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  • A escrevente

    A escrevente
    Dentro do cartório

    O local de trabalho

    Era um lugar sombrio, iluminado majoritariamente por luz artificial. Tinha as janelas sempre fechadas e protegidas por cortinas beges encardidas que combinavam com as paredes e teto de mesmo tom. Canos metálicos se agarravam de forma confusa a estas estruturas, conduzindo a energia elétrica. Não se podia ver o ambiente externo com suas tristes árvores misturadas aos carros de funcionários e ela sentava-se olhando para a parede com suas janelas cobertas. O que era permitido ver, no entanto, era um computador com duas telas sobre sua escrivaninha, máquina esta que lhe servia para trabalhar e fugir ao trabalho, àquele ambiente: por meio da máquina, ela podia ler e escrever, imaginar e construir outros mundos, outras realidades, embora escrevesse muito acerca do que lhe cercava, na tentativa de entender, de aliviar o tédio, a dor.

    A sala era abafada, nunca se podia ligar o ar-condicionado sem que guerras fossem declaradas, ela não opinava mais nesta questão, aliás, não opinava em questão alguma. Tinha desistido de se expressar oralmente, de teorizar, de propor mudanças, de descortinar outras realidades, de fazer refletir. Sua voz era abafada por outras coléricas, intestinas, de gente que não tinha hábito de discorrer sobre ideias, apenas sobre pessoas e dinheiro. Ela acabou desistindo das pessoas, talvez por instinto de sobrevivência, quanto ao dinheiro que recebia, era sempre suficiente e só tinha gratidão para expressar.

    Havia altas prateleiras cinzas, umas entupiam paredes não ocupadas por janelas trancadas, outras serviam para dividir a sala ao meio, separando a mão-de-obra do público que utilizava o serviço: a mão-de-obra não queria ver a clientela nem ser vista por ela. As prateleiras guardavam pastas de processos mortos e livros sem conteúdo algum – simplesmente reuniam papéis que expressavam a burocracia sem sentido. Tudo era coberto de pó. O chão cinza opaco colecionava pegadas de todos que passavam por ali.

    As antigas escrivaninhas marrons abrigavam máquinas negras e vidas mesquinhas. Corações e mentes dominados pela segurança da vida medíocre, pelos pequenos desejos da classe média – em sua maioria de consumo –, pelo ódio à ralé, pela inveja aos que tinham melhor sorte. Informavam-se pelas redes sociais e por manchetes de jornal, reproduziam as opiniões massificadas, riam de coisas não engraçadas, suportavam-se na medida do possível.

    As cadeiras azuis encardidas tinham o formato do corpo de quem nelas se sentava por quase oito horas seguidas – 45 minutos deste tempo eram reservados ao almoço. As cadeiras eram marcadas e marcavam os corpos: muitos exibiam corcundas e/ou barrigas salientes. Era permitido levantar-se das cadeiras para fazer um lanche frugal em um antigo banheiro desativado que servia de cozinha. Nesta havia uma prateleira cinza com utensílios esquecidos; uma bancada verde esmaecido com uma cortina suja que, juntas, serviam para esconder uma privada; a pia encardida era de banheiro antigo; na geladeira, restos de alimentos e marmitas, com um micro-ondas imundo em cima dela para aquecer qualquer coisa. Também era permitido sair das cadeiras para fumar sem questionamento algum, o mesmo tratamento era dado aos amigos quando queriam resolver assuntos particulares durante o expediente, entretanto, para os que não se enquadravam nestas categorias até para ir ao banheiro precisavam pedir permissão. Ela fazia parte deste último grupo, talvez sozinha, mas não obedecia à regra imposta: quando foi comunicada do trâmite para ir ao banheiro, ela fez uma tabela com os horários que iria deixar o posto para aliviar-se e entregou ao diretor, que não ficou muito feliz e continuou insistindo, até desistir diante da resistência, que ela deveria avisar oralmente ou simplesmente tocando em seu ombro. Ela não fez nem uma coisa nem outra, apenas ia duas vezes ao banheiro e pronto: uma pela manhã, por volta das 11h30, e outra à tarde, lá pelas 16h30. Sorte que nunca teve algum desarranjo gastrointestinal e nunca se descontrolou tomando água; mantinha a proposta evidenciada na tabela sem ajustes.  

    O serviço nos computadores versava sobre problemas que as pessoas lá fora não conseguiam resolver sem ajuda, ou porque não tentaram ou porque há muito mau-caratismo neste mundo. Muitas histórias serviam para fazer rir a mão-de-obra, demonstrando-se seu mau gosto na escolha por aquilo que faz rir. Ela não lia as histórias, tampouco ria com elas, para escândalo de seu superior e colegas, mas não errava no trabalho, pois fazia um tipo de leitura que apenas buscava as informações exatas para seu fazer diário. Tinha escrito um manual que utilizava na execução do serviço, se organizava de modo a medir tempo e movimentos, se posicionava perfeitamente à esteira fordista quase emperrada. Terminava seus afazeres muito rapidamente e com perfeição – embora com raros erros porque ainda era humana – sobrando-lhe tempo para o que lhe interessava: beleza e justiça de verdade. Reiteradas vezes pediu mais trabalho aos superiores, mas não lhe deram. Ela acabou desistindo de pedir e não fingia que trabalhava, fazia o que lhe cabia, não escondendo que se dedicava a afazeres alheios. Ninguém falava nada. Não havia o que falar. Ela se fizera mecânica, na tentativa de não se agastar, o ambiente a tornou um objeto, porque como pessoa incomodava demais. O pouco serviço e a falta de desafios cozinhavam sua alma, que buscava se elevar de outras formas, vencendo as imposições, a ignorância, a violência. Mesmo assim, sua mente refletia e seu coração temia, às vezes, que todo o corpo se tornasse uma prateleira, um computador, uma impressora, uma cortina velha, uma cadeira quebrada, uma mesa feia... sorte que não tinha arquivo de escritório no local, senão já teria se assemelhado a ele como em um conto que lera há muito tempo. Sempre pensava nesta história. No entanto, para vencer a coisificação de seu corpo, vestia-se com cores vibrantes, blusas com estampas floridas, usava sempre batom vermelho e perfume francês, escolhido de modo meticuloso – La Vie est Belle – para não se esquecer das notas mais suaves da vida.

    Olhava para os cadáveres de insetos que tinham ficado presos em teias de aranha nas paredes e percebia que havia vida e morte ali, constantes combates entre fortes e fracos, seria ela a aranha ou o inseto mais frágil? Talvez se inclinasse mais ao aracnídeo...

    O material ignorado

    Há tempos, tenho me interessado pelo tema “Gestão do conhecimento”. Tive contato com ele, enquanto estudava para outro concurso e desde então, procuro ler a respeito. Trabalho em um local onde regras escritas abundam, mas as mais elementares do trabalho diário simplesmente são passadas de forma oral. Há volumes e volumes de normas da corregedoria, diversas mensagens eletrônicas nos chegam de tempo em tempo acerca do procedimento de algum expediente, mas todas estas normas são genéricas. O passo-a-passo de como fazer determinado documento, como funciona o trâmite processual no cartório, normas específicas e escritas que poderiam ser acompanhadas por algum novo funcionário ou mesmo para consulta de velhos servidores não havia até eu redigir um manual. Isso ocorreu entre novembro de 2016 e janeiro de 2017, enquanto aprendia a trabalhar no local.

    Tentei sistematizar as principais rotinas de trabalho com o intuito de transformar parte do conhecimento tácito do cartório em conhecimento explícito, acreditando ajudar funcionários novos ou antigos do local. Entretanto, meu superior hierárquico nunca disse uma palavra a respeito quando teve contato com o material, talvez porque achasse melhor centralizar todo o conhecimento técnico em si para exercer melhor poder sobre as pessoas dependentes. Assim como meus colegas que receberam, mas que parece não o utilizar, posto que muitas dúvidas que poderiam ser dirimidas pelo manual são colocadas oralmente. Funcionário novo ainda não entrou. Talvez seja útil para este tipo de pessoa.

    Duas coisas me motivaram a redigir um manual: uma foi o fato de que uma pessoa transmite uma informação diferente de outra sobre o mesmo ponto, até mesmo uma mesma pessoa informa de modo diferente, dependendo do dia ou do momento: o que ela disse de manhã não é ratificado à tarde. Outra foi o hábito de ter a escrita como uma auxiliar de minha memória: não perco meu tempo, guardando coisas chatas, e o grande volume de detalhes exige que se escreva o procedimento para não haver erro ou mesmo ficar perdida na execução do trabalho. Neste quesito obtive muito sucesso: consulto o manual diariamente; quando vou expedir um mandado de citação e intimação para audiência, por exemplo, localizo o item exato que trata sobre isso no manual, assim consulto a referência acerca do modelo a ser usado, bem como recorto e colo o texto padrão do manual para o documento que está sendo expedido no momento. Não perco tempo, tentando lembrar a numeração do modelo a ser usado, não preciso utilizar auto-texto (uma ferramenta do sistema com o qual trabalhamos), não preciso ficar perguntando quando surge alguma dúvida ou esqueço de algum procedimento. Desse modo, o manual para mim é uma “mão-na-roda”. Mas apenas a mim. Não sei o que deu errado.

    Atualizo o manual sempre que surge alguma novidade e repasso para meus pares por e-mail. Trabalho inútil. Gostaria de investigar isso: o que faz um material ser bem aceito no ambiente de trabalho? Deveria ter feito uma pesquisa prévia para consultar a necessidade de um manual? Como usuária e aprendiz de novas rotinas de trabalho senti a necessidade de um material escrito, será que cada um deveria escrever seu próprio manual? Escrever não é uma habilidade comum entre as pessoas, portanto, nem todos escreveriam um material para si. Por que a oralidade e a dependência são mais valorizadas que a escrita e a busca de informação por caminhos próprios? O manual ficou ruim ou se tem preguiça de lê-lo? Por que a falta de feedback? Será que um material vindo de cima para baixo seria mais bem aceito?

    Estou perdida, não tenho muitas referências de obras que poderiam ajudar-me. Como estudo o tema por conta própria, tenho uma impressão sobre o assunto. Será que o que tenho em mente é válido? Será que a produção de material, na tentativa de sistematização do conhecimento informal, faz parte de Gestão do Conhecimento? Sei lá...

    A sensação de justiça

    Minha filha de três anos tem usado a seguinte expressão ultimamente: “Isso não é justo!”. Usa a frase quando uma situação não lhe é favorável no seu entender. Sempre a indaguei sobre o que seria justo então. Nunca respondeu até ontem, quando ao colocá-la para dormir, ela pronunciou a famigerada sentença e, logo em seguida, sem mesmo ouvir minha pergunta, ela finalizou: “Justo é comer sobremesa!”. Fantástica a definição! Ela realmente compreendia a justiça em senso comum, dentro de seu egocentrismo: algo que desfavorece alguém é injusto e o que favorece, justo, independentemente das circunstâncias; algo que satisfaz sua necessidade mais grosseira, como o paladar e a predileção por alimentos doces, é justo, em detrimento daquilo que lhe seria mais conveniente e mais saudável, mas mais difícil de compreender e gostar.

    Mesmo adultos continuamos a ver justiça desta mesma forma: se me favorece, houve justiça, senão, injustiça. Hoje uma colega trouxe uma portaria, expedida por um juiz há muitos anos, nomeando-a como escrevente de sala, mesmo que para isso não se exigisse tanto rigor, pois ‘escrevente de sala’ não é um cargo e, sim, um afazer do mesmo nível que qualquer outro do ramo. Ela se sentia orgulhosa pela deferência, mas magoada, pois nunca tomou posse de seu pseudocargo: mudou o juiz e o novo escolheu outro escrevente para o serviço. Ela tinha estudado, tinha feito tudo o que o juiz antigo lhe pedia, mas sofreu a “injustiça”. Fico pensando se houve ou não justiça no caso. Ela realmente estuda muito, mas parece que nunca aprende, é muito insegura, pensa muito pela cabeça dos outros, é muito ansiosa e atrapalhada. É bem competente na arte de puxar o saco também. Talvez essas características tenham sido notadas pelo novo juiz ou apenas que ele tenha ido mais com a cara de outro escrevente, escolhendo-o para ajudá-lo nas audiências sem maiores valorações e julgamentos.

    A colega nunca analisou a situação desta forma e reiteradas vezes comenta sobre a injustiça sofrida, estas e outras mais, nunca vi pessoa tão injustiçada como ela. Tenho dó deste ser e medo de eu também agir com injustiça em diversas ocasiões ou de me vitimizar quando algo não me é favorável, perdendo a percepção de minhas próprias fraquezas e a capacidade de analisar mais friamente as situações. Somos levados, pela cultura do sucesso raso e da alegria sem fim, a acharmo-nos perfeitos, justos, dignos das melhores coisas, entretanto, a filosofia clássica nos ensina que temos aquilo que merecemos, que tudo nos é dado para crescermos enquanto seres humanos, enquanto almas imortais.

    Já li que o justo não serve nem para reinar nem para ser vítima, justo é sempre o caminho do meio. Tento exercer este preceito diariamente, mas não é fácil, o senso comum domina e a infantilidade em alma adulta é quase regra.

    O diretor e a subordinada

    Ela não tinha nome. Era chamada de esposa, minha esposa, quando era lembrada por ele em alguma conversa comezinha sobre banalidades domésticas. Ela era do lar e dele, uma posse, um objeto e, como tal, não tinha nome próprio perante os subordinados. Sabia-se que ela gostava de animais, talvez esta característica determinasse o sucesso do casamento duradouro. Ele também nunca falava dos filhos. Sabia-se que eram dois, com 10 anos de diferença, talvez o segundo fosse fruto de uma gravidez “indesejada”, pelo menos por ele, mas que servia, a ela, para reavivar sua função na vida familiar. O fato era que, assim como a esposa, os filhos recebiam bem pouca consideração do pai, que nunca tirava férias, nunca faltava ao serviço para acompanhar alguém no hospital ou ir a alguma apresentação bobinha de escola, ele nunca faltava ao serviço por nada, nada. Era o trabalhador exemplar, assim como havia de considerar a si como chefe de família e cidadão – o típico cidadão de bem. Quanto aos “seus” subordinados, estes eram chamados de funcionários, meus funcionários, mesmo que os servidores fossem do povo, pela condição de públicos. Gostava de pronomes possessivos.

    Ele era “superior” pela canetada de outrem, havia prestado o mesmo reles concurso público que os demais do local, mas como tinha puxado bastante o saco, lambido bastante as botas de quem, por concurso, mandava mais, adquiriu postos. Justiça seja feita: era um bom técnico e ponto final.  Achava-se melhor que os outros, a arrogância na fala e a péssima escolha de palavras revelavam sua consideração a si mesmo em detrimento dos demais. Um dia, ao ter suas explicações questionadas por uma subordinada, afirmou que fazia de tal forma para que eles, os subordinados, pudessem um dia chegar a seu nível, ou seja, considerava-se no topo da sapiência e do desenvolvimento profissional, sem considerar que suas explicações não eram enigmáticas, sábias, mas confusas mesmo e que não ajudavam em nada: tinha fala bem rudimentar, expressava pensamentos caóticos, por meio de frases grosseiras, usava os mesmos blocos de palavras para enrolar e ter tempo de pensar alguma coisa para dizer, mas nunca era totalmente feliz em seu mofino desenvolvimento discursivo.  

    Não sabia comandar, pois não sabia conversar. Nunca ouvia a opinião alheia, não queria ouvir nada que não fosse sua própria fala, restringindo ainda mais seu horizonte já limitado. Achava que tratando as pessoas como educava os filhos – faça isso e calado! – era um bom modo de atuação profissional.

    Sabia gritar, principalmente com mulheres, nunca se ouviu gritos com homens. Em subordinada grávida e com duas semanas de serviço chegou a arremessar uma bola de papel, que quase acertou seu rosto, para evidenciar a inépcia na busca de uma informação. Sobre a mesma avançou um dia, pronto para dar-lhe um tapa por um insignificante erro que ela cometera na execução de um serviço. Este episódio causou espanto até de um funcionário antigo, que jamais questionou seus superiores em seus 33 anos de serviço na mesma instituição. Foi a última vez que se excedeu, pois recebeu de volta uma fala firme, imperativa, que fez recuar, também se seguiram a esta fala movimentos para ela deixar o local de trabalho, movimentos estes que ele deveria explicar ao superior maior e, como não teve coragem para dar tal explicação, tudo ficou em seu lugar, mas os maus tratos explícitos cessaram pelo menos. Ela não tinha medo dele. Ele tinha medo dela, muito medo.

    Talvez, no conflituoso relacionamento, estivesse velada uma situação mais delicada, mais passional. Como era infantil, ele não dominava seus sentimentos e pensamentos. Ao ver-se tratado friamente, esperneava como uma criança contrariada. Queria chamar à atenção de alguma forma. Queria ser olhado novamente. Queria causar algum sentimento, mesmo que fosse de ódio, porém todos os esforços eram em vão.  

    Tudo começou quando, cansada de ouvir gracejos inconvenientes, ela, a mesma subordinada que questionava e que um dia esteve grávida, resolveu revidar as abordagens pouco profissionais, de forma mais sutil, mais perturbadora, que servisse para “exemplar”.

    Todos os dias, ouvia gracinhas sobre seus sapatos, suas roupas, seus cabelos. Ela era notada como fêmea e ele fazia questão de evidenciar tal fato. Certa vez, ao se esbarrem à entrada do local onde trabalhavam, ela ouviu dele a seguinte frase: “pare de rebolar, senão vou contar para seu marido!”. Aquilo foi demais. Ela sentiu-se envergonhada, afinal de contas até seu modo de andar e sua parte traseira tinham sido notados e explicitados. Em termos legais, todas estas abordagens configurar-se-iam um quadro de assédio barato. Pois bem, sentar-se em banco de vítima não era sua postura, brigar não era seu estilo, apelar para terceiros resolverem seu problema tampouco, começou a encará-lo daí por diante. O jogo estava iniciado.

    Em todas as oportunidades, ela media-lhe dos pés à cabeça. Sem dizer uma palavra, dominava-o só com o olhar penetrante, que perscrutava sua alma. Ele gostava da situação, sentia-se desejado. O caçador tornou-se caça. A audácia dele foi substituída por sua timidez. Ela o fazia corar, engasgar, calar, fazia-o contente, todavia. O grande problema é que este tipo de brincadeira criou mais complicação do que solucionou um caso. Ela começou a pensar nele como um personagem de história erótica e começou a escrever sobre isso. Talvez tenha passado a transmitir o que pensava e escrevia sobre ele pelo olhar, e ele percebeu.

    Certa vez, a escritora deu uma carona a seu personagem. Ele adorou, mas usou de forma errada suas pífias palavras, deixando transparecer que ele acreditava que ela estava agindo como agia por interesse no que ele representava: “superioridade” em relação a ela. Ele era diretor dela e, em sua visão míope, ela queria aproveitar-se de seu status. Isso realmente não era intenção dela e deixou bem claro: escreveu, sob forma de narrativa, o episódio da carona e o descontentamento dela em relação ao comentário infeliz, e mandou-lhe por e-mail. Ele ficou mudo por uns três dias, mas respondeu que tinha de voltar “às origens” para entender os sentimentos dela e usou outras expressões toscas ininteligíveis. Aproveitando a ocasião para revelar a trama e encerrá-la, ela mandou-lhe algumas outras histórias que tinha escrito durante meses, as quais expressavam o caso de uma paixão proibida em que ele pudesse se descobrir personagem. Ele, por sua vez, escreveu-lhe dizendo que continuasse a escrever, pois gostava muito de ler: óbvio, sua riqueza vocabular revelava tal fato sem sombra de dúvida. Em resposta, ela disse que não escreveria mais histórias com aquele teor e que se dedicaria a contos infantis, dando um basta na situação, colocando fim à história fictícia.

    Ela resolveu o caso inicial de certa maneira. Nunca mais ouviu gracinhas a seu respeito, mas a fúria dele veio de muitas formas: gritos pelo menor erro que ela cometia, exposição vexatória perante usuários do serviço que prestavam e até um quase tapa. Ela solucionou um problema, porém criou outros, inclusive consigo mesma. Como escritora, deixou-se dominar por sentimentos vis, inferiores, por pensamentos sórdidos, luxuriosos, que contrariavam sua conduta ética, criou uma história e entrou nela e, apesar de agir apenas com olhares, pensamentos e palavras escritas, não se sentiu bem. O personagem também foi prejudicado, pois não soube lidar com a situação, certamente sentiu-se rejeitado, com expectativas frustradas, contrariado na alma por não exercer, como queria, poder sobre uma mulher subordinada.

    A escritora fez um ano de terapia, leu muitas coisas e escreveu outras para entender sua situação/ação, chegou a conversar com o marido alguma coisa, propondo separação pela vergonha que sentia. O divórcio não foi aceito e ela só conseguiu amenizar o imbróglio no entanto: de sua parte, passou a agir com frieza em relação ao personagem, da parte deste, só raiva, ciúme, medo e intolerância passaram a ser evidenciados.

    Sem conversa entre as partes para amenizar o conflito – como já posto, ele não sabia conversar e ela só tinha palavras para oferecer ou a total ausência delas – este só se arrastou ao longo dos longos dias de trabalho.

    Uma coisa é certa, a imersão em fantasias é viciosa e cria desejos nunca antes imaginados que, quando alimentados, avolumam-se em proporções assustadoras, fazendo do sapo, príncipe, da comédia, tragédia; afastar a fantasia é tarefa árdua e gera conflitos, conflitos estes que devem servir para tornar hábil um escritor que em seu trabalho precisa edificar-se, nunca se identificando com a destruição, com os sentimentos rastejantes, com seus personagens de caráter mal formado. 

    O funcionário padrão

    Era débil e fazia culto à debilidade. Vangloriava-se em fazer nada, em comer pelas bordas, em observar e fazer críticas mesquinhas às pequenezas das pessoas com as quais convivia e daquelas que sequer sonhavam com a sua irrisória existência. Tinha prazer em fazer comentários inconvenientes e acreditava-se ácido, irônico, perspicaz. Achava-se inteligente a ponto de dizer isso em bom som. Cria que um diploma garantia conhecimento, seu parco e vil conhecimento. Era bacharel em Direito!

    Menosprezava as pessoas, principalmente as que demonstravam alguma sapiência. Destas reparava-lhes até no fio de cabelo fora do lugar para, por óbvio, deliciar-se com dizeres maliciosos. Não raro gastava seu tempo com pessoas de mesmo espírito que o seu, fazendo o que mais gostavam: comentar a vida alheia.

    Seu corpo era franzino. Sua pele, acizentada. Tinha uma tosse crônica, meio forçada, que revelava um velho de seus 80 anos, porém só tinha metade disto. Almejava reconhecimento e, para isso, fazia-se amigo de pessoas que tinham algum cargo. Queria um cargo. Julgava o seu pouco para sua tamanha grandeza. Não procurava mais trabalho, mais desafios, mais crescimento, apenas um cargo para ganhar mais. Sua má sorte – vinte anos no mesmo cargo – era debitada na conta alheia: considerava-se mal compreendido. Sofria com o erro de análise alheia, segundo seu ponto de vista, e analisava epitelialmente tudo e todos, menos a si em grau algum. 

    Dinheiro era também um assunto dileto. Tinha casas de aluguel. Devia ter uma ou duas, mas já se achava do ramo imobiliário. Acabara de ser premiado pelos vinte anos na mesma instituição pública, maldizendo o Governo por cobrar-lhe imposto de renda, como um carrapato que reclama do sangue do cachorro e deseja a morte do animal. Juntava sem motivo: ainda morava na casa da mãe; comia da comida da mãe, esperando sua morte para herdar a casa e o singelo mobiliário e, antes disso, já brigava com os irmãos pois, em sua diminuta visão, seria ele o único e merecido herdeiro, já que estava “cuidando” da velha. Chegou a namorar sete anos uma abençoada de Deus e, esta, cansada, terminou o relacionamento e logo engravidou de outro cara; da criança, diz aos quatro ventos que ajuda a cuidar, mas sabe-se lá o que a mãe passa para cuidar da filha pelo pai abortada. Ele queria os louros da paternidade alheia, mas deixava dúvidas se desembolsava algum centavo em prol da causa.

    Todo mês de julho, era mandado para o setor de atermação do cartório onde “trabalhava”, a fim de substituir um servidor que tirava férias neste mês. Por esta época, o que era pouco, reduzia-se mais ainda: gostava de agendar as atermações, então se rareavam os processos no cartório. Dificultava a vida de quem não podia pagar por advogado pois, como dizia, detestava pobre. Ao fim de sua missão, chegava palrando sobre seus melhores dias fora dali, longe da chefia: tomava sol de manhã e à tarde (sim, durante o expediente); conversava bastante com as estagiárias – adorava mulheres bem mais novas, não se sabia se por causa da beleza natural ou porque eram as únicas a não desconfiar de sua inteligência –; podia ir para o trabalho com a mesma roupa que tinha ido à academia; chegava meia hora depois e saía meia antes de seu horário devido; o horário de almoço de quarenta e cinco minutos que, todos os dias ocupava uma hora e vinte, nestes dias, então, virava duas a três horas. Com tudo se deliciava, achava-se esperto. Tinha até planos para dar cabo do funcionário que substituía para poder ficar por lá o ano todo.

