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Morte na mocidade.
Se a morte chegar cedoEu irei padecer ainda jovem
Na flor da idade não florida
Mas às flores de maio florirão
Como sempre floriu.
A abelha colherá o pólen
E o espalhará sobre as rosas no jardim.
Como sempre espalhou.
As gotas da chuva correrão pela rua levando as folhas das árvores das calçadas
Como sempre fez.
As andorinhas empuarão um doce, leve canto todas as manhãs.
Como sempre cantou.
Assim será no dia de minha morte.
Meus entes queridos chorarão
E alguns irão me questionar o por que parti
Mas nada direi, pois não irei ouvir
Muitos tocaram a minha pele, mas não irei sentir
Poucos beijarão o meu rosto
E acariciar-ão os meus cabelos
Muitos falariam de mim como se fosse santa
Se esquecendo dos erros que cometi
Enquanto tinha vida
Alguns diriam " eu te amo " aos pés de meu leito
Poucos com o verdadeiro sentimento
Outros como despedida.
Meus pais estariam inconformados
Sem saber o porque continuarão aqui
Se um dos motivos de continuarem vivos veio a sucumbir
Meus irmãos derramariam lágrimas em cima de meu corpo
E minha pele absorveria todo o pranto
Talvez eu lastimasse junto
Talvez uma lágrima corresse de meus olhos, seria a qual ninguém veria
Lágrima purpúrea como o reflexo do estado de minha alma cauterizada das feridas antigas,
Velhas mágoas perdoadas
Lembranças da infância querida
E outras coisas que já me fizeram sorrir e chorar.
Mas tudo aconteceria se eu morresse cedo.
Se eu morrer ainda tarde com as flores ja floridas prestes à morgar
Tarde não seria
Pois breve é toda a vida, toda alegria...
Atualizado em: Qua 28 Jun 2017