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BÉLLE ÉPOQUE E OUTROS

1---Expressão francesa - bela época de ilusões...  Nome genérico para o período que “vai” (foi!) do final do século XIX até o início da I GM (19!4/18):  aí, adeus às ilusões - apogeu das grandes potências da Europa Ocidental, quando - de certo modo - reinava a confiança no homem e suas realizações, disponibilidade ante a vida, procura de bem-estar, prazeres e beleza.   Eduardo VII, da Inglaterra, inventou uma cadeira erótica, hoje peça de museu - rei popularíssimo...  Rei ‘levou’ Paris para  Londres:  moda, grandes magazines, costumes, boulevards, exposições, teatros, cafés, salões e concertos.  O escritor MARCEL PROUST descreveu este mundo aparentemente sólido, que logo se tornou efêmero.  Por duas ou três décadas, a dita BÉLLE ÉPOQUE espalhou cultura, no Brasil coincidindo com o advento da República:  novos ares.  Houve grandes remodelações no Rio (a Exposição de 1908, a famosa Avenida Central) e novos edifícios, como Teatro Municipal, Museu de Belas Artes, Biblioteca Nacional e Palácio Monroe;  nosso país concentrado nas capitais de ascensão econômica,  transplante de moda, estilos, padrões culturais europeus, importação de produtos manufaturados e instrumental técnico.  Depois, ficou este saudosismo, e ao longo do século XX  ressurgiram móveis recuperados, almofadas, rendas, plantas de interior, bibelôs de porcelana, restauraram-se as fachadas de casas em estilos art-nouveau (ou eclético) e art-déco.  Toda arte é simultaneidade ou reação à anterior ou continuação metamorfoseada pra disfarçar...  (Em tese (hipótese) / antítese / síntese, originais somente Adão, Eva, a serpente e a maçã....)
2---ART NOUVEAU - Estilo nasceu antes do início do século XX, nativo da França, principais representantes  EMILE GALLÉ (vitralista e ebanista, fama por motivos florais), RENÉ LALIQUE (vidreiro e joalheiro, criou copos, taças, vidros de perfume, candelabros e relógios) e ALEXANDRE CHARPENTIER (arquiteto, medalhista e escultor):  assimetria proveniente da arte japonesa e do rocaille (Luís XV), estilo francês.  A denominação surgiu só em 1895, com a abertura de uma loja parisiense com este nome, termo generalizado por volta de 1900 - mobiliário, joalheria e acessórios da moda.  Período bastante elegante para a arte em geral, com influência japonesa na forma redonda do pórtico das casas, surgiu como reação (falo sempre isso...) à simetria e às formais ovais dos estilos anteriores (vitoriano e Napoleão III) na decoração e na arquitetura, com tendências estendidas até nova concepção do vestuário feminino, também cabelos ‘japoneses’ penteados com grandes bandos e coques.  Nesse período, mulher sob a forma de ninfas, naiades e sílfides, cinturas presas em espartilhos, por vezes deformantes, saias abertas como corolas de flores:  esplendor da mulher-flor.  No mobiliário sob influência do rocaille, exemplares com linha inicial característica do rococó, na idéia de “melhorá-lo”;  também presentes fauna e flora, estilo denominado floreal, com cipós, flores aquáticas, iria jacinto, junquilhos, crisântemose talos e folhagens de lótus, em painéis de ladrilhos e tecidos para cortinas e estufados.  Num turbilhão da época, o advento da luz elétrica e da indústria.  ---  Em 1889, a Exposition Internazionale de Paris, comemorando o centenário da Revolução Francesa, construção de vários monumentos, do Palácio Trocadero e da Torre Eiffel.  No Brasil, destacam-se ELSEU VISCONTI, ANGELO AGOSTINI e DÉCIO VILARES na pintura manual e em telas.  Na França, a figura e a obra de PROUST, “À la Recherche du Temps Perdu”, obra volumosa em que descreve a mentalidade e os costumes desse período - na Inglaterra, Modern Style, na Alemanha, Jungstill, na França, Art-Nouveu e popularmente Estile-Metro, devido à decoração em ferro fundido e vidros foscos nasentradas das várias galerias do metrô.  No Brasil, grande sucesso em móveis de gosto francês, em dourados preciosos, gobelins (tapeçaria), já feitos à máquina, forrando assentos.  Muitos ebanistas portugueses ou descendentes garantiram vinte anos de móveis, muitas vezes fabricados em série, antes do estilo Art-Déco.