    E assim termina esta tentativa de narrativa ainda pela descrição, pois nosso personagem não age, não surpreende, nada muda em sua vida, não há clímax, apenas a morbidez de sempre.    

    Dia festivo ou licença-nojo

    - Pessoal! Sexta o diretor vai trazer bolo salgado e ficou pra gente comprar os refrigerantes e um bolo doce pra comemorar os aniversários do mês de agosto. Vai ficar oito reais pra cada um.

    - Não quero participar, obrigada!

    - Mas por quê?

    - Estou de luto nesta semana!

    - Ah...para de graça, por que isso agora?

    - Porque meu pai morreu ontem.

    A exclamação foi geral. Em uníssono foram perguntando o que estava fazendo no cartório, que ela tinha direito à licença-nojo, etc.

    - Estou aqui, ué! Não quero ficar em casa.

    Mas como explicar que mesmo uma filha que não tinha em seu registro o nome do pai – frisemos: aborto paterno sempre foi e sempre será permitido – também tinha pai e que um dia ele morria. Não provava filiação, mas tinha sido feita por um homem e uma mulher que transaram um dia e que agora o homem tinha deixado esta vida e ela tinha sentimentos. Era muito para a cabeça daquele povo, tão acostumado à burocracia cartorária, oriundo de famílias tradicionais do interior de um estado qualquer.

    Ela estava triste demais e não gostava de se explicar. Estava cansada de falar com pessoas que investigavam a vida alheia para ficarem tecendo comentários pelas costas, na verdade, faziam isso sem qualquer investigação mesmo.

    - Ah, mas se você não participar vai ficar mais caro pros outros!

    Meu Deus, quanta nobreza de espírito! Uns cinquenta centavos mais caro para cada um estavam sendo colocados em questão, apesar do luto de uma pessoa. De fato, aquilo não valeria uma discussão, então acrescentou:

    - Ok, participo.

    E foi logo dando sua parte do bolo para não correr o risco de esquecer-se se deixasse para mais tarde. Cairia na boca do povo, mais do que já estava.

    Ela era uma criatura muita esquisita naquele meio. Não participava das rodinhas de fofocas, almoçava sempre sozinha, aliás, almoçava com pessoas de fora do cartório, preferia ler a estabelecer qualquer conversa fiada. Não reclamava do serviço, fazia-o sem alardes, sem valorizações, não puxava o saco de seus superiores, ou seja, vivia num mundo particular, muito curioso a olhos alheios.

    Na sexta festiva, mandou uma mensagem de texto para sua chefe, dizendo que abonaria naquele dia. Era a licença que precisava. Acordou e, como de costume, levou a filha à escola e nadou; depois voltou para casa, assistiu a um filme do Truffaut, almoçou em um delicioso restaurante japonês, comprou uma garrafa de vinho e visitou um amigo, já aposentado, com quem discutia assuntos literários. Na volta para casa, ouviu Nelson Freire tocando Chopin, revigorando, assim, a audição, os músculos, a mente, o paladar, a alma.

    Viveu o dia!

    Quando chegou em casa, vomitou até não sobrar mais nada no estômago. Não era nem a comida nem a bebida que ingerira que lhe tinham feito mal, mas a lembrança da festa no cartório: falas e risadas altas, bajulações, bocas vorazes comendo “bolo” salgado (pão de forma com maionese, frango desfiado, ervilha, batata-palha, sim, pão com batata), tomando refrigerante e arrematando com bolo de verdade (dulcíssimo). Quanto gosto pelo mau gosto!

    A doutora estagiária

    Estou bem de saco cheio de conviver com pessoas maniqueístas, que julgam a tudo e a todos, colocando cada coisa numa caixinha própria, perdendo a gradação, as tonalidades, a complexidade, principalmente das pessoas. Para este tipo, ou você é bom ou você é ruim. Sou sempre ruim para elas, pois mesmo sofrendo alguns contratempos, não me sento em cadeira de vítima e revido, me havendo diretamente com aquele que me provocou. Consenso geral: sou uma pessoa ruim.

    Como me cansa este tipo de julgamento. Desde pequena me colocam na caixa das pessoas ruins. Minha mãe já fazia isso. A Lena é ruim. Por quê? Porque eu a respondia quando não concordava com alguma coisa. Sempre fui boa na escola, sempre trabalhei dentro de casa, não dei sequer um dissabor para minha mãe até sair de casa com 23 anos. Continuei não criando problemas para ninguém depois disso. Tenho 34, só tive dois empregos nesta minha vida, saí de um para entrar em outro que julguei melhor, não por outro motivo. Nunca fiquei desempregada. Peguei dinheiro emprestado duas vezes (uma para comprar uma casa melhor para minha mãe e outra para conseguir passar o mês até receber meu primeiro salário) e paguei tudo dentro do prazo com seus encargos. Na verdade, pago tudo o que tiver de ser pago. Retribuo tudo que me dão, para o bem ou para o mal. 

    No trabalho, meu serviço está sempre em dia. Não costumo fazer fofocas, tampouco intrigas. Não atrapalho ninguém a trabalhar com conversas desnecessárias, mas sou considerada uma pessoa ruim. Tive de ouvir isso esses dias. Por quê? Porque sequer olhei na cara de uma ex-estagiária quando, sem ocupação na vida, veio nos fazer uma visita de 4 horas durante o expediente e não parou de falar 1 minuto sequer. Prolonguei meu café da tarde neste dia, tomei um chá ao invés de café, mas minha angústia pela sua presença ficou evidente. Realmente não gosto de tal ser, não de graça: quando iniciei neste trabalho, ela já era estagiária por aqui (ela ficou 7 anos como estagiária!, ou seja, uma estagiária com quase doutorado em estágio!), então ela se ocupava em todos os dias se aproximar de minha mesa e falar com a colega ao lado a frase: “Não gosto dessa menina...”. Ora, nunca tinha a visto na vida antes de trabalhar ali. Como ela poderia não gostar de mim tão de graça assim? Será que minha cara já evidenciava minha maldade? Todos os dias ela fazia isso.

    Nunca lhe indaguei o porquê, estava grávida na época e não tinha disposição para questionar ninguém. Certa feita, ao sair do prédio onde trabalhávamos, cruzei com ela numa quina da construção. Levei um susto, pois ela estava de moto em lugar inapropriado e eu não estava esperando encontrar alguém motorizado naquele ponto. Minha barriga ficou até dura por algum tempo. Pensei que minha filha tivesse morrido, pois nunca tinha sentido aquilo e nunca estive grávida antes. Senti muito desconforto. Ao ver-me assustada, a criatura desatou a rir, uma risada muito alta, muito humilhante: risada para comemorar o susto numa grávida! Bem... coisas de pessoas boas, acredito eu. Nunca mais olhei na cara da referida. Não contei para ninguém, mas minha reação só foi interpretada como se eu tivesse birra gratuita da pessoa. Coisa de mulherzinha. Pessoa cheia de hormônios, coisa para louca mesmo, ou melhor, coisa de gente ruim.

    Realmente, não sei o que é ser boa... nem sei se quero aprender...

    A falta de serviço: “Sossegadinhos” x “Assoberbados”

    Por que as pessoas que fazem pouco querem sempre fazer menos? Se o volume de trabalho aumenta um pouquinho, prontamente querem delegar para outra pessoa sua obrigação e, se não tudo, pelo menos parte. Caçam aquele que, segundo elas, está “sossegadinho” para repartir o que tem de fazer, dividindo a esmola para dois. Não enxergam que a pessoa que está “sossegadinha” talvez tenha trabalhado com mais afinco e concentração para poder estar tranquila, enquanto o “assoberbado” enrolou, distraiu-se com mil e uma coisas alheias ao seu dever, ou simplesmente teve o azar de naquele momento estar com algum trabalho a mais - nada que precise ser objeto de operação coletiva, nada que envide vários esforços. Este tipo de pessoa não enxerga que a “sossegadinha” resolve problemas sem a dependência de outra, por saber pensar, por escrever ou ter internalizado os conhecimentos necessários para cumprir suas obrigações, o que ajuda na fluidez do serviço; que se concentra enquanto trabalha, evitando o retrabalho; que não deixa nada para depois, resolve o que tem de resolver prontamente; que organiza seu tempo, seu espaço físico, suas ferramentas de trabalho e isso aumenta a agilidade de sua ação; que organiza seus pensamentos, assim como sua rotina. Estar tranquilo exige esforço, mas muitos não enxergam isso.

    Onde trabalho, todos têm pouco trabalho real. Há os que dramatizam, super-valorizando suas ações; alguns não compreendem bem seus afazeres; a maioria não possui boa organização propositalmente; poucos fazem o que têm de fazer sem alardes, ordenadamente, sem delegar nada a ninguém. Estes últimos têm perfil destoante e são chamados de “sossegadinhos”, mas considerados pelos “assoberbados” uns folgados, mesmo que estes tenham mais serviço que eles. O fato de os “sossegadinhos” não se mostrarem assoberbados faz crer que possuem menos serviço, nunca que trabalham melhor e, portanto, podem colher frutos de suas ações, tal como a tranquilidade. Os “assoberbados” não se importam que os “sossegadinhos” trabalhem sempre mais e mais, mas estes não são burros e, não raro, ficam em estado de inação diante de algum pequeno caos que venha a se instalar na rotina; agem apenas se requisitados por seus superiores, que também não enxergam a diferença entre “assoberbados” e “sossegadinhos”.

    Tenho o perfil de “sossegadinha”, quem sabe também considerada “folgadinha”, “preguiçosinha”, “protegidinha”, “a-que-tem-o-serviço-mais-fácil” ou sei mais lá o que que fervilha na mente de meus colegas. Já ouvi reclamação, pela via hierárquica, de que eu não atendia a balcão com frequência. Ora, se o grosso do serviço está em andamento processual, se há 10 finais de processo, 4 escreventes, se fico com 4 finais, outro escrevente com 3 e mais processos físicos (escassos e todos em via de extinção), outro com os 3 restantes e a remessa da lauda de publicação para o diário (serviço de alguns cliques), fica outro só para fazer alguns procedimentos administrativos; este último não poderia atender mais balcão? Os que têm 3 finais atender mais que aquele que tem 4? Pareceria óbvio, mas não é. Como assumo a postura da justiça, recebo olhares e comentários de “sossegadinha”, “folgadinha”. Não consigo entender isso: ou quem me julga é mau caráter ou simplesmente lhe falta compreensão para analisar as próprias ações e as de outrem. Prefiro acreditar na ignorância, embora tal situação esteja me cansando.

    Gostaria de trabalhar em um lugar com mais serviço para ocupar-me mais, não trabalhar mais que outros, pois isso não é justo se recebo o mesmo salário. Na verdade, sou bem ocupada, mas com coisas alheias ao serviço, visto que este está rigorosamente em ordem. Mas o fato de não estar o tempo todo trabalhando em coisas afetas à minha obrigação (pelos motivos expostos) e de não me mover para trabalhar bem mais que os demais tem-me feito alvo de más considerações. A minha tranquilidade é mal vista, como se me proporcionassem isso, não que seja algo que eu mesma conquisto. Tais reações causam-me maus pensamentos: acabo sentindo raiva dos “assoberbados”; penso em também fazer sempre menos para me igualar aos demais; acabo acreditando que eficiência, eficácia e efetividade são coisas ruins, anti-producentes no sistema em que me insiro. É claro que, no fundo, sei que tudo isso é bobagem; que tais reações não devem me afetar; que tenho de fazer meu trabalho como acredito e ficar bem comigo mesma; que não devo me contaminar. Entretanto, não é fácil nadar contra a corrente.    

    Olhando-me no espelho?

    Não entendo pessoas que gostam de falar da vida de outras pessoas que não conhecem de verdade. Acho que não entendo pessoa alguma, visto que tal prática é tão corriqueira. No âmbito forense, escreventes amam falar acerca de alguma intimidade ou mesmo algo público que tenha acontecido com juízes, advogados, diretores, chefes ou sei mais lá quem. Sabem da vida alheia pelo Diário Oficial: há quem leia o diário todos os dias com esta finalidade. A pessoa nem busca informações usando apenas seu nome – pois vai que haja alguma publicação inesperada – a pessoa LÊ o diário de cabo-a-rabo! Parece coisa de outro mundo, mas não é. Tudo bem que a Justiça e toda sua parafernália acabam se distanciando da população, criando-se um minimundo entre as grades de um Fórum, mas não precisava tanta esquisitice: não sei por que a vida de um “superior” é tão interessante a ponto de tomar tempo de leitura e de conversa. Deve haver explicação psiquiátrica para tanto, eu é que não conheço, caso contrário, não haveria tantas revistas de fofoca sobre celebridades, tantos realities shows e mais tantos outros passatempos esquisitos por aí. Talvez a pessoa que comente a vida da outra sinta-se com determinado poder sobre a mesma do tipo: olha, eu sei da sua vida. No fundo, acho que gostariam de possuir o lugar da outra, mas como não conseguiram, tecer comentários, por vezes maledicentes, seja uma forma de ocupar tal lugar. Ou a vida levada é tão insignificante que qualquer outra vida mostra-se mais atraente.

    Outra característica deste ambiente que não entendo é a subserviência. Muitos se regozijam quando conseguem trocar algumas palavrinhas com um juiz, mesmo que vazias, oriundas de um não assunto, só pelo prazer de puxar-o-saco. Há quem resolva problemas pessoais de juízes ou de qualquer que esteja acima da pessoa na hierarquia, enfrentando até filas em banco para pagar as contas domésticas do superior. As pessoas que assim agem devem sentir-se melhores que as outras, já que foram dignas de “confiança” de um superior; não se sentem “escravinhas”, “capachos”, ilegais – já que elas devem servir à população, à instituição exclusivamente, não a uma pessoa da hierarquia em particular –, sentem-se privilegiadas até, já que o serviço que deveria ser feito é deixado de lado para fazer coisas alheias à sua função: o trabalho obrigatório pode parecer sempre mais árduo que qualquer outro.

    Doutor é um pronome de tratamento neste lugar, não uma titulação acadêmica, basta a graduação na faculdade de Direito que qualquer sujeito torna-se doutor! Ele mal consegue redigir uma petição inicial e já possui o título daquele que fez graduação, mestrado E doutorado, defendendo TESE. Além do pronome, o tratamento também é diferenciado se comparado com o restante dos usuários da Justiça (usuários, termo comumente usado para designar aqueles que fazem uso de drogas...). Os serventuários esquecem-se de que todos ajudam a pagar seus salários por meio de seus impostos, sejam nóias, advogados, traficantes, juízes, promotores, os próprios serventuários, etc., todos deveriam ser tratados com a mesma deferência.

    Neste minimundo, também é prática a fofoca, considerando ser esta sempre para prejudicar a imagem do outro. Até assunto de processo cai na roda de fofoca, contrariando toda a ética que deveria ser perseguida pela pessoa que tem acesso à informação para dar andamento a seu trabalho. Todos julgam. Bastam poucos indícios e a pessoa já recebe sentença condenatória. Não é preciso audiência, instrução nem debates, aliás, debates só por aqueles que fazem parte da rodinha e de forma bem superficial, nada reflexiva.

    Outra peculiaridade deste mundo é a demência que acomete parte daqueles que conhecem e lidam diariamente com os trâmites processuais: quando diante de procedimentos que envolvam políticos, tecem os mesmos comentários daqueles que não conhecem os trâmites! Exemplo: é aberta uma investigação sobre a conduta do político X, ele é chamado para depor, o comentário ouvido é – “Fulano tem que sair preso da delegacia!”. Isso se o político for de esquerda, porque se de direita, todo e qualquer engavetamento é legítimo. Meu Deus, quanta burrice!

    Talvez eu, neste texto, não esteja sendo tão diferente daqueles que critico; talvez eu, pela convivência, já não saiba ver a beleza nos seres com os quais trabalho, beleza em suas atitudes, não consiga relevar as coisas; talvez não consiga perceber que o cotidiano é alienante e o homem, fraco; talvez minha formação seja um pouco diferente e veja um copo d’água pela metade, meio vazio; talvez em outros ambientes na mesma instituição as coisas sejam diferentes; talvez um dia as coisas melhorem ou melhore meu jeito de enxergá-las; talvez, talvez... 

    Fora do cartório

    Meu destino dourado

    No Fórum, trabalham muitas pessoas singulares, com as quais alivio meu tédio. Hoje, quando voltava do banheiro, parei para conversar um pouco com um colega do trabalho. Falamos muito sobre tudo e nada como sempre. Desta vez, no entanto, ele resolveu ler as linhas de minha mão – não me condenem, o serviço é pouco e as horas, muitas – e saí da conversa com uma sensação de felicidade ou sei lá o que poderia definir o riso na alma, porém não atravessei rua alguma, contive a felicidade e sentei-me para escrever esta história.

    No começo, não levava este colega muito a sério, mas com a convivência passei a observar sua beleza e virtudes: é alto, forte, possui voz retumbante, cabelos e olhos que fazem lembrar uma águia; é imponente; conhece as histórias que escorrem pela construção e outras que chegam da capital; presta atenção às coisas do mundo manifestado e do não manifestado; conversa sobre assuntos da patuleia e da alta filosofia. É um homem inefável.

    Minhas linhas diziam que eu era uma pessoa bem sentimental. O que não se contesta. Sinto muito as coisas. Não as evidencio em ações, não sangro para ninguém, mas em meu íntimo sinto deveras. Também indicavam que eu era uma pessoa com muita capacidade intelectual. Muitos dizem isso, talvez eu tenha que produzir mais para me convencer realmente desta capacidade. Que as coisas na minha vida vinham com certa facilidade. De fato, nunca tive muitas dificuldades em conquistar o que desejei, embora eu deseje pouco, deseje coisas que só dependam do meu desenvolvimento interior. É claro que tive muitos reveses, mas sempre acreditei que não era para ser e segui em frente. Nada demais. Também as linhas mostravam que eu teria uma situação financeira muito positiva por volta dos 42, 45 anos. Não sei, faltam uns dez anos para isso acontecer, mas fiquei feliz com esta “premonição”, todo mundo quer ter uma situação financeira favorável, pois isso pode evitar algumas complicações de ordem prática, além de podermos beneficiar pessoas amadas. Entretanto, resta dúvida, pois não faço nada para ganhar dinheiro, não persigo a conquista em dinheiro e como todos sabem: nada cai do céu. Outra visão foi a de que também ficaria muito apaixonada por alguém que não meu cônjuge. Como podemos mudar nossos destinos com nossa ação, talvez meu destino seja sempre apaixonar-me, nunca viver paixão alguma, além da que tenho por meu marido. Com ele tenho projetos de envelhecer ao lado, na tranquilidade de um amor pacífico, na segurança de companheiro leal, sensato, honesto, justo.

    Resolvi escrever este ocorrido para eu relê-lo quando completar 45 anos. Será que estarei numa situação financeira muito boa? Talvez, se comparado à maioria das pessoas de meu país, sim, mas nada demais, nada que ultrapasse as comodidades comedidas de uma classe média baixa. Será que minha capacidade intelectual será evidenciada a ponto de eu ser convencida da mesma? Talvez não, porque o conhecimento, alimento do intelecto, é como uma ilha, quanto maior sua porção de terra, maior seus limites para o desconhecido. Sem cometer o sacrilégio de comparar-me a Sócrates, mas reconhecer que nada sabemos é algo muito bom para nos impulsionarmos para a busca de conhecimento. Será que me apaixonarei a ponto de revisar meus projetos? Dominar as paixões é algo que busco para não ser títere na mão do destino. Ou será que não serei eu mais uma Macabéa da vida?

    Olhares distintos

    Os olhos se cruzaram. Ela, dentro de seu carro no estacionamento, tentava meditar, mas pensamentos sobre a política de seu país tomavam conta de sua mente, inviabilizando a atividade tentada. Ele, do lado de fora, à frente de seu carrinho, conversava com um transeunte que parara com sua bicicleta. Todos ouviam uma música alta, norte-americana, que ele pusera em seu veículo: sua caixa de som era potente.

    Em seu carrinho havia três bandeiras do Brasil, símbolo jogado na lama por quem naquele momento venceu nas urnas. Ele talvez pudesse ter predileção pelo fascista ou ter pego as bandeiras jogadas no lixo para enfeitar seu instrumento de trabalho, poderia usá-las para expressar sua esperança e amor por seu país ou simplesmente para estar na moda: bandeiras e camisetas da seleção brasileira confeccionadas no Paraguai ou na China adornavam a maioria daqueles que saíram às ruas contra a corrupção de um único partido.

    Ela estava triste por seu povo ter sido tão manipulado, não ter conseguido identificar e analisar os reais problemas do país, por ter expressado tanto ódio e concretizar isso nas urnas, elegendo um fascista: talvez com menos colhão que os originais, mas ainda sim fascista. Ela tinha pena de pessoas como ele que historicamente sempre levavam o chicote no lombo. Mas esta era a visão dela, que era xingada por seus pares de comunista, como se ser comunista fosse algo terrível, fosse um xingamento. Talvez na visão dele, apenas seus ancestrais tivessem sido escravos, ele não, ele era empreendedor e patrão de si, pois puxava alegremente seu carrinho por toda a cidade, ouvindo músicas do estrangeiro, à procura de materiais que não serviam mais à população.

    De fato seu trabalho contribuía para o meio-ambiente, era um trabalho importante como qualquer outro, mas que a sociedade não enxergava, não valorizava. Junto às bandeiras podiam se ver vassouras e rodos gastos, galões de plástico pendurados, além de outros materiais no interior do carrinho que faziam pesar – vide o esforço dele ao puxar o carrinho – mas que não podiam ser vistos por ela. Era um homem forte, de estatura mediana, jovem e bonito, embora sua beleza não interessasse ninguém, por não ser fruto do mundo de consumo. Usava chapéu marrom, fumava elegantemente, usava uma camiseta Nike, bem gasta e suja, bermuda escura, chinelos.

    Talvez conversasse sobre política com o outro homem. Talvez comemorasse a vitória do candidato vencedor, sem saber que este o considerava tão animal a ponto de ter seu peso pesado em arroba; que dizia que o trabalhador ou tinha trabalho ou tinha direito, igual na época da escravidão que talvez não existisse mais por aqueles tempos; que a vida sexual ou a opção religiosa de uma pessoa devesse ser mais observadas que a política econômica do país, dado que esta já estava posta; que era adepto à liberação da posse de arma pelo cidadão comum, não refletindo ser ele (o que estava à margem da sociedade consumista) o alvo principal; que, dentre outras ideias pífias, acreditava que o cidadão que já não vivia devesse trabalhar até os 75 anos ou mais para ter direito a uma aposentadoria de fome, se contribuísse para a previdência durante toda a vida, é claro.

    Ela estava triste por todas estas questões. Ela queria que sua vida média fosse estendida a todos os seus irmãos. Ela não acreditava no que estava em voga. Ela tinha outra visão, mas qual seria a visão dele? Eles se olharam, ela sorriu, ele não retribuiu, talvez o sorriso tivesse sido interpretado como deboche ou algo bem estranho quando direcionado a ele. A conversa acabou e ele foi embora, puxando seu carrinho, fumando seu resto de cigarro, ouvindo a música em língua inglesa, todo orgulhoso, todo patriota. Ela voltou ao cartório, pois tinham acabado os quarenta e cinco minutos de almoço e meditação.

    O almoço

    O almoço era realizado no refeitório claro. Lá se reuniam vários trabalhadores, de várias varas ou funções: estagiários, escreventes, motoristas, faxineiras. Todos os dias havia um assunto diferente em pauta. As estagiárias costumavam falar de suas lutas ferrenhas na vida universitária, com seus professores tiranos ou com suas paixões de van, e na vida mundana, travadas com os pais ou com seus cabelos nunca disciplinados o suficiente. Os escreventes colocavam-se na posição de sábios da montanha, tentando dar conselhos, lições de vida, falando sobre filosofia, psicologia, política, além de outras “Coisas que nóis não entende nada...”. Havia o motorista intelectual que ainda nos dias hodiernos mantinha carteirinha em biblioteca pública. As faxineiras falavam desde a infância violenta até suas viagens com as amigas pelo litoral; uma, em particular, expressava seu sonho de Cinderela, queria ser percebida por um juiz de BMW, queria viver um grande amor e ser cuidada por ele, o qual a ajudaria a realizar todos os seus desejos estéticos.

    Eram momentos divertidos e ricos, de muita troca, que ajudavam a alimentar a alma. Mesmo sendo difícil cozinhar, devido ao tempo escasso fora do cartório, o qual procurava dedicar exclusivamente à sua família e amigos, Lena preparava sua marmita para dividir o tempo do almoço com aquelas pessoas. Quando não podia, frequentava um restaurante no centro da cidade, onde travava conversa com o manobrista do estacionamento, com o ancião que pesava sua comida, com a dona do restaurante que fechava sua conta, porém estas conversas eram muitíssimo menores que as do refeitório, posto que o tempo tinha de ser repartido com o trajeto também.

