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  • 728571 passos

    Bom, conheci um garoto, o nome dele é Leandro, como ele é? ele tem um cabelo cacheado, em formas de caracol, deve ser tão cheiroso e macio, fico imaginando o cheiro todos os dias, acho que ele brigaria muito comigo, pois eu iria mexer e cheirar toda hora, aqueles olhos dele de "demônio" com os cílios enormes, aquele olhar que enxerga as profundezas que te deixa todo desconcertado, nem pode se esquecer daquela boca(deve ser tão macia e gostosa), com um sorriso que me encanta, amo os vídeos/fotos dele sorrindo, são os melhores, fico extremamente boiola, aquela altura de 1,80 , fico imaginando eu andando abraçado ou de mãos dadas ao lado dele com meus 1,65 todo baixinho, olhando para o rostinho dele ficando boiola e dando aquele sorriso bobo. Como nos conhecemos? bom comecei a seguir ele no instagram, ate que um dia ele postou um stories, que se tratava que ele usava a figurinha da xicara triste, e eu super me identifiquei e comentei, disso eu super gostei da vibe dele e começamos a conversar mais e mais, percebi que ele era um garoto diferentes dos demais pelo jeito que ele se  conversa, preocupa e se importa comigo, quando percebi virou uma rotina(Melhor rotina da minha vida) e quando não nos falamos eu fico péssimo, sempre que estamos conversando eu sempre fico dando sorriso com as bochechas vermelha, parecendo um tomate SAKFNSAFDSAKFNSA . e quando espero ele me responder, qual quer notificação que chega no celular, eu vou doido correndo atrás do meu celular( e quando é eu infarto),amo demais a nossas playlist/filme no rave, eu fico extremamente muito ansioso para que chegue a noite para a gente fazer a playlist, inclusive estou escrevendo escutando "Goodnight n go", nossa musica. fico o dia todo pensando nele, literalmente 24 horas, acordo pensando nele( me perguntando se ele esta bem ou dormiu bem), tomo café pensando nele( fanfico eu na cozinha fazendo o café de cuequinha e ele me abraçando pelas costa e me dando um beijo no pescoço e me dando bom dia, saudade de quando eu estava aprendendo a fazer café, e ele perguntava se eu tinha feito muito doce ou sem açúcar), almoço pensando nele( fico imaginando ele me ensinando a cozinhar, pois eu não sou muito bom não kfsanfksabnfsan), tomo banho pensando nele( imagino a gente tomando banho juntos, um lavando o cabelo do outro, a agua caindo sobre nossos corpos e a gente se beijando lentamente), janto pensando nele( imagino a gente jantando e conversando/dando risada de como foi o nosso dia), vou para escola e fico pensando nele( as vezes eu estou fazendo algo, eu paro e fico olhando para o nada, e começo a pensar nele, imaginando oque iriamos fazer se estudássemos juntos, durmo e sonho pensando nele( essa e a melhor parte, aonde eu mais fanfico, fico pensando e imaginando a gente dormindo, eu abraçando ele, uma mão debaixo da cabeça dele e a outro na cintura, com a cabeça no peito dele, minha perna entre as pernas dele), mas sempre tem um porem..., só de imaginar que estamos aproximadamente 728571 passos um do outro me deixa tão triste, meu maior desejo e encontrar ele, tocar ele, sentir o cheirinho dele, dar um abraço tão forte e não desgrudar, encher ele de beijinhos, ir no cinemas assistir filmes de terror, eu levando susto e te abraçando, fazer a noite do pastel, fazer skincare juntos, ir passear e fazer um piquenique no igapó, ir na  ponte de guarda chuvas, aonde ele disse que seria nosso primeiro beijo, escutar e dançar(a dança de centavos kassgdsgakfnsakfnsakn) álbuns da Lana Del Rey e ariana juntos, fazer aquele jantar surpresa para ele com a comida que ele mais ama(macarrão ao molho branco), só queria ter você por perto...
  • A História do Nosso Amor

    Capítulo 3: O Drone
    Era um sábado à noite e Paulo e Ana estavam no novo apartamento, ainda sem internet e sem TV. O clima estava tranquilo, mas ambos sentiam a falta de entretenimento.
    — Então, o que vamos fazer? — perguntou Paulo. — Sem TV, sem internet... Parece que estamos em um filme dos anos 90!
    — É verdade! Temos que arrumar alguma coisa pra fazer? — sugeriu Ana.
    — Alguma coisa? Tipo, colocar o drone pra voar?
    Ana olhou para Paulo com uma expressão travessa.
    — Beleza! Vamos lá!
    Os dois foram até a janela e ligaram o drone, que começou a voar. Depois de alguns minutos...
    — Amor, deixa eu pilotar um pouco! — pediu Ana.
    — Toma, diverte-se.
    Ana começou a controlar o drone, mas ela encosta o drone no fio do poste e perde o controle e bate no transformador de um poste, causando uma explosão.
    — Oh não! O que foi isso?! — exclamou Ana.
    As luzes do apartamento começaram a piscar e, em seguida, tudo ficou escuro. Um apagão tomou conta da cidade.
    — O que aconteceu?! — perguntou Paulo, assustado.
    — Eu não sei! Só vi a explosão! — respondeu Ana.
    Os dois começaram a rir nervosamente.
    — Acho que conseguimos mais do que apenas colocar um drone pra voar. Acabamos com a energia da cidade! — disse Paulo.
    — O que vamos fazer agora? — perguntou Ana. — Estamos presos no escuro!
    Nesse momento, ouviram barulhos de pessoas na rua.
    Alguém gritou na rua:
    — Alguém sabe o que aconteceu? A energia caiu em toda a cidade!
    — Acho que temos que confessar. Ou melhor, fazer uma fogueira na sala e contar histórias de terror! — sugeriu Paulo.
    — Se isso não fosse tão sério, seria hilário. Vamos acender algumas velas e aproveitar essa situação maluca! — disse Ana, sorrindo.
    Os dois começaram a procurar velas pela casa e logo estavam sentados no chão, cercados pela luz suave das chamas.
    — Então, qual é a primeira história da noite? Algo sobre como causamos um apagão na cidade? — perguntou Paulo.
    Definitivamente essa! — respondeu Ana. — E quem diria que nossa primeira aventura no novo apartamento seria tão eletrizante?
    E assim, entre risadas e histórias inventadas sobre como “roubaram” a energia da cidade, Paulo e Ana transformaram uma noite sem eletricidade em uma memória divertida que guardariam para sempre.
    “Veja mais sobre o apagão na cidade na próxima história, ‘Laços de Amizade’, capítulo 7, que postarei em seguida.”

    Nome: Paulo Roberto Soares
    Nascimento: 24 de setembro 1989
    Nasceu em: Marília, SP
    Mora atualmente: Presidente Prudente
    Nacionalidade: Brasileira
    Altura: 1,79 m
    Cor dos olhos: castanho escuro
    Cor/tamanho/textura do cabelo: Castanho escuro, um pouco abaixo dos ombros, ondulado
    Cor da pele: Branca
    Família
    Mãe: Elza Soares
    Pai: Gilberto Soares
    Irmãos:
    Curiosidades
    MBTI: ISTJ (Prático)
    Ele é um advogado renomado na cidade.
    Possui um canal no YouTube com um milhão de inscritos.
    Tipo sanguíneo: O negativo.
    Paulo, um advogado e youtuber. Depois de frequentar a Universidade Prudentina, ele lutou por reconhecimento antes de finalmente ter sucesso na carreira de Direito na cidade de Presidente Prudente. Ele e sua esposa Ana residem em um apartamento próximo ao centro.
    No dia a dia Paulo usa bastante camisa polo e jeans básico, mais como advogado está sempre usando ternos e gravata lisa.
    Quais redes sociais ela usa? Instagram, YouTube e Facebook.
  • A perseguição fundamentalista aos homossexuais.

       A perseguição efetuada por cristãos ortodoxos aos HOMOSSEXUAIS tem uma razão, dentre várias, bem definida: uma leitura equivocada da Bíblia. Esta é uma obra escrita por diversos autores, sob várias perspectivas e em diferentes épocas. Sendo assim, é necessário analisá-la como um produto de determinadas práticas sociais, localizadas no tempo e no espaço.Ou seja, trata-se de um artefato cultural que traz consigo as qualidades e as limitações históricas dos grupos que a produziram.
      Para muitos povos antigos, dentre os quais os hebreus, a proibição à prática homossexual talvez fizesse algum sentido. Hoje, no entanto, com todas os avanços sociais conquistados, ainda considerar a HOMOSSEXUALIDADE um ato pecaminoso  é um erro, um pecado e um crime.
  • A Torre e os Enamorados

     
    a torre e os enamorados

     Não me recordo exatamente do meu início... Consigo apenas lembrar de quando já me considerava ser algo. Comecei como um aglomerado de rochas incandescente, sendo forjado pelo fogo que transmuta. Em um estado bruto, rústico e primitivo, ainda encontrava-me em minha nebulosa familiar, meu ponto de origem, e com os adventos das radiações cósmicas, dos ventos solares entre outras intervenções naturais, fui me formando.

        Possuo anéis de alegria ao meu redor, eles deslumbram e me protegem de turistas inoportunos, detesto turistas - até porque não sou a Disney. Tenho oceanos de sentimentos, com zonas abissais tão profundas e indesbraváveis quanto a subjetividade de um ser, rios de vivências que marcam minha derme - com leitos vívidos -, em que na queda de cada um há a força de minhas cachoeiras, onde abriga o início e o fim dos novos ciclos.

        Um dia - por loucura - acabei indo orbitar um corpo celeste desprovido de luz. Por consequência, toda vida que havia em mim foi se esvaindo... Foi uma fase de infortúnios e solidão, nunca imaginei que aprenderia a ser só, mesmo estando acompanhado. Minhas atmosferas já não davam conta de me manter habitável, meus vales foram ficando secos, todo o sentimento que fluía estava se perdendo no espaço, já não via mais promessa de continuidade, pois não podia se quer achar um arco-íris em qualquer canto, independente do quanto procurasse. Com tudo isso fui aumentando a minha órbita, desvencilhando-me naturalmente, para não me destruir. Meus anéis já não tinham brilho, eu não me via, mas sabia que não estava bem. 

        Coabitando a mesma localização e girando a uma distância de dias luz, segui, segui sem a esperança de mudança, em um estilo bem Clariciano. 

        Passei algumas poucas vezes por um certo corpo celeste, até que resolvi ir conhecê-lo. Ele era lindo... Uma estrela diferente de todas as outras que habitam o céu, seus raios era suaves e intensos, suas tempestades eram de doçura e atenção, a radiação transmitia reciprocidade, composto de carinho, que queimava paixão.

        Extasiado por seu encanto, mesmo distante, comecei a orbita-lo. Adentrando uma rota sem volta, lancei-me nessa empreitada. Pedi o respaldo de minhas luas, que não foram muito claras, mas explicitaram que ali era o meu lugar.

        Em uma térmica ascendente, fui mais rápido que um cometa, até que fiquei próximo a ele, parei a minha atenção, não queria perder um só segundo da volúpia de estar na sua companhia. Entre olhos fitados, havia apenas o silencio da imensidão, para que nada interrompesse a linguagem incompreensível a mente que o sentimento do olhar tem. Senti todo o calor do seu afeto, suas palavras fizeram ressurgir a vida em mim, meus campos floriram, meus bosques reavivaram-se, as borboletas voltaram a pairar com os beija-flores e as cachoeiras recuperaram sua força. 

        Ele era uma estrela solitária, ao meu ver, disse-me que eu era a "Lux da sua vida". De início eu ri, pois ele tinha um jeito bobo de falar, mas, mal ele sabia que a luz que ele via em mim era reflexo dele mesmo. Foi um magnetismo inesperado, senti que pertencia a ele e ele a mim, como se meu espaço já estivesse ali, esperando-me. A consumação de todos meus anseio, de meus desejos e aflições. 

        Por mais que eu queira estar sempre próximo dele, a vida ainda não permitiu, minha rota elíptica é ovalada, onde só tenho um contato próximo de tempos em tempos, mas, o encanto é que não perdemos nossa ligação, pois independente da distancia posso sentir o calor do seu afeto. 

        Por ser composto de carinho, em seu núcleo há algumas instabilidades, o que faz com que ele transpareça medo em sua coroa, mas nada que não seja recondicionado e estabilizado com reflexos visíveis de amor.

         Viciado em estar em rotação plena e inebriado por tudo isso, fui convidado a dançar. Ele me escolheu para ser seu par e nos concedemos o direito dessa dança cósmica que haverá de durar até o final da eternidade desse amor.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 16 – SOBRE MENINOS E HOMENS

