que o teatro estabelece com a realidade e a imprecisa visão do mundo que transmite. Nesta citação, percebe-se esta grande expressividade artística:
Nessa fímbria, em que se manifesta uma cosmovisão obsessivamente atenta ao mundo, aponto de buscar retratá-lo, e ao mesmo tempo livre para reinventá-lo e trasfundi-lo em Arte, o teatro desvela uma vez a mais sua dupla face, o seu obstinado hibridismo (Massaud, 1988, p. 279).
Referência Bibliográfica
MOISÉS, Massaud. A criação Literária – Prosa. São Paulo: Cultrix, 1988. 20 p
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Atualizado em: Qua 3 Jun 2020

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