    Havia beleza nas pessoas, no cotidiano. Todos mantinham a esperança em dias melhores, todos lutavam contra suas dores, todos faziam seu melhor. Talvez a claridade e o espaço aberto, somados ao horário em questão, ajudassem a captar estas singularidades, estas minúcias. Lena fazia desta hora, a sua hora mágica, a melhor hora para captar as melhores imagens para sua literatura, entretanto, não se perfazia nem em 60 minutos, daí a compreensão do porquê as imagens menos felizes tomarem conta de sua escrita: infelizmente nos deixamos dominar pela face sombria do mundo profissional.     

    Fim.
  • A festa

    Eu nunca fui de beber.
    Comecei há pouco tempo, evito ao máximo. Quando faço não me embebedo.
    Minha visão sobre isso torna o ser humano um idiota. Fazemos coisas que sabemos que podem nos matar. 
    Vejo um rapaz sair da festa cambaleando, e entrando no carro.
    Por sorte ele irá bater num poste sem machucar outras pessoas, morrerá sozinho, com a consciência limpa. Se tiver sorte.
    - Que coisa horrível de dizer Otto — Ela diz.
    Sorrio e bebo meu uísque.
    Não lembro como a conversa foi chegar naquele ponto. Ela gostava de falar.
    Um jeito tagarela.
    Havia a conhecido há umas duas festas anteriores. Numa sexta, ou quinta. Não me lembro.
    É sábado à noite, estou cansado, mas é dia de festa. Pessoas bebendo, se divertindo e esquecendo dos problemas da rotina corrida.
    Nessa casa há tantas pessoas. Todas conversavam e riam, algumas pulavam na piscina, outras espalhadas pelos cômodos do primeiro andar da casa. Uma bela casa. Ótima para festas.
    Havia todos os tipos de pessoas naquela casa, todas de diferentes classes sociais, diferentes etnias e raças. 
    Todas reunidas para conhecer pessoas novas, rever as velhas, socializar ou apenas conseguir uma transa.
    Ela estava sentada em uma cadeira verde junto de suas amigas, quando cheguei. Acenou e sorriu.
    Usava um maio vermelho com bolinhas brancas e uma toalha roxa envolta do pescoço, segura um copo de cerveja com a mão esquerda e gesticula com a mão direita enquanto fala, suas unhas estão com um esmalte vermelho sangue.
    Algo que sempre achei muito sexy.
    O seu cabelo preto esta preso num coque molhado que se desfaz a todo instante, ela me olha, continua rindo, mostra a língua e volta a conversar.
    Minutos depois, estamos parados encostados na parede próxima à porta de entrada. Porta de vidro, entrada para a cozinha.
    Não lembro seu nome.
    Mirela.
    Melissa.
    Milena.
    Todos as chamavam de “Mi”.
    “Mi” estuda direito, futura advogada, acredita que a justiça foi feita para proteger todos. Pergunto-me em que país “Mi” vive. Fala sobre prender os caras maus. Bandidos e assassinos. E políticos corruptos.
    Quer fazer a diferença.
    Como todos quer viajar para fora do país, fazer intercambio conhecer algum gringo e ter um amor de verão. Sonha com a Itália. Roma. Coliseu.
    Tagarela.
    Fala sobre seus pais. Médicos. Queriam uma filha medica.
    Pergunta sobre os meus. Mortos. Queriam um filho vivo.
    Ri pensando que foi uma piada. Sorri colocando a mão sobre o rosto, demonstra timidez. Mas esta confortável com a conversa.
    Um jeito leve e descontraído.
    Ela não é alta, mas nem muito baixa. Tem um corpo magro. Sua pele da cor de chocolate me atrai. Seus olhos castanhos me conquistam.
    Uma gota de agua escorre por sua bochecha e pinga ao chegar a seu queixo.
    Sua boca esta levemente pálida por causa da brisa fria desta noite.
    Continua me falando sobre sua vida. Sobre seu estagio em um escritório de advocacia, onde seu chefe fica flertando com ela. Como não flertar com uma garota tão linda? Sorri colocando a mão sobre a boca.
    Ela diz que o café de lá é horrível, respondendo minha pergunta.
    Depois de mais um papo, caímos no assunto sobre bêbados. Ri quando comento sobre o bêbado que acabara de entrar no carro.
    Me da um soco de leve no ombro. Pergunto-me em que momento ganhou intimidade.
    Uma casa bem espaçosa com dois andares, ligados por uma escada de madeira em espiral, moderna. No primeiro andar tem a cozinha, a lavanderia e a sala, no segundo andar, há três quartos, duas suítes e outro para hospedes. 
    Nesse encontra-se uma cama de solteiro, com alguns lençóis e um travesseiro, uma pequena cômoda e uma guarda-roupa empoeirado, com algumas roupas velhas dentro.
    “Mi” esta rindo, seu cabelo esta solto, ainda molhado e caído sobre seus ombros, não é um cabelo comprido.
    A musica alta estrala em meu ouvido. 
    Ela rouba meu copo de uísque, bebe um pouco e então, me devolve. Faz careta ao engolir.
    - Vamos Otto, dance! — Ela diz, rebolando no ritmo da musica.
    Coloco o copo sobre a cômoda. O gelo balança fazendo um som de sino ao bater nas paredes internas do copo.
    Solto minha gravata.
    - Só você para vir de terno a uma festa na piscina — Ela diz.
    Sorrio.
    Ela sorri, não cobre o rosto desta vez. Esta bêbada.
    Começa a falar que esta de olho em mim desde a primeira festa. Desamarra o maiô. Seus seios ficam a mostra, são pequenos como laranjas e tem as aureolas marrons. Fazia um tempo que eu não via uma garota nua. Meu corpo esquenta.
    Ela se aproxima.
    - Eu sei que você me quer Otto. — Ela diz, apalpa os seios.
    Desculpe-me “Mi”, o que sinto não é excitação pelo seu corpo. Mas pela sua morte. Ela esta bêbada.
     Sorri. 
    A faca entra em seu peito. Atravessa seu tórax atingindo seu pulmão. Ela não tem tempo de reagir. Sua respiração fica pesada. Ela não grita. Esta segurando meu terno. Olha-me nos olhos. Sangue escorre pelo canto da sua boca. Retiro a faca. 
    A faca entra novamente, próxima ao local anterior. Retiro a faca.
    Ergo minha mão. Passo a língua em meus lábios.
    Há muito sangue. Ela cai. Seu cabelo esta no meio daquela poça vermelha. Tiro minha gravata. 
    A musica alta estrala em meus ouvidos.
    Suas pernas são lindas, sem nenhuma mancha, sua cor é atraente, seu quadril é largo comparado a sua fina cintura. Abaixo e tiro seu maiô, corpo maravilhoso. Sua barriga é definida, devia fazer exercícios frequentemente. O sangue ainda sai pelos cortes. Esta toda vermelha. Tento não encostar no sangue. Pego o travesseiro e faço pressão para o sangue dar uma pausa. Coloco-a sobre a cama. Esta nua. Penduro o maiô num cabide dentro do guarda-roupa. Tomo um gole do uísque.
    Caminho até o banheiro do outro quarto, não há ninguém no segundo andar. Lavo a faca, as mãos e encaro o espelho. Arrumo o cabelo e volto para vê-la.
    Desço a escada em espiral. Logo estou na cozinha. Largo a faca sobre a pia, mesmo lugar de onde peguei, antes de subir.
    Esbarro em algumas pessoas. Peço desculpas. Alguns sorriem. Outros me encaram.
    Vou embora.
    No dia seguinte vejo a noticia.
     “Mi” foi encontrada dentro de um guarda-roupa, de cabeça para baixo, com os pés amarrados por uma gravata, nua. O cabelo todo sujo de sangue. Os olhos revirados, e sua língua estava sobre a cama num copo de uísque.
  • A fronteira das mentalidades

    Quando os limiares geográficas e mentais foram rompidos, o Novo Mundo se apresentou à Europa Ocidental. Diversos relatos de viagem e de navegação foram publicados na Europa. Clérigos, navegantes, soldados e naturalistas representavam esse mundo desconhecido, quase místico.
                A filósofa Marilena Chauí traça a genealogia dessa representação mistificada e edênica do que viria a se tornar o continente americano. Monges irlandeses já no século XIV tratavam de uma fantasiosa ilha à Ocidente chamada Hy Brazil, de acordo Chauí (2014, p. 114): “os escritos medievais consagraram um mito poderoso, as chamadas Ilhas Afortunadas ou Ilhas Bem-Aventuradas, lugar abençoado (...). Os fenícios as designaram com o nome Braaz, e os monges irlandeses as chamaram de Hy Brazil.”.
              No ano de 1492, um misterioso genovês, sob comando de uma esquadra castelhana, chegou as Antilhas. De acordo o autor do livro O Mediterrâneo, Fernand Braudel, criava-se aí um novo sistema-mundo, marco da Era Moderna (BURKE, 1992; BOURDÉ & MARTIN, 1983). A partir desse evento, os relatos de viagem ganham uma enorme proporção.
              Se antes a fantasia imperava cegamente, agora os europeus presenciavam em pessoa aquele Novo Mundo, os seus povos, sociedades e cultura. O choque não é apenas intenso, mas inevitável. A visão dos ibéricos estava carregada com as imagens mitológicas greco-romanas.
              O antropólogo Serge Gruzinski analisa as diferentes visões de mundo entre os povos nativos e ibéricos. Organização social, agricultura, línguas, e vestimentas são apenas alguns dos latentes traços de diferenciação entre esses dois povos (GRUZINSKI, 1994).
              Os padres jesuítas no Brasil e os conquistadores espanhóis produziram os mais ricos relatos sobre as populações nativas. E essas imagens criaram mitos legitimadores da colonização. Os indígenas até na historiografia do século XX eram vistos como indolentes, selvagens e sorumbáticos, vide os livros de Varnhagen (s/d) ou Abreu (1998). O índio sempre foi concebido como o indivíduo a ser civilizado.
              A antropofagia foi um choque na Europa. Nem mesmo o Indianismo de obras como Moema e Iracema vão desfazer essa imagem do índio como um ser selvagem, sem fé, sem lei nem rei. Isso fomentou as práticas tutelares do Estado brasileiro em relação a esses povos.
              Talvez a resposta que a historiografia ainda precisa fornecer é como os povos nativos viam os colonizadores. As fontes, embora existam, são de difícil acesso ou carecem de uma metodologia mais apropriada. O que sabemos é que esse encontro entre povos distintos provocou um choque e mudanças profundas, assim se corroboram as revoltas e guerrilhas, a mestiçagem e o sincretismo religioso.


    REFERÊNCIAS

    ABREU, Capistrano. Antecedentes indígenas; Fatores exóticos; Os descobridores. In: Capítulos de História Colonial: 1500-1800. Brasília: Conselho Editorial do Senado, 1998. p. 13-40.

    BOURDÉ, Guy; MARTIN, Hervé. A escola dos Annales. In: ______. As escolas históricas. Portugal: Publicações Europa América, 1983. p. 119-135.

    BURKE, Peter. A Era Braudel. In: ______. A Escola dos Annales 1929-1989: A revolução francesa da historiografia. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 1992. p. 35-61.

    CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritário. In: ROCHA, André (org.). Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2014.

    GRUZINSKI, Serge. La guerra de las imágenes. De Cristóbal Colón a "Blade Runner" (1492-2019). México: Fondo de Cultura Económica, 1994.

    VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brazil: antes da sua separação e independência de Portugal. Tomo Primeiro, Rio de Janeiro: Em Casa de E. & H. Laemmert, s/d, Seção XIII e XIV. p. 203-229.

  • A garota do segundo andar

    Em uma madrugada chuvosa sinto o efeito da solidão.
    Da janela vejo outras, a maioria deve estar dormindo mas ainda há algumas com luzes acesas.
    Uma senhora com uma xícara que suponho ter café, uma mulher sentada na sala assistindo algum progama na televisão, e lá no canto um homen misterioso que nada faz, apenas olha o mundo, não fala, não se mexe, dizem que tem problemas psicológicos mas quem sou eu para julgar? Não me sinto normal.
    Sou uma garota jovem que não se encaixa em lugar nenhum, que são sai, não conversa, não vive realmente apenas sobrevive a mais um dia.
    Sou a garota do segundo andar.
    A solitária.
    Apaixonada por livros , história e arte.
    Um mundo como esse, agitado, não serve para uma garota como eu; amante do silêncio.
    Os livros são uma fuga, uma pré solução para uma questão maior; o vazio.
    As lágrimas não mais ajudam. O medo do fracasso se torna insuportável,
    O sentimento de não servir pra nada é sufocante.
    O medo irreal do esquecimento é enlouquecedor.
    Por fora uma máscara, por dentro a realidade.
    Poucos são aqueles momentos de paz.
  • A Grande Rocha da Vida

    Quando a Terra Média ainda era dividida entre homens e criaturas, existiam os reinos dos humanos, o território dos gigantes, as cavernas dos elfos, o reino das fadas, o reino das nuvens dos deuses, e o misterioso reino dos pesadelos, habitado pelos demônios.
    Entre eles existia uma rocha mágica que podia curar quem a absorvesse, nem que fosse um pouquinho de seu poder de doenças e feridas, A Grande Rocha da vida. Todas essas nações podiam usar o seu poder, moderadamente, para que não houvesse conflitos ou guerras por posse dela, tanto que cada nação tinha um dia específico da semana para usar o poder da Grande Rocha, a menos que fosse emergência.
    Havia um segredo sobre a Rocha que só os deuses e os demônios tinham em conhecimento, que se alguém absorvesse todo o seu poder, obteria vida eterna e poder ilimitado, o suficiente para derrotar qualquer um, e segundo as Runas dos Tempos dos Profetas, apenas quem tivesse o sangue de demônios ou deuses podia absorver toda a Rocha, mas “lá se sabe se isso é verdade”.
    Um dia os demônios tentaram tomar a Rocha só para eles no objetivo de que Helldron, Rei dos demônios, absorvesse-a e destruísse as outras nações, dominando o mundo, mas falharam porque todos se uniram e os selaram junto ao portal proibido que dava acesso para o Reino dos Pesadelos. Muitos morreram, pois os demônios eram muito poderosos. Quando tudo estava se estabilizando os deuses fizeram um comunicado pacífico, dizendo que iriam pegar a Rocha e leva-la aos céus para que eles decidissem quem usaria ou não o seu poder, mas não aceitaram e obrigaram os deuses a se exilarem nos céus. Os deuses são pacíficos e inteligentes então para manter a ordem eles aceitaram seu exílio, pois sabiam que depois desse comunicado poderia haver desconfiança. E assim terminou o que eles chamaram de “A Guerra Centenária”, pois pode não parecer, mas a guerra contra os demônios durou 200 anos.
    Os demônios não eram muito amigáveis. Eles tinham três corações e viviam 700 anos. As fadas eram fascinantes porque eles voavam sem ao menos ter asas e mantinham um corpo jovem mesmo estando a poucos dias da morte. Vivem 300 anos e quando morrem seus corpos demoram 50 anos para se decompor. Os humanos viviam uma vida normal, sua expectativa de vida era cerca de 90 anos. Os gigantes, bem, eles não eram maus, mas alguns eram brutos demais, outros eram amigáveis, e uns eram travessos, pois pregavam peças nos humanos se fantasiando de demônios e assustando-os dizendo que “nós, os demônios voltamos para tomar a Grande Rocha e destruir todas as nações”, e por isso os gigantes eram mal interpretados por alguns humanos, pois achavam que os gigantes queriam a volta dos demônios... “será que é verdade?”. Os elfos também eram pacíficos, assim como os deuses, mas também eram misteriosos. Pesquisavam segredos do mundo, mas não diziam para os outros. Os deuses não eram como divindades, eram nomeados de deuses por serem muito sábios, tentavam evitar conflitos, procuravam jeitos de beneficiar a todos. Eles não são eternos, mas vivem 300 anos a mais que os demônios. Antes dos deuses serem exilados, alguns se relacionavam com humanos, e a junção dos dois originou uma nova espécie, que rapidamente virou uma nação também, e ficaram conhecidos como druidas. Os druidas têm duas diferenças dos humanos, uma, é que eles nascem com os olhos muito amarelados e brilhantes, e outra é que eles têm um poder de cura parecido com a da Grande Rocha da Vida, só que um druida pode curar apenas feridas, pois envenenamentos, doenças, essas coisas eles não conseguem curar. Havia um, porém no nascimento de um druida, pois alguns nasciam como humanos normais, mas eles não eram mandados para os outros reinos, pois os anciões ensinavam técnicas de cura com ervas e outras coisas que eles encontravam na floresta dos druidas. E também não podem absorver tanto da Grande Rocha. Todos aceitaram o surgimento dos druidas, as fadas se aliaram a eles, e os dois agiram por gerações como “unha e carne”.
    Muitos anos depois da Guerra Centenária, na floresta dos druidas, havia 200 anos que humanos não nasciam, e acharam que tal coisa não iria mais acontecer, até que uma menina nasceu só que ela nasceu com muitas doenças, meio fraca, e por alguma razão, a Grande Rocha não curava suas doenças. Ela sempre admirou a Rocha, mesmo não podendo ajuda-la. Ela cresceu, conheceu um humano por quem se apaixonou, eles casaram-se e um ano depois tiveram a noticia de que ela estava gravida. Numa expedição aos Montes de Gelo, seu marido morreu num acidente. Quando o bebê estava pronto para nascer, numa mesa de parto, ela não tinha forças para fazer com que o bebê saísse, e sentia muita dor. Mesmo estando ciente de que não funcionava, levaram ela até a Rocha, pois era uma emergência, e, por incrível que pareça, a mesma a deu forças para deixa-lo sair. Ela sabia que ia morrer, mas antes de morrer viu que era um menino, e o nomeou como Seikatsu, que do japonês para o português significa “vida”.
    O Avô de Seikatsu não gostava dele, pois dizia ele que Seikatsu matou a própria mãe, então o menino foi criado por todos os druidas. Ele não guardava rancor de seu avô e não se sentia muito triste quando falavam de sua mãe, pois para ele ela era uma heroína por viver tantos anos no estado em que estava, e deixou ele como prova de sua força, e como ela, ele também admirava a grande Rocha.
    Quando completou maior idade decidiu iniciar uma jornada pela Terra Média para conhecer todas as criaturas das outras nações, indo primeiro para o reino mais próximo dos humanos, pois ele queria conhecer a cultura do povo do qual seu pai fazia parte.
    Chegando lá ele se encantou com o jeito dos humanos, seu jeito de comemorar o deixava impressionado. Com o dinheiro que ele havia guardado por anos para quando chegasse sua jornada, ele pretendia comprar várias coisas do reino humano, mas descobriu que no dia seguinte teria um festival que os humanos celebravam para comemorar a vitória contra os demônios na Guerra Centenária, então guardou suas economias para o tão esperado evento. No dia do festival, todos cantavam e dançavam juntos, e o rei propôs irem todos até à Grande Rocha para admirá-la enquanto celebravam, e como ele chegou atrasado não conseguiu comprar nada, então só podia aproveitar a longa caminhada até a Rocha. Chegando lá, todos se espantaram, pois, metade da Rocha tinha sumido, como se alguém tivesse a cortado e levado embora, e seu poder estava enfraquecido, incapaz de curar qualquer um.
    Não demorou muito pra todas as nações ficarem sabendo. Os humanos convocaram uma reunião para saber o que houve, mas o atual estado da Grande Rocha começou a causar discórdia, pois os druidas e as fadas acusaram os humanos de roubar o poder da Rocha por terem sido vistos por perto, e os gigantes não estavam do lado de ninguém, só sabiam que alguém havia roubado a Grande Rocha e que estavam prontos para qualquer batalha para encontrá-la, e os elfos não reagiram de nenhum modo, o que era muito suspeito. Seikatsu não conseguiu engolir o fato de que a Grande Rocha não estava em seu estado normal, e que isso causaria guerra. Usou todas as suas economias para comprar uma espada, e um equipamento básico para sair numa jornada, e dessa vez não era para conhecer seres e lugares novos, e sim para descobrir o que aconteceu com a Grande Rocha. Ele falou com o rei sobre sua jornada, e pediu que alguns homens fossem com ele, mas o rei não pensava em nada além de se preparar o possível começo de outra “Guerra Centenária”, e os únicos que conseguiam ajudar a restaurar a ordem e resolver os conflitos sem violência eram os deuses, mas eles haviam sido exilados, e não estavam mais interessados em deixar seu exílio e intervir na Terra.
    Seikatsu andou por três dias até chegar perto do reino dos gigantes. Chegando lá, viu alguns homens com pedras nas mãos, atirando-as em um buraco bem fundo, onde tinha um gigante com uma cara ameaçadora. Ele espantou aqueles homens com sua espada, chamou ajuda de alguns gigantes, e tiraram aquele brutamonte do buraco. O gigante agradeceu, e perguntou o que trazia um bravo humano até o território dos gigantes. Seikatsu explicou a situação, e o gigante, conhecido como Smasher, jurou que o guiaria até completar seu objetivo de descobrir o que aconteceu com a Grande Rocha da Vida. Eles fizeram uma pesquisa em metade do território dos gigantes, falaram inclusive com o comandante deles, e todos negaram que não sabiam nada sobre o atual estado da Grande Rocha, então eles partiram.
    Dois dias depois, eles chegaram num bosque, onde encontraram um enorme golem de planta, que expeliu um gás roxo que os envenenou e os fez cair de sono.  Quando acordaram, deram de cara com um monte de crianças flutuando, e perceberam que estavam no Reino das fadas.  As fadas explicaram a situação, foi um mal entendido, pois o golem de planta era só um guardião, mas ele não ataca a menos que cheguem perto do Reino das fadas sem avisar com antecedência. Enquanto Smasher estava fazendo a pesquisa sobre o desaparecimento da metade da Rocha, Seikatsu estava explorando aquela linda cidade, e enquanto passava por um recanto com plantações de uvas, ele se deparou com uma linda fada, e os dois ficaram por um longo tempo se encarando, como se nunca tivessem visto algo tão especial na vida. Eles se cumprimentaram, o nome dela era Hana. Ela ouviu falar sobre o que ele estava fazendo, e perguntou se ele gostaria de passar mais um dia pelo reino das fadas. Ele aceitou, e ela mostrou a ele como era a cidade à noite. Perto de um lago, meio embaraçados, explicaram o que sentiram um pelo outro quando se viram, pareciam sincronizados, um só, e no dia seguinte, ela o acompanhou em sua jornada.
    Seikatsu não tinha noção por onde começar a procurar uma passagem para as cavernas dos elfos, mas por sorte, Hana sabia onde era, porque quando mais nova, acompanhava sua mãe em entregas de flores para os elfos, pois por algum motivo eles adoravam comer pétalas de flores. Chegando lá n hesitaram em ir direto falar com a chefia. Os elfos disseram que descobriram que o rei dos demônios conseguiu um jeito de escapar antes de ser selado, e que ele estava habitando um corpo humano, e que foi ele que absorveu a Rocha, só que seu corpo humano era fraco, então só conseguiu absorver metade da Rocha, e a outra metade está fraca, e a mesma podia se destruir a qualquer momento. Seu plano era absorver os demônios do selo do portal proibido, reconstituir seu corpo original e terminar de absorver todo o poder da Grande Rocha da Vida.
    Saindo de lá, eles partiram em direção à Grande Rocha, no objetivo de dizer a todos o que realmente estava acontecendo, e chegando lá se deparou com os druidas caídos no chão próximos à Rocha, e um homem que aparentava estar com más intenções. Eles diziam que era seu pai. Então, o “pai” de Seikatsu começou a se decompor e surgir um demônio enorme de dentro dele, sendo esse Helldron, o Rei dos demônios. Helldron explicou que não houve nenhum acidente, e que Helldron matou e tomou o corpo do pai de Seikatsu, e matou todos os outros que estavam com ele. Smasher tentou um ataque surpresa, mas foi ludibriado, pois Helldron o pegou de surpresa, e o lançou contra a Grande Rocha. Smasher não aguentou tal impacto e teve alguns de seus ossos quebrados, impossibilitando-o de lutar. Os humanos temeram o poder de Helldron, e alguns deles recuaram, mas os gigantes, as fadas e os elfos, ficaram e lutaram bravamente, mas “a que preço?” Muitos foram mortos, Helldron estava invencível. Seikatsu partiu rapidamente para cima dele, e assim, num chute com poder suficiente pra abrir uma cratera, Helldron o lançou até a Rocha, fazendo com que seu corpo a perfurasse, e por alguma razão, ela não estava curando ninguém. Por alguns instantes, todos pensaram que era o fim. Helldron gargalhava comemorando sua vitória, e quando ia se aproximando da Rocha para absorvê-la, uma incrível luz surgiu de dentro dela, sua estrutura começou a se partir em pedaços, e de dentro dela, surgira um corpo emitindo luz, era Seikatsu. Helldron se perguntou o porquê, e como ele absorveu a Rocha, e um velho druida entendeu em fim que, Seikatsu e talvez até sua mãe não tivessem poderes de cura porque haviam herdado poder dos deuses, e na teoria, os deuses tinham mais controle sobre o poder da Rocha do que os demônios. Seikatsu absorveu em um estalar de dedos, toda a energia da Rocha tirada por Helldron, e, num soco estrondeante, reduziu Helldron em poeira. Seikatsu curou a todos, reviveu alguns mortos, despediu-se de Hana e dos druidas, e, emitindo uma incrível luz verde que iluminava toda a Terra Média, transformou-se em um incrível cristal, que se parecia com a Grande Rocha da Vida. Seu corpo virou uma estatua de pedra dentro daquele cristal. Sua Historia foi contada por gerações. Festivais celebrando sua vitória sobre Helldron, e todos o chamavam como, O Menino da Vida.
  • A história