    Como eu já estava acostumado, momentos de tranquilidade no colégio Pracinhas eram apenas a calmaria do mar que precedia a tormenta. E assim, entramos no ritmo das provas do segundo bimestre. A rotina alucinada de estudos logo tomou conta de todos nós, de forma que sequer conseguimos comemorar sobre nossa atuação na noite dos cordeiros e lobos.
    O que por um lado foi bom também, já que nos poupou de qualquer revanche que pudesse vir. Se bem que, observando bem, não senti mudança no clima entre mim e os majores. Tirando Santos, que me fuzilava com os olhos de vez em quando, os demais agiam normais. Castro se tornou mais próximo. De vez em quando comentava que ia ter troco, quando cruzava comigo no corredor. Mas eu não sentia raiva ou qualquer sentimento negativo em sua voz. Só aquele desejo reprimido o qual eu já estava familiarizado e parecia presente em praticamente todos os alunos dali.
    Mas reais ou não, sua ameaça teria de esperar. As provas estavam ali
    Todavia, aquela maratona de provas foi mais fácil de vencer do que a anterior. Como prometido, recebi a ajuda de Siqueira nos estudos de matemática, e isso, mais um trabalho extra que consegui negociar com o professor, me colocaram novamente na média. Raspando, mas estava no páreo novamente.
    Estava na cantina com Pedro e Elias, conversando sobre nossos planos para as férias de meio de ano que começariam. Por tradição, eu sempre passava uma semana na casa dos meus avós maternos, enquanto meus pais viajavam, aproveitando esse período que coincidia com seu aniversário de casamento. Normalmente, na segunda semana, fazíamos uma viagem breve em família. Esse ano, meus pais chegaram a cogitar não fazer a viagem, uma vez que pouco estávamos juntos devido ao regime internato dos Pracinhas. Mas eu logo descartei:
    - Nem pensar. Se tem uma coisa que aprendi aqui, é que tradições são importantes. Vocês precisam dessa viagem. E já pensaram na vovó? Como ela ficaria se esse ano eu não fosse? - Usei esse argumento para convencer minha mãe. Não que eu adore ficar na casa de meus avós. Era calmo demais e eu logo me entediava, mas minha vó gostava e meus país mereciam aquele momento para eles.
    Elias iria passar as férias com os tios. E Pedro apresentaria oficialmente o noivo a família. E estava muito nervoso
    - Mas seus país não sabem que você é gay? - Elias questionou. - E o Soares não mora no mesmo bairro, então eles devem conhece-lo.
    - Claro que sabem. E sim, conhecem o Henrique. Mas daí a saberem que namoramos, não. Até porque, nunca tive ninguém sério. Henrique é o primeiro
    - Ah. Que fofo - fiz minha voz mais melosa
    - Tão bonitinho. Nosso menino está crescendo - Elias me acompanhou e o rosto de Pedro queimou.
    - Parem vocês dois - pediu, quase enfiando a cara debaixo da mesa.
    Rimos bastante juntos.
    Naquela sexta, as aulas acabaram mais cedo e arrumamos as malas. Os pais de Elias e Pedro os buscaram cedo e eu fiquei no dormitório lendo enquanto esperava. Foi quando Siqueira entrou.
    - Boa tarde, Mendes. Estou indo
    - Já vai? - E me levantei e apertei sua mão - e quais os planos?
    - Eu e minha mãe vamos fazer uma viagem. Um sitio em Campos do Jordão. Vai ser bom pra ela. Descansar, ar puro.
    - Que maravilha. E sem seu pai, pelo visto - comentei malicioso.
    - Exatamente. Tinha como ficar melhor? - Ele comemorou. - Mas eu tenho que ir logo. Só vim pra me despedir e te dar um recado. O diretor quer te ver.
    - O que houve? - Estranhei
    - Não sei não - e revirou os olhos. Mas ele estava bem sério
    - Você fez alguma coisa? - Questionei e ele se fez de ofendido
    - Eu? Claro que não. Que coisa, Mendes. Bem, vou lá. Boas férias
    E saiu, fugindo de minhas perguntas. Guardei o livro e fui a diretoria. Tenso, cheguei na porta. E quando o diretor mandou eu entrar, o que eu encontrei lá embrulhou ainda mais meu estômago. O que diabos havia acontecido?
    - Pai, mãe, tio? O que fazem aqui? - Perguntei - não sabiam que já tinham chegado. Estava esperando vocês no meu quarto.
    Mas os rostos deles não pareciam irritados. Pelo contrário. Iluminados até. O diretor veio até mim e pôs a mão em meu ombro.
    - Peço desculpas por obrigar você a esperar, Fábio Mendes. Mas depois do que Gabriel me falou, eu tive de conversar com seus responsáveis primeiro
    - E... Por quê? - Perguntei cauteloso e ele riu.
    - Tem aprontado alguma coisa pela qual tema vir aqui, Mendes? - Perguntou, com astúcia.
    - Não... - Minha voz subiu alguns oitavos, sonsa
    Ele riu.
    - Venha cá, jovem. Se aprontou, iremos descobrir, mas não hoje. Hoje, viemos lhe parabenizar. Normalmente, o que estou prestes a fazer viria acompanhado de uma cerimônia, e seria em uma data especial. Mas nunca antes em nossa história, tivemos um soldado com o seu feito, então, passaremos por cima do protocolo, só desta vez - e mexeu em minha blusa, prendendo algo nela - Meus parabéns, oficial Mendes
    E bateu continência pra mim.
    Meu pai e meu tio também, só minha mãe, não familiarizada com os protocolos militares, veio correndo e me abraçou. Atônito, eu enfim olhei para meu peito e ali havia uma medalha.
    - Pela sua atuação magnifica na noite dos cordeiros e dos lobos. Parabéns, oficial Mendes
    Eu creio ter falado uma dúzia de palavras desconexas naquela tarde. Sem saber exatamente como as articular. E fiquei assim até o restaurante em que fomos direto para comemorar. Sentados a mesa, rindo, aos poucos fui voltando a realidade e aceitando aquele fato.
    - Um brinde ao meu menino - minha mãe propôs e todos erguemos os copos
    - Caramba, Fábio. Fico imaginando o que você fez pra virar o jogo - meu tio comentou
    - Apenas me aproveitei do momento de distração de um e roubei a arma. Aí troquei de roupa com o lobo e fui atacando a paisana e libertando outros cordeiros. - Fui bem sucinto.
    - Só isso? - Minha mãe ficou um pouco decepcionada. - Pensei em uma história épica de coragem e superação
    - Teve tudo isso. Mas a tradição manda não contarmos. - E olhei com cumplicidade para meu pai e meu tio - até porque, você não vai querer saber os detalhes do que seu filho teve de fazer
    - Acho que ele tem razão, meu bem - meu pai reforçou, entendendo muito bem o que eu queria dizer.
    - Concordo, irmã - meu tio emendou
    Minha mãe olhou de um para o outro e depois deu de ombros. Desistindo ao ver que era voto vencido.
    - Está bem - e bebeu - mas fico muito orgulhosa de você, filho. Confesso que fiquei preocupada com você. Até falei com seu pai que talvez o devêssemos tirar dali
    - Por quê? Achou que eu não ia dar conta? - Me fiz de ofendido
    - Pelo contrário. Pois sabia que você não ia aceitar perder e ia fazer de tudo. Mas não acreditava que isso fosse o melhor. Você estava muito infeliz no início. E francamente, não sabia se valia a pena provar nada para aqueles garotos
    Eu considerei
    - Mas confesso que ouvindo aquele tal de Siqueira falar de você, me encheu de orgulho. Você conquistou o respeito dele. E mais, hoje, vejo que você está diferente de fato. Seu rosto. Está mais feliz. Acho que você realmente se encontrou ali. Nem parece meu garoto, que entrou cheio de receios ali. Está mais... Maduro. Mais homem - terminou, com um leve toque de emoção
    Eu sorri, tímido. Fiquei emocionado com sua declaração. E pensando bem, acho que era verdade. Sentia que havia crescido muito em meus meses no colégio.
    - Mas também, era óbvio que ele ia sair por cima no final - meu pai completou, tentando passar pelo momento piegas - você dará um bom líder. É esperto, justo. E sabe ser autoritário e cruel quando precisa. Igual sua mãe
    - Eu não sou autoritária - ela se defendeu, acabando o momento de doçura.
    - É sim, maninha - meu tio interveio. - Até responder pelo Almir você responde. Não é cunhado?
    - Eu não faço isso. Amor, diz pra ele que eu não faço isso.
    - Mãe, você está fazendo isso agora - alertei e ela me fuzilou
    - Cala a boca, Fábio
    E rimos bastante. Meu tio então lembrou.
    - Mas também, pudera. Lembro ainda de vocês dois no início. Pareciam gato e rato. O Almir, todo mandão no quartel, chegava em casa e levava dedo na cara da esposa e baixava cabeça. - Vitor ria, lembrando - até hoje não sei o que deu em vocês para se pegarem no meu quarto pra começo de conversa
    - Como assim? - Eu quis saber
    - Ora. Você não sabe como seus pais se conheceram, Fábio? - Ele olhou incrédulo pra mim. Então sorriu maldoso para eles.
    - Vitor, não é hora de contar os podres da família pra ele - meu pai o cortou, rosto corado.
    - Sossega, irmão - minha mãe lhe deu um peteleco
    - Tudo bem. E se virou pra mim - relaxa, vamos ter tempo pra conversar essa semana
    - Oi? - não tinha entendido
    - Verdade - minha mãe se lembrou - filho, essa semana não vai dar pra você ir pra sua avó.
    - Por quê?
    - Acontece que um primo dela faleceu e ela vai viajar para o sepultamento
    - Mas vocês não vão? - Eu quis saber.
    - Nem pensar - minha mãe descartou de cara. - Sua vó é que tem fissura por velório. O primo nem era parente próximo e até onde eu me lembro, ela nem gostava dele. Mas conhece sua vó e falou em enterro, ela vai
    - Minha sogra deve estar ensaiando para o dela - meu pai alfinetou
    - Não começa - minha mãe alertou antes de continuar - mas aí estávamos pensando...
    - Que o Fabio poderia ficar comigo essa semana, enquanto vocês aproveitam o aniversário de casamento de vocês - Vitor cortou, olhando bem pra ela e meu pai.
    - Que queríamos alguém responsável pra ficar com você, mas só temos meu irmão disponível - ela completou por cima, quase lamentando - há menos que você queira ir conosco. Ficamos tão pouco contigo que...
    - Não quero ficar de vela - cortei, de bom humor - se não for incomodar, fico com o tio Vitor
    - Incomodar por que? - Ele perguntou.
    - Sei lá. Tá solteiro agora, curtindo a vida adoidado - brinquei
    - Até parece. Careta como o Vitor é... - meu pai zombou. E meu tio não discordou.
    Minha mãe aproveitou a deixa e emendou.
    - Bem, ainda podemos ir todos no final do ano. Há um tempo que você não visita minha mãe - sugeriu para meu pai, que engasgou.
    - Não amor, o Fábio vai agora. Vai até pro enterro se necessário
    Rimos muito e a conversa rolou solta e agradável. Ia ser legal ficar com meu tio, afinal. Adorava minha avó, mas ela é uma pessoa muito conservadora. Daquelas que até um palavrão é motivo de represália. Talvez no fim do ano, com toda a família junta, fosse melhor ao fim. Mais distração.
    E tinha outra coisa também. Por um lado, eu estava um pouco preocupado com meu tio, pois ele não parecia o mesmo. Senti um ar meio triste nele, quando o vi. O qual resolvi não comentar até por não ter certeza de que não estava imaginando coisas.
    Depois do almoço em família, voltei para a escola para pegar minha mala. Acabou que na animação de minha medalha, saímos sem a levar. Meus pais então foram para casa e meu tio me esperou no carro, na porta do colégio. O Pracinhas estava bem vazio e meu dormitório idem. Cheguei e peguei a mala, quando vejo Albuquerque na cama, lendo um livro.
    - Oi capitão. Ainda aqui? - Ele se surpreendeu.
    - Sim, estou saindo agora na verdade. E você?
    - Meu pai vem me buscar já. É que ele larga tarde. E daqui já vamos direto viajar - informou, levantando e vindo até mim.
    - Show - e sorri. Fiquei calado, esperando ele se achegar. Senti que queria dizer alguma coisa
    - Fabio... Assim. Valeu mesmo por não ter me explanado. Pelo que ocorreu na floresta
    - O que? - Eu de fato não estava entendendo.
    - Você sabe... O que o Santos e o Goulart fizeram comigo
    Eu fiquei preocupado.
    - O que eles fizeram contigo? - fiquei alarmado, só então a ficha caiu - ah... Aquilo na árvore? Sério?
    - Sim - ele pareceu não entender.
    - Ah... Sim.
    - O que foi?
    - Nada... É... Que eu pensei que... Você por acaso não gostou? - Perguntei, tentando não rir.
    - Claro que não... - Gaguejou
    - Tem certeza? - Interroguei, claramente descrente.
    - E que homem gostaria disso?
    Eu ri, então falei com simplicidade
    - Eu já fiz - e curti
    Minha franqueza o calou de imediato. Parecia que o mundo dele havia desabado.
    - Sério?
    - Sim, algum problema? - E o encarei, sereno.
    - Não... Só... Não imaginava
    - E eu jurava que você tinha gostado. Seu pau parecia até duro
    Ele gaguejou e eu comecei a rir.
    - Não ri de mim... - Ficou indignado.
    - Desculpa cara... Só que... ah, fala sério. Que palhaçada. Desculpa a franqueza. Te comeram. E daí? - Soltei logo. Não ia ficar colocando panos quentes em cima daquilo - Se você tivesse sido realmente violentado, ia falar pra você ir na direção e te dava o maior apoio. Mas se você curtiu, qual o problema?
    Ele tentava articular as palavras, mas não conseguiu. Eu pus a mão em seu ombro.
    - Relaxa, cara. Não vou falar nada se você não quiser. Nem vou te zoar. Até porque não tenho o que zoar. Mas olha... desculpa a franqueza e aceita um conselho: vira homem, porra
    Ele levou um susto com meu palavrão.
    - Se gostou. Faz. O cu é teu
    Ele sorriu sem graça, coçando a cabeça.
    - Fabio... Você se considera gay?
    Aquela pergunta me pegou de surpresa. Nunca havia me questionado a respeito disso.
    - Sei lá - falei por fim, dando de ombros - Nunca me apaixonei pra saber. Nem por homem, nem por mulher. Talvez eu encontre o homem da minha vida amanhã, sei lá. Ou posso me apaixonar por uma menina e jamais querer saber de caras de novo.
    Ele escutou atentamente, parecia beber de minhas palavras
    - Eu aproveito. Só isso. Já fiz de tudo. Tenho curiosidade e faço. Simples assim
    Albuquerque ficou me olhando, admirado. Desde a noite dos Cordeiros e dos lobos que ele me olhava assim. Era como se eu tivesse virado uma espécie de herói pra ele. Elias dizia que eu havia ganhado um fã. E aquela idolatria até que era charmosa.
    Albuquerque era um rapaz magro, mas bem definido. Pele morena escura, cabeça raspada, olhos claros, que eram ainda mais realçados pelo contraste com a pele. Enfim, um garoto bonito.
    - Cara... Realmente nunca pensei assim. - Falou por fim.
    - Deveria - sugeri - já temos preocupações demais aqui. As provas, os trotes, pelo menos nisso, relaxa. Deixa fluir. Olha, vou te confessar... Te acho um cara muito boa pinta. Um gatinho, desculpe a expressão
    Vi ele ficar sem graça e respirar fundo, e gostei. Engraçado que eu parecia ser muito mais velho que ele, e devíamos ter apenas um ano de diferença. Minha mãe estava certa afinal e eu havia realmente amadurecido muito em pouco tempo.
    Eu então cheguei mais perto e sussurrei em seu ouvido, como quem conta um segredo.
    - Vou dizer mais... Fiquei de pau duro vendo você levar rola - e olhei de cima a baixo - pensei até se um dia você deixaria eu experimentar
    O coitado ficou sem saber onde enfiar a cara e eu me aproximei.
    - Vem cá - chamei e me encostei ao pé da cama.
    Ele veio, incerto ainda e eu o peguei e o abracei.
    - Me beija - pedi
    - Mas e se alguém aparecer?
    - Foda-se - falei simplesmente - você quer me beijar?
    Ele gaguejou, rosto perto do meu
    - Então beija - incentivei e ele me deu um estalinho.
    - Beija direito, caramba - ordenei, sorrindo - abre a boca
    Ele abriu e eu o beijei como se deve. Suas duas mãos estavam em meu peito, agarrando a camisa. Senti o pau dele endurecer, prensado contra meu corpo.
    - Isso, de novo - o guiei e beijei de novo, descendo minha mão por sua cintura e pegando suas nádegas - assim
    Ele foi beijando, chupando meu lábio de leve. Boquinha macia, gosto de menta. Fui massageando suas nádegas, que estavam rígidas da tensão.
    Então, abri meu zíper e botei meu pau pra fora. Segurei uma de suas mãos e a levei até ele.
    - Segura. - Mandei. - Sente, vai
    Ele foi apertando meu membro, respirando fundo, eufórico.
    Foi quando alguém entrou no quarto e Albuquerque deu um pulo. Fez menção de sair. Mas eu o segurei
    - Não. Fica - mandei
    - Mas...
    - Mas nada
    Foi Valente quem entrou. Ao nos ver, levou um susto.
    - Foi mal, Albuquerque. Não sabia que... Que... - E as palavras morreram, ele inclinou o rosto e forçou a vista, como se não acreditasse direito no que seus olhos apresentavam.
    Valente e seu jeito nerd. Pele branca, cabelos lisos, óculos para leitura. O garoto até que estava criando músculos. Um peito bem definido dava para ser visto, mesmo sob a blusa.
    Sorri pra ele e me voltei pra Albuquerque.
    - Continua
    - Mas...
    - Sem mas. Não para. Não está fazendo nada de errado, porra. E daí se estão vendo? Deixa ver
    E o beijei de novo. Valente riu e foi até sua cama, onde pegou uma carteira que devia ter esquecido. Foi andando, passando por nós de novo e parou na porta. Voltou e ficou. Tímido. Olhando.
    Eu continuei beijando e acariciando a bundinha de Albuquerque, recebendo sua massagem gostosa no pau.
    - Isso. Deixa o Valente olhar. Qual o problema? - Sorri, e ele retribuiu. Embora ainda tivesse receios.
    - Muito bonitinho, você - confessei, admirando seu rosto. E o beijei de novo.
    Valente não saiu. Ficou ali na porta, olhando. Como se estivesse vigiando a saída enquanto nos observava, tal como fez na noite dos cordeiros e dos lobos para evitar o contra-ataque inimigo.
    Não se convidou para participar. Então eu também não o fiz. Já estava ocupado em treinar aquele moleque com conflitos de identidade. Depois eu cuidaria de Valente. Tinha planos em ver aquele nerdizinho de quatro chupando um bom pau um dia. Mas aquilo podia esperar.
    Desnudei a bunda de Albuquerque. Ele ia puxar a calça de volta, mas eu briguei com ele.
    - Deixa - mandei - já mandei você relaxar
    - Foi mal - pediu e voltou a me beijar. Eu enfiei um dedo, mas senti a musculatura de suas nádegas rígidas, impedindo a passagem. Ele ainda tinha muitas dúvidas, mas iria, com o incentivo certo, se libertar delas. Tal como meu pai fez por mim, abrindo meus olhos para o mundo de possibilidades que aquele colégio fornecia. Tirando-me de minha ostra de preconceitos e transformando aquele menino cheio de temores em um homem capaz de viver intensamente cada experiência que lhe era apresentada.
    Era minha vez de fazer isso por outra pessoa. Mas faria de uma maneira um pouco mais prazerosa pra mim.
    - Abre - sussurrei, mandando - deixa eu passar - e fui alisando a linha que dividia as nádegas, com meus dedos. Acariciando de leve. Aos poucos, as nádegas foram relaxando e eu consegui penetrar o dedo médio em seu cuzinho, massageando a entrada e fazendo ele gemer.
    - Isso... - Sussurrei - tá vendo como é gostoso? Fica aí de palhaça, mas tu gosta de ter um macho mexendo nesse teu buraquinho
    Albuquerque apertou meu pau com força, a medida que meu dedo arrepiava todo seu corpo.
    - Delicia - e beijei seu rosto - Assim... Geme... Isso - passei a outra mão em seu peito, por dentro de sua blusa, acariciando o mamilo. - Geme gostosinho, geme
    Arriei a calça dele toda e fui beijando seu rosto. Sorri para Valente que acompanhava tudo muito atento.
    De vez em quando ele olhava a saída, para se certificar de que não seriamos interrompidos. Pegava o pau vez ou outra, visivelmente excitado.
    - Pena que tenho de ir - falei ao ouvido de Albuquerque - Meu tio tá me esperando
    E massageei mais seu cuzinho e continuei falando.
    - Quando voltarmos de férias. Vou querer te comer. Você pode até fingir que não gosta, que vai fazer porque foi obrigado ou sei lá o que. Mas eu vou te comer. Entendido?
    - Aham - ele gemeu, me abraçando, todo arrepiado
    - Vou gozar - avisei - abaixa
    - O quê? - Ele ficou perplexo
    - Abaixa e bebe. Se não vai sujar o quarto - e fui empurrando ele para ficar de joelhos.
    Sem entender bem, foi sendo vencido pela minha força, até que ficou de joelhos. Eu enfiei meu pau em sua boca e gozei. Albuquerque foi bebendo no susto, quase engasgando. Mas engoliu tudo.
    - Isso. Bom garoto. Vai ganhar uma recompensa agora
    Então eu o fiz se levantar e o rodei, mudando de lugar com ele. Abaixei e comecei a mamar. Chupei até ele gozar, engolindo tudo. Mostrando como se faz.
    Limpei bem seu pau e então levantei. Dei um beijinho nos lábios dele e sorri.
    - Boas férias, Albuquerque
    - Pra você também, Capitão - ele ainda estava aturdido, mas claramente leve.
    Peguei minha mala e saí, cumprimentei Valente na saída e fui encontrar meu tio.
    - Caramba, demorou - ele comentou.
    Eu pedi desculpas e disse que tinha esquecido de guardar algumas coisas. Então, saímos para o início de minhas férias de inverno