3---ART-DÉCO - A denominação veio da grande L’Exposition Internacionale des Arts Decoratifs et Industrieis Modernes, Paris, 1925; também chamada Jazz Moderne (devido à música norte-americana, gênero sincopado e irregular, paralelo com o estilo, fragmentado e irregular) e Aztec-Airways (aparência asteca, por influência desse estilo) e Esprit Nouveau (nome dado por CORBUSIER, grande arquiteto, urbanista, escultor e pintor suíço, naturalizado francês em 1930, ao seu movimento de renovação da arquitetura, com o aparecimento de redondos e linhas retas, uso do cimento armado aparente, a mica como elemento decorativo, basculante em lugar de janelas e canos niquelados em corrimões de escada e peitoril de balcões.  Pioneiros CHARLES MACKINTOSH (inglês que no início do século XX apresentou peças de metal retangulares, fora do padrão Art-Nouveau) e JOSEF HOFFMAN (austríaco arquiteto de concepções arrojadas, construindo em 1911 o Palais Stociel em Bruxelas) - 1911, ano fundamental para o Art-Déco, tornando-se conhecido o cubismo de PABLO PICASSO e GEORGES BRAQUE, amplamente divulgado pelo poeta francês GUILLAUME APOLLINAIRE em sua  literatura, em poesias chamadas de caligramas, palavras formando desenhos nas formas características de Art-Déco.  No mesmo ano, KANDINSKY e FRANZ MARC fundam o grupo Blauer Reiter (cavaleiro azul) em Munique. Berço do expressionismo alemão, movimento caracterizado por ação no sentido de trágico, algumas vezes com apelo ao fantástico, obra de JAMES ENSOR, colorido vivo, pintura de alcance social, reflexo de uma época conturbada.  ---  O Art-Déco floresceu amplamente nos anos 20, Gay-Twenties nos Estados Unidos e Les Années Folies na França, período de prazer-agitação-euforia-alegria, recuperar o mundo abatido no pós-guerra, 1918, época da glorificação da máquina e do movimento.  Cenários fantásticos do Balé Russo, DIAGHILEV em Paris, características nitidamente orientais no estilo Art-Déco;  também influências em cerâmicas, objetos de adorno e mobiliário, especialmente usadas imbuia e sucupira, e o folheado, colagem de uma lâmina de madeira fina sobre outra, niquelado presente nos puxadores, placas decorativas e lustres, estes montados com placas de vidro foscado;  nos tecidos usados em estofados e tapetes, aparecem motivos geométricos, índios norte-americanos influenciando através de filmes a introdução de franjas de vidro ou madeira, em forma de contas, na decoração e no vestuário.  A mulher-flor - etérea-irreal-estática - do Art-Nouveau é  substituída pela agitada e sensual do Art-Déco.  Nos murais, quadros e figuras decorativas, com distorção na figura humana e certa ausência de perspectiva, relativa sem=melhança com os murais do antigo Egito.
FONTE
Recortes de “Curso de decoração” (?), aula 10.
NOTA DO AUTOR:
“Adeus às ilusões” (super sucesso!) - cinema norte-americano, 1965 - protagonistas:  Elizabeth Taylor e Richard Burton.
                                                                                                        F  I  M
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Atualizado em: Dom 3 Set 2017

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