                    “E aí Rose, o que tá pegando minha filha?” Leleco põe o skate embaixo do braço depois que cumprimenta a amiga.
                    “Não é nada não, é só que a autora está criando a nossa história. Alguma aventura vem por aí! Tô tão animada!!”
                    “Animada por que pô?! Que aventura? Eu quero que ela escreva um romance, aí normalmente a gente não faz nada, só fica pegando as mina gata que aparece na história!!” Leleco arruma um colarinho imaginário.
                    “Que não faz nada! A gente faz sim! Normalmente no romance a gente sofre por algum infortúnio antes do final feliz ou não tão feliz assim… – Leleco concorda. – Mas a aventura não, a aventura traz o carisma e a sagacidade da personagem à tona, ela torna cada capítulo um marco em nossas vidas, nas aventuras e nos suspenses é que moram as personagens mais preferidas e admiradas, pois conquistaram um lugar ao sol com muito esforço e em nome de um grande propósito.”
                    “Esse negócio de aventura dá muito trabalho ô Rose, não inventa esse negócio de glamour que não rola comigo não, meu esquema é namorar as gatinhas e fica de boa, falando aquelas frase de efeito que o cara nunca esquece.”
                    “Sabe que você tem razão, é como aquele autor maravilhoso que escreveu ‘aos vencedores as batatas’, quem leu não esquece. Mas ainda assim, não deixou de ser um livro emocionante e perigoso” A expressão de Rose se transformou em puro mistério.
                    “Rose, não viaja Rose, quer mais perigoso que tá o nosso país Rose, mané não precisa ler livro não, mané só vive, mano.”
                    “Credo Leleco! Também não é assim! Livro também traz mensagens positivas de amor e de paz, grandes lições e grandes exemplos!”
                    “Ah, então quer dizer que não vai passar lá o personagem principal o tempo todo sofrendo que nem um condenado?”
                    “Claro que não, toda a história tem um objetivo, uma motivação, um propósito” Rose tenta explicar da melhor forma possível. “Mesmo que às vezes a gente não entenda o que o autor está propondo logo de cara.
                    “Tipo Titanic, que o cara se arrisca a história inteira e ainda morre no final?”
                    “Na verdade, Titanic é uma história verdadeira, embora o Romance da história seja fictício, realmente aquela tragédia aconteceu”
                    “Nossa, que coisa! Tragédia verdadeira, romance fictício, isso tá muito parecido com a vida real Rose” Diz Leleco xingando.
                    “Por isso faço tanta questão de aventura Leleco, com a aventura a gente sonha, se inspira, se fortalece e vibra junto com o personagem quando tudo fica bem no final!”
                    “Vendo por esse lado, até que seria bacana se autora me colocasse num lugar de destaque, tipo o cara que sabe tudo e resolve as coisas no final. Eu quero é ficar bem na fita ae!”
                    “Mesmo se tiver que arriscar sua vida para salvar a mocinha da trama?”
                    “É… se não der muito trabalho!” Leleco dá risada da expressão irada de Rose.
                    “Leleco!!!”
    —————————————————————————————–
    Marya Lampert
    26/06/20
  • A história até a História

    O filósofo grego Aristóteles foi enfático em dizer que a poesia era mais relevante que a História, pois aquela é mais universal que essa. De modo concreto, a disciplina a que o pensador está falando não é a mesma da Era Contemporânea. Podemos remontar a sua cientifização ao século XIX, quando diversas correntes e teorias surgem. Se o século XVIII foi o “Século da Filosofia”, o seguinte será o “Século da História”.
                Quando Leopold von Ranke lançou suas teses sobre a escrita da História, ele tentava evadir de uma história filosófica, ou seja, uma história sem um método corporificado (REIS, 1996). Embora não tenha ido muito longe da esfera filosófica, Ranke colocou a História não apenas como narração de eventos, mas como método e processo ideográfico, buscando o singular no tempo e espaço. O objetivismo entra em cena.
                Isso implicava em grandes problemas, seria possível o historiador estar isento de sua subjetividade? O método historiográfico-erudito é infalível? O método rankeano é um axioma. As fontes, embora estejam bem definidas em seu papel, são limitadas. Ranke se propõe a historiografar a política, a história dos grandes homens. A guerra, a diplomacia e os registros oficiais são os cânones dessa história.
                O hegelianismo e o positivismo são compreensões metafísicas da realidade histórica. Ambas atribuem uma lei universalizante e determinada dos eventos. Nem mesmo o materialismo histórico foi capaz de romper com essa cadeia. Pois mesmo no socialismo científico, a sociedade segue uma marcha etapista. O homem é determinado pelas suas condições materiais, embora faça a sua história, está é condicionada pela sua época.
                No final do século XIX, quando a questão do nacionalismo ganha forma, a História adquire um papel novo: legitimar o Estado e criar um passado em comum (BOURDÈ & MARTIN, 1983). A França é a que mais se apropria desse ideal. A Escola Metódica surge na esteira de Ranke. A política ganha ainda mais destaque. Os eventos vão formando um povo, e o povo uma nação.
                No século seguinte, nos “frementos anos 20”, dois historiadores de uma universidade periférica estabelecem uma crítica aos metódicos como Ch. Seignobos e Ch. Langlois. Para Marc Bloch e Lucien Febvre, apenas a narração ipsi literis dos documentos oficiais não seriam suficientes para compreender a história humana. Era necessário um esforço epistemológico maior nesse sentido.
                A História desce um degrau nas estruturas. Passa da política para as questões socioeconômicas e das mentalidades. As fontes se alargam, bem como seu método de crítica interna e externa. A revista Les Annales surge (BURKE, 1992). Uma das maiores contribuições dessa escola historiográfica foi a interdisciplinaridade com outras ciências e campos do saber como a linguística, a geologia, a antropologia, a sociologia e outras.
                Embora não haja consenso entre os historiadores da Historiografia, podemos dividir a história dos Annales em primeira geração, a de Bloch & Febvre; a segunda geração, a de Braudel; e por fim, a terceira geração, também conhecida como Nova História, que se ampara nos aspectos da cultura para a sua escrita (PESAVENTO, 2012). Isso não significa que não houvesse outras tendências demarcando território, como o neomarxismo inglês de E. P. Thompson. A ciência adquiriu novos métodos, novos temas e campos de atuação profissional.
                Para além das críticas, podemos destacar os seguintes avanços: a História do Tempo Presente, o ressurgimento da narrativa, a História Oral, todo registro humano no tempo e no espaço como fonte historiográfica, a percepção do tempo braudeliano, a interdisciplinaridade etc. Com esses recursos o historiador poderá fazer uma história total. Não no sentido de algo definitivo, mas no sentido da mais ampla percepção da historicidade, cobrindo o máximo de elementos possíveis dos eventos e fatos históricos.
    Referências bibliográficas
    BOURDÉ, Guy; MARTIN, Hervé. As escolas históricas. Portugal: Publicações Europa América, 1983.
    BURKE, Peter. A Escola dos Annales 1929-1989: A revolução francesa da historiografia. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
    PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
    REIS, José Carlos. A História, Entre a Filosofia e a Ciência. São Paulo: Editora Ática, 1996.
    ROCHA, Everardo. O que é mito. Editora Brasiliense, 1996.
    SÁEZ, Oscar Calávia. A variação mítica como reflexão. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, vol. 45, nº 1, p. 07 – 36, 2002.
    VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos? Ensaio sobre a imaginação constituinte. São Paulo: Brasiliense, 1984.
  • A HISTÓRIA DO BOI SUICIDA

    Este é um fato curioso
    História de um ruminante
    Um valente boi baiano
    Com um sonho alucinante
    De viver solto na serra
    Num lugar lindo e distante

    Foi criado na fazenda
    Era de um porte nobre
    Tinha raça e beleza
    Mas por dentro era pobre
    Sabia que cedo ou tarde
    Lhe passariam no cobre

    Conhecia o destino
    De antepassados e amigos
    Que viviam como ele
    Sem correr nenhum perigo
    Com o bom e o melhor
    Sem sofrer nenhum castigo

    No final da sua sina
    Encontraria um carrasco
    E exposto em prateleiras
    Num cenário de fiasco
    Terminaria no molho
    Ou na brasa pra churrasco

    A sua oportunidade
    Deu-se numa ocasião
    Com todo o preparativo
    Para uma exposição
    Ele iria concorrer
    A um lugar de campeão

    Fizeram os preparativos
    A mando do criador
    De Teodoro Sampaio
    Para a feira em salvador
    O Boi ficou matutando
    Serei um gladiador

    A viagem foi tranquila
    Com uma vista bacana
    Tudo bem organizado
    Uma equipe veterana
    Rodaram pela estrada
    Chegaram fim de semana

    Na hora do desembarque
    O Boi ficou preparado
    Na primeira bobeada
    Aquele animal sarado
    Desembestou pra saída
    Como tinha planejado

    Agora sozinho e livre
    Fazia o que bem queria
    Caminhava por aí
    Tudo novo conhecia
    Gente, casa, automóveis
    Praia, campos, rodovia

    Como passeou bastante
    Começou logo a pensar
    Vou pro Rio de Janeiro
    Ter história pra contar
    Passou pelo aeroporto
    Mas não conseguiu entrar

    Escutou muita conversa
    Por onde ia passando
    Tinha uma equipe montada
    Que estava lhe procurando
    E a policia militar
    Sua rota ia traçando

    Pensou, antes que me peguem
    Eu vou me realizar
    Vou caminhar por aí
    Até me localizar
    Aproveitar a viagem
    Quero conhecer o mar

    Convocou a natureza
    Sentiu a brisa e o vento
    Observou os turistas
    Focou no seu pensamento
    Vou tomar banho de praia
    Nem que for por um momento

    Depois de caminhar muito
    Escapando do resgate
    Sentiu a brisa do mar
    Tinha vencido o combate
    Que exposição que nada
    Não existiria abate

    Sentiu-se realizado
    Entrou na água salgada
    Estava se refrescando
    Não pensava mais em nada
    Curtia a água e a praia
    Eita vida desejada

    As pessoas estranhavam
    A sua felicidade
    Onde já se viu bovino
    Como gente da cidade
    Comunicaram à patrulha
    A sua localidade

    Ele pensou não me engano
    Não terei vida de rei
    Mas não vou facilitar
    Para lá não voltarei
    Vou me afundar nesse mar
    Minha história contarei

    Tinha um grupo de pessoas
    Na praia naquele dia
    Fizeram um ajuntamento
    Para ver se acudia
    Mas não era seu destino
    Pro curral não voltaria

    O mutirão se esforçou
    Trabalharam com grandeza
    Arrastaram para a praia
    O bovino da esperteza
    Mas não tinha o que fazer
    O fim chegou com certeza

    Eu contei essa história
    Do valente boi de elite
    Que ficará na memória
    Pra que o mundo inteiro grite
    Quem puder se realize
    No seu sonho acredite.
  • A História do Nosso Amor: 101 Um Jantar Inesperado

    Sinopse
    Nesta história, o casal Paulo e Ana compartilha suas vidas. Paulo é um advogado famoso no YouTube por seus vídeos, e Ana é uma professora de educação infantil. Juntos, eles crescem e amadurecem enquanto aprendem a arte de permanecer casados e felizes. Nessa jornada, estão a cachorra Phoebe, a melhor amiga de Ana, Daniela; a irmã de Ana, Maria; e o primo de Paulo, Jonathan. Além da excêntrica garçonete Luna e de Diego.

     
    Era uma sexta-feira à noite, e o apartamento dos recém-casados Paulo e Ana estava em um caos organizado. Livros de Direito estavam empilhados na mesa da sala, enquanto brinquedos de cachorro se espalhavam pelo chão. Phoebe, a adorável cachorra do casal, corria de um lado para o outro, ansiosa pela atenção dos seus donos.
    Paulo, um advogado renomado e conhecido por seus vídeos no YouTube, estava sentado no sofá, tentando editar um novo vídeo. Ele olhou para o relógio e soltou um suspiro.
    — Ana, você não acha que deveríamos ter uma noite só para nós? A semana foi longa e cheia de compromissos?
    Ana, sua esposa e professora infantil, estava na cozinha tentando preparar algo rápido para o jantar. Ela virou-se com um sorriso cansado.
    — Eu adoraria isso, Paulo! Mas não podemos esquecer que hoje é o aniversário da Maria. E a Dani vai trazer um bolo! Precisamos estar prontos.
    Paulo franziu a testa.
    — Certo, mas eu não esperava que tivéssemos convidados em cima da hora. Eu só queria um momento só nosso.
    Ele se levantou, indo até a cozinha para ajudar.
    — Vamos fazer isso juntos! O que você acha de preparar uma salada? É rápido! — pediu Ana.
    Enquanto isso, Daniela chegou com uma caixa enorme de bolo e uma garrafa de vinho.
    — Surpresa! Espero que você tenha espaço na sua agenda para uma celebração improvisada!
    Ela piscou para Ana.
    — Que ótimo! Só precisamos arrumar tudo aqui. — disse Ana.
    A campainha tocou novamente e Maria, irmã de Ana, entrou com um sorriso largo.
    — Oi, gente! Estou tão animada para a festa! E o que é isso? Um jantar romântico?
    Paulo riu nervosamente.
    — Era pra ser… mas agora temos uma festa.
    Ele olhou para Ana com um sorriso cúmplice.
    — Vamos fazer disso uma noite divertida! — disse Ana.
    Diego, esposo de Dani, apareceu logo em seguida, trazendo mais comida e animação à festa.
    — O que está rolando aqui? Ouvi falar de bolo e vinho!
    Phoebe ficou pulando em volta dele, ansiosa por atenção e petiscos. Todos começaram a rir enquanto tentavam acalmar a cachorrinha.
    Conforme a noite avançava, Paulo percebeu que sua ideia de ter um momento íntimo com Ana havia se transformado em uma celebração inesperada com amigos e família. Ele olhou para ela do outro lado da mesa; ela estava rindo com Maria enquanto compartilhavam histórias da infância.
    Paulo pensou:
    — Talvez isso seja ainda melhor do que eu pensei.
    Quando todos se sentaram à mesa para comer o bolo e brindar à Maria, Paulo decidiu fazer um discurso improvisado.
    — Às vezes os melhores momentos são aqueles que não planejamos. Aqui estamos nós, cercados por pessoas que amamos.
    Todos levantaram seus copos em concordância.
    — E que venham mais aniversários assim! — disse Maria.
    Ana olhou para Paulo com amor nos olhos.
    — É verdade! E quem sabe ainda teremos nosso momento especial mais tarde?
    Paulo sorriu de volta, sabendo que mesmo em meio à confusão da vida cotidiana, havia sempre espaço para alegria, especialmente quando se tem pessoas queridas ao seu redor.
  • A História do Nosso Amor: 102 Ana e Paulo Compram um Sofá

     
    Ana e Paulo estão mobiliando o novo apartamento deles.
    — Amor, precisamos de um sofá que seja a cara da nossa casa! Que tal chamarmos a Dani e o Diego para nos ajudar? — perguntou Ana.
    — Ótima ideia! Eles sempre têm bom gosto. — respondeu Paulo.
    Assim, os quatro amigos se encontraram na loja de móveis.
    — Olhem esse sofá! É super moderno e parece tão confortável! — disse Ana.
    — Confortável? Deixa eu testar! (ele se joga no sofá) Perfeito para uma soneca! — disse Diego.
    Após várias risadas e brincadeiras sobre o quanto cada sofá poderia ser “perfeito” para uma soneca pós-almoço, finalmente encontraram o sofá ideal.
    — Esse azul marinho é lindo! Combina com as paredes da sala! — disse Ana.
    — Concordo! E vai ficar incrível com as almofadas que escolhemos. — Paulo concordou.
    Enquanto decidiam os detalhes da compra, Paulo teve uma ideia brilhante.
    — E se fizermos um pequeno churrasco de inauguração do sofá?
    — Adorei a ideia! — disse Dani.
    — Eu posso trazer aquele jogo de tabuleiro que todos amam! — disse Diego.
    Com a festa em mente, eles saíram da loja rindo e sonhando com os encontros que ainda viriam. Quando o sofá chegou à casa de Ana e Paulo, todos ajudaram a arrumar o espaço.
    — Vamos colocar o sofá aqui, de frente para a TV. O que acham? — pergunta Ana.
    — Perfeito! Assim teremos um ótimo lugar para assistir filmes juntos. — disse Dani.
    — E os jogos do timão, hein? — disse Paulo, animado.
    Dani olha o relógio.
    — Amor, vamos! Temos que buscar o Matheus na escola. — disse Dani.
    — Claro, amor! Vamos lá.
    Na noite do churrasco, todos estavam animados para testar o novo sofá. Enquanto Matheus, filho de Dani e Diego, brincava com a cachorrinha Phoebe, Ana levantou um copo.
    — À amizade, ao amor e ao conforto!
    — E às muitas maratonas de séries que vamos fazer aqui! — disse Paulo.
    — E às histórias malucas que sempre surgem quando estamos juntos! — completou Dani.
    E assim começou uma nova fase na vida dos recém-casados e seus amigos – cheia de histórias para contar e momentos para recordar juntos no aconchego do sofá azul marinho.

    Nome: Ana Paula Bauer Soares
    Nascimento: 19 de fevereiro de 1993
    Onde nasceu: Santa Maria, Rio Grande do Sul.
    Mora atualmente: Presidente Prudente
    Nacionalidade: Brasileira
    Altura: 1,67 m
    Cor dos olhos: verdes
    Cor/tamanho/textura do cabelo: Loiro escuro, um pouco abaixo dos ombros, Cacheado
    Cor da pele: Branca
    Família
    Mãe: Carolina Bauer
    Pai: Renato Bauer
    Irmãos: Maria Bauer
    Curiosidades
    MBTI: ENTJ (comandante).
    Tipo sanguíneo: A positivo.
    A filha mais nova de Renato e Carolina Bauer. Depois de se formar na Universidade de Campinas, ela se mudou para Presidente Prudente, onde conseguiu um emprego em uma escola infantil. Ela conheceu Paulo em Presidente Prudente. Pouco antes do Natal de 2021. Os dois se casaram em maio de 2024.
    Ana é muito estilosa e esta sempre bem vestida e maquiada, adora o estilo alfaiataria e está sempre usando blazers e calças sociais.
    Quais redes sociais ela usa? Instagram.


  • A História do Nosso Amor: 103 O Drone

     
    Era um sábado à noite e Paulo e Ana estavam no novo apartamento, ainda sem internet e sem TV. O clima estava tranquilo, mas ambos sentiam a falta de entretenimento.
    — Então, o que vamos fazer? — perguntou Paulo. — Sem TV, sem internet... Parece que estamos em um filme dos anos 90!
    — É verdade! Temos que arrumar alguma coisa pra fazer? — sugeriu Ana.
    — Alguma coisa? Tipo, colocar o drone pra voar?
    Ana olhou para Paulo com uma expressão travessa.
    — Beleza! Vamos lá!
    Os dois foram até a janela e ligaram o drone, que começou a voar. Depois de alguns minutos...
    — Amor, deixa eu pilotar um pouco! — pediu Ana.
    — Toma, diverte-se.
    Ana começou a controlar o drone, mas ela encosta o drone no fio do poste e perde o controle e bate no transformador de um poste, causando uma explosão.
    — Oh não! O que foi isso?! — exclamou Ana.
    As luzes do apartamento começaram a piscar e, em seguida, tudo ficou escuro. Um apagão tomou conta da cidade.
    — O que aconteceu?! — perguntou Paulo, assustado.
    — Eu não sei! Só vi a explosão! — respondeu Ana.
    Os dois começaram a rir nervosamente.
    — Acho que conseguimos mais do que apenas colocar um drone pra voar. Acabamos com a energia da cidade! — disse Paulo.
    — O que vamos fazer agora? — perguntou Ana. — Estamos presos no escuro!
    Nesse momento, ouviram barulhos de pessoas na rua.
    Alguém gritou na rua:
    — Alguém sabe o que aconteceu? A energia caiu em toda a cidade!
    — Acho que temos que confessar. Ou melhor, fazer uma fogueira na sala e contar histórias de terror! — sugeriu Paulo.
    — Se isso não fosse tão sério, seria hilário. Vamos acender algumas velas e aproveitar essa situação maluca! — disse Ana, sorrindo.
    Os dois começaram a procurar velas pela casa e logo estavam sentados no chão, cercados pela luz suave das chamas.
    — Então, qual é a primeira história da noite? Algo sobre como causamos um apagão na cidade? — perguntou Paulo.
    Definitivamente essa! — respondeu Ana. — E quem diria que nossa primeira aventura no novo apartamento seria tão eletrizante?
    E assim, entre risadas e histórias inventadas sobre como “roubaram” a energia da cidade, Paulo e Ana transformaram uma noite sem eletricidade em uma memória divertida que guardariam para sempre.
    “Veja mais sobre o apagão na cidade na próxima história, ‘Laços de Amizade’, capítulo 7, que postarei em seguida.”