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 18 – REVANCHE

    Voltei das minhas férias um pouco mais pesado do que imaginei. O lance do meu tio me deixou muito para baixo, e nem a viagem com meus pais para Minas Gerais ajudou muito, embora tenha sido prazerosa. Meus pais não faziam ideia da barra que Vitor estava passando e eu tampouco contei. Não era meu direito. Se ele queria manter entre nós, não seria eu quem passaria por cima de sua vontade.
    As aulas voltaram, as rotinas também. Meus amigos falavam animados das viagens. E Pedro nos contou tudo sobre a reunião em família.
    - O pior foi eu chegar pra minha mãe, falar do Henrique e ela rir da minha cara dizendo que já sabia. Até parece que sou tão previsível assim - contou, indignado.
    - Você é -. Elias não teve rodeios em dizer na lata. - Mas diz aí, e sua irmã?
    - Ela tá em outra já. Henrique foi só a paixão de adolescente dela.
    Fiquei numa posição mais passiva naquele assunto. Comentando apenas quando me era perguntado algo. Senti que eles perceberam meu estado, mas não falaram nada. Esperando eu tomar a iniciativa. O que eu não fiz. Não queria. Pelo menos naquele momento.
    E assim foram seguindo os dias.
    Quarta, eu estava no fim da tarde na lavanderia, terminando de tirar minhas roupas lavadas da secadora. Ainda tinha tempo até o toque de recolher, e não estava com pressa. Havia me tornado um jovem muito prendado graças as rotinas do colégio militar e minha mãe estava adorando isso. Até pequenos reparos em costura eu já sabia fazer. E além da habilidade extra, esses afazeres me ajudavam a desanuviar a mente. Manter ocupada.
    Mas nesse momento, entraram dois veteranos, Santos e Castro. Suas roupas já estavam lavadas em cima da máquina, pois seus calouros subordinados as haviam lavados antes e deixado ali para eles pegarem. Ao me ver, me cumprimentaram. Eu me limitei a um aceno breve, estava muito avoado ainda. Continuei meus afazeres. E mesmo concentrado neles, ainda assim consegui perceber que eles cochichavam olhando para mim. Estávamos só nós três ali. E pela hora, dificilmente alguém viria lavar alguma coisa, já que a lavanderia já iria fechar. Como não estava com humor para brincadeiras, decidi pegar minhas roupas lavadas e sair logo dali.
    - Mendes, um minuto, por favor - Castro me chamou e eu parei. Depois de corrigir minha cara de insatisfação, virei para encarar. Os dois já tinham se aproximado bastante.
    - Fala, Castro - respondi.
    - Como assim? Cadê o 'sim, senhor'? - ele riu e eu tentei acompanhar - esqueceu que somos seus superiores?
    - Ele tá se achando. Só porque acabou com o Siqueira na noite dos cordeiros, agora tá assim.
    - Corrigindo. Acabei com todos vocês - rebati com naturalidade. Embora tivesse imaginado que teria sido melhor não o fazer. Parece que eu ainda carregava o gênio impetuoso de minha mãe.
    Castro riu e Santos fechou a cara
    - Tá precisando de outra mijada no meio da fuça pra se lembrar de ter respeito, Mendes? - Santos rugiu.
    - Desculpa - Pedi, mas só fiz isso pois de fato não queria brigar. E dado meu humor, isso talvez ocorresse.
    - Calma, Santos. - Castro o tranquilizou. - Mendes sempre foi marrento assim. E gostamos dele justamente por isso. Não sei qual a novidade pra você. Por isso Siqueira pegou ele de cara. Gosta do desafio. Mas ao fim, com o incentivo certo, ele se dobra - E me deu um tapinha de leve no rosto. - Uma pena ele ter te pego primeiro. Queria que tivesse sido eu. - Ficou em silêncio, analisando meu rosto - Mas... Bem, Siqueira não está aqui, não é mesmo? Então você responde a nós.
    Eu o encarei e ele logo ergueu os braços em sinal de rendição
    - Calma, tigre. Esse seu olhar mata um qualquer dia - e riu - só vim pedir um favor. Na camaradagem. Pode ser?
    Eu esperei
    - Só que meu calouro esqueceu umas peças para lavar
    Eu olhei pra sua pilha de roupas limpas
    - Quais? - Perguntei, bem sério.
    Ele sorriu, tirou a blusa e me tacou. Não a peguei, mas ela caiu apoiada no meu ombro.
    - Essa - e então tirou a calça - Essa aqui também - e por último a cueca. - Mais essa - Não apoiou no meu ombro como as outras. Ergueu para eu pegar - E essa aqui
    Santos riu e Castro aguardou.
    - Vamos lá, Mendes - pediu - Leva na esportiva. Nós aceitamos bem a derrota. Agora é sua vez de provar que sabe jogar também.
    Eu respirei fundo e ergui a mão para pegar, mas ele a largou antes de eu alcançar. A cueca caiu no chão, entre nós.
    - Ops! - E fez cara de sonso - Foi mal.
    Eu me abaixei, com cuidado, bem de olho nele para que não fizesse uma gracinha. Mas acabei me descuidando ao esquecer que Santos também estava ali. Ele me empurrou contra o chão. Eu tive de me apoiar com as mãos para não cair de cara, e antes de me recuperar, ele já tinha voado por trás de mim e pego meus braços. Os prendeu para trás com muita eficiência, erguendo novamente e me mantendo de joelhos.
    - Me solta - mandei, mantendo a calma
    - Calado - Santos falou ao meu ouvido - Relaxa, Mendes. Relaxa.
    Tentei me soltar, mas Santos havia me pego de jeito.
    - Ah Mendes, fala sério - Castro chegou pela frente com o pau já duro - Você achou mesmo que não haveria retaliação pelo que ocorreu naquela noite? Demora, mas no fim todos pagam. Anda lá, colabora vai. Não seja um bebê chorão.
    E aproximou o pau.
    - Vamos lá, só uma mamadinha - Sugeriu, se divertindo - Só uma mamadinha e aí vemos se soltamos você. Afinal, está tarde.
    Chegou o pau bem perto e eu o olhei com ferocidade. Castro pareceu ler meus pensamentos.
    - Olha, sem morder - Alertou - Se fizer, vai me causar um estrago e ainda vai preso - Riu, mas estava cauteloso - Vamos lá, Mendes. Estou doido pra saber como é essa boquinha. Fala aí, já mamou o Siqueira quantas vezes?
    Eu o olhei e respirei fundo. Provavelmente, se fosse em um outro dia, eu teria contornado melhor aquilo, talvez levado mais na esportiva. Mas naquele dia, não estava afim.
    Respirei fundo e tentei argumentar.
    - Beleza, galera. Vocês me pegaram. Mas hoje não é um bom dia. Por favor, deixa eu ir.
    Falei sério, voz firme.
    - Ah não. Agora não vai meter essa não, Mendes. Só está afim quando você está por cima? Não sabe perder? Não e não. Pode abrir a boca. Não vai sair daqui enquanto não mamar - Santos me intimou
    Castro roçou o pau na minha cara, alisando bem a cabeça no meu nariz, meus lábios.
    Engoli em seco aquela situação e resolvi abrir a boca. Deixei ele enfiar por fim. Chupei, conforme pediu, mesmo a contragosto.
    - Caramba, que cara é essa. Santos, tem que ver. Ele encara a gente até mamando. Olha só. Cara de mau, dá até medo - Castro riu, deliciando-se.
    - Show - Santos falou em êxtase. - Imagina comer o cuzinho dele. E ele te olhando assim.
    Castro delirou com a hipótese.
    - Porra, delícia - E pegou meu rosto e tirou o pau de dentro. Balançou ele, desferindo dois golpes com o membro em meu rosto.
    - Satisfeito agora? - Perguntei, tentando manter a calma.
    Castro sorriu e analisou bem meu rosto antes de falar
    - Ainda não - E trouxe o órgão de novo, dessa vez, levantando bem - O saco agora Vai, lambe - ordenou.
    Me controlando para não explodir, lambi, tentei caprichar para ver se eles me soltavam mais cedo. Lambi todo o saco, pus a bolas na boca e chupei. Tudo sob o olhar extasiado de Castro. E sob a respiração forte de Santos. Sentia o volume rígido dele atrás de mim, roçando.
    - Isso, vai. Chupa, Mendes. Chupa. Doido pra ver você subjugado assim - falou ao meu ouvido.
    Parei um pouco para poder respirar e levei outras três porradas com o membro duro de Castro
    - Anda logo, viadinho. Mama vai - Brincou.
    Então voltei a chupar.
    Botei todo o órgão na boca, até quase chegar na garganta. Lambi, beijei. Tentei fazer da melhor forma. Mesmo não gostando, tinha que admitir que quando eu estava por cima, Castro não deu pra trás. Seria injusto eu ser antidesportista àquela altura. Só preferia que tivesse sido outro dia.
    Continuei chupando, sentindo o roçar e as risadas de Santos atrás de mim. Castro me admirava, gostando de meu olhar de desgosto. Não fiz questão de fingir que não estava descontente, não era minha obrigação. Mas se por algum segundo eu achava que isso faria a coisa encerrar mais rapidamente, estava enganado. Pois ele parecia gostar ainda mais, acompanhava tudo com um sorriso satisfeito.
    - Que boca, Mendes. Caramba. Que boca gostosa - Deliciou-se.
    Arfei de impaciência. Mas alguma coisa estranha estava acontecendo. Minha raiva estava sumindo, me deixando. Já não tinha vontade de debater meu corpo como antes.
    Entretanto, mesmo mais dócil, Santos continuava a me prender com força em seus braços. Provavelmente com medo, já que eu tinha a tendência a surpreender.
    Parei de chupar para pegar ar, e Castro puxou meu rosto, esfregando minha cara em suas genitálias. Depois apontou novamente o pau. Não falou nada, só sorriu, com ar petulante e eu o chupei, olhando-o nos olhos durante todo o processo.
    - Isso. Isso. Como eu tava querendo isso. - E foi metendo devagar. O corpo nu de Castro era bonito de se ver. Seu rosto bem feito. Sua pinta de modelo.
    'Não. Não' comecei a me desesperar ao sentir aquela reação. Não era hora daquilo. Não queria acreditar que estava... Estava...
    - Ih... Santos. O Mendes está de pau duro. - Castro se surpreendeu. Eu me amaldiçoei por aquilo.
    - Mentira! - Santos exclamou antes de gargalhar.
    Castro desceu, e arriou a frente da minha calça de moletom. Tentei forçar os braços de novo, e dessa vez quase consegui. Mas Santos reassumiu o controle na última hora.
    - Chora não, Mendes. Tá gostando, né safado? - E riu ao meu ouvido.
    E quando Castro terminou de tirar, lá estava ele, duro como rocha. Cabeça vermelha exposta.
    - Caramba. Agora sim fico satisfeito - Castro sorriu - Agora que vou continuar mesmo. Pois vi que você está gostando.
    Eu o fuzilei com os olhos, mas isso provavelmente só serviu para deixar ainda mais desejoso.
    Me deu mais algumas porradas com o pau na cara e ofereceu.
    - Mama - E sorriu - Bora, Mendes. Não finge que não está gostando.
    De todas as vezes que chupei, aquela era a primeira em que era colocado naquela situação limite. Me sentia envergonhado. Agora não por ter sido subjugado. Mas por estar gostando daquilo. Não queria dar o braço a torcer para eles daquela forma. Sei o quão hipócrita era aquilo. Pois sempre argumentei a respeito da honestidade. Sempre dei lições de moral em colegas quando estes vinham a mim. Mas nunca tinha sido colocado naquela situação. Entendi Albuquerque, entendi até Siqueira. E soube que devia desculpas para ambos. Pois eu não entendia tão bem a situação deles como julguei. Aquele conflito interno, aquela sensação...
    Continuei chupando. Dessa vez com vontade, lambendo todo o pau de Castro. Tentando ignorar seus risos de escárnio. Quando parava de mamar, ele pegava o pau e me batia mais com ele. Era humilhante, mas ao mesmo tempo estimulante.
    Castro desceu novamente e desnudou minha bunda. Aproveitou que ali estava e tirou o pau de Santos pra fora. Para que ele pudesse me roçar melhor.
    Chegou a oferecer ao colega trocar de posição. Mas Santos recusou. Estava gostando de ver e também tinha medo que se me largasse, eu saísse correndo.
    E eu iria mesmo. Não porque não estava gostando, mas porque tinha vergonha disso. Fugiria, pela primeira vez na vida, como um covarde. Não estava contente em admitir isso. Mas era provavelmente o que eu faria.
    Castro pegou meu rosto, me fez o encarar e depois enfiou o pau em minha boca mais uma vez, e começou a penetrar. Como se tivesse me comendo por trás.
    Me engasguei algumas vezes e ele continuou. Santos aproveitava para roçar aquele pau duro contra minha bunda. A posição tornava impossível me penetrar, mas ele continuava, pois gostava de me sentir contrair o glúteo em defesa.
    Foi quando aconteceu o que eu não queria. Mais alguém entrou. Era Pinheiro.
    Estranhou a princípio. Não falou nada. Chegou perto e ficou olhando, braços cruzados.
    'Não. Sai daqui. Droga', pensei em quase desespero, a humilhação já era grande sem ter um amigo para assistir. Mais alguém pra testemunhar minha submissão.
    - Quer tentar, Pinheiro? -. Castro parou e convidou - Aposto que tua rola desce até o fundo da garganta dele.
    Mas Pinheiro não respondeu. Continuou parado, braços cruzados, semblante impossível de traduzir. Estaria me julgando? Não. Com pena? Graças a Deus, não. Não aguentaria a humilhação se despertasse pena dele. Então o que?
    Era um turbilhão de emoções. Aquele pau na minha bunda, a maneira desrespeitosa que Castro me tratava. Pinheiro vendo tudo de forma neutra.
    Naquele momento, fui obrigado a encarar a realidade, e reconhecer que eu, pouco sabia sobre a natureza dos desejos que conduzi com maestria na 'noite dos cordeiros e dos lobos'. Era muito diferente estar daquele lado. Entender como aquilo, mesmo de forma tão incoerente, era capaz de me deixar tão excitado.
    E pra piorar, Castro era de fato um garoto muito bonito. Já quis experimentar ele. Só imaginava que fosse ocorrer de uma forma diferente. 'Droga, Fábio. Para de prestar atenção no corpo dele' ordenei pra mim mesmo.
    E aquele pau. Meu maldito pau que não descia. Toda a minha marra, minha moral. Sentia que a perdia.
    - Isso Mendes. Aproveita vai - Santos falou ao meu ouvido - O grande Mendes, enfim subjugado. Sabia que por trás dessa marra toda estava uma putinha. Só precisava de um pulso firme. Siqueira já foi melhor nisso, mas pelo visto ficou frouxo com o tempo.
    Eu parei de chupar e respirei, tossindo um pouco.
    - Me diz uma coisa Santos - Comecei, voz fria - Você já conseguiu alguma vez que alguém transasse contigo porque quis? Ou sempre teve de segurar a força? - Senti as palavras saírem venenosas. Enfim tinha reassumido o controle de mim mesmo. Mesmo que por um instante. E eu voltei a ser o animal que eu era. E era hora de me defender. Não podia ficar acuado pra sempre. E era hora de usar a melhor estratégia quando se está em desvantagem: jogar os inimigos um contra o outro - O Castro é bonitão. - Continuei - Chupava ele mesmo sem você me segurar... Chupo o Siqueira sempre, e ele não precisa me segurar. Já chupei até o major Pinheiro... Mas você...- Desdenhei.
    Minhas palavras cravaram fundo nele. Como presas de uma cobra. Precisava daquilo. Não iria conseguir suportar tudo sem reagir de alguma maneira. Não seria eu se não o fizesse.
    Não vi seu rosto. Mas a julgar pela cara de Castro, estava irado. Castro segurou o riso, pois estava preocupado com a reação do amigo.
    - Chega, galera - Pinheiro interrompeu. Talvez prevendo algo pior - Santos. O Siqueira quer falar contigo. Assunto do seu interesse. E você, Castro. Melhor se vestir. Fábio tem que voltar para o dormitório.
    - Mas...- Castro tentou, mas bastou um olhar do Pinheiro para ele se encolher. Pinheiro era um homem boa praça, mas sabia intimidar quando queria. Seu tamanho e sua cara de poucos amigos quando estava sério ajudavam bastante.
    Ambos se ergueram, e se vestiram. Saíram.
    Eu pus minhas calças de volta, mas fiquei no chão, quieto, ainda administrando o que sentia.
    Pinheiro sentou ao meu lado e ficou um pouco em silêncio, me dando tempo para recuperar. Então perguntou:
    - Tudo bem aí?
    - Tudo - Respondi. Seco.
    Ele sorriu, condescendente.
    - Sei pelo que está passando - Falou enfim, mas eu não respondi. - passei por isso tem poucos meses. Você e eu estamos acostumados a ficar por cima. Ter tudo sob controle. Mas parece que ficar por baixo, de vez em quando, mesmo em situações esquisitas como essa, não é tão ruim afinal. Não é?
    E sorriu. Eu olhava pro chão. Ainda sem vontade de conversar.
    - É duro admitir, eu sei. Quando o Pascoal me humilhou na praia. Eu me senti assim. Quando ele me cobrou a minha promessa então... Foi demais. Ele foi direto. Sem margem pra discussão. Disse que queria meu cu. - E riu, lembrando -E não aceitava outra coisa. Eu queria negociar, mas ele não aceitou. Ele tinha ganho e queria o que era dele. O que eu havia prometido. 'O que ele quisesse'. Fiz ele trancar a porta e mandei ele não fazer barulho. Pois não queria que ninguém ouvisse.
    Pinheiro se achegou, ficando de joelhos do meu lado.
    - Não precisa ter vergonha - Falou - Eu sei que você gostou. É diferente quando é com a gente, né? Difícil admitir. Eu sei. Eu também gostei. Ter sido posto contra a parede daquela forma. Dar pela primeiro vez. A humilhação de perder de lavada em um esporte que eu me considerava bom e ainda perder a virgindade por uma aposta... cara... Foi pesado. E o pior é que eu estava gostando
    Eu o olhei e sorri, mas de forma fraca
    Pinheiro alisou meu cabelo e me deu um beijo no rosto. Não esperava por aquilo. Acho que nem ele na verdade, pois ficou logo sem graça e decidiu continuar o assunto, ignorando o gesto
    - É Mendes. Até o mais forte de nós cai as vezes. Ainda não consigo me esquecer de Siqueira na 'noite dos cordeiros e dos lobos'. Quando transamos algumas vezes, ele gostava de ser escorraçado, de ser penetrado com força. É o estilo dele. Agora o que vi você fazer... Nunca o vi tão humilhado e ao mesmo tempo com tanto tesão na vida. Ele tentou me explicar no dia seguinte o que foi. E eu entendi. Acho que entendi. Sabia como era. De uma forma diferente, claro. Mas as vezes ser humilhado assim tem um efeito colateral estranho. Difícil de assumir, né?
    - Nem fala. Me sinto um hipócrita - Falei por fim. - Talvez se... sei lá. Fosse outro dia. E... Bem, eu também não sou muito fã do Santos. Acho que isso ajudou também. Se fosse um de vocês... - Tentei arrumar uma desculpa, mas ele me cortou.
    - Se fosse em qualquer dessas situações, você não sentiria o que sentiu. Não seria o mesmo. Eu acho. Cada um sabe onde dói. No meu caso, foi meu orgulho de esportista. Você, a sua petulância... Sei lá
    - Tem razão - Concordei por fim. Mais conformado. Pinheiro então pegou no meu pau, avaliando ele mole.
    - Vou te dizer. Me deu um puta tesão te ver daquele jeito. Igual senti quando vi Siqueira naquele grilhão.
    Eu ri e ele também.
    - Acho que quanto mais forte o cara que submetemos, mais tesão dá - E me beijou.
    Eu aceitei e até correspondi. Não estava preparado ainda, mas ele continuou. Terminou de tirar minha calça e me deitou de barriga pra cima. Pegou minhas pernas e as passou pelo seu quadril.
    Respirei fundo, começava a ficar excitado novamente, então me deixei guiar. Mas ainda não estava 100%. Ele notou e o senti fraquejar.
    - E aí, seu herói de cavalo branco ganha alguma coisa? - E Sorriu malicioso. Testando.
    - Herói o que? Vai se f... - Soltei em meio a risos. Gargalhei, na verdade.
    - Que isso, Mendes. Não é a maneira de uma donzela que acabou de sair de apuros falar - Zombou. E eu ri mais.
    Era bom poder rir.
    - Não está afim mesmo, né? - E fez carinha de cachorro sem dono.
    - Desculpa, amigão. Hoje não.
    - Fazer o que - E deu de ombros.
    - Valeu mesmo, Pinheiro - Falei com sinceridade. Mesmo mais relaxado, senti meu pau amolecer. E o dele também, encostado na minha bunda.
    - Nada, parceiro - E se levantou e me ajudou.
    Nos vestimos
    - Percebi que você tem andado meio triste esses dias. - Avaliou - Caso queira falar, estou aqui.
    Depois me olhou nos olhos.
    - Mas não confunda as coisas. Se não fosse por você estar tão pra baixo, eu com certeza teria me juntado ao Castro e ao Santos. Afinal, lhe fiz uma promessa, lembra? - E sorriu.
    Eu então me lembrei do que ele me disse ao sair da área em obra na 'noite dos cordeiros e dos lobos'.
    - Verdade
    - Mas deixemos pra outra hora - E me deu um soco no braço - Vai pro dormitório, daqui a pouco dá o toque de recolher. Eu vou resolver umas coisas ainda
    Me despedi e, grato, saí com minhas roupas
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 26 – PINGOS NOS “IS”