    Nome: Paulo Roberto Soares
    Nascimento: 24 de setembro 1989
    Nasceu em: Marília, SP
    Mora atualmente: Presidente Prudente
    Nacionalidade: Brasileira
    Altura: 1,79 m
    Cor dos olhos: castanho escuro
    Cor/tamanho/textura do cabelo: Castanho escuro, um pouco abaixo dos ombros, ondulado
    Cor da pele: Branca
    Família
    Mãe: Elza Soares
    Pai: Gilberto Soares
    Irmãos:
    Curiosidades
    MBTI: ISTJ (Prático)
    Ele é um advogado renomado na cidade.
    Possui um canal no YouTube com um milhão de inscritos.
    Tipo sanguíneo: O negativo.
    Paulo, um advogado e youtuber. Depois de frequentar a Universidade Prudentina, ele lutou por reconhecimento antes de finalmente ter sucesso na carreira de Direito na cidade de Presidente Prudente. Ele e sua esposa Ana residem em um apartamento próximo ao centro.
    No dia a dia Paulo usa bastante camisa polo e jeans básico, mais como advogado está sempre usando ternos e gravata lisa.
    Quais redes sociais ela usa? Instagram, YouTube e Facebook.
  • A História do Nosso Amor: 104 Reencontros e Conflitos

     
    Paulo e Ana estão no mercado quando, de repente...
    — Paulo?
    Paulo hesita por um momento, mas acaba sorrindo.
    — Lívia! Que bom ver você!
    Eles se abraçam.
    — Quanto tempo! — diz Lívia.
    — Tem uns dez anos, mais ou menos. — diz Paulo.
    — O que você está fazendo aqui na cidade?
    — Voltei para ficar um tempo. Queria rever os velhos amigos.
    Ana tenta esconder sua ansiedade, mas seu ciúme começa a aparecer.
    Enquanto isso, Dani e Diego estão sentados em uma sala de espera da escola. O diretor entra com uma expressão séria.
    Diretor, com voz firme:
    — Dani, Diego, precisamos conversar sobre Matheus. Ele foi flagrado praticando bullying com outro aluno.
    Dani e Diego se entreolham preocupados.
    — Isso não pode ser verdade! Matheus sempre foi educado! — diz Dani, na defensiva.
    O diretor continua explicando a situação.
    — O comportamento dele é inaceitável. Precisamos agir para resolver isso.
    — Não sei de onde ele tirou isso! Ele é só uma criança! — diz Dani.
    — Olha, vamos conversar com o Matheus; isso não vai mais se repetir. — diz Diego.
    De volta ao mercado, Ana está com uma expressão forçada de simpatia.
    — Bem, eu já vou. Foi bom te reencontrar e matar a saudade. — diz Lívia.
    Ana troca olhares com Paulo, que sorri nervosamente.
    Depois que Lívia vai embora, Ana conversa com ele.
    — Ótimo! Por que ela tinha que aparecer aqui? — pergunta Ana.
    — Ana, não tem nada demais. — responde Paulo.
    — Amor, você sabe que eu tenho uma mente aberta sobre você ter amigas, mas essa Lívia... você me disse que era apaixonado por ela.
    — Amor, era uma coisa boba da época da faculdade; nada demais. Além do mais, ela nunca quis nada além de amizade comigo.
    — Tudo bem, deixa isso pra lá. — diz Ana.
    Na casa de Dani e Diego, eles têm uma discussão.
    — Por que você tem que me culpar por isso, Diego?
    — Dani, você me falou como era na escola; fazia bullying com outras alunas.
    — Tá, e por causa disso você chegou à conclusão de que eu sou a culpada pelo que o Matheus fez? Que coisa mais ridícula!
    — Olha, Dani, eu só estou dizendo que você mima ele demais.
    — Ah, agora não posso mais dar amor e carinho para meu filho?
    — Claro que pode! Mas é que... deixa pra lá. Precisamos pensar no Matheus e focar em uma solução. Vamos conversar com ele e entender o que está acontecendo. — diz Diego.
    Dani suspira, tentando se acalmar.
    — Ok, mas precisamos fazer isso juntos. Não podemos deixar que ele se sinta sozinho nessa.
    No dia seguinte, Ana chega em casa enquanto Pedro está acabando de postar um vídeo novo no YouTube.
    — Amor, eu falei com a Lívia; ela nos convidou para jantar na sexta. Eu disse que ia falar com você.
    Ana suspira.
    — Bom, tudo bem, vamos então.
    Sexta-feira à noite no restaurante.
    Lívia e Paulo estão caminhando juntos, relembrando os velhos tempos.
    Lívia sorrindo:
    — Lembra das festas da faculdade? Você sempre era o centro das atenções.
    — E você sempre estava lá me apoiando. Era divertido!
    Ana tenta esconder seu ciúme enquanto observa Paulo sorrir.
    — E como está sua vida agora? — perguntou Lívia.
    — Está ótimo! Tenho uma ótima esposa, sou um advogado bem-sucedido e tenho um canal no YouTube com mais de um milhão de inscritos.
    Enquanto conversam, Lívia se inclina levemente para Paulo; Ana observa com ciúmes.
    — Você sempre foi tão engraçado! Eu me lembro das nossas noites na faculdade...
    Ana interrompe com um tom forçado.
    — Paulo, vem aqui; preciso conversar com você.
    Os dois se afastam.
    — Paulo, eu quero ir pra casa.
    — Você está bem, querida?
    — Então... você estava se divertindo bastante! — disse Ana, irritada.
    — O que você quer dizer? — perguntou Paulo.
    — Você sabe o que eu quero dizer: essa mulher está com segundas intenções — respondeu Ana.
    — Ana, isso é coisa da sua cabeça! Eu não vou embora; se você quiser ir, pega o carro e vai; depois eu vou de táxi.
    Ana se volta para ele, claramente chateada.
    — Certo, mas não faça nada do que você possa se arrepender depois.
    Paulo volta para a mesa.
    — A Ana não estava muito bem e foi embora.
    Lívia sorri.
    — A Ana estava com ciúmes, né?
    — O quê?
    — Paulo, vou ser sincera com você: eu fui uma burra, uma idiota.
    — Por que você está dizendo isso, Lívia?
    — Eu sei que você gostava de mim na faculdade, mas eu nunca quis nada com você; porém, eu sempre senti algo por você e bem... acho que ainda sinto.
    — Lívia, o que você está querendo dizer?
    — Paulo, olha nos meus olhos e diz se você ainda sente algo por mim! Se você quiser ficar comigo, eu quero ficar com você; mas se você não quiser, eu vou embora.
    — Lívia, eu amo a Ana e quero ficar com ela; me desculpe, mas se você veio aqui...
    Lívia o interrompe.
    — Paulo, não diga mais nada.
    Lívia se levanta e sai. Assim que a porta se fecha...
    Mais tarde, Ana e Paulo têm uma conversa sincera.
    — Paulo, você sabe como ela é! E você estava flertando com ela na minha frente!
    Paulo se aproxima dela.
    — Ana, eu nunca faria isso intencionalmente! Você é a pessoa mais importante para mim.
    Ana olha para Paulo com um olhar preocupado.
    — Me desculpe se te deixei insegura; eu valorizo nosso casamento mais do que qualquer coisa!
    Ana relaxa um pouco a postura.
    — Tudo bem... Eu só fico incomodada quando vejo você tão próximo dela.
    Paulo a puxa para perto dele.
    — Prometo que isso não vai acontecer novamente! Você é minha prioridade!
    Ana dá um sorriso tímido, mas ainda está um pouco brava.
    — Ok, eu te perdoo; mas você vai dormir no sofá esta noite!
    Paulo ri nervosamente.
    — Ah não! Não faça isso!
    Os dois riem juntos, mas Ana ainda mantém uma expressão firme.
    Nome: Phoebe
    Nascimento: meados de 2021
    Nasceu em: Presidente Prudente, SP
    Mora atualmente: Presidente Prudente
    Cor dos olhos: castanho escuro
    Cor: Branca com manchas marrom.
    Phoebe a cachorrinha da família. Ela era um filhote quando Paulo a encontrou, e Paulo conheceu Ana enquanto passeava Phoebe. Phoebe é doce, leal e alegre.
  • A História do Nosso Amor: 105 Uma Visita Especial

     
    O sol está entrando pela janela. A sala está arrumada, mas um ar de ansiedade paira no ar. Ana está organizando algumas coisas enquanto Carolina e Renato Bauer chegam.
    Ana abre a porta.
    — Oi, pai! Oi, mãe! Que bom que vocês vieram!
    Carolina abraça Ana.
    — Oi, querida! Estávamos com saudades!
    Ana também dá um abraço em seu pai.
    Renato entra e olha ao redor.
    — Nossa, o apartamento de vocês está lindo! Como vocês têm se saído?
    Ana sorri nervosamente e tenta disfarçar a ansiedade. Momentos depois, Paulo está preparando um lanche enquanto ouve a conversa na sala. Ele se aproxima para se juntar à família.
    — Oi, pessoal! O que estão aprontando?
    Carolina olha para Paulo com um sorriso.
    — Estávamos falando sobre como vocês estão se adaptando aqui.
    Renato se aproxima.
    — Olha quem estou vendo! Meu genro preferido — disse Renato animado, abraçando Paulo em seguida.
    — E aí, sogrão? Como está?
    — Melhor agora vendo vocês. Olha, Pedro, o que você vai fazer amanhã? Vamos pescar só nós dois?
    Paulo engole em seco e troca olhares com Ana, que parece preocupada.
    — Pescar? Ah... eu não sou muito fã de pescar... — disse Paulo hesitante.
    Ana interrompe:
    — Claro que ele vai, pai! Paulo adora pescar! Não é mesmo, amor?
    Paulo dá um sorriso forçado.
    — Claro! Adoro... só que...
    Renato interrompe com entusiasmo:
    — Ótimo! Então está decidido! Amanhã cedo estaremos na lagoa.
    Paulo apenas concorda com a cabeça, ainda relutante. Enquanto isso, no consultório de Maria, ela está sentada em sua mesa revisando alguns documentos. Ela recebe uma mensagem de Ana: “Papai e mamãe chegaram. Você vem mais tarde?”
    Maria responde: “Claro! Saio daqui às 18h e vou direto pra aí.”
    Em seguida, entra uma paciente chamada Lúcia, visivelmente nervosa e com traços de ansiedade.
    — Oi, Lúcia! Como você está se sentindo hoje?
    Lúcia hesita antes de responder:
    — Eu... não sei. Sinto que estou presa em um ciclo e não consigo sair dele.
    Maria observa atentamente, lembrando-se de sua própria história. Ela se inclina para frente, mostrando empatia:
    — Eu entendo como isso pode ser difícil. Eu também passei por momentos complicados na minha vida. Você gostaria de compartilhar um pouco sobre a sua história?
    Lúcia olha para Maria com um misto de esperança e receio:
    — É difícil falar sobre isso... mas eu sinto que preciso.
    Maria sorri encorajadora.
    No dia seguinte, pela manhã, Paulo e Renato estão pescando. Os dois estão sentados em um pequeno barco no lago, cada um com uma vara de pescar. Renato está animado, enquanto Paulo parece entediado, olhando ao redor.
    — Em 1999, quando entrei na empresa, havia um funcionário lá que era muito engraçado; ele contava piadas e fazia todos rirem.
    Paulo tenta sorrir, mas a falta de interesse é evidente.
    — Legal... — disse Paulo com um tom monótono.
    Renato continua, sem perceber o desinteresse de Paulo.
    — Uma vez fomos pescar e pegamos um peixe tão grande que quase viramos o barco! Eu estava tão empolgado que quase caí na água!
    Paulo olha para a vara de pescar, balançando-a levemente.
    — É... deve ter sido uma aventura e tanto.
    Enquanto isso, Ana está passeando pelo shopping com Carolina e Maria. Elas entram em uma loja de roupas.
    — Olha essas blusas! O que vocês acham? — perguntou Ana.
    Maria pega uma blusa e segura para Ana.
    — Essa cor combina muito com você, mãe!
    Ana sorri, mas parece distraída.
    — Você está bem, filha?
    — Sim... só estou pensando em como o Paulo está se saindo com o papai.
    Carolina percebe a preocupação da filha.
    — Eles vão ficar bem. Seu pai adora contar histórias, devem estar se divertindo muito.
    Maria coloca a blusa de volta na prateleira e se aproxima de Ana.
    — Vamos nos divertir! Depois do dia estressante que tivemos, você merece um tempo para relaxar.
    À noite, a família se reúne para o jantar no apartamento de Ana e Paulo. A mesa está cheia de pratos deliciosos. Todos estão sentados juntos, exceto Paulo, que entra depois de Renato.
    — Então, como foi o dia, Renato? — perguntou Carolina.
    — Foi ótimo! Pesquei com meu genro e peguei dois peixes incríveis!
    Paulo se senta à mesa com uma expressão cansada.
    Paulo, forçando um sorriso:
    — É... foi divertido.
    Ana olha para ele com preocupação.
    — Amor, você parece cansado. O que aconteceu?
    Renato começa a falar novamente sobre os peixes enquanto Carolina serve a comida.
    — E eu contei para o Paulo sobre aquela vez em que quase perdi a vara...
    Carolina interrompe gentilmente:
    — Sim, você contou... várias vezes.
    Todos sorriem.
    — O Paulo só está cansado — disse Renato — Ele não está acostumado a pescar.
    — Bem, isso é verdade — disse Paulo.
    — Por isso eu tenho uma excelente novidade: vamos nos mudar para cá, para a cidade, e eu e o Paulo podemos pescar todo fim de semana!
    Paulo olha assustado.
    Nome: Maria Luiza Bauer
    Nascimento: 25 de outubro de 1990
    Onde nasceu: Santa Maria, Rio Grande do Sul.
    Mora atualmente: Presidente Prudente
    Nacionalidade: Brasileira
    Altura: 1,69 m
    Cor dos olhos: verdes
    Cor/tamanho/textura do cabelo: Loiro escuro, um pouco abaixo dos ombros, ondulado
    Cor da pele: Branca
    Família
    Mãe: Carolina Bauer
    Pai: Renato Bauer
    Irmãos: Ana Soares
    Curiosidades
    MBTI: ISFJ-T (Defensor)
    Tipo sanguíneo: O positivo.
    Maria, é a irmã mais velha de Ana. Maria é psicóloga e na adolescência, ela passou problemas psicológicos e um transtorno alimentar sério. Como psicóloga ela atende pessoas que passam pelos mesmos problemas que ela passou. Ela ainda se importa profundamente com Paulo e Ana e muitas vezes é confiada a ela para cuidar da casa deles, geralmente com resultados infelizes.
    Assim como Ana, Maria é muito estilosa e esta sempre bem vestida e maquiada, adora usar saias com meia calça preta e camisas com botões.
    Quais redes sociais ela usa? Instagram.
  • A História do Nosso Amor: 106 O Dia Em Que Conheci Você!

     
    Um flashback mostrando como Ana e Paulo se conhecem um pouco antes do Natal de 2021.
    O sol brilha suavemente, e as folhas das árvores estão começando a mudar de cor. Paulo, um jovem de sorriso fácil, está passeando com sua cachorrinha Phoebe, que está muito animada. Ele observa as pessoas ao redor enquanto Phoebe faz amizade com outros cães.
    Ana aparece na cena, carregando algumas sacolas de compras natalinas. Ela está sorrindo e parece feliz. Ao ver Phoebe brincando, seu olhar se ilumina.
    — Olha que fofura!
    Ana se aproxima e agacha-se para acariciar Phoebe.
    — Oi, linda! Você é tão adorável!
    Paulo se aproxima, surpreso ao ver uma mulher tão simpática falando com sua cachorrinha.
    — Oi! Ela adora fazer novos amigos.
    Ana se levanta e olha nos olhos de Paulo.
    — Parece que ela já conquistou meu coração! Eu sou a Ana.
    Paulo estende a mão para cumprimentá-la.
    — Prazer, Ana! Eu sou o Paulo. E esta é a Phoebe.
    Phoebe abana o rabinho e pula feliz.
    — Phoebe, igual à Phoebe de Friends? — perguntou Ana.
    — Sim, a Phoebe é minha personagem favorita.
    — Eu também gosto de Friends.
    Os dois começam a andar juntos pelo parque enquanto conversam. A atmosfera é leve e descontraída.
    — Você vem aqui sempre com a Phoebe?
    — Sim, adoro passear aqui. É um ótimo lugar para relaxar e deixar a cabeça vazia.
    Ana olha ao redor, admirando as decorações natalinas que começam a aparecer pelo parque.
    — É verdade! O Natal está chegando... Adoro essa época do ano!
    Paulo sorri, percebendo a conexão entre eles.
    — Eu também! Tem algo especial no clima natalino. Você já começou suas compras?
    Ana ri levemente, olhando para as sacolas que carrega.
    — Acho que estou no meio delas! Comprei algumas coisas para minha família.
    Os dois se sentam em um banco próximo a um lago onde patos nadam tranquilamente. A conversa flui naturalmente.
    — O que você mais gosta no Natal?
    Ana pensa por um momento antes de responder.
    — Acho que é o tempo com a família e os amigos. E claro, as comidas deliciosas!
    Paulo ri.
    — Com certeza! Não tem como resistir às rabanadas da minha avó.
    A conversa continua animada enquanto Phoebe brinca ao redor deles. O clima é leve e divertido.
    — Se você me prometer rabanadas na próxima vez que nos encontrarmos, eu posso te ensinar uma receita de biscoitos de Natal!
    Paulo sorri amplamente, encantado pela ideia.
    — Fechado! Rabanadas por biscoitos? Não posso recusar!
    A luz do sol começa a diminuir e o parque ganha um ar mágico com as luzes de Natal começando a brilhar.
    Paulo olha para Ana com um brilho nos olhos.
    — Estou realmente feliz por ter te conhecido hoje.
    Ana sorri timidamente, sentindo uma conexão especial entre eles.
    — Eu também... Quem diria que uma caminhada no parque poderia ser tão incrível?
    Eles continuam rindo juntos enquanto o sol se põe, simbolizando o início de algo bonito entre eles.
  • A História e a polissemia do “moderno”

    A História é uma ciência que se serve de variados conceitos para reconstruir fatos e eventos ou analisar estruturas e instituições. O conceito de “moderno” é um deles. Esse tipo de palavra polissêmica é portador de variadas definições, sem contar as palavras derivadas.
              O que é moderno para o aluno não é o mesmo para o professor. O uso cotidiano do termo está atrelado ao novo (KARNAL, 2004). Nesse sentido, toda novidade é moderna. A moda e a arquitetura o usam à exaustão.
              Quando o docente trata do “moderno” é como uma categoria de análise historiográfica. Como exemplo, podemos citar “Estado moderno” ou o “homem moderno”. Esse estágio é algo posterior ao passado, o que foi separado.
              A Era Moderna é tratada em sala de aula como um período transitório da história, numa linha diacrônica e homogênea. Como fazer o aluno entender que o moderno pode ser encontrado no passado? Cada época constrói a sua definição de “moderno”.
              O moderno na Grécia Antiga era a filosofia, ou seja, interpretar o mundo através da razão (VEYNE,1984). Longe de ser anacronismo, esse fato nos revela que o “moderno” é também choque de gerações.
              Em se tratando das palavras correlatas como modernidade, pós-modernidade e modernismo, a carga de signos é ainda maior. Todas essas palavras nascem na Europa Moderna, são novas concepções da realidade (MENDONÇA, 1994). Esses conceitos em geral nascem da filosofia e das Ciências Humanas.
              A modernidade é como que um efeito do “moderno”, é um paradigma, uma espécie de modelo. Para filósofos do Iluminismo como Immanuel Kant, aquela época preenchia as mentalidades com um novo olhar para o real. O criticismo kantiano, somado ao hegelianismo, provocará profundas mudanças na ciência e na política através da laicização do Estado.
              A pós-modernidade de filósofos como Michel Foucault, vão mobilizar a realidade para o nível do discurso. A verdade e a realidade perdem em objetividade e se tornam uma espécie de consenso epistemológico de uma época.
              O modernismo, o vanguardismo artístico importado da Europa, tão bem apropriado aqui no Brasil, é uma nova concepção estética. A crítica ao academicismo e a burguesia industrial são o mote dessas correntes artísticas.
              Trabalhar com esses conceitos em sala de aula podem parecer complexos ou repetitivos. Porém, o uso de recursos pedagógicos como as artes e a inclusão de novos conteúdos podem agregar à didática (op. cit., 2004, p. 131 et seq.). Revisitar os clássicos e estar atualizado com a nova produção historiográfica pode mobilizar a criatividade do professor.

    REFERÊNCIAS
    KARNAL, Leandro. A História Moderna e a sala de aula. In: _____ (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2004. p. 127-142.
    VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos? Ensaio sobre a imaginação constituinte. São Paulo: Brasiliense, 1984.
    MENDONÇA, Nadir Domingues de. O uso dos conceitos (uma questão de interdisciplinaridade). Petrópolis: Vozes, 1994. p. 118-147.
  • A História, a Alienação e a Consciência de Classe para Marx

    Marx abre a obra “O Manifesto Comunista” com a afirmação de que a história tem sido a historia da luta de classes. Para Marx, o fio que tece a história é o desenvolvimento das forças produtivas (força de trabalho somada a meios de produção, em suma) que se torna contraditório com as relações sociais de trabalho, e esse fio é rompido pela luta de classes. Ele identifica que a história no tempo que ele presencia se apresenta também como a história da luta de classes, porém dessa vez com novos polos, proletariado e burguesia, e apresenta também novas formas de dominação por parte da classe dominante, como a alienação, e necessita de consciência de classe dos dominados a fim de quebrar superar o novo sistema vigente que assim se estrutura, o Capitalismo.
    Marx considera que em seu tempo, no mundo em que presenciava, a luta de classes apresentava uma nova formulação a partir do advento da Revolução Industrial, onde surgiram dois novos grupos, ou, em termos marxistas “classes sociais”, proletariado e burguesia. O proletariado é composto por pessoas que, suma, não detém os meios de produção e se veem obrigadas a vender sua força de trabalho aos que detém esses meios, a burguesia, a fim de garantir sua sobrevivência. Essa nova conjuntura se dá por conta da estrutura do novo sistema econômico-social vigente, o Capitalismo, que necessita da alienação do proletariado e que só pode ser superado pela consciência de classe desse grupo.
    Dessa forma, à medida que as forças produtivas avançam rapidamente as relações sociais avançam a passos lentos, sendo gerada e gerando alienação. Marx diferencia quatro tipos de alienação: a) em relação ao produto do trabalho; b) no processo de produção; c) em relação a existência do individuo enquanto membro do gênero humano; e d) em relação aos outros indivíduos. Em suma Marx analisa que o trabalhador: a) mesmo tendo produzido é alheio e estranho ao produto; b) o trabalho do ser humano no processo de produção é coercitivo (no sentido de que este se vê obrigado para alguém para sobreviver) e sacrificante, uma vez que este não trabalha segundo as suas próprias necessidades, mas sim segundo os interesses do patrão; c) o ser humano adquire uma existência em que importa apenas seu papel enquanto trabalhador, e, portanto, sua individualidade, e não seu papel enquanto humano, perdendo assim o laço abstrato que antes tinha com seus iguais (demais humanos enquanto espécie); e d) como consequência do apresentado anteriormente acontece uma objetificação do ser humano e toda e qualquer vida perde o sentido, visto que seu aspecto mais valioso, sua capacidade de trabalhar/produzir não serve mais para seu viver, mas para sua mera sobrevivência e subjugação aos interesses alheios.
    A consciência de classe, que é o reconhecimento de pertencimento a uma classe de explorados (aqui há de se dizer que Marx já identificava que essa classe proletária já era reconhecida enquanto classe pela classe burguesa), que é vista pelo autor como a forma do proletariado superar essa subjugação, ainda se subdivide em dois subtipos de consciência, “consciência de si” e “consciência para si”. A partir do momento em que o indivíduo se enxerga e se reconhece enquanto membro de uma classe social subjugada ele adquire “consciência de si” e assim abre espaço para a compreensão de que a organização enquanto classe é o caminho para uma ação política de combate e derrubada de sistema, ou seja, abre espaço para adquirir a “consciência para si”.
  • A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM SALA DE AULA: RESGATE DA IDENTIDADE DO NEGRO BRASILEIRO

     INTRODUÇÃO
                 O presente trabalho tem como objetivo expor a importância da Literatura Afro-brasileira em sala de aula no resgate da identidade do negro brasileiro, revelando como essa literatura é uma ferramenta essencial no enriquecimento ideológico e na desconstrução do preconceito racial.
                 Apresenta o processo de surgimento da Literatura Afro-brasileira e os empecilhos encontrados pelos escritores negros na publicação de suas obras. E também trata da efetivação da lei 10.639/03, que possibilitou meios de aplicação da Literatura Afro-brasileira em sala de aula.
                 Além disso, discute a importância do professor como mediador na discussão da Literatura Afro-brasileira em sala de aula. Versa ainda sobre o comprometimento deles em buscar conhecimento sobre a história e cultura dos afro-brasileiros, para que assim tenham repertório suficiente em problematizar essa literatura em diferentes contextos.
                        A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM SALA DE AULA: RESGATE DA IDENTIDADE DO NEGRO BRASILEIRO
                 A literatura brasileira, durante os quatro primeiros séculos, valorizava a forma lusa em sua estrutura e ideologia. A dominação política e econômica também era refletida no domínio cultural, incluindo a literatura. As obras precisavam obedecer aos pressupostos do padrão da elite ou eram desqualificadas. Após a Abolição e a República, as relações sociais começam a sofrer uma mudança, alguns escritores se posicionam contra  essa vertente e através de suas obras transgridem, surgindo uma literatura voltada para o povo negro brasileiro.
                 A literatura negra surge no panorama brasileiro com alguns escritores como  Lima Barreto, Cruz e Souza, Luiz Gama, entre outros. Escritores que transgrediram a forma da escrita e da ideologia lusa, denunciando as questões de racismo e discriminação sofridas pelos negros, esses escritores posicionam-se contra o sistema político e econômico e através de suas obras literárias e ações se tornaram âncora para outros escritores.
                 O surgimento da literatura negra brasileira trouxe questões presentes na formação dos escritores e leitores negros, como a incorporação da cultura africana e suas origens, aspectos importantes para a história e cultura nacional.
                 A partir do século XX a literatura negra brasileira ganha força com os movimentos negros existentes no país, mas a ideologia exclusivamente branca continua a sobrepujar as mentes que comandam a nação nas diversas áreas de poder, oprimindo assim essa literatura que denuncia e grita contra o racismo e discriminação. A elite brasileira tenta justificar o racismo no próprio negro, como diz Octavio Ianni:
    “(...) Parecem diferenciar e discriminar o negro, a ponto de transformá-lo num problema, ou desafio, para o branco e a si mesmo. O branco procura encontrar no próprio negro os motivos da distância social, do preconceito e das tensões que se revelam nas relações entre ambos.” (IANNI, 1978, p.52)
                 Não se muda um pensamento de hierarquia de raças de imediato, muitos se beneficiam disso, porém a literatura negra brasileira consegue a cada dia derrubar barreiras e conceitos, ocupando todos os espaços possíveis.
            
                                                                             LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM SALA DE AULA
                 O surgimento da lei 10.639/03 que versa sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, abre espaço na sociedade brasileira para a importância da cultura negra em sua formação. Assim, surge um novo termo para a literatura negra brasileira, a afro-brasileira, embora alguns escritores discordem, esse termo traz um enlace de dois tempos, África e sua diáspora.
    “Quando intelectuais brasileiros em postos de comando (professores, jornalistas etc.) procuram apartar o saber – em nosso caso a literatura – das questões ligadas às relações étnico-raciais, o fazem como quem nega conceber a capacidade intelectual ao seguimento social descendente de escravizados”. (CUTI, 2010, p.12)
                 A escola é o espaço para a construção e resgate da identidade negra brasileira, é necessário que os professores tenham consciência de que a questão racial está presente na escola de diversas maneiras, não se negando a utilizar esse espaço para derrubar conceitos e ideologias racistas e discriminatórias.
                 A literatura é uma ferramenta importante para o resgate da identidade nacional do negro, pois os autores nacionais, principalmente os negros brasileiros, se empenham em fazer uma literatura de sentidos, a qual descreve situações de discriminação sofridas por eles. Além de denunciar, essa literatura também traz um resgate à história dos africanos que foram escravizados e enviados para o Brasil. Descrevem suas lutas, seu empenho em resistir ao poder do homem branco, lutas essas que foram apagadas da história nacional com o propósito de subjulgar seus descendentes.
                Em muitos livros didáticos a representação do homem negro foi distorcida e exageradamente deturpada. Um estereótipo criado pela elite colonizadora para dominar e quebrantar o espírito do homem negro brasileiro. Esses tipos de representações causaram e causam muitos danos à identidade nacional. E a escola tem um papel importante em difundir essa ideia, assim como também em propor uma mudança, basta que esteja empenhada em dizimá-las.
                 O racismo existe e precisa ser erradicado, ele está presente em todos os âmbitos da sociedade, principalmente na escola, seja ele declarado ou velado. É dever do professor que atua em sala de aula, desenvolver projetos para problematizar essa questão racial, buscando textos e escritores negros que trabalhem essa temática e expor o crime que é o racismo e a discriminação.
    “Somando-se a tudo isso, a criança negra também não encontra na escola modelos de estética que afirme (ou legitime) a cor de sua pele de forma positiva, pois geralmente os professores se encontram com poucos subsídios para lidar com os problemas de ordem racial. No entanto, essa é uma característica não só de professores brancos, mas também de muitos professores negros alheios à questão racial no cotidiano escolar.” (ABRAMOWICZ E OLIVEIRA, 2006, p.48)
                 Sabe-se que a escola pública não tem recursos para dar suporte nem conhecimento suficiente a seus profissionais, mas os professores que se inquietam com essa questão racial buscam conhecimento em outras áreas para melhor se qualificarem em ajudar seus alunos.  Até mesmo na preparação de suas aulas, eles têm a preocupação de selecionar textos que apontam o racismo como um problema sério na sociedade brasileira.
                 A diversidade cultural é um tema vigente no currículo nacional, porém nele há diversas falhas que precisam ser corrigidas. Mesmo que ele seja obrigatório, o professor pode ter a autonomia de  estabelecer formas e textos que refletem suas ações contra o racismo e a qualquer tipo de discriminação, como diz Nilma Lino Gomes:
    (...) “E também não podemos continuar nos escondendo atrás de um currículo escolar que silencia, impõe estereótipos e lida de maneira desigual, preconceituosa e discriminatória com as diferenças presentes na escola”. (GOMES, 2006, p.24)
                 Portanto, é necessário portar para sala de aula a literatura Afro-brasileira, ela desconstrói preconceitos que por muito tempo dominaram a sociedade e resgata a autoestima do negro brasileiro. Principalmente para os jovens que estão em construção, para que assim eles possam ter orgulho de sua identidade negra e se posicionar contra esse racismo.
                 Isso é possível quando são apresentados novos textos com protagonistas negros e descrevem situações vividas por eles. Os alunos logo se identificam e buscam ler mais a respeito, o que é preciso é levar esses jovens a ter contato com essas obras, visto que nas escolas quase não há esse tipo de literatura. Assim, eles começam um resgate de sua identidade e essas vozes surgem com força, como explicita o poema de Conceição Evaristo.
    Quando eu morder
    A palavra,
    Por favor,
    Não me apressem;
    Quero mascar,
    Rasgar entre os dentes,
    A pele, os ossos, o tutano
    Do verbo,
    Para assim versejar
    O âmago das coisas.
    (CONCEIÇÃO EVARISTO)
                 No entanto, o jogo das relações de poder e as diferenças criadas socialmente, são obstáculos para essa mudança, pois o preconceito aos grupos étnico-raciais menos favorecidos foi naturalizado. Porém, é possível desconstruir esses conceitos ideológicos do colonizador e resgatar a identidade do negro e sua história.
                 A importância de se usar a literatura Afro-brasileira em sala de aula é nesse aspecto, a melhor ferramenta no processo de resgate, pois ela traz vivências e experiências que não aparecem em outras literaturas. A principal é o negro sendo o protagonista de sua história, não uma representação animalizada ou desumana como é comum em alguns livros.
                 Quando os alunos começam a ter contato com a literatura Afro-brasileira, eles começam a questionar a ideologia colonizadora do homem branco representada nos livros didáticos. Esses livros didáticos tendem a naturalizar o homem escravizado de cabeça baixa, um perdedor, ocultando a verdadeira história de resistência da África.
                 Esses questionamentos surgem de uma forma positiva em relação à história do homem negro brasileiro, pois os alunos começam a pesquisar a história a África e sua diáspora, buscando encontrar relatos que contrapõem a ideologia colonizadora. E o mais importante é que a literatura Afro-brasileira faz com que eles se enxerguem como negros e resgatem seu valor na história nacional. Isso fica explícito nas palavras de Florestan Fernandes que diz:
    “(...) Demonstrando que o negro intelectual, liberto dos preconceitos destrutivos do passado, tende a identificar sua condição humana, e extrair dela uma força criadora quase brutal e desconhecida, bem como a superar-se pela consciência da dor, da vergonha e da afronta moral.” (FERNANDES, 2007, p.209)
                 Nesse contexto escolar é possível fomentar o saber,  o professor pode mediar à literatura Afro-brasileira de uma forma clara e positiva, fazendo com que os alunos consigam identificar quais literaturas tratam do resgate da identidade negro-brasileira e quais não seguem essa linha. Os recursos intelectuais podem desvelar o conceito dessa marginalização e exclusão sofrida pelos afro-brasileiros, basta que o professor se empenhe em transmitir esse conhecimento.
                                             A DIFICULDADE EM ENCONTRAR AS OBRAS DE LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
                 Atualmente é possível encontrar um índice de crescimento de publicação da literatura afro-brasileira, mas essa literatura ainda é pouco divulgada e conhecida. Como é o caso do grupo “Quilombhoje”, que já publica  40 anos “Os Cadernos Negros”, poucas pessoas conhecem  essas publicações. O fato é que o campo editorial não financia esse tipo de literatura, surgindo assim algumas editoras independentes, as quais surgem com a colaboração dos próprios escritores.
                 A própria crítica literária não reconhece essas obras como literatura, por tratar de questões que fogem do estabelecido pela elite literária, porém a cada dia essa literatura tem ocupado espaços que anteriormente não tinha acesso. A lei 10.639/03 foi um dos fatores que fez com que a procura da literatura Afro-brasileira aumentasse. Embora, a lei não solucionou esse problema por completo, mas pelo menos ela foi um meio de divulgação da  literatura Afro-brasileira.
                 Devido a esses fatores, a seleção das obras de literatura Afro-brasileira é mais complexa, a dificuldade maior é encontrá-las. Nas escolas, principalmente  na rede estadual de São Paulo, pouco se acha dessas literaturas. Torna-se um desafio trabalhar em sala de aula sem material de apoio sobre a Literatura Afro-brasileira, mas não é impossível. Hoje a internet é uma ferramenta importante de pesquisa, existem vários sites que oferecem gratuitamente algumas dessas obras.
                                                          LITERATURA AFRO-BRASILEIRA ESCRITA POR AFRO-BRASILEIROS
                 A identidade é construída através de grupos e estereótipos que se assemelham ao indivíduo, por isso a literatura Afro-brasileira escrita por Afro-brasileiros, é de extrema importância no resgate da identidade nacional do homem negro. Não é o outro que ele identifica, mas a si mesmo, visto que trata de situações que todo negro brasileiro já vivenciou.
                 Isso implica uma valorização do Ego, a qual é necessária para sua autoafirmação na sociedade, redescobrindo seu lugar e seu papel no espaço o qual vive. Derrubando preconceitos que por muito tempo esmagaram o homem Afro-brasileiro. E tudo isso é possível através da literatura, o contato com textos literários que problematizam essa temática enriquece e dá suporte para a reconstrução do homem negro brasileiro.
                 Escritores Afro-brasileiros como Cuti, Oswaldo de Camargo, Conceição Evaristo, Solano Trindade entre outros, precisam estar sendo estudados e discutidos em sala de aula, porque eles têm uma literatura de enfrentamento, denunciando a sociedade e resgatando nas páginas de seus livros a identidade do povo negro brasileiro.
                 Essa literatura busca legitimar o reconhecimento da importância do negro e da sua cultura no Brasil, um processo ideológico voltado para a identidade negra, inserindo na literatura os seus conceitos e destroçando paradigmas estabelecidos pela elite. Nela o indivíduo afrodescendente está presente tanto no plano sociopolítico, ideológico, humano e cultural.
    “(...) Trata-se de dar voz à escrita produzida pelos afro-brasileiros a partir de um ponto de vista interno em que o centro de referência seja a sua história, as suas identidades, a sua memória.
    ( ALEXANDRE, 2016, p.32)
                 Portanto, a literatura Afro-brasileira precisa ser discutida em sala de aula porque ela dá voz aos excluídos, que por muito tempo foram submetidos às amarras do preconceito pela elite dominante, a qual fez mentes e corpos prisioneiros. Acima de tudo ela resgata a identidade do afro-brasileiro dando-lhes espaço numa sociedade que precisa urgentemente rever seus conceitos.
                                                                                                                                   CONCLUSÃO
                 A Literatura Afro-brasileira cumpre o papel de reconstruir a identidade dos negros brasileiros, ela denuncia o sistema sociopolítico da elite e dá voz aos oprimidos.  A escola pode utilizá-la para derrubar paradigmas estabelecidos pelo sistema colonial e revelar o racismo existente no Brasil.
                 A escola pública é o melhor espaço para aplicar essa literatura, visto que existem vários jovens de diversos contextos. Inquietá-los e fazer com que se posicionem contra o racismo, é função do professor mediador, uma ponte importante para a transmissão da história e cultura dos africanos e afrodescendentes.
                 A Literatura Afro-brasileira escrita por afro-brasileiros tem um impacto positivo  no resgate e na construção da identidade dos negros no Brasil, pois eles se enxergam como protagonistas de sua própria história. Portanto, é de extrema necessidade a discussão dessa literatura em sala de aula.
                                                                                                                          REFERÊNCIAS
    ABRAMOWICZ, Anete & OLIVEIRA, Fabiana de “A escola e a construção da identidade na diversidade”. In: ABRAMOWICZ, Anete, BARBOSA, Lucia Maria de Assunção & SILVÉRIO, Valter Roberto (org). Educação como prática da diferença. Campinas: Editora autores associados, 2006.
    ALEXANDRE, Marcos Antônio. “Vozes diaspóricas e suas reverberações na literatura afro-brasileira”. In: DUARTE, Constância Lima; CÔRTES, Cristiane; PEREIRA, Maria do Rosário A. (org). Escrevivências: Identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Editora Idea, 2016.
    CUTI (Luiz Silva). “O leitor e o texto afro-brasileiro”. In: FIGUEIREDO, Maria do Carmo Lanna e FONSECA, Maria Nazareth Soares. Poéticas afro-brasileiras, Belo Horizonte: Mazza/PUC-MG, 2002.
    CARVALHO, Leandro. “Lei 10.639/03 e o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana.” Disponível em: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/lei-10639-03-ensino-historia-cultura-afro-brasileira-africana.htm  (acesso em: 04/01/2018)
    CUTI (Luiz Silva). “Negro ou afro não tanto faz”. In: Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.
    DUARTE, Eduardo de Assis. “Por um conceito de literatura afro-brasileira”. In: DUARTE, Eduardo de Assis & FONSECA, Maria Nazareth Soares (org) Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2011.
    FERNANDES, Florestan. “O  mito da democracia racial”. In: A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Global, 2008.
    FERNANDES, Florestan. “Poesia e Sublimação das Frustrações Raciais”. In: O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global, 2006.
    GOMES, Nilma Lino. “Diversidade cultural, currículo e questão racial: desafios para a prática pedagógica”. In: ABRAMOWICZ, Anete, BARBOSA, Lucia Maria de Assunção & SILVÉRIO, Valter Roberto (org). Educação como prática da diferença. Campinas: Editora autores associados, 2006.
    GOMES, Nilma Lino. “Diversidade étnico-racial e educação no contexto brasileiro: algumas reflexões”. In: GOMES, Nilma Lino (org). Um olhar além das fronteiras: Educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
    IANNI, Octávio. “Raça e Classe” e “Escravidão e racismo”. In: Escravidão e racismo. São Paulo: Hucitec, 1978.
    MOURA, Clóvis. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Editora Átic
  • a lenda de Èden/capitulo 3 o começo do começo (L)

    (OOEEE KANRA CHAN DESSS e.e NICKSUN DEEES :v)
    NOTA DO AUTOR:ACHO QUE TA FODS TENTAR DEIXAR PRA FAZER DE 2 EM 2 SEMANAS ENTAO VOU FAZER DE UM MÊS A OBRA AQUI AINDA VAI TER SEU TROCENTOS CAPITULOS MAS ELA E MEIO GRANDE ENTAO POR SUA VEZ PREFIRO FAZE-LA MENSALMENTE OU QUANDO ELA CHEGAR A 50 VIEWS O QUE ACONTECER PRIMEIRO e.e MAIS PROMETO QUE IREI DESENVOLVER UMA OUTRA OBRA MENOR E TAO BOA QUANTO PRA APROVEITAR O TEMPO SEM ABALAR A SAIDA DESSA OBRIGADO PELA COMPREENSAO E BOA LEITURA
    ________________________________________________________________________________________________________________________
    O grande dia chegou e apenas 64 dos 100 seriam escolhidos para virarem os novos guardiões

    -voces viram o moso-perguntou luna

    -provavelmente com o cahethel falou pafunsu

    De fato de acordo com todos ali nick já havia saído há um tempo e feito o teste antes de todos e voltou e foi com um outro anjo e deu inicio aos testes
    -eu vou primeiro-falou luna

    Ao entrar luna reparou apenas em cahethel atrás de uma mesa e a primeira coisa que cahethel fez foi por a mao no seio esquerdo de luna que tentou responder com um soco

    -tarado-exclamou luna

    Mas cahethel apenas aparou o soco normalmente e falou:

    -isso e apenas para examinar a sua força,senhorita gerloff lembre que eu não sou homem,nem mulher os anjos ao menos tem sexo

    -ok,mas como eu fui-pergunto luna suspeitando e curiosa ao mesmo tempo

    -entrou por pouco se não fosse sua visão escarlate estava fora

    Luna ficou um pouco triste por passar de apenas pela técnica de ultima hora do nick,mas sua felicidade por passar era muito maior que sua tristeza e logo se recompôs e pergunto:

    -e o nick ? ele passou ? como ele esta ?-perguntou luna

    -seria difícil ele não passar sendo filho de quem ele é,porem vocês so iram velo no dia do torneio daqui a 10 dias,você esta liberada

    Luna saiu do lugar pensativa sua alegria foi novamente ofuscada pela curiosidade onde estava nick e o que cahethel quis dizer sendo filho de quem é sendo que luna achava que nick era orfao como ele dizia ate que ouviu cahethel chamando o próximo cahethel gritando:

    -é um milagre deus seja louvado
    Então luna foi correndo de volta ate que viu Gustavo fazendo o teste

    -meu deus eu não acredito o garoto idiota com a menor chance de todas conseguiu passar e entrar pro torneio nem consigo acreditar nesse milagre que incrível você ate superou o garoto que destruía montanhas com toda força dele-falou cahethel

    -obrigado.....eu acho,mas destruir montanhas não e bom-perguntou Gustavo

    -não se a media e destruir no mínimo 1 continente algo que a luna conseguiu mas você consegue destruír 1 planeta parabéns-falou cahethel

    -e o nick aposto que ele consegue destruir 2 ou 3 né ?-perguntou Gustavo

    -não-afirmou cahethel

    -Como assim não-perguntou Gustavo

    -Com o vento que sai do seu soco nick e capaz de destruir um planeta e sua força total destrói 1 galaxia inteira-fala cahethel

    Tanto luna quanto gustavo ficam de cabeça baixa por essa afirmação eles estam aparentemente bem bolado
    -voces deviam ficar felizes o sr.matias ou nick como prefirirem falar foi treinado por uma deusa menor ele esta acima de qualquer outro candidato

    -se so existe um deus como existe uma deusa menor também-perguntou luna
    Desde o inicio deus precisava de uma representaçao entre os seres humanos e por isso criou os semi deuses ,deuses menores e os deuses-falou cahethel

    -Como os santos-perguntou Gustavo

    -santos são seres humanos que operaram milagres em nome de deus-mas já repararam o por que de tantos deuses ?-perguntou cahethel

    -sim,mas não achei resposta,acho que deus queria criar vários-respondeu luna

    -incorreto,imagine os 8 guardioes,muitos humanos se inspiraram neles e queriam ter seu poder igual ao deles então deus querendo realizar esse desejo criou pequenas esferas cinzas cada humano so poderia encontrar 3 por vez a primeira quebrada ele teria poder de um semideus,a segunda conseguiria poder de um deus menor como a que ajudou nick e por fim um deus mas a ganancia humana aumentava tanto a ponto de as poucas achadas seus donos eram mortos e elas eram vendidas no mercado negro e muitos se aventuravam para pega-las alguns ate aprendiam certas magias isso foi uma época quando muitos sabiam a magia agora são poucos os humanos que sabem e elas são muito básicas no máximo podem destruir um prédio ou uma casa algo de humano comum porem com tanto ódio,ganancias e outras coisas os anjos ficaram de proteger dos indignos-falou cahethel

    -entao todos são humanos também-perguntou Gustavo

    -nem todos so 4 a maioria são filhos deles e acho que 2 deles já estão mortos por falar nisso-falou cahethel

    -guardioes podem virar deuses-perguntou Gustavo

    -não,so humanos-respondeu cahethel

    -injusto-respondeu Gustavo

    -gustavo.....-falou luna suspirando

    -que foi luna ?-perguntou Gustavo

    -eu quero lutar com você-falou luna apontando para ele-aqui no coliseu e agora

    Gustavo se assustou com isso ele não entendia o por que de ela querer aquilo mais a garota estava com um olhar determinado e respondendo a ele:

    -eu me sinta fraca perto de vocês mais posso mostrar que sou tão forte quanto vocês 2

    -luna como pode falar isso e obvio que você não esta com a mesma força do Gustavo ele é como se fosse um guerreiro e você uma arqueira vocês dois tem defesas equivalente mais você e mais rápida e agilidosa que ele-falou cahethel

    -mais eu tenho de fazer isso eu preciso-falou luna mais seria que antes

    -esta bem mais não ira ser agora ainda tenho de atender os outros candidatos-falou cahethel e vocês não iram lutar sem um juiz-falou cahethel

    Após o exame todos acabaram sendo aprovados por cahethel:luna,nick,Gustavo,pafunsu,Rafael,juan e ate o brasileiro mistérioso de olhos vermelhos e após isso luna e gusta foram com cahethel ate o coliseu,o bom do coliseu e que ele era grande e dava para ate 2 lutas simultâneas mais iria ser usada apenas para uma luta,então luna e Gustavo foram entrando e cahethel fala:

    -as regras são as seguinte o primeiro que morrer perde agora comecem

    -uou,uou,uou como assim o primeiro que morrer eu achei que era uma partida amistosa-perguntou Gustavo

    -haha vocês não vao morrer de verdade Gustavo nós anjos temos o poder da ressureição,relaxem eu faço isso desde os primeiros guardiões- falou cahethel rindo

    Luna e Gustavo se olham,eles estão começando a ter um pe atraz na tal ideia

    -eu..eu.....eu ainda quero lutar-anunciou luna para Gustavo

    -entao se vai ser assim eu não vou perder-falou Gustavo

    Erguendo seus braços cahethel cria ao redor deles uma barreira para o impacto da luta não destruir o local e a luta começa com Gustavo indo pra cima de luna que revida com sua lança girando ela e fazendo a espada de Gustavo sair de sua mao,ate que ela coloca a lança no meio das pernas de gustavo pra ele cair,já caído luna enfia a lança em seu braço e o arranca Gustavo grita com a dor e usa sua técnica

    -corte estelar-grita Gustavo ainda agonizando

    E da um corte na barriga de luna que com um pulo se afasta imediatamente dele e com sua manipulação do ar se mantem flutuando e invoca uma flecha

    -venha a mim ó flecha dos ventos-fala luna

    Os ventos circulam na mao de luna ate que se solidificam aparecendo uma flecha e ela atira essa flecha em Gustavo que ao chegar perto do alvo desvia por motivo nenhum aparente

    -o que aconteceu-perguntou luna

    -luna minha técnica especial e o escudo estelar e com ele sua flecha e inútil

    Luna ficou muito puta (EBFMB)e ativou a visão escarlate e carregou outra flecha percebendo que repetir o nome da técnica era praticamente inútil e depois de atirar o impacto foi tao grande que rompeu o escudo semi invisível de Gustavo que com ódio foi pra cima de luna com a espada e o escudo e luna confiante foi em cima de Gustavo para atacar-lo com a lança mais a dor em sua barriga a fez cair no caminho e cuspir sangue e isso atrapalhou muito e Gustavo já estava chegando perto então quando ele chega bem perto luna usa sua força restante e atravessa a cabeça de Gustavo e ele cai no chão morto e luna olha para o lado e ve alguém ao longe e desmaia então cahethel fala na maior calma

    -eles sempre morrem,eu te vi ajudando ela com o escudo dele e acho que ela percebeu também,agora vem aqui acho que você já consegue reviver alguém afinal ultrapassou minha barreira sem fazer um arranhão nela-fala cahethel

    -foi um simples espinho eu acho que um empurrãozinho não ia fazer nada de mais-fala nick levantando luna no colo

    Alguns dias depois....

    Com Rafael pafunsu do lado de luna ela finalmente acorda

    -meu deus mosa você ta bem-perguntou pafunsu

    -eu não sou sua mosa e ..quanto tempo eu dormi-perguntou luna bebendo um copo d’agua que estava do lado dela

    -9 dias-falou pafunsu

    Luna cospe a agua cima de pafunsu

    -o que 9 dias-perguntou luna assustada-o torneio e amanha
    Luna deita na maçãzinha onde estava e pergunta:

    -quem ganhou a luta pelo menos-perguntou luna

    -tecnicamente empate-falou Rafael

    -o que empate-fala luna chateada

    -eu falei tecnicamente,mas eu acho que você ganhou no caso,so foi empate por que você desmaiou assim que matou o Gustavo-falou Rafael

    -a sim te deixaram dois cartões aqui-falou pafunsu

    -pode ler o primeiro pra mim-perguntou luna

    -claro la vai-falou pafunsu :nossa luta foi a melhor coisa da semana espero lutar com você novamente e pretendo vencer-gustavo hikari

    -hehe Gustavo bobo,vamos pra próxima por favor-disse luna

    -mosa estarei lhe esperando no dia do torneio uma dica por que não controlar a direção das flechas com o vento,parece uma boa,algo legal e que os guardiões do ar podem controlar tanto o oxigênio como outros gazes como o hidrogênio eu acho útil hehe,se não for eu te pago uma pizza ou pãozinho,sei que você ama pãozinho-nicholas matias

    -mensagens grandes não são o forte do nick-disse luna antes de cair na risada

    Então assim se acabava aquele dia,já no outro dia o torneio começa e todos estão la com exceção do nick aparentemente a luta dos guardiões da terra seria a ultima e por maior coincidência a luta dos guardiões do ar começara primeiro luna percebe que ira lutar contra outras garotas do elemento ar e percebe que no final da lista estava o nome yura Higashi luna gagueja:

    -eu...eu..eu..eu vou me ren..