    O fim de semana passou arrastando. Muita chuva e eu fiquei mais um sábado e um domingo em casa. Mas dessa vez estava pior, difícil de arrumar qualquer coisa pra me distrair. Minha mãe, sempre muito atenta, me alertou sobre minha ansiedade, algo que eu sequer tinha notado estar sentindo até então.
    Eu andava de um lado para o outro no quarto, como um leão em uma jaula.
    A prova havia ocorrido no sábado e domingo já sairia o gabarito. Mesmo sem o resultado, já dava para se ter uma boa noção de como cada candidato foi.
    Eu fiquei em dúvidas se devia ligar ou não para Siqueira ou Soares. Para saber como foram. Pinheiro não fez a prova. Pelo que Elias havia me contado, ele não queria seguir carreira e estava estudando para o vestibular em Enfermagem. E a prova dele seria apenas na outra semana.
    No fim, por volta de domingo à tarde, não aguentei e resolvi ligar.
    - Alô. Fabio? - mesmo sem o ver, deu pra sentir em sua voz que ele sorria - Não esperava.
    - E aí, como foi a prova?
    - Fui... Fui muito bem.
    Mas havia algo de errado em sua voz naquele momento.
    - Deu tudo certo? Ocorreu alguma coisa?
    - Não... Eu fico muito feliz. Muito mesmo. Tirei 76 de 80 questões. Mais que o suficiente para passar. Se levar a média de aprovações.
    - Então fala isso pra sua voz. Parece que você está em um enterro
    Ele riu.
    - Não. Só estou ainda... Atordoado... Sei lá. Obrigado por ligar.
    - Não tem de que.
    Silêncio
    Eu não sabia mais o que falar e, pelo que parecia, ele tampouco.
    - Acho que vou indo então - completei, meio sem graça - vou almoçar - menti, eu já tinha comido há horas
    - ah sim... Sim... Eu vou ficar com a minha mãe agora
    - Ah legal... Manda um abraço pra ela.
    - Mando sim...
    Então desliguei correndo.
    Aquilo me aliviou um pouco, mas eu ainda estava querendo que chegasse segunda e eu pudesse ir ao colégio.
    Minha ansiedade acabou me fazendo perder o sono. Custei muito a dormir aquela noite e, como resultado, não ouvi o despertador. Minha mãe, já acostumada a eu me levantar sozinho, não me chamou. Só foi dar por falta de mim na hora que eu costumo descer para o café. Então, subiu e se alarmou ao ver que eu ainda dormia. Pior, dormindo mesmo, havia desativado o despertador.
    Foi aquela correria, banho, engoli uma fruta e ela me deu carona. Cheguei no colégio por um triz. Tempo apenas de jogar a mala em cima da minha cama e correr pra primeira aula antes de levar uma advertência.
    Sentei na hora em que o sinal tocou. Acabou que não vi ninguém antes, como eu queria.
    Pedro sentou ao meu lado.
    - Dormiu demais hoje? Estava doido pra falar com você.
    - Nem fala - ri - perdi o sono. Mas diz aí, como está o Soares?
    - É isso que eu queria te contar. - falou baixo e correndo. Dava para ver que ele estava realmente doido pra me contar - Aquilo que você falou pra mim na sexta, acho que você estava certo. Eu o busquei no sábado, após a prova, e fomos para a casa dele. E ele quis saber como foi a semana. Não sei. Parecia até que ele sabia o que eu tinha feito. E obviamente eu contei. Resumi a princípio, mas aí ele ficou perguntando, querendo detalhes. De início, imaginei que ele estivesse ficando irritado, mas não, foi... Caramba. Ele me pegou de um jeito. Esqueceu até que os país dele estavam no andar de baixo. Eu tive de me segurar pra não fazer barulho. E ele fez com tanta força que... Uau...
    Ele parou de falar e eu fiquei olhando pra ele com uma expressão que chamou sua atenção.
    - O que? - seu rosto se contorceu em dúvida.
    - Eu estava perguntando da prova - Expliquei, sorrindo amarelo.
    Pedro ficou vermelho na hora.
    - Ah... Foi ótima. - e riu.
    Eu também.
    - Mas que bom que deu certo. Imaginei que ele gostaria - e tentei me fazer de surpreso - Mas e você? O que achou da farra dos calouros.
    Mesmo após seu desabafo, Pedro ainda era um garoto tímido e respondeu apenas com um sorrisinho acanhado. Que já era toda a resposta que eu precisava e também que eu tive. Já que o professor chegou e já começou a aula.
    No intervalo, procurei o terceiro ano, mas não encontrei. Eles tiveram uma reunião de última hora com a direção e tiraram o intervalo mais tarde. Praguejei, mas a coisa não tinha acabado ali. Pois parecia que o destino estava empenhado a me impedir de falar com Siqueira. No fim da última aula, quando pensei que poderia encontrar com eles, foi a vez do inspetor aparecer na nossa sala, dizendo que teríamos uma tarefa a cumprir naquela tarde. A chuva do fim de semana havia derrubado muitas folhas no pátio e no jardim do colégio e nós, do primeiro ano, iriamos varrer tudo.
    Praguejei de novo. Mas não tinha o que fazer. Então almoçamos e fomos
    No almoço, também não encontrei Siqueira nem ninguém do terceiro. A reunião tinha desconjuntado todo o horário deles e eles estavam terminando a última aula ainda, que se estendeu.
    Realmente, a chuva tinha causado um estrago. Nem parecia que estávamos na primavera, dada a quantidade de folhas espalhadas pelo chão e pelo gramado. Fomos divididos e nos espalhamos em duplas
    Eu e Albuquerque ficamos com a área dos fundos, próximo a mata.
    Ficamos a maior parte do tempo em silêncio. Eu, pelo menos.
    - Capitão? Mendes? Oh diabo, responde. - Albuquerque estava na minha cara, rindo - Caramba, viajou hein.
    - Oi? - parecia que eu tinha acabado de despertar - Desculpa. Falava comigo?
    - Ou contigo ou com algum amigo imaginário - e riu.
    - Desculpe - pedi novamente - O que falava?
    - Nada demais. Estava só lembrando da noite dos Cordeiros e dos lobos
    - Ah sim... Quando eu salvei seu rabo do Santos? - brinquei.
    - Não. Da parte em que saímos do casarão em obras e fomos cercar o veteranos aqui nessa saída. - sorriu - se bem que aquela parte também foi memorável. Foi onde você ganhou seu título de capitão.
    - Acho que só você me chama assim ainda - lembrei.
    - É mesmo? Acho que não. O pessoal só fica com vergonha de falar isso na sua cara.
    - Por quê? - estranhei.
    - Vai entender. Acho que por você andar muito com o pessoal do terceiro ano, as vezes os calouros agem com você como se você fosse um deles. O que você fez com o Araújo no alojamento, sexta, por exemplo. Ninguém mais teria coragem. Mas geral foi na onda.
    Eu pensei a respeito. Não sabia se eu queria que me vissem assim.
    - Mas não se sinta mal por isso - apressou em dizer - Você é um líder querido. - e riu - as pessoas te seguem porque gostam. Não por que tem medo de você mandar pagar algum trote. Eu, por exemplo, tenho você como meu referencial.
    - Sério? - fiquei surpreso e ele concordou, embora tenha ficado um pouco encabulado. Acho que ele soltou àquela última sem querer. No impulso
    - Sim - falou por fim - você leva muito bem essas paradas todas e... Bem, me ajudou muito a me resolver.
    Eu esperei ele continuar.
    - Não sei se você se ligou, mas... Assim... Eu sou gay. Digo, antes de entrar aqui
    - Não diga? - e disse aquilo de forma exagerada de propósito. Até mão no rosto eu fiz. Ele ficou sem graça na hora e eu caí na gargalhada - Desculpa. Desculpa. Não resisti.
    - Mudei de opinião. Você é um desgraçado igual os outros - mas até ele não resistiu e começou a rir.
    Tivemos uma verdadeira crise. Albuquerque teve de se abaixar e sentar nos calcanhares, pressionando a barriga de tanto rir.
    Aos poucos, fui recobrando a compostura. Meus olhos já lacrimejando, barriga doendo.
    - Desculpa. - Pedi novamente. - Continua, por favor. Prometo que não vou mais fazer piada escrota.
    Albuquerque me olhou ainda rindo e então prosseguiu.
    - Você, apesar de ser um idiota - completou, me olhando com malícia - me ajudou muito.
    Albuquerque respirou fundo enquanto começava a pegar as folhas que juntamos e colocar no saco que eu mantinha aberto pra ele.
    - Confesso que quando eu entrei aqui, fiquei apavorado. A ideia de um colégio só de garotos onde há toda essa merda de machão e tal, me apavorou. No primeiro trote então, que mandaram a gente ficar pelado... - e riu - ainda bem, na verdade, que eu estava apavorado. Pois só assim pro pau não subir. Se tivesse acontecido, acho que pedia pra sair no dia seguinte de tanta humilhação.
    - Imagino - me coloquei mais solicito. Como Siqueira já tinha me alertado anteriormente, nem todos vieram de um lar tão liberal quanto o meu. E questões que pra mim eram triviais, pra outras pessoas podia ser um tabu.
    - Sim. Por sorte você chamou praticamente toda a atenção do terceiro ano. Confesso. Te achei muito foda. Encarando eles daquela maneira. E... Bem... Se me permite dizer, você pelado também era uma visão muito interessante.
    Albuquerque realmente estava mais confiante, quase não ficou vermelho ao falar aquilo.
    - Mas então. Depois daquela noite, fui selecionado pelo Santana como subordinado. Conhece ele?
    - Não - admiti - muito mal de nome.
    - Não é de se estranhar. Ele é bem reservado. E não gosta muito dessa liberdade sexual que os outros curtem. Ele vivia dizendo que eu tinha sorte de estar com ele. Que se tivesse com outro, como o Santos, por exemplo, ia ser estuprado toda a noite.
    - Bem provável - confirmei - Ele é do tipo que não pode ter poder nas mãos, que já abusa.
    - Pois é. Mas o chato é que... Ele ia me contando as histórias, ou eu ouvia de outros calouros as coisas que rolavam na surdina aqui e confesso que fiquei me sentindo de fora. Tomando banho com a galera, vendo os majores se exercitando. Tanta oportunidade e eu não conseguia chegar em ninguém. Não leve a mal, mas eu teria gostado se meu superior fosse mais... Abusado. Entende?
    Eu ri, mas assenti
    - E aí chegou a noite dos cordeiros e dos lobos. Fui cercado pelo Santos e pelo Goulart. Foi... Nem sei dizer... O cara é um animal... Mas eu estava tão na seca que... Até aquilo me pareceu algo prazeroso. Embora hoje, eu não queira mais nem olhar pra ele.
    - Compreendo. Desculpa, se fui duro com você no quarto, naquele dia - pedi com sinceridade.
    - Aí que está. Não foi. Você estava certo. Eu de fato curti. Digo que hoje não faria, pois já consigo fazer das minhas sem precisar de um troglodita daqueles me obrigar. Mas naquela noite, eu realmente senti muito prazer. Quando você chegou, cara, fiquei humilhado. Pois você me pegou naquela posição horrorosa. Mas ao mesmo tempo me senti bem. Pois me tratou com tanta naturalidade que eu fiquei realmente grato a você.
    Estávamos acabando já e eu confesso que me senti muito bem com o que ouvia. Ouvir meus feitos pela sua narrativa me encheu de um orgulho e um sentimento de autossatisfação ímpares.
    - E aí você começou a liderar. Virou o jogo, ferrou com os veteranos. Cara, confesso, você ganhou um fã naquela noite.
    Eu ri, mas porque estava ficando sem graça e não de desdém.
    - Sério. Cara, que noite. Me senti muito bem. Transei como muito tempo não fazia. E você guiando tudo, cheio de moral. Atitude. Realmente queria ser mais como você.
    - Cara... Nem sei o que dizer. Obrigado mesmo - estava sem palavras
    - Então tu imagina o que foi pra mim, você chegar e admitir abertamente que deu o cu e gostou. - concluiu - isso abriu minha cabeça. Caramba, se um cara como você consegue assumir algo do tipo e aceitar de boa... O que eu estava fazendo afinal? Me escondendo. Num lugar onde praticamente todo mundo transa.
    Albuquerque estava literalmente rindo à toa, achando graça dos antigos medos que o atormentavam.
    - Fico feliz, amigo. Muito mesmo.