    Ate ser interrompida com alguém pondo a mao em sua cabeça e era nick e ele pergunta olhando pra luna:

    -o que ouve mosa,por que esta chorando-pergunta nick

    -eu...me render...garota...acidente-luna assoa o naris por estar chorando muito

    -se recomponha mosa e me explique-fala nick se perguntando o que aconteceu eu vou te contar senta ai

    FLASHBACK TIME (não se preocupe isso não vai virar naruto)
    21 dias antes do nick reaparecer luna,pafunsu,rafael e Gustavo estavam mexendo nas pedras para tentar aprender a usa-las so não sabemos ainda por que ele quebrou a pedra do elemento fogo provavelmente por acidente após isso e uma criatura aracnea apareceu para atacar todo mundo e destruir todo mundo como era uma criatura de treino de certa forma os anjos deixaram ao cargo dos guardiões mata-la já que não era uma ameaça real porem ela quase matou a luna por que de acordo com os anjos era uma profecia de treino e por fim 8 guerreiros 1 da agua,1 espectral,1da escuridão,1 do vento e 2 guerreiros de terra mais o juan e o brasileiro estranho todos destruíram a criatura completamente na hora
    FIM DO FLASHBACK TIME(prometo não vai virar naruto saporra)

    -e por isso eu sinto muito medo deles moso,eles estão muito acima do meu nível de poder e por isso acho que eu vou perder-fala luna chorando
    Então nick de repende a abraça e luna fica surpresa e ele fala:

    -se você não tiver medo eu também não vou ter

    Luna se sente confiante e vai então para sua primeira luta que ira ser contra uma garota que era usuária de espada pesada e escudo,no inicio da luta luna manipula o escudo de sua adversaria com a dica de nick e cria uma flecha para matar sua adversaria manipulando sua flecha para o pescoço dela que faz quase que imediatamente uma explosão de ar e consegue vencer,já na sua segunda adversaria luna teve de enfrentar uma garota com armadura no corpo e flechas também sua primeira tentativa foi um golpe falho na armadura e logo foi empurrada para longe por uma onda de ar ate que ficou correndo em velocidade do som ao redor de sua oponente ate achar uma abertura e mirar um flecha com sua técnica pontaria certeira e a ficar fazendo sangrar pela armadura ate que desmaia no campo e a luta termina e finalmente e a luta final de luna antes de se tornar guardião mas claro estava ferida afinal a outra sabia teleguiar suas flechas também mais luna se superava e queria mostrar seu poder a nick e Gustavo por isso não iria desistir com tanta facilidade,curaram suas feridas e ela já estava finalmente pronta,era hora de lutar com yura Higashi que havia chegado na final mas luna sentia um medo mas mesmo assim entrou no campo, a luta começa e yura da um soco no ar para afastar luna para longe e conseguiu correr por tras a tempo para dar um soco avassalador na coluna da luna a ponto de faze-la cuspir sangue e cai no chão então tanta ativar sua visão escarlate

    -pode ser meu único recurso-pensou luna mirando no braço de sua oponente
    Então luna atira a flecha mas yura facilmente desvia porem com um gesto de mãos luna redirecionou as flechas para sua oponente o que fez com que ela desse uma espadada do nada para criar um tufão e desviar a flecha o que foi ta forte que arremessou luna na barreira e deu uma pequena rachadura na barreira de cahethel

    -Boa tentativa sra.higashi mais minha barreira amadora aguenta a explosão de um planeta inteiro-fala cahethel

    Sem ligar pra isso yura vai dando um soco por vez fazendo luna quase se rasgar porem um soco acaba jogando luna mais longe do que yura queria então ela vai correndo ate luna que infelizmente estava quase sem magia e tenta jogar um tufão mais faz apenas uma lufadinha de vento e ainda sobra pouca maiga que faz yura tropeçar no chão e cair na frente de luna,porem era tarde para se levantar luna cria uma barreira ao redor da cabeça de sua inimiga e com sua pouca magia corta completamente o oxigênio dela impedindo a passagem de qualquer resquício de Oxigenio,por mais que a guerreira oponente tentasse fazer oxigênio luna o absorvia como se fosse magia própria,luna sabia que talvez não iria ganhar sua oponente então decidiu acabar com aquilo ali mesmo pegou sua lança e impalou na cabeça de sua oponente e a matou e depois disso tudo o que restava era um cadáver,litros de sangue e uma vitória luna havia ganhado a batalha contra sua oponente e era a nova guardiã do elemento ar e a emoção e o sangue a fizeram desmaiar ali mesmo,porem após disso ela pergunta:

    -gusta quem vai lutar agora-perguntou luna

    -guardioes da luz ou seja o pafunsu-falou Gustavo-e o nick sumiu de novo ele apenas disse que estava orgulhoso de você e te mandou parabéns

    -mais tirando isso vamos ver a luta do pafunsu ele deve estar lutando agora ne-perguntou luna

    -ok vem-falou Gustavo

    Luna sentia intensa felicidade por ter ganhado e virado guardiã porem pensava em seus amigos afinal cahethel falou que o oraculo disse que um deles não iria passar e isso enervou um pouco luna,porem luna esqueceu isso ao ver seu amigo pafunsu lutando ela mal chega e a luta que havia começado em segundos termina com pafunsu explodindo o corpo do adversário

    -o que aconteceu aqui-perguntou luna

    -eu acho que ser guardião da luz não era so um titulo luna-falou Gustavo

    Luna não acreditou que seu amigo tinha virado guardião da luz aquele que todos esqueciam virou guardião junto com ela (não se preocupem eu vou postar isso no capitulo 4 ok XD) ele estava mais rápido e poderoso porem era a luta do grande piromaníaco rafael mais luna tinha certeza que ele havia mudado depois desse pouco tempo ate ele gritar:

    -eu vou colocar fogo nessa luta

    -ele não mudou porra nenhuma-pensou luna rindo

    FIM DO CAPITULO 3
  • a lenda de Èden/capitulo 4 o poderoso guardião fracassado (P & R)

    -isso foi rápido demais eu não vi quase nada-questiona luna
    -é assim mesmo mosa,guardiões da luz tem sua velocidade elevada desse jeito mesmo-fala pafunsu
    -eu não te dei o direito de me chamar de mosa-fala luna
    -bom vamos focar na próxima luta -fala pafunsu
    -primeiro como foi a sua luta
    pafunsu olha para cima e começa a pensar 
    -Oh não-fala luna 
                                                                 //////FLASH BACK TIME COM COMENTÁRIO EXTRA\\\\\\
    -outro flash back naaaaaoooo-fala luna
    -ja era-riu pafunsu
                                                                               INICIO DO FLASH BACK TIME
    Depois de pafunsu entrar no campo foi anunciada a luta entre ele e um cara desconhecido,quando começam a lutar pafunsu da um chute que afunda o rosto do sujeito e o dito-cujo perde a luta
                                                                                   COMENTÁRIO EXTRA
    -isso foi rápido,até demais-falou luna

    -guardiões da luz tem uma velocidade muito alta,porem uma defesa baixa de mais-falou pafunsu

    -por isso acabou rápido-fala luna

                                                                              CONTINUAÇÃO DO FLASH BACK TIME
    E na outra luta,era um guardião mais lento e com muito mais defesa,porem pafunsu era muito rapido e o outro cara nem chegara perto de sua velocidade e pafunsu o finalizou com facilidade,e por fim a ultima luta,porem esse cara era diferente dos demais 

    -acho que vou aparecer dele e dar aquele baita chute trava coluna nele- falou pafunsu

    ele o faz porem erra,por que seu adversario se defendeu com um outro chute,então tentou dar um soco e seu oponente parou o soco com outro soco ate que pafunsu pensa:

    -vou jogar um trovão nele 

    então pafunsu joga um trovão que errou,porem servia apenas para atrapalhar e atrair o adversário,perto o suficiente para atravessar a sua cabeça com uma mao aberta e eletrificada e assim que atravessa sua cabeça ela explode e ele é declarado vencedor da luta e o primeiro guardião da luz
                                                                                          FIM DO FLASHBACK TIME
    -agora falta a luta de quem-pergunta pafunsu

    -do gustavo-fala luna

    -era,não é mais,agora é a luta do rafael-fala gustavo

    -vai chorar-zoa pafunsu

    -nao,mais to quase-fala gustavo

    entao,finalmente os guerreiros de fogo entram em campo porem o destaque é mais do brasileiro de altura mediana e cabelo escuro e forte,estava sendo destaque por ser um daqueles que ajudou juan com aquela criatura de fogo e estavam em punhos uma luva e uma espada,algo que digamos era meio diferente,afinal pra que usar uma luva,mas ao iniciar a primeira luta que no caso era a dele o rapaz qua agora sabiamos o nome por anuncio de cahethel:lan santiago era seu nome e por coincidencia o outro cara tambem era brasileiro e se chamava edgar

    -isso esta muito estranho o nick falou que cabelos de cores estranhas sao caracteristicas dos descendentes dos guardiões da terra,só que nenhum dos guardiões do fogo tem olhos vermelhos,nem o rafael tem isso-fala pafunsu

    -pafunsu eu quero assistir-fala luna sentada em uma cadeira de rodas comendo um pãozim

    ao começar a luta edgar solta uma bomba de canhão de fogo 

    -esse ataque pode incinerar um planeta inteiro diga adeus aos seus ossos-fala edgar com uma risada alta

    lan apenas poem sua mão com a luva para frente e devolve para seu oponente o ataque como se não fosse nada e incinera completamente todo o seu corpo até reduzi-lo a cinzas

    -isso foi rapido-falou luna

    -luna para de falar so isso,mas realmente foi bem rapido,rapido ate de mais-fala pafunsu 

    porem a proxima pessoa a entrar em luta é seu amigo rafael

    -bom é isso vou conseguir-falou rafael

    no inicio da luta refael lança seus ioios a ponto que ficassem com suas cordas por todo o campo,quase que impossibilitando seu adversario de se mover,entao o adversario tenta queimar as cordas,que apenas ficavam em seu lugar sugando a energia e repassando a força pro ioio que ia ficando maior e deixando as cordas cada vez mais quente e entao rafael mexeu seus fios ate que cortou seu adversario e transformou-o em uma especie de picadinho frito de carne humana e entao rafael e declarado vencedor da luta

    -meu deus(do ceu berg)que nojo ele cortou o cara como picadinho argh-fala luna
     
    -meu deus que merda to com vontade de vomitar-falou pafunsu

    cahethel pede para alguem vir la para ressucitar o rapaz e devolve-lo a terra,afinal o perdedor teria apenas os poderes retirados e depois iria ser mandado para a terra para poder viver normalmente a sua vida na terra 

    -espero que perca logo,esse garoto é um piromaniaco sadico,nao seria uma boa te-lo como guardiao-pensou cahethel 

    a proxima luta sera entre lan e rafael

    -se prepare para ser queimado-falou rafael

    a cara de ridicularizaçao de lan era tao grande que chegou a ser ridiculo pra ele o que rafael falava,entao meio totalmente puto da vida rafael jogou seu ioio em cima de lan que nao apenas segurou como tambem quebrou o mesmo 

    -serio isso nao destroi nem um planeta anão gelo,acha mesmo que pode comigo-sacaneou lan

    tudo isso deixa rafael mais puto e tambem desesperado,ele refaz o ioio com suas chamas e aumenta o tamanho do mesmo a ponto de poder subir em cima do ioio como um carro gigante e tenta atropelar lan que desvia com uma facilidade enorme com se estivesse apenas dando um pulinho pro lado e da uma zoada

    -tao lento que nem chega a mach 1

    rafael putao responde:esse deus aqui chega a mach 36.000 

    -nao chega nem a mach 900 de tao lento 

    rafael acelera mais uma vez e lan apenas pega sua espada e da um corte certeiro no meio do rafael e corta o ioio dele ao meio e antes que rafael pudesse reclamar lan aparece rapido atraz dele e corta sua cabeça em instantes e assim lan e declarado ganhador por cahethel  e na plateia luna fala:

    -ele perdeu mesmo meu desu,eu dont believe

    -perdeu feio-fala pafunsu

    -nao acredito nisso-fala gustavo irritado-ele nao devia ter perdido 

    sim era isso rafael tinha perdido feio e lan havia se tornado o novo guardião do fogo,rafael foi ressucitado,teve seus poderes extraidos e foi mandado para seus pais na terra com a advertencia de nao mexer de novo em fosforos,mas claro cahethel deixou ele se despedir dos amigos afinal as proximas lutas seriam seguidas em elemento:agua,depois espiritual,depois escuridao,depois terra e por ultimo estrela ja era quase certo os vencedores afinal no ataque ja tinha uma da agua,uma da espiritual e uma da escuridão porem terra e estrela foram considerados dificeis de saber afinal havia tres guardioes da terra no incidente e nenhum da estrela,mas apos as despedidas começaram as batalhas da agua e a vencedora foi kamillie orihara da oceania,foi uma luta rapida nao igual a dos guardioes da luz mas tambem tinha seus meritos

    -aposto que foi bem facil ne,kamille ou posso te chamar de kamie-fala luna para a nova guardiã

    -serio querida e a sua-fala kamie

    -eu quase morri-fala luna

    -deveria ter morrido-fala kamie

    -que moça ruim pra eu-fala luna

    pra se ter uma ideia do quao rapido foi cada luitra era aproximadamente 20 segundos por luta depois disso era uma vitoria muito facil

    -nao curti essa moça,,mas curti as outras duas -falou luna

    essas tais garotas eram as duas dos elementos espiritual e escuridão,regendo o elemento da escuridão estava uma garota chamada julie kanam de istambul tinha uma personalidade calma e bem calada e ate alegre porem muito timida e gostava de chamar todo mundo de demonio algo que mostrava seu autismo com força altissima e regendo o elemento espiritual estava giulya kim than essa diferente da ultima ja era mais ativa e animada e gostava de cantar do nada,em especial k-pop (eu tenho uma amiga que gosta dessas musicas e como eu tava sem nada melhor pra colocar presente pra voces) as 2 seriam as mais novas guardiães do grupo 
                                                                            ENTREVISTA UTILITARIA COM LUNA GERLOFF
    -oi,oi,oi tudo bem,tudo bão-pergunta luna

    -tudo bem-fala giu

    julie calada

    -que merda eu to fazendo aqui-falou kamie

    -entrevista,xiu-sussurra luna

    -nao quero ficar no autismo de voces-fala kamie

    -xiu,agora continuando como foi a ultima luta de voces-pergunta luna

    -eu so entupi a mina de agua e explodi ela,como qualquer ser humano normal faria-fala kamie

    luna assustada pergunta:

    -e o que voce mais gosta kamie

    -rola-fala kamie-de varias idades idades,de muitos amores

    luna vermelha finge que nao escutou nada e passa para giu

    -entao giu como foi sua luta-pergunta luna

    -eu basicamente invoquei espiritos do alem e fiz todos atacarem como distraçao e voei por debaixo da terra em forma fantasma e possui o meu oponente por traz enquanto secava seu corpo-fala giu

    -e pior que a primeira-pensou luna desesperada

    e assustada luna pergunta com uma cara de nao me mate:

    -e....doq......do que voc.....do que voce gosta

    -kpop,escuto o dia todo,ate dormindo se possivel-fala giu 

    Luna agarra giu e fala:

    -meu desuuuu nos vamos dar tao bem

    -giu esta assustada com voce apertando ela assim luna-fala gustavo como um cameraman ou algo do tipo

    -ok,ok,ok eu largo,mas agora e sua vez julie-fala luna

    luna ja simpatiza com a garota ser baixinha a ponto de parecer uma versao de mini-chibi baby edition

    -entao como voce venceu-pergunta luna

    julie fica calada

    -fala pelo menos de quem voce gosta

    entao a garota gagueja e fala:
    hu..hu....hu...huinglerson-e some em uma sombra de vergonha 

    todos os presentes ficam calados por um instante e luna com um sorriso encerra a transmiçao

    -bae,bae pessoas-fala luna
                                                                              FIM DO ENTREVISTA COM LUNA GERLOFF
    -o que foi isso perguntou gustavo

    -nem eu sei acho que ela gosta do....-fala luna ate ser interrompida pelo pafunsu

    -quem gosta de quem-pergunta pafunsu

    -eu..eu gosto muito de pãozim-fala luna

    -e eu gosto de assistir a luta,elas sao muito bacanas

    -principalmente as com poderzinho sem a rajada tipo seu ataque na ultima luta-fala luna

    -e eu tambem-fala giu sobrando no canto mas manjando da situação 

    -e a proxima luta parece estar prestes a começar-fala pafunsu

    e julie estava com eles porem calada 

    -ainda bem que voces gostam por que o nick e o juan vao lutar daqui a pouco-fala pafunsu

    -eu avaliei os dois,so iram se encontrar se for na final,mas seu amigo nao tem chance o poder do juan é anormal para um guardião da grama,eles nao passam de curandeiros e protetores,juan de algum jeito serve de ataque e aquele modo dele nao vai ajudar em nada-fala julie

    -ela falou-riu pafunsu-finalmente hahaha

    julie some de novo e pafunsu estranha novamente (ate ai tudo normal)

    -ela ate que ta certa a luta deles vai ocorrer no final,vai ser emocionante-fala luna

    -duvido que esse tal de nick ganhe,nao esqueçam que tiveram 3 guardiões da terra no incidente e pelo jeito ele vai lutar com os 3-fala giu

    -eu confio no moso-fala luna

    -eu tambem-fala gustavo

    -concordo-fala pafunsu

    entao as outras guardioes retrucam

    -vai levar surra-fala kamie

    -chute na butt-fala giu

    -uhum-fala (ou grunge)julie 

    entao alguem vai andando naquela direçao era lan

    -alguem percebeu que o primeiro nome dele e mais japones que o do gustavo-fala pafunsu

    lan vai ate gustavo e da um soco com força na barriga dele que o faz cair,e o arrasta pelo cabelo ate cahethel,entao cahethel ouve o que o garoto tem a dizer e troca umas letras de um crachazinho que esta com cada um

    -o que aconteceu-perguntou luna

    -esse cara no dia que eu cheguei aqui deu um jeito de trocar nossos nomes e nacionalidade pra ele parecer japones,eu sou o unico hikari aqui,Lan Hikari-fala Lan

    -nao tendi nada-fala luna 

    -nem eu-fala pafunsu com gustavo vomitando sangue nos braços tentando ajeitar ele

    -aquele e o amigo de voces indo pro ringue-fala kamie

    -e ele sim-fala gustavo meio tonto

    -e o moso-fala luna

    -parece ter uma rola bacana-fala kamie passando a lingua sensualmente entre o labio 

    -eu mereço-fala luna envergonhada de como caminha a humanidade

    mais todos estavam ansiosos afinal nick iria lutar finalmente contra alguem,afinal apos uma historia com aquela (cap2) era impossivel nao ficar curioso com o treino,entao entram em campo um dos 2 caras do incidente e nick dormindo por que cahethel apenas o lançou pro campo enquanto ele dormia meio ensanguentado

    -prontos-fala cahethel-comecem

    -isso nao e justo o moso ta dormindo-fala luna

    entao no meio do campo o outro cara grita:

    -ninguem te perguntou nada,indiazinha

    luna e seus belos cabelos de india se ofendem e mandam ele se-fu mentalmente

    a luta começa com o adversario apontando-lhe o dedo e falando:

    -renda-se eu sou o mais forte aqui e posso destruir qualquer um

    ele era alto como se tivesse 2m e 10 de altura,mas nick ja esta dormindo no chão,como se estivessem pouco se importasse  e seu oponente considerou isso como uma afronta direta de nick e da um soco no chao causando um terremoto que apenas fez nick ficar rolando pelo chão ate que foi chegando perto de seu adversario rolando pela grama do local e ao tentar esmagalo com um pisao,nick chuta ele no rosto ainda no chao dormindo e afunda o rosto do pobre rapaz que ia esmagar a cabeça de nick com um pisão e ainda racha a barreira media de cahethel,todo destruido pelo chute o guerreiro se levanta porem ja e tarde nick esta em pe em sua frente dormindo e lhe da um soco na barriga que explode tanto o seu estomago quanto o resto da barreira do cahethel,entao cahethel fala:

    -treinamento duro pessoal,vamos fazer magia do tempo no sr.matias pra ver se acorda

    apos tenta usar a magia do tempo cahethel nao consegue e fala:

    -nao acredito,mudança do tempo nao funciona nele

    -o que isso quer dizer-pergunta luna

    -significa que nem se eu mudar o tempo,o nick nao vai ficar parado,nao vai envelhecer mais rapido e nem tentar diminuir a velocidade dele e ainda me proibe de viajar pro passado enquanto eu estiver a 1 galaxia de distancia dele-fala cahethel

    -chega vei,esse cara ta muito apelão-falou pafunsu

    -disse o cara que terminou 3 lutas em 4 milisegundos-fala nick

    -voce nao tava dormindo-falou pafunsu

    -habilidade de fotossintese e so eu estar encostando em terra que eu me recupero mais rapido-fala nick

    -bom mais tirando isso-nick colocando um punho fechado em frente ao rosto so que com um sorriso corajoso-eu vou vencer todo mundo,que esta aqui eu prometo isso pra voces 
    FIM
    __________________________________________________________BONUS_________________________________________________________________

    NOME:Kamille Orihara        APELIDO:Kamie         PAÍS:Australia
    ELEMENTO:Agua        HABILIDADE:Solidificação e Gaseificação
    GOSTA DE:Instrumentos Pessoais Masculinos (IPM)

    NOME:juliane kanam      APELIDO:Julie     PAÍS:Istambul
    ELEMENTO:Escuridão      HABILIDADE:Nuvem escura
    GOSTA DE:Pafunsu (DARK STALKER)

    NOME:Giulya kim than    APELIDO:Giu      PAÍS:Coreia do Sul
    ELEMENTO:Espiritual      HABILIDADE:Necromancia
    GOSTA DE:K-POP

    ________________________ERRATAS__________________
     NOME:Gustavo Santiago  APELIDO:Gusta ou Gustavo  PAÍS:Brasil
    ELEMENTO:Estrela     HABILIDADE:Escudo Estelar
    GOSTA DE:Olhar as estrelas

    NOME:Lan Hikari   APELIDO:Nenhum   PAÍS:Japão
    ELEMENTO:Fogo    HABILIDADE:Escudo Estelar
    GOSTA DE:Não se sabe




  • A Morte

    Entre os castiçais, fogo e reclusão.
    Era uma madrugada alta cheia de inspiração onde eu me deitava com ela contando os morcegos do teto.
    Uma voz: "aqui, entre os dois, eu me escondo e digo amém às suas diabruras".
    Levantamos e fomos até a penteadeira. Nada no espelho...
    Nos espantamos ao ver em nossa cama a Morte e uma rosa branca, exclamamos: "que lisura antiga tal honra!"
    E num torpor pegamos uma adaga e cortamos nossos possessos.
    Dormimos, o sol entrou e nos queimou.
    Morremos. O fim do mundo acabou.
  • A mulher dos sonhos - parte 2

    1

    Era uma bela quinta feira, embora a chuva e o frio tenham castigado a maior parte da manhã. Gosto desse clima, ainda mais porque posso pagar um uber para casa e não preciso me molhar demais. Afinal, passei o dia inteiro, em minha sala, rodeado de incompetentes. Enfim, parece que tudo vai melhorar daqui para frente, sem preocupações na empresa. Amanhã é feriado, acho que vou passar o dia na piscina. Talvez ligue para Derek me buscar para bebermos algo antes de ir.

    Chego em casa depois das nove da noite, foi um dia pesado de trabalho, relatórios atrasados, prazos perdidos, auditoria no meu pé, prefiro não lembrar disso agora. Jantei uma lasanha congelada, sem paciência para cozinhar nada. Apenas fiz questão de me servir uma taça de vinho tinto e liguei a televisão. Passava “Os Simpsons”, aquele pessoal amarelo sempre me faz rir. Uma das melhores formas de se encerrar uma noite depois de um dia estressante.

    Depois disso, vou para meu banheiro, é pequeno mas agradável, o piso de azulejo preto dá um belo realce com as paredes brancas. A privada é preta, também, acho que dá um visual moderno, e fica ao lado do boxe com o chuveiro. Em frente a tudo isso está a pia que é de vidro transparente. As gavetas e armários são brancos e pretos, mas isso não importa, foi um arquiteto que projetou tudo, não perdi meu tempo com aquilo, apenas exigi a pia transparente com a mesa e tudo. Queria uma daquelas torneiras que acendem luz, só que meu orçamento da época era apertado e, com o passar do tempo, essa vontade diminuiu, embora não tenha sumido.

    Finalmente tiro o terno, jogo-o no chão do banheiro mesmo (semana que vem levo ao tintureiro, não me importo) e tomo uma ducha quente. Deve ter durado uns 40 minutos, precisava muito relaxar. Escovo os dentes, pego o terno do chão e o levo até a área de serviço para deixar em cima da máquina de lavar.

    Estou exausto, então é melhor dormir logo, checo se as portas estão trancadas, afinal, um apartamento pode ser seguro, mas “é melhor prevenir do que remediar”, já dizia meu avô. Entro em meu quarto, aquela cama é meu orgulho, uma king size com um cobertor preto de um lado e branco do outro, com pêlo de ovelha na lado branco e aveludado do outro. Tenho quatro travesseiros ali, mas três sempre acabam no chão. Penduro minha toalha e pego um moletom velho que sempre uso para dormir, é hora de fechar os olhos e encerrar o dia, finalmente. Boa noite a todos e não me esperem cedo amanhã.

    2

    Acordo e olho para o relógio e vejo que já são três da manhã. É uma madrugada fria e silenciosa, sem nenhuma alma na rua, tenho certeza de que é possível ouvir grilos. Essa é a vantagem de um bairro afastado e sem muitos vizinhos, o silêncio cai muito bem. Uma ou outra moto passam na rua, sempre tem um imbecil que estoura o escapamento, apenas para fazer barulho, de resto provavelmente são esses entregadores atendendo aos pedidos dos bêbados e drogados da madrugada, voltando de suas baladas ou o inferno que seja, bancados por papai e mamãe, provavelmente nem trabalham os filhos da puta.

    Maldita insônia!

    Tudo bem, não tem problema, amanhã é feriado e posso dormir até mais tarde, na pior das hipóteses, cancelo a piscina e apenas bebo algumas cervejas com Derek.

    Levanto de minha cama, o lado direito se mantém vazio há muito tempo, desde que Stephanie pegou suas coisas e foi embora, deve ter me achado insuportável, mas não sinto falta dela, do sexo todo dia sim (então por que ainda tenho a foto dela no nosso quarto? Digo, no MEU quarto).

    O laptop está desligado, não estou com paciência de ligar e a escrivaninha é longe da cama (dois passos é muito longe no meu estado), a sonolência me domina por completo (mesmo sem conseguir dormir), deixa a sensação de que o mundo ao meu redor se move mais devagar. Melhor ir para sala assistir alguma besteira até pegar no sono. O caminho é curto, apenas um pequeno corredor, de alguma maneira parece menor do que o trajeto até a escrivaninha (assuma que se ligar o laptop irá atrás de Stephanie).

    Sento na minha poltrona, estico meus pés e puxo uma pequena manta, que sempre mantenho no sofá (mesmo no verão podemos ter noites frias, certo?). A tv de 58 polegadas acoplada à parede é outro orgulho que comprei com meu dinheiro. Sem Stephanie aqui, agora é tudo meu nessa casa, apenas a tv a cabo que não é.

    Neste horário passam apenas reprises, nem o canal pornô está interessante. Porra, quero apenas pegar no sono. Mudando de canais acho a gravação de algum talk show. É a entrevista de um jogador de futebol qualquer que me arranca algumas risadas com algumas histórias bestas. Que vida fácil esses caras têm, ganham em dez anos mais do que ganharei em 5 vidas e mesmo assim sempre querem mais em seus contratos.

    Dou duas piscadas, bem demoradas. Passei o dia todo trabalhando naquela merda de empresa, só queria que meu chefe morresse, aquele gordo, careca, filho de uma puta, ou eu poderia comer a mulher dele, tenho certeza que metade da empresa já passou por ali. É...uma... bela... esposa... trofé....

    Na terceira piscada meus olhos não abrem.

    Fui dominado pelo cansaço, senti o relaxamento por todo o corpo, a sensação era boa demais, aquela manta que peguei no voo de volta de Paris era muito confortável e aconchegante. Esses pequenos cobertores de avião são sempre muito bons. Mas se vou dormir é melhor voltar para cama.

    Abro os olhos e vejo que as paredes sangram ao meu redor, o chão está coberto de carne decomposta, com vermes se mexendo e moscas voando, além de ossos quebrados espalhados por toda a parte. A cena me causa um frio no estômago, meus olhos estão arregalados, o coração pulsando acelerado e o frio domina meus músculos.

    Um pequeno vulto branco escorregou da janela para o além, mas era possível ver algo escrito no orvalho, “estou chegando...”. O horror daquela imagem me fez cair da cadeira, fecho os olhos com a dor do impacto. Quando os abro, o cômodo está intocado, não havia nem orvalho na janela. Devo ter sonhado e não me dei conta.

    (Deus, que sonho horrível.)

    Essa fresta na janela tira todo o ar quente da sala. Porcaria de brisa fria vai acabar com a minha saúde. Aos poucos vou me aproximando da janela, para fechá-la, ainda enrolado em minha manta. Quando o faço, reparo em um pequeno rastro, quase imperceptível, de suor formando a frase “estou chegando...”.

    Que porra é essa? Quem escreveu isso aí? Devo ter visto acordado e acabei sonhando, sim, faz sentido. Mas quem conseguiria escrever isso na janela do nono andar? Estico meu braço, com a manta, e esfrego ali até a frase sumir. Bosta, perdi o sono agora. Vou dar uma mijada.

    O alívio no banheiro é muito bom, deve ter saído uns dois litros de mim, como pode ser? Acho que não bebi dois litros de água o dia todo. É um bom ponto, preciso me hidratar mais, só que no frio é difícil. Não sinto tanta sede. Acho que é mais uma daquelas promessas, que farei no amanhã que nunca chega.

    Lavo as mãos com água quente, chega a sair fumaça da torneira, cara como eu amo essa pia transparente, olha ela toda embaçada. Foi muito cara, mas valeu cada centavo e ela ainda acende umas luzes psicodélicas.

    Fecho a torneira e enxugo a mão, é quando sinto uma sensação estranha no fundo da garganta, começou como uma tosse leve e, logo, parecia que um pequeno grão de arroz entrou no buraco errado. Continuo tossindo e a sensação não passa, tusso mais alto e mais forte. Tento escarrar o que está em minha garganta e vou perdendo o fôlego aos poucos, arranho minha garganta forte ao ponto de minhas unhas ficarem vermelhas.

    Caio no chão e bato minha cabeça na parede de azulejo, o barulho é oco, não me importo, forço todo o meu pulmão naquela maldita tosse e é quando finalmente sai, aquela coisinha branca...

    Isso é um dente?

    Passo a língua dentro de minha boca para ver se não tenho nenhum faltando. Não tenho. Como isso foi parar dentro de mim?

    Olho para a pia e na condensação no vidro está escrito “estou chegando...”.

    A crise de tosse me ataca de novo, e mais forte, sinto vontade de vomitar, foi quando as primeiras gotas de sangue saíram de minha boca. O pânico me domina

    (o que diabos está acontecendo comigo?),

    a tosse segue incessante e não consigo me levantar. Com esforço fico de joelhos sinto como se todo o meu estômago estivesse prestes a vir para fora. Faço uma concha com as duas mãos. Então, de minha boca saem inúmeros dentes, sangue e pedras de gelo.

    (Incrivelmente, o que mais me chocou foram as pedras de gelo.)

    Contudo, sinto-me melhor e consigo me levantar, aquilo que não escorreu por entre meus dedos, joguei na privada e dei descarga. Fui até a pia novamente, apaguei aquela mensagem, lavei as mãos e molhei o rosto.

    O que está acontecendo comigo? Será que ainda estou sonhando? Vou acordar na sala de novo?

    Foi então que olhei no espelho e, atrás de mim, através da porta, consegui um vislumbre do corredor e aquele mesmo vulto branco apareceu. Virei-me no susto.

    BLAM!

    A porta bateu.

    (Mas que porra foi essa?)

    Meu coração parou por um segundo, senti o forro da minha calça esquentar e umedecer. Em meu desespero agarrei a maçaneta, estava gelada, como nada que já havia sentido antes. Minha mão queimou e a retirei rapidamente, apenas para ver que um pedaço de pele que ficou para trás, naquele metal.

    Senti um ardor onde a pele se desprendeu, olhei para minha mão e vi a ponta do anelar escurecer, até a primeira dobra.

    Então começou a sensação de dor...

    A pior dor que já senti na vida...

    Aquela dor acompanhava o rastro negro e era excruciante. Se alastrava rapidamente e, em instantes, chegou na segunda dobra. Procurei alguma tesoura ou algo do tipo. Não achei nada que pudesse me ajudar.

    (Meu Deus não acredito que vou fazer isso.)

    Coloquei o anelar inteiro na boca, fechei os dentes em volta dele e apertei com força. Soltei um grito abafado, a dor aumentava. Em meu desespero comecei a abrir e fechar a boca mais rápido e mais forte, os gritos de horror consumiam minha alma e usavam todo o meu pulmão. A dor intensificava cada vez mais, foi quando senti um pequeno peso em minha língua e reparei no sangue morno escorrendo pelo meu queijo.

    As lágrimas escorriam e encontravam o catarro que saia de seu nariz. Cuspi aquele dedo preto no chão e vi o líquido nefasto sair dele. Não tive tempo de ir até a privada, não consegui nem me levantar, apenas vomitei no chão a minha frente. Foi quando apaguei.

    Ao recobrar a consciência, por um breve momento,  imaginei ter sonhado tudo aquilo. Foquei meus olhos e reconheci aquele maldito dedo preto no chão. O odor parecia pior do que todo o sofrimento que senti até então. Com cuidado peguei aquela membro macabro, joguei na privada e dei descarga. Foi quando fechei os olhos e não contive as lágrimas incessantes.

    O vidro do boxe estourou e me arremessou contra a parede. Bati meu rosto e vi o sangue escorrendo por meu olho direito. Senti diversos cortes e tive medo de olhar, para saber minha condição de fato. Tudo que queria era sair dali, nada mais. Nunca fiz coisa nenhuma para merecer isso. Retirei minha pantufa e bati com ela na maçaneta até a porta abrir. Fiquei com medo de mais dor.

    Cada passo era difícil, o rastro de sangue escorrendo de meus cortes e, principalmente, de meu dedo decepado, diziam para eu desistir. O esforço que fiz era tremendo, contudo, consegui chegar à porta do quarto, onde poderia pegar meu celular para ligar para alguém. Sei que ninguém usa o anelar como impressão digital para desbloqueio, mas o pensamento me fez cair sentado gargalhando. Acho que minha sanidade se esvaia.

    Fiquei de pé novamente e entrei no quarto, quando olhei para minha cama, vi diversas marcas de mãos em sangue ali, estavam espalhadas no cobertor, nas paredes, na escrivaninha, nas cortinas, no armário e todas tinham o anelar faltando.

    (Eu fiz isso? É impossível, acabei de sair da merda do banheiro.)

    Não precisei me preocupar em procurar o celular, ele estava no chão, todo despedaçado.

    Foi então que olhei para o teto e vi aquela mensagem escrita em sangue “ESTOU CHEGANDO...”

    Foda-se essa merda, eu vou embora daqui...

    A dor me consumia e mal conseguia andar. Consegui passar pelo corredor, a custo de muito empenho, e fui até a porta de saída de meu apartamento. Estiquei minha mão, com todas as minhas forças, e abaixei a maçaneta. Já conseguia sentir o ar frio da rua e um breve sorriso invadiu meu rosto.

    Quando puxei a porta, ela não veio.

    Claro, está trancada, eu chequei isso antes de dormir. Peguei a chave que deixo pendurada por ali. Minha mão tremia de desespero e pavor. Tive que usar as duas para enfiar aquela porcaria no buraco, mas consegui.

    Giro a chave e ouço o click da liberdade.

    Puxei a porta.

    É então que vejo...

    Ali parada...

    Aquela mulher de branco com seus dentes pontiagudos em um sorriso maléfico.

  • A nova cura para o mundo

    Muito tempo atrás, mesmo antes de voce nascer, seus pais e avós, eu pisei neste mundo, conheci cada parte e construí meu grande Império secreto.
    Meu nome é Powerful, fui expulso do meu planeta por pensar diferente, e agir de forma diferente, eles diziam que eu agia assim por ser sozinho, mas o que ser sozinho tem a ver ? Eu fiz tudo aquilo por que eu queria, nao por que eu estava sozinho. Destruí dezenas de moradas, matei milhares deles, e nao me arrependo, eu fiz o que tinha que ser feito. Foi melhor para todo mundo.
    No ano de 1876 a.C, eu estava no meu planeta, e houve uma guerra, eu era um bebê, mas eu ainda lembro, vários dos assassinos eram do povo vizinho, eles estavam armados, atirando em todo mundo, sem dó, meu povo corria e se escondia, nao querendo ser mortos, eu ouvia gritos, choros, e tiros por todo lado, e eu estava numa cabana, sozinho, com medo, e ninguém estava lá para me proteger, um dos assassinos entrou na cabana aonde eu estava, olhou para um lado e para o outro e olhou-me nos olhos, ele estava pronto para me matar, então algo dentro de mim brilhou, e eu pude entrar na mente do assassino, e fiz ele mudar de idéia, ele saiu da cabana e todos eles recuaram, com medo. Com o passar do tempo, cada vez que alguém contava essa história, ela ficava cada vez mais falsa, ninguém sabia o que realmente tinha acontecido, exceto eu.
    Depois que eu cresci, com meus dez anos de idade, eu comecei a entender o que havia acontecido naquele ano de 1876 a.C, e foi aí que tudo começou a mudar. Eu passava cada hora do meu dia planejando uma vingança, eu queria me vingar pelo o que eles haviam feito com meu povo, então eu passei seis anos planejando, e me fortalecendo, eu ficava longe de tudo e de todos, não fazia amizade, não conversava com ninguém, uns me chamavam de louco, mas eu segui meu caminho.
    Depois dos seis anos aprimorando minhas habilidades, eu saí no meio da noite e fui ate o planeta vizinho, usei meus poderes da mente para fazer com que uns matassem aos outros, eu gostei daquilo, de ver aquela mesma guerra acontecendo novamente, todos correndo, gritando e implorando por suas vidas. Eu comecei a camihar pelo terreno deles, com o chão cheio de poças de sangue, eu me sentei ali mesmo e vi cada um se matar. Assim que todos se mataram, vieram vários povos, o meu também estava lá, só para ver o que havia acontecido, e eu sorri e disse:
    -Não precisam mais ter medo, o mal já foi derrotado.
    Todos ficaram em choque, se perguntando como eu tinha feito aquilo, e eu respondi todas as perguntas, então o chefe do meu povo caminhou ate a mim, retirou meu cordão e disse:
    -Saia!
    E me expulsou, na mesma hora que ele disse aquelas dolorosas palavras eu fechei meus olhos e senti um vento sobre minha pele, quando os abri novamente, eu estava aqui, nesse Planeta que todos chamam de Terra.
  • A origem das universidades e os escolásticos

         Antes do século Xl o pensamento cristão, as doutrinas e qualquer outra perspectiva era, distante, ou, feito o possível para se distanciar do pensamento dos sábios e mestres não cristãos da época. Mas o pensamento escolástico mudou esse quadro, na verdade, com eles a razão passou a ser serva da fé. 
         As pessoas nesse tempo estavam conformadas, ninguém questionava. Talvez o nome mais relevante do movimento escolástico foi Pedro Abelardo, que disse: “a primeira chave para a sabedoria é o questionamento constante e frequente [...]. Ao duvidar, indagamos, e, ao indagar, chegamos a verdade.” Esse pensamento deu início ás universidades, hoje como grandes estruturas, mas, no começo, como guildas compostas por mestres e estudantes famintos por conhecimento, os universitas, o nome medieval para qualquer grupo corporativo.
  • A perseguição fundamentalista aos homossexuais.

       A perseguição efetuada por cristãos ortodoxos aos HOMOSSEXUAIS tem uma razão, dentre várias, bem definida: uma leitura equivocada da Bíblia. Esta é uma obra escrita por diversos autores, sob várias perspectivas e em diferentes épocas. Sendo assim, é necessário analisá-la como um produto de determinadas práticas sociais, localizadas no tempo e no espaço.Ou seja, trata-se de um artefato cultural que traz consigo as qualidades e as limitações históricas dos grupos que a produziram.
      Para muitos povos antigos, dentre os quais os hebreus, a proibição à prática homossexual talvez fizesse algum sentido. Hoje, no entanto, com todas os avanços sociais conquistados, ainda considerar a HOMOSSEXUALIDADE um ato pecaminoso  é um erro, um pecado e um crime.
  • A Pianista

    Não sei por que. Mas estava lá. 
    Parado.
    Em minhas mãos um folheto com os hinos do dia.
    Não sabia nenhuma música e não estava afim de cantar. Muito menos ler.
    O grupo era pequeno. Tinha no máximo dez pessoas. Sendo a maioria jovens como eu, e os velhos eram bem velhos. 
    A pessoa que mais me chamava atenção era a pianista. Caroline, esse era seu nome. Se não me engano.
    Caroline 
    Caroline
    Sempre tocou piano. Ganhou prêmios por isso. Tocava com sua alma, sentia cada tecla bater em seu coração. Suas belas mãos pálidas tocavam gentilmente cada nota.
    Todos ali ajoelhados. Ouvindo e admirando, louvando e glorificando ao som daquela maravilhosa pianista.
    Lá estava ela. Com seu cabelo preto amarrado num coque bagunçado pela ventania que estava aquele dia. Provavelmente iria chover.
    Sua camisa azul de bolinhas vermelhas estava com as mangas dobradas até a altura do cotovelo, usa uma saia rodada preta, que ia até o joelho. Calça uma sapatilha bege, mas insistia dizer que aquilo era nude. 
    Ela vinha para a igreja caminhando, fazia isso todo domingo, eu sempre a via passar em frente de casa. Nunca atrasava- se.
    Sempre adiantada.
    Chegava na igreja antes de todos. Apenas para limpar o piano. Instrumento antigo. Amigo antigo. Lugar onde ela sempre tocara sua divina melodia.
    Todos a cumprimentam. Vão chegando aos poucos.
    Ela sorri. Sorriso atraente.
    Seus olhos escuros se encaixavam perfeitamente com seu belo rosto pálido e fino. Olhar sereno. 
    Caminha com serenidade, transborda calmaria e paz. Continua sorrindo.
    Passa a missa toda assim, com aquele semblante de boa moça. Garota adorável. Sorriso doce.
    A missa é curta.
    Após tocar oito hinos, tudo acaba.
    O padre termina a missa como todas as outras.
    Palavra da salvação. Todos respondem e levantam-se como se não vissem a hora de ir embora.
    Caroline faz reverência ao seu público, concluía com um sinal da cruz e um aceno para alguém da multidão 
    Fecha o piano. Com extremo cuidado, cuida como se fosse um filho. Após isso se reúne ao resto do grupo de canto. Beijos na bochecha e abraços. Sorrisos e risadas.
    Todos a cumprimentam.
    - Foi uma ótima missa, não achou Otávio? – ela diz. Sua voz era macia, como a de um anjo, suave e calma, como o piano que acabara de tocar.
    - Não sei, na verdade, parecem todas iguais para mim – respondo.
    Ela sorri. 
    Aquele sorriso inesquecível. 
    Fiz amizade com ela havia algumas semanas. Ela notou meu interesse em tocar algum instrumento. Me ofereceu algumas aulas, recusei algumas vezes, sem motivo algum. E sem motivo algum aceitei naquele dia.
    Sua volta para casa era, como a ida à igreja. Todos a cumprimentam. Sorrisos. Acenos. Ela sorri. E acena. Uma, duas, três vezes. E repete. 
    Sorriso lindo.
    Sua casa é verde, com enormes portões cinzas. Ainda morava com seus pais. Mesmo tendo seus vinte e poucos anos, continuava indecisa sobre o que faria da vida. Sem sonhos. Sem futuro planejado. Sem namorado. Acreditava não ter sorte para arrumar um. Não imagina a beleza que tem.
    Venta muito. Segura sua saia para que não levante. Dizia para eu não olhar caso isso acontecesse.
    Caminhamos rápido para que não fossemos pegos de surpresa pela chuva que não veio.
    Uma casa bem grande. Daria duas da minha facilmente. Tinha sala de jantar. Sala de estar. Sala de recreação. Sala de lazer. Suíte. Cozinha. E outros tipos de salas. 
    Ela pede para que eu espere na sala. Sento numa poltrona de couro. Desconfortável no início. Mas com o tempo ficou aconchegante. Não há televisão naquela sala. E nem nas outras. 
    Apenas retratos. E mais retratos. Alguns quadros também. 
    Em um dos retratos vejo sua mãe. É bonita como ela. Ouvi histórias que diziam que a mãe dela havia fugido com um vizinho, e deixara Caroline com o pai, que por sinal não estava em nenhuma foto ali. E também, não estava na casa.
    Ela demora.
    Decido então fazer passeio pela casa. 
    São dois andares. 
    No de baixo, temos as salas a cozinha que é bem espaçosa, não tem mesa, pois a mesma fica na sala de jantar ao lado. Na cozinha, tem apenas os armários que cobrem todas as paredes do lado direito, tem também a geladeira e o fogão.
    Uma escada em espiral fica no meio da sala de recreação. Subo-a.
    A escada dá de encontro com um corredor. Extenso corredor. 
    A primeira porta é branca, giro a maçaneta e a abro. Dentro encontro uma cama de casal com vários travesseiros. Doze no mínimo. Um enorme guarda roupa, vai do chão ao teto, engolindo a parede. Um cheiro forte de colônia toma conta do ar. Deve ser o quarto do pai dela.
    A segunda porta, é marrom, lisa. Abro-a. É apenas o quarto de tralhas, coisas que não usam mais. Haviam diversos instrumentos quebrado.
    Nesse corredor havia mais cinco portas. Mas logo na terceira, era o quarto dela.
    Um enjoativo odor adocicado toma conta do meu nariz instantaneamente. A porta está meio aberta. Ouço o som do rádio.
    Entro.
    Ela estava lá. 
    Caroline
    Caroline
    Usando apenas a camisa e uma calcinha azul com rendas. Suas pernas brancas chamavam minha atenção, ela as balança conforme o ritmo da música. 
    O ranger da porta a pega de surpresa, dá um pulo de leve e se vira, colocando a mão sobre o peito. Posso ver o volume de seus mamilos sob a camisa. Ela solta a escova de cabelo.
    O quarto é delicado como ela. Haviam inúmeros instrumentos por ali. Violões. Guitarras. Flautas. Trompete. E muitos outros.
    No canto, por ironia, está um teclado todo empoeirado. Abandonado.
    Ela sorri.
    No centro do quarto está sua cama. Grande. Muito grande.
    Ela sorri.
    Passeio pelo quarto, encaro o espelho do guarda roupa, estou arrumado, bonito.
    Sorrio.
    Um raio de sol que entra de penetra desviando da cortina lilás, paira sobre o teclado empoeirado. Um punhado de poeira dança na faixa de luz solar. Passo meu dedo, bem devagar sobre as teclas, daria para ouvir um som decrescente, se o teclado estivesse ligado. Ou com bateria. 
    Não entendo de teclado.
    Olho para Caroline. Parece não se importar. Aquele devia ter sido seu primeiro instrumento. Abandonou-o. Pergunto o porquê disso. 
    O motivo de tê-lo deixado de lado.
    - Cansei dele. – Ela diz, Sorriso.
    Cansou dele. 
    Todo o tempo que haviam passado juntos não contava mais.
    Sorrio para ela.
    Pressiono uma tecla. Não faz som. 
    Está sem bateria ou desligado. Não entendo de teclado.
    Abaixo na altura dele. Assopro. Uma nuvem de poeira se espalha pelo quarto.
    Ela desabotoa um botão.
    Coloca as duas mãos sobre o instrumento.
    Você não se importa mais com ele, pergunto esperando que ela me dê uma resposta positiva.
    - Sim, mas ele está velho, não serve mais para mim. – Ela diz. Mordiscando o lábio inferior e sorri.
    Não era a resposta que eu queria ouvir. 
    Desabotoa outro botão. 
    A porta range com o vento leve que entra pela janela. A cortina balança. Com um pouco de esforço levanto o teclado de sua base.
    - O que está fazendo. – Ela pergunta. 
    Sorrio.
    Sua camisa está quase toda aberta. Com o passo que ela dá, posso ver seu seio balançar. Vem em minha direção. 
    Sorrio. Ela não. 
    Levanto aqueles aproximadamente dez quilos acima do ombro, e então a golpeio no rosto.
    O golpe não é forte o suficiente para desmaia-la.
    Ela apenas cai e põe a mão sobre a boca. 
    Posso ver seu seio. Sangue pinga no chão de piso branco. 
    Meus braços pesam. Já estão cansados. Caminho por alguns centímetros arrastando o teclado. 
    Ela chora. 
    O sangue escorre de sua boca e pinga sobre seu mamilo marrom. Escorre por ele e pinga em sua barriga, e logo é absorvido pelo tecido da camisa de bolinhas.
    Não sei por que fiz. Apenas senti vontade.
    E então a saciei.
    Com muito esforço, ergo o teclado novamente. E a golpeio de novo. Um golpe contra sua cabeça.
    Ao tentar se proteger ela acaba quebrando o pulso. Som que posso ouvir com clareza. 
    Ela chora. Urra de dor.
    Ergo o teclado novamente.
    Então solto contra ela. 
    Ergo o teclado. Mais um golpe.
    Peças se soltam.
    Sangue espirra.
    Ergo o teclado. Mais um golpe.
    Ela não se move.
    Meus braços doem. Estou ofegante e soado.
    Suas pernas brancas estão sujas com seu sangue. Ela agora tem um motivo para não tocar o teclado. Seu pulso está roxo e inchado.
    Silêncio.
    Paro em frente ao espelho. Arrumo minha gravata. Bonito.
    Por sorte as gostas de sangue não são aparentes em meu terno.
    Olho para ela. Não está mais tão bonita. 
    Tristeza.
    Seu rosto, com o nariz quebrado e faltando alguns dentes, está coberto de sangue. Seu cabelo está molhado por uma poça enorme de seu sangue. 
    Deve ter encontrado a paz.
    Desço a escada. A cafeteira apita. Sirvo um pouco de café. Caminho pela sala. Observo novamente as fotos e quadros. 
    Seu pai não está ali. Sua mãe continua sorrindo. 
    Muito linda. Se Caroline tivesse ido embora com ela. Nada disso teria acontecido

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