    - Sou muito grato a você, Fábio. - falou com sinceridade.
    Então eu percebi o que Elias tinha me falado. Era de fato uma profunda admiração o que ele sentia por mim. Algo completamente novo e incomum para um garoto de 16 anos receber.
    - Não há de que - e sem saber o que fazer, ergui a mão, como que para apertar.
    Albuquerque olhou para ela e fez uma cara engraçada. A pegou, mas ao invés de apertar, me puxou e me abraçou.
    - Pode ficar tranquilo, capitão. - ele completou. - Pois eu não estou apaixonado por você. Sei que pensou isso - completou depressa quando eu ia responder - Não leva a mal. Você é um tesão. Mas não é o caso - e riu - E também não quero me apaixonar no momento.
    - Está certo. Aproveita.
    Quando terminamos de nos abraçar, percebo uma presença ao nosso lado. Ao olhar, vejo Siqueira, braços cruzados, cara de poucos amigos.
    - Querem um quarto? - perguntou, cheio de ironia.
    Senti Albuquerque diminuir de tamanho quase que instantaneamente. Meu coração deu um solavanco. Acho que nunca o tinha visto com aquela expressão. E fiquei preocupado.
    - Albuquerque, vaza que eu quero falar com o Mendes.
    Siqueira parecia empenhado em mostrar seu pior lado, sem pudores, de forma ainda mais intensa de quando éramos rivais.
    Albuquerque se encolheu e foi se retirando. Na última vez, em meu dormitório, ele já tinha feito algo semelhante e eu fiquei calado. Mas naquela hora não.
    - Que palhaçada é essa Siqueira? Sentindo saudades de ser um babaca? E você não vai ser enxotado assim não - adverti Albuquerque
    Albuquerque arregalou os olhos e ficou parado. Olhava de mim para Siqueira, parecendo um cão que recebe o comando de sentar e fingir de morto ao mesmo tempo.
    - Ah, desculpa então, Mendes - Siqueira veio cheio de ironia - Esqueci que você é capitão agora. Se já não fosse arrogante o bastante. Deixo vocês então. Pensei que quisesse falar comigo depois de tanto tempo, mas beleza...
    - Chega - gritei, cortando - Para de fingir que é esse idiota. Eu te conheço. Sei que não é assim. O que houve?
    Então respirei fundo e me virei para Albuquerque.
    - Albuquerque, por favor, da licença pra gente. Leva só as pás e as vassouras. Deixa que eu levo o saco para a lixeira
    Albuquerque se sentiu aliviado, pegou tudo e saiu correndo.
    - Se ia despachar ele no fim, fez isso só pra se sentir? - e riu com deboche.
    Eu não respondi. Fui andando para dentro da mata.
    - Mendes - ele me chamou, mas eu não me dei ao trabalho de lhe dar atenção - Mendes. Está indo aonde? Merda
    Ao fim, me seguiu. Quando entramos bem fundo, em uma parte pouco iluminada, me virei pra ele.
    - Não quero imaginar que você teve uma recaída. Já me desacostumei ao Siqueira babaca e sinceramente não estou com nenhuma saudade dele - falei bem sério. Acho que minha voz demonstrou até mesmo um pouco de tristeza. Provável, pois no fundo eu estava realmente triste - pode me explicar o que aconteceu?
    - Explicar o que? - e olhou para ao chão, visivelmente constrangido. Acho que minha passividade atingiu ele mais forte que minha agressividade de poucos minutos atrás. - Só não vou com a cara dele. Não sou obrigado a gostar de todo mundo.
    - Mas não precisa destratar os outros.
    - Mendes, olha, desculpa tá. Inferno. Eu só queria falar contigo, te contar como foi minha prova. Um tempão que não nos falamos e você ali perdendo tempo com aquele...
    - E o que que tem?
    - Nada... Só... Ah... Merda. Ele fica em cima de você de um jeito... Parece que está gamado.
    - E qual o problema disso? - minha voz era calma. A medida que ele perdia o tom enérgico, eu também relaxava.
    - Nenhum... Só...
    E mais uma vez, os genes de minha mãe pareceram se impor sobre mim e as palavras saíram de minha boca antes mesmo que eu pudesse pensar a respeito delas.
    - Eu também gosto muito de você - falei de supetão, cortando a frase dele.
    Siqueira parou. Imóvel. Ficou me olhando sem saber o que responder. Senti meu rosto queimar.
    - Eu... Eu... - Gaguejou - Eu não disse que gosto muito de você - tentou reassumir o controle.
    Eu ri.
    - Não precisa. Seu ataque de ciúmes falou por você.
    Caminhei até e lhe dei um soco de leve no rosto.
    - E também estava com saudades de você - completei.
    Siqueira ficou imóvel, segurando o fôlego. Então, me abraçou de uma vez, soltando o ar de repente.
    Não falamos nada. Pelo menos não enquanto não tivéssemos colocado em ordem o turbilhão de emoções que nos acometia. Era bom sentir seu corpo quente de novo. Achei que Siqueira seria capaz de quebrar meus ossos com aquela força, mas estava tão aconchegante que ignorei o risco.
    - Desculpa - falou por fim. - Eu... Não sei o que me deu. Eu só... Fiquei com medo de vocês...
    - Transarmos? - arrisquei com deboche, um pouco de vontade de alfinetar ele também - pois nos transamos uma vez.
    - Não! - descartou de cara. Como se eu tivesse dito algo absurdo - Não me importo com quem você transa... eu só não queria que...
    Paramos de nós abraçar e eu o olhei. Seu lábio tremia. Nunca o vi tão vulnerável na vida. Tão frágil. Nem na noite em que o subjuguei com minhas palmadas em sua cama.
    Percebi que aquilo, para ele, era ainda mais difícil que pra mim. Então o aliviei e falei por nós.
    - Você tem algo meu Gabriel, que ninguém mais têm - falei passando a mão em seu peito - Não sei exatamente o que é. É a primeira vez que me sinto assim. Não sei sequer quando foi que te dei para ser sincero, mas é seu. Essa semana me fez ver isso. Senti muito sua falta, Major.
    Seus olhos se encheram de água e ele, como mecanismo de defesa, tentou rir, desviando o olhar
    - Isso tá ficando piegas, Fábio. - me repreendeu
    Então me olhou de novo, pegou meu rosto e me beijou.
    Foi intenso. Em questão de instantes o fogo inicial se alastrou e nos varreu. Nos agarramos de forma meio desesperada, tateando e apertando como que para comprovar para nós mesmos que aquele momento era real. Nossos lábios se beijavam, chupavam, mordiam. Numa brutalidade que só a testosterona elevada as alturas era capaz de produzir.
    Esquecíamos de respirar a todo instante e tínhamos que parar, só tempo o bastante de recuperar o fôlego e continuar.
    Nos abraçávamos tão forte que parecia que queríamos absorver um ao outro. Nos fundir.
    Então paramos, testa colada uma na outra.
    Respiramos direito, sentindo o alívio em nossos pulmões.
    - Você promete... Que... Isso é só meu.
    Eu sorri. Ri um pouco. Mesmo naquela situação, ele não era capaz de ser direto quando o assunto eram seus sentimentos.
    - Prometo.
    E me beijou de novo. Mais calmo, mais carinhoso.
    - Você voltou - fiquei feliz e constatar. O Siqueira que eu aprendi a gostar, tinha voltado.
    - Desculpa. Desculpa mesmo. - pediu
    - Você deve desculpas ao Albuquerque - lembrei, achando graça.
    - Ah não - começou a protestar, mas antes que ele pudesse continuar a lamuria, eu o peguei pelos punhos, os ergui e o pus de encontro com as costas na árvore. Siqueira tomou um susto, mas logo um sorriso brotou de eu rosto
    O beijei de novo, dessa vez com menos paixão e um pouco mais de luxúria.
    - Não estou pedindo. - sibilei - Você fez merda e vai pedir desculpas
    - Por quê? Vai me bater, Mendes? Por eu ser um mal menino? - atiçou.
    - Se eu te bater toda a vez que fizer merda, minhas palmadas já não terão mais nada de especial - rebati
    Ele riu. Fez menção de me abraçar, mas eu prendi seus punhos e forcei novamente.
    - Mas vou te colocar em seu lugar - concluí.
    Senti seu pau endurecer, contraindo minha pélvis.
    Beijei de novo, mantendo suas mãos ao alto.
    Mordi seu lábio, o chupei.
    Entrelaçamos nossos dedos e eu pressionei todo meu corpo contra o dele. Esfregamos nossos rostos um no outro, nossos peitos, nossas cinturas.
    - Fica com as mãos para o alto - mandei e as soltei.
    Beijei Siqueira novamente, mas dessa vez introduzindo minhas mãos por dentro de sua camisa, acariciando suavemente sua pele com a ponta dos dedos e das unhas.
    Ele arrepiou, gemendo. Levantei sua blusa e fui descendo. Lambendo seu peito, sua barriga. Cheguei apressadamente em sua cintura, desamarrando o cordão de sua calça de moletom.
    O peguei pela cintura e o fiz se virar. Siqueira abraçou a árvore. Eu desci sua calça devagar, desnudando aquela bunda gostosa e carnuda. A admirei um tempo, então, com calma comecei a matar a saudade dela.
    Primeiros, passei meu nariz, sentindo seu cheiro. Então, alisei com as palmas das mãos, arrepiando com o toque. Lambi a pele, apreciando seu sabor. Dei uma mordidinha na carne. Só então abri suas nádegas e introduzi meu rosto entre elas.
    Siqueira se empinou para receber minha língua. Introduzi no orifício, arrancando seus gemidos grossos. Após me saciar, levantei novamente, arriei minha calça e enfiei sem aviso. Siqueira deu um pulo, mais de susto com a brutalidade do que incômodo. O abracei por trás, mordiscando sua nuca.
    Siqueira ria, pois meus dentes lhe causavam cócegas. Entre risos, um gemido mais forte, quando meu pau encravava fundo em seu corpo.
    - Fábio. - ele passou a mão para trás e agarrou minha cabeça. - Mete. Por favor.
    - Vejo que está mais dócil - falei ao seu ouvido. - Sabe que fez merda e agora está manso, major?
    E meti mais forte
    - Ah... Isso - ele se envergava todo. Empinando bem a bunda.
    Meti bastante, com força, com fúria. Estava com saudades daquele corpo, daquela bunda.
    Siqueira abria as pernas, como que tentando permitir que eu entrasse cada vez mais fundo. Passei a mão pelo seu corpo e fui descendo até agarrar seu pau. Ele quase gritou.
    - Ah. - soltou o ar, enquanto seu pau babava.
    - Goza, Gabriel. Pode gozar, meu garoto.
    O pau dele despejava liquido, sujando toda a minha mão. As gotas grossas caiam no chão, irrigando o solo. Siqueira tremia, pernas bambeando. Gemendo alto, livre.
    O abracei e cravei mais, sentindo que eu também ia ejacular. Ele perdeu um pouco o equilíbrio, caindo pra frente e se apoiando na árvore. Eu o segui, agarrado a suas costas, enquanto meu leite era despejado em seu interior.
    Ficamos em silêncio, respirando e nos recompondo. Siqueira apoiava as mãos na árvore, para se equilibrar.
    Então, se virou, apoiou as costas e me beijou de novo. E ficamos assim, carinhosos. Sentindo o tempo passar e não nos importando com isso. Só então, no avançar da hora, ele lembra
    - Quer ajuda para levar o saco?
    Eu aceitei. Era pesado e eu havia dispensado Albuquerque. Juntos, despejamos as folhas reunidas no lixo e nos dirigimos aos nossos dormitórios. Antes de nos despedirmos, ele me olha
    - Queria pedir para você dormir comigo. Mas não seria bom você levar outra advertência.
    - Verdade - me lembrei - Mas eu ia gostar.
    - E se... - e sorriu sem jeito - E se esse fim de semana você passasse comigo? Na minha casa? Longe desse colégio.
    - E seu pai? - Questionei
    - Ele vai trabalhar ao sábado a manhã toda e de noite vai viajar com minha mãe. Nem vai em casa. Vai buscar ela direto na casa de minha tia. Só terei de levar ela lá no fim da tarde. Podemos passar a amanhã com ela. Você a conheceria. - Siqueira falava rápido, nervoso e animado - Vamos ter a casa só para nós depois. E...
    - Eu acho uma excelente ideia - falei, podendo enfim relaxar
    Sorrimos um para o outro e nos despedimos. E fui para meu dormitório me sentindo sem peso.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 10 – SOLDADO DE CHUMBO

    Olhando superficialmente, pouca coisa mudou após eu abraçar ser um recruta. Continuei cumprindo meus deveres, continuei interagindo com todos no colégio. Siqueira, ou se tornou um homem mais agradável ou eu havia me acostumado a seu jeito mais ferino. Mas novidades me aguardavam.
    Ao longo das semanas, recebemos um aviso estranho. Que a 'noite dos cordeiros e dos lobos está chegando'.
    - O que diabos é isso? - Elias perguntou, vendo o aviso na porta do nosso dormitório, que amanheceu ali naquela sexta.
    - Sei lá - Pedro ficou confuso.
    Perguntamos a todos os calouros e ninguém fazia ideia. Deixamos passar, mas a coisa foi ganhando força. Isso porque sentimos que havia uma aura de mistério no ar. Comentei com um professor e ele sabia o que era, mas se recusou a me contar.
    De tarde, Pedro veio comentar
    - Pessoal, too ficando preocupado. Fui comentar com o Henrique sobre esse lance de cordeiros e lobos e ele disse que não podia me contar. Caramba. Tipo, nós nunca tivemos segredos um para o outro e ele não quis me contar.
    Elias entrou no assunto.
    - Cara, eu também. Fui falar com o Pinheiro e ele disse que a tradição manda não sabermos até a noite. E não me disse nem que noite vai ser isso.
    Eu a princípio não levaria fé, mas também fiquei assim quando naquela tarde eu recebi uma ligação do meu pai e, entre conversa aqui, conversa ali, falei do anúncio que amanheceu em nosso dormitório. O senti desconversar, então insisti. Mas ele foi irredutível.
    - Foi mal, filhão. Isso não posso te contar
    - Mas que diabos é isso então? - Pedro estava nervoso.
    - Eu não sei - desabafei.
    Estávamos nós três no pátio, haviam acabado as aulas e estávamos relaxando, sentados no chão e batendo papo. Mas o assunto não podia ser outro. O que seria afinal a noite dos cordeiros e dos lobos?
    Mas nosso papo foi interrompido pela chegada de Siqueira.
    - Mendes, quando acabar aí, vou precisar de sua ajuda em meu quarto. Estou te esperando, não demora - e saiu, sem mais detalhes. Senti os olhares de meus amigos querendo perguntar algo.
    - Assim, mudando de assunto - Elias começou - eu reparei que você e Siqueira estão mais... Amistosos um com o outro
    - Verdade - Pedro continuou - Estou pra te perguntar desde aquela noite que você voltou do quarto dele. Quando ele pegou sua prova. Você voltou de um jeito estranho. Nem parecia você. Estava avoado. Perdido. Sei lá
    - É cara, fiquei preocupado. Pensei que ele tivesse feito algo contigo - Elias completou.
    - Até fez... - Falei meio evasivo. Engraçado, mas aquele assunto me deixou meio encabulado - a verdade é que estamos melhor sim. Resolvemos dar uma trégua
    - Que bom - Pedro apoiou a mão em meu ombro. - Fico mais calmo por você. Sem querer ofender, mas briguento do jeito que você é, fiquei com medo da coisa acabar mal.
    Eu ri
    - Mas conta aí... - Elias se achegou - o que rolou naquele quarto? E seja o que for... vai rolar de novo? - Perguntou maldoso.
    Senti meu rosto corar. Nunca tive problemas de falar sobre o assunto, mas naquela hora...
    - Não sei. - Apenas respondi a segunda pergunta. - Mas bem, o dever me chama. De noite conversamos mais - e levantei. Em fuga
    Me despedi dos meus amigos e fui. Eles ainda ficaram me zoando, dizendo que eu estava indo pro abate. Mandei o dedo do meio pra eles e segui, deixando-os gargalhando pra trás.
    Chegando, bati na porta e ele mandou eu entrar.
    - Boa tarde, senhor. Vim, conforme pediu - usei minha voz mais solicita.
    Siqueira sorriu e veio em minha direção.
    - Só queria sua ajuda pra me preparar para o evento que vai ter hoje à noite. Ainda não decidi como vou. Fique aqui - e me levou ao centro do quarto - agora fica assim, reto, braços esticados. Assim. Ótimo - E pegou uma blusa e apoiou em meu peito - vou querer que você fique quietinho, sim? Não se mecha por nada
    - Tudo bem - mas olhei desconfiado.
    Ele ficou olhando as peças em mim e então tirou as roupas e vestiu as que me deu. Acompanhei ele ficar de cuecas, aquele corpo malhado a mostra. Terminou de se vestir e olhou no espelho. Era uma combinação de calça social, camisa e terno.
    - Formal demais, não? - Ele questionou
    - Qual a ocasião?
    - O terceiro ano vai participar de um evento na academia do exército. Vão apresentar os cursos de nível superior e vai ter um coquetel. Não especificaram o traje. Pensei em ir com a farda de gala, mas achei exagerado - e acabou tirando a roupa e ficando novamente de cuecas.
    - Entendi. - e olhei de cima a baixo - vai assim. Pra mim, tá bom
    Ele me olhou de rádio de olho e reprendeu
    - Eu te chamei pra me ajudar, Mendes. Não pra fazer piadas
    - Tudo bem, e o que quer que eu faça? - Perguntei, achando graça.
    - No momento, só fica paradinho. Com seu porte, você vai dar um ótimo manequim
    Assenti. Pelo menos eu tinha o que admirar.
    Ele, olhando para o armário e pensando, de costas, me deu uma boa visão de suas costas malhadas e sua bunda volumosa. Mas a coisa ainda melhorou.
    - Ah, não sei - falou sozinho, como se eu não estivesse ali - vou trocar logo essa merda também
    E tirou a cueca. Nossa, que bunda. Grande, musculosa. E Siqueira tinha uma marca de sunga que dava o toque final. Inclinei o rosto e fiz uma cara de aprovação quase que instintivamente, que acabou aparecendo no reflexo do espelho. Quando Siqueira virou para mim, eu me corrigi, tentando parecer o mais normal possível.
    - Tudo bem aí, Mendes? - Perguntou, fingindo muito bem não estar gostando de me torturar.
    - Tudo ótimo, senhor
    - Tudo bem - e voltou a ficar de costas, apoiando o braço em uma porta do armário e pensando. Ficou um bom tempo. Eu relaxei e aproveitei a visão.
    Quando Siqueira pegou outras duas peças de roupa e se voltou para mim, estava de pau duro. Eu segurei a reação, embora a vista tenha me deixado meio que salivando. Era um pau bom. Grande, grosso. Me segurei para não rir, pois minha mente me lembrou da noite do primeiro trote, em que eu fiz piada do dote do major. Ao julgar pela forma como ele exibia aquele membro ereto, deve ter ficado muito ofendido por eu zombar dele.
    Siqueira se aproximou e apoiou as roupas em mim. Pediu para eu segurar. Quando segurei a calça na altura da cintura, ele se aproximou e acabou 'sem querer' esbarrando a cabeça da pica na minha mão e a deixou ali, fingindo estar focado na roupa. O pau roçou nas costas da minha mão. Enquanto ele olhava a combinação que estava comigo. Depois, pegou a calça e ajeitou, imprensando ela contra meu corpo e pressionando a mão contra meu volume.
    Aquele alfaiate estava bem estabanado pelo visto, pois parecia ter dificuldades em ajeitar uma calça em um manequim. Aquele joguinho estava bem engraçado. Engraçado e excitante.
    Então ele deu um passo para trás e descartou.
    - Não tá bom ainda
    E foi quando bateram na porta.
    - Entre - ele mandou, nu em pelo mesmo.
    Pinheiro entrou, falando animado.
    - Cara, não sabe da maior o... Eita! - e se surpreendeu ao encontrar o amigo nu - o que é isso, major?
    - O que foi, Pinheiro? Veio falar o que? - Siqueira perguntou, não dando muita atenção ao amigo.
    - Oi? - Pinheiro tinha até esquecido o que ia falar - ah sim. Sim. Fiquei sabendo que o evento vai ter um coquetel. Open bar! - comemorou. E só então pareceu ter me visto ali. - Ah Boa tarde, soldado Mendes
    - Boa tarde, major - respondi, achando divertida sua surpresa.
    - Estou sabendo - Siqueira falou distraído - Pinheiro, me diga, o que vai vestir afinal? Não queria ser o único a estar de beca, mas também ia odiar estar mal vestido em comparação. Meu pai já me atormenta o bastante sem eu dar motivos
    - É isso que te preocupa? - Pinheiro andou até ele e juntos voltaram ao armário. Pinheiro olhou pra mim com uma cara travessa e deu uma apertada na nádega de Siqueira. Eu segurei o riso.
    Siqueira o repreendeu
    - Foco, major. Por favor
    - Tudo bem - e tirou a mão - Gabriel, não precisa se preocupar. Todos combinamos de ir de esporte fino. Vai assim também. Vai estar escondido na multidão. Ninguém vai social nem de gala militar - e apontou pra uma calça jeans e um blusão branco. Que tal?
    - Pode ser. Já troquei tanto de roupa hoje. Acho que estou dando mais importância pra esse evento do que ele merece - pegou as roupas e me entregou. - Cansei de me trocar. Mendes, vista e eu vejo como fica
    Pinheiro sorriu enquanto eu tirava a roupa. Fiquei de cuecas e fui vestindo a roupa que me deu.
    - Gostei - Pinheiro comentou, me circulando e depois deu um tapa na minha bunda - e olha que a bunda do Mendes não é tão grande quanto a sua
    Siqueira ficou de braços cruzados, me olhando de cima a baixo
    - Pode ser - falou por fim. - Mendes, tire a roupa. Mas com cuidado, pra não amarrotar
    Eu obedeci. Fiquei de cuecas de novo. Pinheiro me olhou e então, completou.
    - Melhor tirar a cueca também comandou.
    Eu sorri e obedeci
    - A cueca não é minha, - Siqueira o corrigiu, mas não mandou eu por de volta. Olhou rapidamente meu pau que naquela altura da brincadeira já estava bem encorpado.
    - Parece que Fábio aceitou brincar enfim - Pinheiro falou satisfeito. Seu soldadinho de chumbo está bastante interessante - e me olhou de cima a baixo como se eu fosse um pedaço de carne. - Será que um dia você vai me deixar brincar com ele?
    - Claro - Siqueira falou, ainda sério - mas hoje tenho coisas ainda pra fazer então... Sem querer ser rude, mas se me der licença - e indicou a porta.
    Pinheiro baixou os ombros, fazendo cara de cachorro que lhe foi tomado o osso
    Olhou então pra mim e alisou meu peito
    - Uma pena. Estava doido pra brincar antes do coquetel. Mas fazer o que? Bom fim de semana, Mendes
    - Bom fim de semana, major - me despedi e ele saiu. Ainda olhou para trás na esperança de ser chamado para brincar, mas teve de se conformar.
    - Até parece que depois de tanta briga pra conseguir, ia deixar ele se divertir com meu soldadinho de chumbo antes de mim - Siqueira veio pra perto de mim.
    - Você tá calado hoje, Mendes. Normalmente não cala a boca - e sorriu. Aquele riso safado que estava segurando durante aquele teatrinho da troca de roupas. Meu pau já estava duro naquele momento. E então estávamos ali, eu e ele, dois homens nus e excitados no quarto,
    - Você pediu para eu ficar quieto - e dei de ombros - só estou tentando ser um soldado obediente
    - Hum... Bom. Muito bom. Então continue mais um pouco, por favor
    Ele agachou, pegou meu pau e começou a chupar. Boca quente, macia. Chupava com calma. Provando, como um sommelier. Depois, com vontade e firmeza. Gemi baixinho, mas não me mexi, deixando ele chupar, lamber, cheirar da forma que queria. Quando se satisfez, ergueu de novo, limpando a saliva da boca.
    - Me diga, Mendes - e olhou nos meus olhos, eu mantive o olhar fixo no armário, evitando o encarar diretamente. Não em sinal de vergonha, mas de respeito - Pinheiro e Soares gostam muito de você. Vocês já fizeram alguma coisa?
    - Chupei o pau do major Pinheiro uma vez. E penetrei o major Soares há algumas noites atrás - informei, sério, preciso. Como quem passa um relatório.
    Ele passou a mão na minha bunda.
    - Senti que seu cu é virgem - e enfiou um dedo entre as nádegas - estou certo?
    - Sim, senhor - Seu rosto estava perto, seu pau duro encostava no meu. Me arrepiei na hora.
    - Olha pra mim, Mendes - mandou e eu o encarei. Seu rosto se encheu de tesão imediatamente - Nossa. Nunca pensei que fosse sentir saudades desse seu olhar marrento. Prometi que ia arrancar ele de você, mas confesso que fico feliz de ter falhado em minha missão. De hoje em diante, quero que volte a me encarar assim. Enquanto estiver me obedecendo, quero ver esse olhar petulante. Esse rosto marrento. Entendido?
    - Sim senhor
    - Mas não era isso que eu ia falar. Você só me deixou desarmado com esses seus olhos - e sorriu - quero te pedir uma coisa. Já que não fui o primeiro nesse colégio que você mamou, nem o primeiro que você penetrou. Peço que me deixe ser o primeiro a te comer
    - Está me pedindo ou mandando? - Perguntei.
    - Não adianta eu mandar por algo assim. Sabemos que esse nosso jogo de major e soldado só é mantido porque você quer. Logo, não posso te obrigar a uma coisa dessas. Então, estou te pedindo. E quero sua palavra de homem. Não dê pra ninguém antes de mim. Quero ser o primeiro. Por favor - e me beijou, massageando novamente a entrada do meu cu e me fazendo arrepiar. Era incrível a reação que aquele simples membro era capaz de realizar em meu corpo. Apenas a ponta do dedo, alisando levemente a entrada, me fazia perder o ar, como se uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo, desestabilizando meus neurônios.
    - Tudo bem, Gabriel. Tem minha palavra
    Ele sorriu, satisfeito.
    - E eu prometo que vou fazer você gostar. - E me beijou de novo
    - Vai querer tentar hoje, senhor? - Perguntei, tentando parecer casual e não ansioso. A verdade é que aqueles dedos em mim estavam despertando demais aquela curiosidade.
    Ele tirou os dedos de minha bunda.
    - Hoje não. Hoje quero experimentar outra coisa. Soares não é o tipo de cara que dá pra qualquer um. Principalmente na frente do noivo, o que eu aposto que aconteceu na tal noite que você citou, ou estou enganado?
    Eu sorri, tentando parecer inocente. Sem sucesso. Ele riu, aquela cara de safado.
    Então, caminhou até a cama e deitou de barriga pra cima. Fez um sinal com a mão para eu me aproximar
    Parei diante de sua cama e ele falou
    - Vem soldado. Quero ver se você é bom como promete.
    Eu então sorri e me coloquei em cima dele. Deitei por cima, deixando meu peso cair. Corpo com corpo, pele com pele. Completamente colados um ao outro. E o beijei. Ele passou as mãos pelas minhas costas e passou uma perna por cima de mim, alisando minha bunda e minha coxa com ela.
    Beijei fundo, passando de sua boca para seu rosto e mordendo seu queixo depois.
    - Meu Deus, soldado. Você merecia uma medalha só por esse beijo
    Eu sorri satisfeito e continuei. Fui descendo pelo seu peito e fui lambendo mamilo por mamilo. Siqueira se contorcia, olhos fechados e se deliciando. Beijei sua barriga, lambendo cada gomo de seu abdômen. Cheguei a sua cintura. Abri suas pernas e lambi sua virilha. Chupei seu saco, bola por bola, e lambi todo o corpo do pênis, até chegar à cabeça. Só então o engoli por completo.
    Siqueira gemia grosso. Olhando pra mim com aquele rosto vermelho de prazer. Peguei sua cintura e o ergui. Jogando suas pernas em direção ao seu peito e o deixando envergado. Ali, com acesso fácil, lambi seu rego. De cima a baixo, passando a língua pelo orifício. Depois voltei e introduzi a língua.
    Siqueira abriu a boca, sofrendo um espasmo.
    A língua entrou fundo, vencendo facilmente suas barreiras. Dava para sentir o prazer dele pela forma como seu ânus se dilatava pra mim.
    - Meu Deus, soldado. Bom trabalho
    Ele gemia, perdido em prazer.
    - Estou apenas começando, major - avisei
    - Eu espero que sim - e sorriu, com os olhos brilhando.
    - Permissão para perguntar uma coisa, senhor?
    - Concedido, Mendes
    - O senhor estaria esperando a noite dos cordeiros e lobos para me estrear?
    Ele riu. Sorrindo maldoso
    - Não, Mendes. A noite dos cordeiros e lobos não será pra isso. Já quero ter te penetrado antes disso
    - Poderia me dizer em que consiste essa noite?
    Ele riu de novo.
    - Nem sob tortura, Mendes. Tradições precisam ser respeitadas.
    - E se eu pedir com jeitinho? - E desci sua cintura e encaixei o pau na entrada, só encostando. Ele se arrepiou. Peguei seu pau e puxei a pele pra baixo, revelando a cabeça rosada, e fiquei brincando de passar a ponta da língua nela, sentindo o gostinho do pé sêmen que ia vertendo devagar. Siqueira estava descontrolado. Os músculos do abdômen trincados a cada espasmo que ele dava, gemendo e se contorcendo a cada alisar da língua.
    Em um momento, ele não resistiu mais.
    Foi então que ele me pegou pela nuca e me puxou para perto dele, rosto com rosto
    - Chega de brincadeira, Mendes. Me dá o que eu quero - voz grossa, autoritário.
    Eu enfiei um pouquinho. Sentindo o cu se dilatar, querendo mais.
    - Pede com jeitinho - e sorri malvado
    - Não. Mete logo essa porra - mandou - chega de pedir com jeitinho. Chega de ‘por favor'. Chega. Eu tenho o que eu quero, Mendes e eu quero essa sua rola dentro de mim, agora
    O descontrole dele era delicioso. O arfar intenso, os músculos trincados.
    Eu queria meter de uma vez, mas ao mesmo tempo aquele orgulho tão intrínseco a mim estava se deliciando com sua ânsia. Desejoso de vontade de ver ele implorar.
    - Anda logo, Mendes. Enfia essa porra. Enfia, porque eu estou mandando. Sou seu major e estou ordenando que você me faça gemer
    Enfiei mais um pouco, mas não tudo, sentindo as paredes de seu ânus prensar o anel em torno do meu membro.
    - Mete, Mendes. Seu major está mandando. Me mostra o quão bom você é - enfiei mais, até o talo e deixei lá
    - Isso. Isso soldado. Agora fode. Fode com força
    - Se é o que quer, major - falei bastante sério e então comecei a judiação. A verdade era que eu já não estava mais conseguindo me segurar também, de tanto tesão.
    Segurei seus ombros para ele não escapar e meti a primeira, encravando fundo. Seus olhos arregalaram. Ele abriu a boca, mas não conseguiu emitir som. Mais uma, mais forte e mais fundo. E outra e outra e outra. O som da colisão de nossos corpos ecoava pelo quarto. Siqueira se segurava debilmente em meu corpo, quando eu comecei a surra.
    Metidas fortes e rápidas, fazendo se tremer todo. Toda minha musculatura estava empenhada em fazer ele sentir na pele e se arrepender de ter brincado com fogo
    - Ah, ah... Isso, vai - trincou os dentes e cerrou os olhos, aguentando firme - Isso Mendes, isso.
    - Vai se arrepender de não ter pedido com jeitinho - ameacei e fui mais forte ainda. Mais rápido. Mas não importava o quanto eu judiasse. Ele parecia gostar mais.
    - Ah, Mendes - e riu - Acha que está metendo em um desses novatos? Não garoto. Mete, vai. Castiga. Aqui é um homem de verdade, não esses garotos. Vai ter de fazer melhor que isso se quiser me fazer implorar pra parar
    Quanto mais ele me atiçava, mais eu ia. Eu poderia desfalecer, mas ia até o fim para fazer ele gemer cada vez mais.
    - Vai. Vai. Isso. Isso, soldado.
    Ele enlaçou minha cintura com suas pernas, apertando meu corpo. Meu pau escapuliu umas duas vezes no processo, tamanha era a pressão que eu empenhava. Eu logo o encaixava de novo e entrava com tudo de uma vez.
    Foi então que eu peguei no seu pau e ele se desesperou. Tentou tirar minha mão.
    - Não, falou. Ainda não... Ahhhh....
    Mas não teve tempo. Foi só tocar no órgão dele, que perdeu o controle. Sorri com maldade e apertei seu pau com força. Ele começou a tremer e o pau soltou o liquido branco enquanto sofria espasmos. Seu gemido saiu choroso, e ele logo foi perdendo as forças. E eu continuei metendo
    - Ai - ouvi ele gemer
    - Quer que eu pare? - Perguntei, olhando em seus olhos - pede com jeitinho.
    Seus olhos faiscaram e ele sorriu em desafio
    - Não. Vou aguentar até você gozar
    - Isso pode demorar - a verdade era que, no ritmo que eu estava, já tinha gozado, mas nada falei. Guardei para mim o segredo. Aproveitei que meu pau ainda estava duro e continuei metendo. Como se nada tivesse acontecido. Não queria demonstrar fraqueza diante dele.
    - Eu aguento - ele garantiu e eu fui. Meti mais com a força que minhas energias permitiam. Seu pau amoleceu, mas se manteve volumoso e ele ainda gemia.
    Aquele era de fato um desafio o qual não pude vencer naquele momento. Era preciso admitir. Eu acabei gozando a segunda vez. E eu tive que me entregar. Fui caindo, deitando meu corpo sobre o dele, suor com suor. Pele com pele.
    Apoiei a cabeça em seu peito e ele me abraçou.
    - Bom soldado, muito bom
    Eu estava exausto e ali fiquei. Abraçados, fomos nos recuperando.
    - Você faz jus à fama, Mendes. Sabia que era prodígio
    - Obrigado, senhor - arfei. Ainda com o coração acelerado.
     

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 11 – CONFIDÊNCIAS

    Era numa quinta-feira, véspera de feriado. Eu ainda não sabia bem o que fazer com o feriado prolongado que chegava. Até então, nenhum plano.
    Foi quando, caminhando pelos corredores do colégio próximo a diretoria, tenho um encontro que me surpreendeu.
    - Tio Vitor. Você aqui?
    Meu tio sorriu e me cumprimentou.
    - Oi Fabio. Pois é. Passei aqui perto e resolvi entrar. Para lembrar os velhos tempos. Cara, esse lugar não mudou nada
    - Pois é, - comentei. - Pensei que fosse pra casa em Búzios hoje. Você e o Lucas normalmente não passam feriados lá?
    Meu tio revirou os olhos, como se lembrasse de algo desagradável.
    - Pois é, dessa vez eu não vou - falou por fim.
    - E vão pra onde? - Perguntei cauteloso, pois sentia que talvez ele não quisesse continuar por aquele assunto.
    - Pois é, Fábio. A verdade é que eu e Lucas não estamos mais juntos
    - Mas... por que? Digo. Vocês formavam um casal tão legal e... Pareciam tão bem... - e fiquei me sentindo culpado - foi por minha causa? - Perguntei com medo.
    - Oi? Não, não, Fabio. Por favor. Não pensa assim. Não teve nada haver. Nós... é que já vínhamos nos estranhando tem um tempo. Sabe... Meio distantes
    Mas não me foi o bastante, não conseguia deixar de pensar que àquela noite tinha algo haver com o término
    - Eu não devia ter...
    - Fabio, para - e pôs a mão no meu ombro - o que ocorreu foi... Foi... Nossa... muito bom. E confidencial, por favor - e riu sem graça - mas... mais que tudo. Foi ótimo. Havia tempos que eu e o Lucas não tínhamos nada tão tórrido. Mas... Mas não podíamos negar que as coisas entre nós não estavam mais se sustentando. Mas... a coisa ocorreu bem. Ele voltou pra São Paulo. Na área dele o mercado é melhor por lá e ele sempre se queixou de perder clientes estando aqui. Foi melhor pra todo mundo - e tentou sorrir, mas sem me convencer.
    - A mamãe já sabe? - Perguntei
    - Não. Ele não teve coragem de contar. Devo fazer isso por ele. O mais breve possível. Eles eram muito amigos
    - Entendo. - Ainda estava triste, mas tentava tirar a culpa da cabeça. Não era minha culpa. Mas ainda assim, me sentia mal. Era sensível que Vitor não estava bem, mesmo tentando aparentar - E você, como está?
    - Bem... Me acostumando de novo a vida de solteiro - e sorriu, meio sem convicção.
    Nesse instante, Pedro chegou.
    Eu o apresentei para meu tio e eles apertaram as mãos. Pedro, como de costume, ficou acanhado como fica diante de qualquer homem bonito. Eu o encorajei a falar.
    - Desculpa atrapalhar. É que eu só queria saber se você tem planos pro feriado. Henrique tirou a carteira enfim e ele quer nos levar para a casa dos pais dele em Verão Vermelho. Assim, é meio em cima da hora. Iriamos hoje, direto do fim da aula
    Parecia um programão. E ajudou a me animar um pouco.
    - Nossa. Seria muito legal. Só tenho de avisar aos meus pais
    - Vai lá, garoto - meu tio encorajou - deixa que eu aviso. Vou sair daqui e passar logo lá. Aproveito e resolvo uma questão
    - Valeu, tio - e o sinal tocou. Devíamos ir pra sala.
    Nos despedimos de Vitor e fomos.
    - Seu tio é um gato - Pedro comentou, quando nos afastamos
    - Está solteiro e não tem problemas em fazer à três - fui logo fazendo propaganda. O que Pedro gargalhou, embora, a julgar pela carinha acanhada, estava considerando.
    Acabei ligando para meus país mesmo assim e eles autorizaram minha viagem.
    A aula correu lenta. Estava excitado. Fazia muito tempo que não fazia uma viagem de fim de semana. Acabando, fomos para o dormitório e nos arrumamos. Lá, descobri que Elias também ia. Aí era festa.
    Henrique me falou pra convidar umas duas pessoas - Pedro explicou, enquanto arrumava a mala. Sunga não seria problema, pois sempre tinha uma na mala para as aulas de educação física. E como sempre lavamos nossas no próprio colégio, teria peças limpas para a próxima semana, só teria de repetir as mesmas.
    Terminamos e fomos para o estacionamento. Vimos quando Soares saiu de dentro de uma minivan.
    Nos cumprimentou e ele informou.
    - Peguei a vã da minha mãe, já que somos seis, fica melhor o espaço.
    Antes que eu pudesse perguntar quem seriam os outros dois, a resposta óbvia surgiu na forma de Siqueira e Pinheiro.
    Nos cumprimentamos.
    - Quanto tempo, major - Elias apertou a mão de Pinheiro. Senti uma malícia em sua voz
    - Relaxa, soldado. Nesse fim de semana, somos só colegas normais. Sem essa de hierarquia - e sorriu de volta
    Óbvio que eu sabia o que tinha rolado. Na verdade, ao longo desse tempo que passou, Elias nos contou que resolveu dar uma chance pro major e sentir como ele era metendo. Coitado. Sofreu. Pinheiro tem um pau enorme, como já pude testemunhar. Mas o meu garoto até que levou jeito ao fim. Disse que o major foi bem compreensivo e soube tratar e na segunda tentativa, a coisa foi mais suave. Aproveitando, eu também contei para meus amigos meu lance com Siqueira. De nosso joguinho. Não contei sobre a maconha, obviamente, mas todo o resto, eles sabem. Não tinha porque esconder uma coisa dessas. Ainda mais deles.
    Então, nos ajeitamos na vã e saímos. Pedro foi no carona ao lado de Soares, Pinheiro e Siqueira na fila da frente e eu e Elias na última fileira.
    - Vai ser interessante, estar com eles sem esse lance de colégio, pra variar - Elias comentou baixinho.
    - Bem, eles ainda são mais velhos que nós, no geral mais fortes e Soares é o dono do carro e da casa. Então eu diria que ainda há uma hierarquia afinal - enumerei, avaliando.
    - Mas ainda assim, vai ser diferente. Aposto - e sorriu com malícia. Elias, há uns dias, estava realmente mais saidinho. Desde a nossa brincadeira no vestiário, pra ser mais exato. O moleque desabrochou mesmo. Até eu me surpreendia as vezes.
    Após uma longa viagem, chegamos na casa, deixamos as coisas e fomos direto para a praia. Estava vazia. A cidade é muito pacata e calma. Tomamos banho de mar, de sol, zoamos, batemos papo. Um fim de semana entre amigos como deve ser
    Havia uma mesa de teqball próxima a orla. Pelo que Soares falou, era nova, pois não estava lá da última vez em que veio. Ele então pegou uma bola do porta malas e resolvemos brincar.
    Teqball é um novo esporte que combina futebol com tênis de mesa. As regras, são como as do tênis, só que sem raquetes. Só usávamos os membros permitidos em uma partida de futebol.
    A brincadeira foi rolando solta. Quem perdia o round, tinha que buscar a bola, seja lá onde ela fosse lançada. E sim, as vezes chutávamos com força só para zombar do amiguinho que teria de correr atrás dela. E as vezes o tiro saia pela culatra. Como quando eu dei um belo chute para cortar a bola de Soares, crente que ia ganhar, mas errei a mesa e acabei tendo eu de correr atrás da bola que eu isolei.
    Dentre os jogadores, Pinheiro foi o destaque. Quase rodou a mesa. O cara era um esportista nato. Mas aí chegou a vez de Elias e ele começou a encarnar.
    - Vamos lá, Pascoal. Vamos ver do que é capaz
    Mas Elias mandou muito bem, um jogo equilibrado. Pinheiro, muito confiante, tentou vencer o adversário com a ajuda do psicológico.
    - Não dá pra você não, garotinho. Eu fico sempre por cima, como você deve saber bem
    Eu tinha entendido a conotação sexual daquela piada e acho que todos ali também. Elias, ao contrário, estava calmo, jogando na defensiva
    - Acredito que dessa vez você vá ficar por baixo, major - falou calmamente, enquanto matava no peito e devolvia.
    - Duvido.
    - E se for assim? - Perguntou.
    - Elias, se você me ganhar, tu pede o que quiser
    Foi nesse momento que Elias se aproveitou de uma bola alta que Pinheiro lançou e fez uma coisa que parecia cena de filme. Num salto preciso, acertou de voleio na bola, que disparou no campo adversário e passou por Pinheiro antes que ele soubesse o que tinha acontecido.
    - Vai lá buscar, então - Elias apontou a bola indo em direção ao mar - o jogo vai ficar sério agora
    Ficamos todos em silêncio, entorpecidos com a cena. A cara de atordoamento de Pinheiro era impagável. Quem quebrou o silêncio foi Siqueira, que apontou para o amigo e gritou:
    - Se fodeu! - Nesse instante, todos despertamos e caímos no riso.
    Pinheiro, ainda sem entender, saiu correndo atrás da bola. Quando a trouxe, a coisa havia mudado completamente de figura. Não havia equilíbrio naquela partida. Elias era um verdadeiro craque. Sabia que jogava bem futebol, mas não fazia ideia de quanto.
    De um em um, ampliou a vantagem. Pinheiro não teve mais margem de jogo. Conseguia no máximo segurar um ou outro chute forte de Elias. Mas ao final, acabava tendo de ir buscar a bola.
    Pinheiro perdeu, e pediu uma melhor de três. Elias aceitou sem questionar, mas não havia muito o que o major pudesse fazer.
    - Bem, cansei de ver esse massacre - Siqueira falou por fim - vou dar uma corrida. Afim de ir comigo, Fábio?
    Realmente não havia mais o que ver, então aceitei o convite. Estranhei quando Siqueira pegou uma canga de pôs debaixo do braço pra correr, mas não questionei. Pedro e Soares ainda estavam se divertindo vendo o jogo, ou melhor, o massacre.
    Corremos bastante, mantendo o ritmo e a frequência. Foi um bom exercício. Não conversamos muito. Só após um tempo, quando perguntei se não era hora de voltarmos, mas ele disse que tinha uma coisa que queria me mostrar.
    Ao final, numa parte totalmente isolada da praia, chegamos a uns montes de areia. Subimos no mais alto e contemplamos o mar. O sol estava perto de se pôr. Uma visão belíssima. Ficamos em silêncio, admirando a natureza.
    Até que Siqueira se virou pra mim e sem falar nada, me deu um beijo. Suave, curto. Apenas tocou os lábios.
    E depois deu outro. E outro. Eu logo fui correspondendo. Ele passou a mão por dentro de minha sunga e apertou minha bunda. Eu segurei sua nuca com uma mão e alisei seu peito com a outra. Siqueira desnudou minhas nádegas, massageando-as. Beijei seu pescoço e fui arriando sua sunga, fazendo o pau duro saltar pra fora.
    Ele me pediu para o acompanhar, descemos o pequeno vão de terra e ele pegou a canga e a jogou no chão, forrando a areia. Me chamou pra deitar, me virou de barriga pra cima e tirou minha sunga, me deixando pelado sob a canga. Tirou a própria sunga também e depois abriu minhas pernas e me pegou pela cintura. Da mesma forma que eu tinha feito com ele no quarto alguns dias. Ele começou a chupar meu ânus, suavemente. Me olhando fundo enquanto eu gemia.
    Depois ele deslizou pra cima de mim, prensou meu corpo contra a canga com seu peso e me olhou nos olhos.
    Abriu minhas pernas com as suas e se encaixou entre elas. Senti seu pênis duro pressionar contra minha bunda.
    Siqueira estava muito carinhoso. Diferente de seu jeito mais bruto. Alisou minha testa, tirando os cabelos da frente e me beijou de novo. E sem mais motivos, começou a falar:
    - Quando eu entrei para o colégio, eu era como você. Fisicamente falando. Era de longe mais forte que meus colegas, mais gostoso. Minha bunda, já chamava atenção - e foi narrando devagar, roçando seu pau contra minha bunda.
    Eu prestei bem atenção em sua história. Curioso do motivo pelo qual a iniciou.
    - Na primeira noite, tivemos o primeiro trote tradicional. Foi bem parecido com o seu. Pagamos flexões, abdominais, tiramos a roupa. Foi aí que o major Galhardo, o major principal, prestou atenção na minha bunda. Ficou fixado. Mandou eu ir para o meio e dar uma volta, para a exibir. Eu fiquei sem graça, mas tentei levar na esportiva. Galhardo era um mulato grande e forte. Um sorriso largo e bonito. Jeito marrento, mas uma boa pessoa. Mas era claro que ele tinha fixado na minha bunda. Ele então, ao fim do trote, levou apenas a mim para uma sessão extra
    Senti a cabecinha encaixar na minha entrada. Gemi, mas não fiz muito barulho. Queria ouvir sua história.
    - Sabe a área em obra, Fabio? Nos fundos, onde você me flagrou com o Sequela? Pois bem. Aquela área está em obra há muitos anos. Isso porque, quando iam derrubar tudo, descobriram que aquele casarão velho foi um antigo local de armazenamento de escravos. O IPHAN entrou no assunto e aquele lugar ia virar um centro cultural em memória da escravidão. Mas no meio de tanta burocracia, acabou não saindo do papel ainda. Então, Galhardo me levou lá.
    Siqueira me beijou, parecendo ficar mais excitado a medida que suas lembranças o levavam de volta para aquele lugar.
    - Eles tem um grilhão antigo de madeira lá. Daqueles que prendem o prisioneiro na cabeça e nos pulsos. Igual o que vemos acoplado às guilhotinas. Pois então, eles me prenderam lá. Fecharam o grilhão, trancando minha cabeça e meus braços. Arriaram minha calça e começaram a me dar palmadas na bunda. Eles se divertiram com isso. E eu também, embora não admitisse. Porque comigo a coisa era um pouco diferente
    Senti seu pau entrar um pouco e soltei o ar. Siqueira mordeu meu queixo, apertando meu corpo mais forte junto ao dele. Era gostoso sentir seu peso e seu calor. Me ajudavam a relaxar diante do desafio de ser penetrado pela primeira vez.
    - Desculpe - e riu - Estou contando a história de forma errada. Fabio, desculpa, mas me permita voltar mais no tempo, na minha infância. Pode ser? Pra você entender bem o que ocorreu aquela noite, naquela área abandonada. Sabe, você conheceu meu pai. Um homem implacável, bastante rígido e educador. Eu fui um moleque travesso, sabia? Aprontei muito na infância e adolescência E apanhei muito por isso. Meu pai tinha uma palmatória, que dava na minha bunda sempre que eu aprontava.
    - Ele me levava para seu escritório, mandava eu arriar a calça e me batia. Ardia muito. Mas era a forma que ele sabia educar. Na verdade era uma tradição de família, pois seu irmão também era assim. Meu tio morava no mesmo bairro que nós. E também gostava de me bater. Mas ele era mais tradicional. Ele normalmente sentava, me colocava em seu colo, com a bunda pro alto, e me batia com a mão nua sempre que eu fazia merda.
    Siqueira chegou junto do meu ouvido e sussurrou.
    - E dele eu gostava. Eu cresci, passei a respeitar mais meu pai e evitar sua surra. Mas meu tio não. Eu continuava desafiando meu tio. Ele não entendia porque eu era tão levado com ele. 'não é possível' ele dizia, 'você deve gostar de apanhar, só pode' esbravejava. Numa noite, quando eu tinha quatorze anos, sujei todo o chão, derrubando um copo de suco. E ele veio me bater. Sentou no sofá e não precisou mandar. Eu já estava deitado em seu colo, de bruços, com a bunda a mostra. Ele me bateu. 'você tem que tomar vergonha nessa cara' falou transtornado. E enfiou um dedo na minha bunda. Acredito que nem ele sabe o que o levou a fazer àquilo. Mas o resultado foi instantâneo. Eu me senti arrepiar e ele percebeu. Não falou nada. Mas enfiou de novo. Dessa vez, mais devagar.
    O pau de Siqueira ia entrando, enquanto eu me deliciava com sua história. Entre uma pausa e outra, ele me beijava, me lambia o rosto.
    - Meu tio nunca conversou comigo sobre aquilo. Jamais teve coragem. Eu, tampouco. Mas me dedar... Ah sim, dedou muito. Eu cresci através de suas palmadas e suas dedadas. Era nosso segredinho. Nosso segredinho vergonhoso. O do meu tio, ficou encoberto até sua morte, numa parada cardíaca ano passado. Mas a minha, a minha não. Foi naquela mesma época, as vésperas de entrar para os Pracinhas, que meu pai me ensinou a dirigir. Aprendi rápido e me senti o máximo com isso, mas hoje não gosto mais tanto. Na época, eu quis exibir minha habilidade para uns amigos. Numa tarde, enquanto meu pai estava no trabalho, peguei a chave do carro escondido e fomos para a garagem. Peguei o carro dele e dirigi. Mas fiz besteira
    O pau entrou todo e eu estremeci. Siqueira o deixou lá dentro um tempo
    - Bati na primeira pilastra e o arranhei. Meu pai ficou uma fera quando descobriu, me levou para seu escritório, e como não achou a palmatória, mandou eu arriar a calça e me deitar em seu colo, como fazia meu tio. E me bateu muito. Mas o resultado não foi o que ele esperava. Ele sentiu quando meu pau endureceu. Me pôs em pé e ficou enojado quando o viu duro e meio úmido. Meu pai nunca mais me tocou depois daquele dia. E até hoje nossa relação é essa que você pôde ver no centenário dos Pracinhas.
    - Eu sinto muito - falei, comovido com sua história. Siqueira sorriu e começou a meter, devagar, cuidadoso. Eu gemi, me agarrando a ele
    - Não sinta. Ele é um idiota e você sabe disso. Mas voltando ao meu trote. Você pode ter imaginado o que aconteceu comigo quando os caras começaram a me bater na bunda, não é mesmo? Foi inevitável. Fiquei excitado. Galhardo viu meu pau duro e me zoou. Começou a me dedar. Eu, calado fiquei. Não por medo deles, mas por medo de mim. Galhardo ameaçou me comer se eu continuasse de pau duro. E cumpriu a promessa. Arriou a calça, encaixou atrás de mim e começou a penetrar. Ele não foi cuidadoso como eu estou sendo com você agora. Não. Ele meteu bem. Doeu, mas também foi muito bom
    Siqueira aumentava o ritmo, me fazendo balançar, arrastando na canga. Eu o abraçava e gemia, recebendo seus beijos.
    - Ele foi o primeiro homem que gozou dentro de mim. Mas não foi o único. Sequer foi o único àquela noite. Os outros também vieram. Um a um, como cães. Vinham, metiam, gozavam e saiam. Eu recebi todos. Chegou uma hora que meu corpo não suportou mais tanto gozo. O líquido começou a escorrer pelas minhas pernas. E era só alguém enfiar o pau, que parte do liquido era expelida pra fora. E eu gemi. Ah sim, Mendes. Gemi muito. Não podia mais controlar. Eram 16 o número de alunos no terceiro ano naquela noite. Aguentei todos. É certo que lá pelos últimos, já não tinha mais forças nem para gemer. Só fiquei lá, sendo usado por aqueles garotos. Quando terminaram, me tiraram do cárcere, me ajudaram a me vestir e me levaram de volta, como se nada demais tivesse acontecido. Embora tenham sim ficado preocupados, pois acreditaram terem ido longe demais. Bobos. O que eu queria era que tivessem ido além ainda. Embora eu nunca tenha admitido isso pra eles.
    Ele então segurou meu rosto, me olhando fundo nos olhos, as metidas estavam fortes. Sentia seu pau tocar fundo em mim, arrepiando até os cabelos da nuca. Tentava me segurar firme com as pernas em seu corpo, mas era em vão e meus pés ficaram balançando no ar, ao ritmo de suas estocadas.
    - Você me perguntou uma vez, Mendes, o que eu tive de fazer em meus tempos de calouro. Pois te digo. Fiz muita coisa. Galhardo foi meu superior imediato e toda a semana eu era chamado ao seu quarto para limpar
    Ele meteu mais e mais forte, me fazendo gemer auto. Sorte estarmos tão isolados. Não me segurei e dei vozes ao meu prazer, só sendo calado pela boca de Siqueira, que ora e outra me beijava e me tomava o resto de fôlego que me restava.
    - Ele me comprou um avental, o safado. E mandava eu usar ele. Apenas ele. Ficava nu, só de avental, limpando o seu quarto. Na maior parte do tempo, ele apenas queria me ver vestido assim. Outras vezes não. E era sempre quando eu menos esperava. Ele chegava, ficava por cima de mim, e metia. Forte. Forte como eu estou metendo agora. Forte até gozar ahhhh - e fincou fundo a pica em mim, sua voz foi ficando chorosa a medida que despejava o liquido dentro de meu corpo.
    - E quando... Ah... - estava sem folego, mas queria continuar a história - e quando eu me comportava bem... Ele me dava o que eu queria. Me botava de quatro na cama e me dava umas chineladas na bunda... Às vezes, me deitava em seu colo, como meu tio, e me batia ali... E eu gostava. Não me sentia humilhado. Eu queria aquilo. De fato. Verdade seja dita, eu nunca me sujeitei a superior nenhum, Mendes. Eu queria tudo aquilo. Sempre quis. É minha natureza
    E foi tirando a pica, me deixando aquele vazio que me enchia de alivio, mas também de uma gostosa saudade.
    Siqueira então caiu em cima de mim, apoiando a cabeça em meu peito. Eu o abracei. A brisa do mar, seu som, tudo estava perfeito. Estava em paz.
    - Quando você me desafiou na primeira noite, eu fiquei irritado. Fiquei mesmo. Mas pensando bem, acho que eu estava era ansioso. Cada vez que você me olhava, eu sentia aquele mesmo tremor que senti quando fui subjugado por Galhardo. Quando você me comeu, com tanta força, com tanta fúria. Eu fui aos céus. A tempos que não me sentia assim, Mendes. Muito mesmo e... Droga - parou de falar
    - O que foi?
    Ele começou a rir
    - Estou sem graça. Eu... Eu nunca contei essa história pra ninguém. Nunca. Morro de vergonha. Mas estou eu aqui, falando tudo pra você. E... Meu Deus
    E enfiou o rosto no meu peito, tentando se esconder de vergonha. Rindo como um garotinho. Eu o acariciei.
    - Fica calmo, major. Seu segredo está seguro
    Ele relaxou um pouco
    - Obrigado, soldado
    Relaxamos mais um pouco e depois nos arrumamos para voltar aos outros. Siqueira tinha cumprido sua promessa afinal. Minha primeira vez havia sido inesquecível em muitos aspectos. Só esperava um dia poder dar a ele o que ele me deu naquele fim de tarde.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 13 – ENTRE AMIGOS

    Acordei, e a primeira coisa que senti foi um dedo acariciar delicadamente a região entre minhas nádegas. Me virei, fazendo ele sair, e fiquei de barriga pra cima.
    - Você está parecendo um cachorro no cio - acusei, encarando ainda com sono. Siqueira já estava acordado, bem disposto e deitado ao meu lado, com a cabeça apoiada em seu braço, relaxado e parecendo admirar meu sono.
    - Você me julga muito mal, Fábio - e pegou em meu pau - você quem parece não saber a hora de dormir - e riu, aquele sorriso safado que aprendi a gostar.
    Me espreguicei na cama, ainda sem coragem de me levantar. Mesmo acordando cedo todas as manhãs para o início da rotina do Pracinhas, ainda gostava de me aproveitar dos feriados e fins de semana para dormir um pouco mais.
    - Cansado? - Ele perguntou.
    - Estou. Mas você vai me deixar dormir? - E o olhei com desconfiança.
    - Claro, Fábio. Quem seria eu pra atrapalhar? Relaxa vai, finge que eu não estou aqui - e passou a mão pelo meu corpo, descendo por entre as minhas pernas e massageando a entrada do meu ânus.
    Aquele maldito toque que parecia ligar algum dispositivo dentro de mim.
    - Assim fica difícil - informei, enquanto perdia o ar dos pulmões e me contorcia em seu toque.
    - Calma. Relaxa. - sussurrou - eu não estou aqui, lembra?
    Eu fechei os olhos, ignorando sua imagem. Mas ainda sentido a presença de seu calor. O dedo fazia maravilhas. Alisando com carinho a área ontem tão judiada pelo mesmo autor.
    Gemi baixinho, mordendo o lábio e me retorcendo na cama. Senti sua boca chegar em meu peito, alisando suavemente com a ponta da língua o mamilo. Deixei minhas mãos soltas e meu corpo aberto. Apenas desfrutando e fingindo, conforme sugerido, que ele não estava lá.
    Mas nosso momento foi interrompido pelo bater na porta. Siqueira puxou o lençol e nos cobriu a tempo de Soares entrar
    - Estão fazendo o que ainda na cama? Não fizeram barulho o bastante ontem à noite? Vamos, já comprei o café
    E saiu. Meu rosto corou. Engraçado, pois normalmente não tinha esses pudores. Mas me imaginar gemendo alto de noite, enquanto meus amigos podiam ouvir tudo, de repente, me encheu de constrangimento.
    Siqueira sorriu, conformado e me olhou.
    - É Mendes. Você me acha um tirano. Você agora vai conhecer Henrique em Verão Vermelho. Prepare-se - e se levantou.
    Era óbvio que Henrique adorava aquele lugar e por isso mesmo ele se mostrava um verdadeiro ditador quando ali estava. Isso por que o tempo era curto e ele queria aproveitar ao máximo. Tinha paixão e queria nos mostrar tudo o que tinha de bom. E provavelmente não aceitaria que saíssemos de lá sem amar Verão Vermelho também. Aquele dia foi de correria. Soares nos levou a vários lugares, praias ao redor, mercado local, ele mostrou seu restaurante favorito, sua sorveteria favorita, sua lagoa favorita. Tudo. De noite, fomos a praia próxima de casa lanchar em seu quiosque favorito. Estávamos relaxados como há muito tempo não nos permitíamos. Apesar do regime fechado de Soares, o dia foi gostoso.
    E ali, em paz, nos permitimos apreciar as coisas belas da vida. E mais uma vez me peguei admirando o quão bonito era Pedro e seu noivo, ali abraçados, olhando as estrelas. E não era só eles. Era tudo. A paisagem. Elias e Pinheiro ao longe, brincando de dar estrelinhas na areia. Dava para sentir a áurea especial daquele lugar e porque Soares gostava tanto dali.
    Estava ali, bebendo meu refrigerante e aproveitando a brisa. Siqueira sentou do meu lado com sua cerveja e comentou, olhando para Soares e Pedro.
    - Aqueles dois ali. Se me contasse há uns dois anos atrás, jamais imaginaria. Lembro quando Henrique veio pela primeira vez contar que estava apaixonado. - E deu um gole
    Eu escutei.
    - Ele estava nervoso. Pois não conseguia acreditar que estava gostando de outro homem - e riu, saudoso - e o pior, eu também não quis acreditar. Estranho sabe, pois já havíamos transado, já havíamos transado com outros caras. Mas... Mas daí a ter sentimentos, parecia absurdo
    - Demorei muito a aceitar. E acho até que fui idiota com ele algumas vezes por conta disso. Porra, meu amigo veio abrir o coração e eu fazendo piada como se ele estivesse só gamando. Como se fosse uma coisa boba.
    Eu pus a mão em seu ombro.
    - Relaxa. Todos nós fomos preconceituosos, vez ou outra. Eu mesmo te achava um babaca semanas atrás. - Comentei, alfinetando.
    - É mesmo. Então te conto uma novidade, garotinho. Ainda sou o mesmo babaca. Só que agora estou te comendo - zombou.
    - Talvez eu tenha mudado de opinião muito depressa - e rimos juntos.
    - A verdade é que o Pracinhas oferece pra gente um ambiente neutro - comentei enfim - ali, podemos viver basicamente qualquer tipo de experiência sob outras desculpas. Não por que queremos, mas porque temos de fazer
    - Verdade - ele riu - tipo 'vou chupar o pau desse cara, só por que estão me obrigando' ou 'vou enrabar esse garoto, mas por que estou afim de zoar com a cara dele'
    Ri com ele.
    Ele então me olhou de cima a baixo e pensou
    - Engraçado que você parece bem resolvido com isso. Sempre pareceu, na verdade. Digo, no começo achava que você não curtia essas coisas, mas pelo que parece, você só não curtia estar submisso a mim
    - Basicamente era assim - concordei. - Mas revi alguns conceitos. Meu pai me fez ver que eu estava perdendo muito sendo tão intransigente
    - Difícil imaginar um pai assim - confessou.
    - Eu também acho difícil imaginar um como o seu
    Olhamos um para o outro sem falar nada por um tempo. Até que ele virou o rosto, visivelmente encabulado.
    - Isso está ficando muito piegas, Mendes - alertou, bebendo um gole da cerveja e dando um meio sorriso.
    - Ou você quem não consegue falar de sentimentos sem ficar vermelho, major? - rebati
    E ele estava mesmo vermelho, nem me olhar nos olhos conseguiu mais.
    - Não consigo ser tão aberto quanto você
    - Não é culpa sua. Nem minha na verdade. Eu culpo meus pais e o seu pai - e ri.
    - O que vocês dois estão cochichando aí? - levei um susto ao ouvir a voz do Soares. Ele e Pedro estavam agora virados para nós.
    - Nada demais - comentei, me recompondo - apenas estávamos comentando como vocês formam um casal bonito
    Soares ficou surpreso e um pouco vermelho também. Acho que era a primeira vez que o via assim, sem graça com alguma coisa. Era diferente ver cada um deles ali, ao natural, sem as amarras da hierarquia do colégio.
    - Acho que fico mais 'fofo' aqui sim - ele concordou por fim, com um meio sorriso. - Aqui, na verdade, foi onde eu e Pedro começamos a nos envolver
    Pedro sorriu daquele jeito encabulado.
    - Verdade. - Lembrei - Nunca perguntei como vocês começaram a namorar
    - Quer contar, amor? - Soares sugeriu e Pedro se encolheu.
    - Ah, qual é, Pedro. Estou te pedindo - encorajei.
    - Conta, conta, conta - fizemos um coro. Até Pinheiro e Elias entraram e eles nem sabiam do que estava sendo falado.
    - Assim... - Começou, rindo daquele jeito dele - na verdade eu e o Henrique já éramos conhecidos de bairro. Eu estudava no mesmo colégio do irmão mais novo dele. Não éramos bem amigos, mais colegas
    Soares escutava, olhando o noivo com carinho
    - Minha irmã mais velha era apaixonada pelo Henrique. E insistiu que eu deveria ser amigo do irmão dele, pois assim eu poderia ir pra casa dele, conhecer ele e talvez aproximar os dois.
    Pedro riu, sem jeito. Mas respirou fundo e continuou.
    - Eu já tinha uma queda pelo Henrique naquele período também. Só não falei. Eu ia pra casa dele, estudar com o irmão. Antes de ele vir para o Pracinhas, ele malhava muito numa academia improvisada nos fundos da casa. Ficava só de short. E eu admirava
    Soares sorriu, e vi seu peito estufar de orgulho e vaidade. Gostando de ouvir dele aquelas coisas.
    - Acabei ficando amigo do irmão dele mesmo, sabe? E acho que o Henrique percebeu que eu gostava dele.
    - Amor, desculpa, mas não tinha como não perceber - brincou, alisando sua cabeça - você dava muito na pinta
    Todos rimos.
    Pedro tampou o rosto e o noivo continuou por ele.
    - Assim, na época eu nem sonhava em ficar com outro cara. Mas aí, entrei para o Pracinhas. Participei dos trotes, comecei a ver que dá pra sentir prazer com outros caras e... Bem... Comecei a olhar esse neguinho aqui com outros olhos. Até o momento, sem sentimentos, só putaria mesmo. Sem ofensas, amor
    - Tudo bem - Pedro riu - eu sei que era só um pedaço de carne pra você. Bem... Acontece que Soares era malvado comigo. Ficava me atiçando, sem ir além. - E olhou de rabo de olho pro noivo - uma vez, ele me chamou pra ver ele mijar, acredita?
    - E você? - Eu perguntei.
    - Eu... ora... eu fui... - Sua voz ficou baixinha. - Ele ficou falando comigo balançando aquele... Pau. E eu ficava lá, babando igual um idiota
    - Eh, eu fiz isso mesmo - Soares ria travesso, olhar perdido, vasculhando o passado com um pouco de saudade - lembra quando eu disse que tinha me assado, e fiz você passar pomada na minha virilha? - Ele riu
    - Você era um idiota naquela época - Pedro atacou, indignado, mas sorrindo. Demonstrando que já havia passado por cima daquela fase.
    - Ainda sou. A diferença é que agora sou seu idiota - e mostrou a aliança no dedo.
    Pinheiro comprou mais uma rodada de bebidas e continuamos a nos entreter com a história.
    Pedro bebeu um gole e continuou.
    - Mas minha irmã, coitada. Tentava - Pedro mudou o foco - ela ia sempre me buscar lá na casa dele. Ligava com pretexto de saber de mim, mas na tentativa que ele atendesse e ela pudesse falar com ele um pouco
    - Flavinha era legal, sabe. Mas nunca senti atração. - Soares assumiu
    - E quando foi que você parou de torturar nosso amigo e foi pros finalmente? - Elias questionou.
    Soares, nesse instante, deu um gole na cerveja e olhou travesso para Pedro.
    - Olha. Verdade verdadeira, não fui bem eu quem deu o primeiro passo não. Né amor?
    Pedro olhava para o além, rindo como criança.
    - Vamos lá, conta pros seus amiguinhos o safadinho que você é - atiçou - conta o que você fez comigo aqui mesmo, em Verão Vermelho.
    - Pedro? Duvido - pus minha mão no fogo.
    - A verdade... - Pedro começou olhando os próprios pés - é que eu... Bem...
    Mas eu interrompi, tacando areia nele.
    - Seu safado, promíscuo! E eu aqui te defendendo - fingi indignação.
    Ele riu e logo começamos uma rápida guerrinha de areia. Que não durou muito, pois todos queriam ouvir o desenrolar da história.
    - Vamos lá. Onde estava? Ah sim... Passamos uma temporada aqui. Eu, Henrique, seu irmão mais novo e mais uma prima deles - ele parou de rir e continuou - e aí, nós dormimos no quarto em que o Elias e o Pinheiro ficaram. Nós quatro. Então... A cama ficou com a prima e nós três ficamos no chão. Eu dormi no meio... E de noite, bem... Eu posso ter esbarrado sem querer nele
    - Safadinho - Elias julgou, balançando a cabeça negativamente e de forma sonsa.
    - Eh, Pascoal. Acordei no meio da madrugada com uma mãozinha massageando meu pau - contou cheio de malícia - eu fingi que dormia. Fiquei curioso, sabe? Ver onde ele chegaria
    Tadinho do Pedro, estava querendo cavar um buraco e se esconder. Mas minha pena não era tanta a ponto de querer parar a história, que estava muito engraçada.
    - Foi só uma pegadinha - tentou se defender
    - Foi... - Soares lembrou, saudoso - foi gostosa. Quando puxou meu short com a ponta dos dedos e pegou por dentro então...
    - É, mas você estava fingindo que estava dormindo - Pedro o acusou
    - Opa, opa, opa. Não vem querer desconversar não. Eu sou a vítima aqui - Soares rebateu.
    Ri bastante com aqueles dois.
    - Agora continua, Pedro - convoquei - já era. Já sabemos o depravado que você é
    - Naquela altura, fiquei com vergonha e me virei - falou por fim. Soares o encarou, esperando ele concluir. - Está bem - desistiu - E rocei um pouquinho - admitiu
    - Roçou sim - Soares sorriu - e eu deixei. Já estava de pica durona. Aí pensei 'por que não?' Foi minha hora de passar a mão nessa bundinha, por dentro da bermuda dele. Aproveitei que ele não se mexia, e arriei o short dele. Não podíamos fazer barulho. Então pus meu pau pra fora e peguei a mão do Pedro e pus no meu pau, deixe ali, pra ele sentir.
    - Depois foi a hora de brincar pra valer - Soares olhou com cumplicidade pro noivo - dei aquela encaixadinha. E comecei a meter nele pela primeira vez
    - Mas como? - Elias ficou espantado - todo mundo no quarto?
    - Fomos silenciosos - Pedro se defendeu.
    - Eh. Ninguém reparou. Uma rapidinha gostosa. Caladinhos, na surdina. No dia seguinte fizemos um sexo mais qualitativo. Pra lá - e apontou - tem umas dunas de areia naquela direção. Gabriel e Gustavo sabem onde é. Área reservadíssima, lugar lindo. Levei Pedro pra lá no dia seguinte e fizemos direito. Como manda o figurino
    Nesse momento, ao reconhecer a direção apontada, olhei furtivamente para Siqueira, que bebia sua cerveja olhando para cima com cara de paisagem.
    - Foi assim. De lá, começamos a sair mais. Sem compromisso. Quando vi, Estávamos juntos - Soares concluiu.
    - Adorei a história - comentei
    - O quiosque está fechando - Elias alertou por fim.
    - Está tarde, vamos pra casa? - Siqueira sugeriu - minhas pernas estão doendo de tanto que esse tarado nos fez andar hoje - e apontou para Soares, que riu satisfeito.
    - Não fala isso, que você gosta do meu tour, Gabriel. Mas vamos sim. Vamos voltar logo pro Rio amanhã de noite, para evitar trânsito. Então foi bom ter aproveitado esse tempo curtinho. Amanhã fazemos mais uns programas
    Ao ouvir sobre a iminência de ir, não pude deixar de sentir uma saudade antecipada do lugar. Mas era melhor assim. Se deixássemos para ir domingo, provavelmente pegaríamos muito trânsito
    - Vão indo então - Pinheiro mandou. - Vamos ficar aqui mais um pouco - e ele e Elias ficaram pra trás.
    - Vão fazer o que? - Pedro perguntou
    - Acho que gostaram da ideia das dunas - brinquei e logo depois os vi pegar areia no chão - corre! - E disparamos, fugindo da chuva de areia que nos era atirada.
    Chegamos rindo em casa, como os adolescentes que éramos. Era engraçado como sentia falta disso. De falar besteira, de agir de forma infantil. O Pracinhas nos exigia uma postura precoce, que amadurecêssemos rápido, sempre falando de responsabilidades, dever e tudo o mais. Aprendizados valiosos, sem dúvidas. Mas era bom ser um garoto de novo. Apenas para variar.
    Tomamos banho aos poucos e fomos deitar. Estava cansado. Chegando em nosso quarto, somente naquele momento percebi que nosso quarto tinha apenas uma cama de solteiro, a qual eu e Siqueira nos esprememos na noite anterior para dormir. E que além disso, havia um colchonete atrás do armário que poderia ter sido utilizado para remediar tal situação. Mas ao fim, não o sugeri e Siqueira tão pouco.
    Deitei e Siqueira se achegou ao meu lado. Me olhou desconfiado e perguntou.
    - Por que está me olhando assim, Mendes?
    - Nada. Só vendo se terei treinamento hoje
    Ele bocejou.
    - Hoje não, soldado. Mas não se preocupe, quando voltarmos ao colégio, tenho uma rotina de treinos prontinha pra fazer - e deitou de lado, virado pra mim, e fechou os olhos.
    - E eu posso perguntar hoje para o que estou treinando? - Tentei
    Ele apenas sorriu e de olhos fechados mesmo, ergueu o dedo em negativa.
    - Ok - me conformei. Então resolvi fazer uma última pergunta, só pra alfinetar - então voltamos à estaca inicial. Em que fazemos o que fazemos por ser nosso dever?
    Siqueira sorriu de novo.
    - Mendes, Mendes. Não se engane, meu garoto. Adoro comer sua bundinha. E ainda vou fazer muito disso, não precisa ficar ansioso. Só que eu gosto de mandar também. Não chame de desculpa, chame de... Apimentar o que já temos
    Pensei a respeito e concordei. Me virei então, de costas pra ele, não para o ignorar, mas porque preferia àquela posição. Mas fui surpreendido pela sua próxima ação. Siqueira passou o braço por cima de mim e me puxou para perto de si. Seu abraço era quente, confortável. Não estava preparado e por isso levei um susto. Mas gostei. Relaxei e dormi.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 15 – A NOITE DOS CORDEIROS E DOS LOBOS (PARTE II)

    Era a primeira vez que entrava naquele lugar. Velho, mal iluminado, abandonado. Dava para sentir a aura histórica onde, séculos atrás, centenas de escravos eram mantidos ali. E era incrível como algo cuja realidade tão vil e desumana pode, com a dosagem de ficção correta, se tornar uma experiência excitante. Pelo menos, para algumas pessoas. E lá estava. O grilhão que me foi contado. Da maneira como Siqueira descreveu.
    Desarmado e bem seguro pelos braços por Valente e Albuquerque, Siqueira foi trazido ao centro do salão.
    - Você me pegou, Mendes - falou, marrento - agora para com a palhaçada e me mata logo. Quero ver se vocês três vão dar conta de todos os lobos
    - Para um prisioneiro, você tem uma língua bem grande, general - comentei, me divertindo - Mas não. Você não vai morrer agora. O senhor é um prisioneiro muito valioso para ser desperdiçado assim e... - pensei - embora, isso não quer dizer que não possamos nos divertir com o senhor enquanto isso, não é mesmo? - e sorri maldoso.
    Siqueira arregalou os olhos.
    - Rapazes, arranquem as roupas dele. E não precisam ser gentis. Não vamos precisar delas
    Levados pelo calor da atuação, os dois pegaram a camisa de Siqueira e a rasgaram aos puxões. O som do tecido rompendo foi delicioso. Depois, o jogaram no chão e lhe tomaram as calças, e por último, puxaram a cueca. Siqueira tentou impedir, agarrando o último, o que só serviu para compor o harmonioso som quando o aquela peça também foi rasgada.
    Nu, o general se levantou, respiração pesada, um pouco suado pelo breve exercício.
    - Prendam ele - e indiquei o grilhão. Ele foi levado, posto nu de joelhos e seu pescoço foi preso em conjunto com seus punhos. Prendi o fecho, trancando com um pedaço de madeira.
    Valente e Albuquerque trocavam olhares sedentos. Dava para sentir o tesão neles. A animação, ansiosos para meus próximos comandos. Como crianças que acabaram de ganhar um brinquedo novo, mas ainda aguardavam a autorização para abrir a embalagem.
    Cheguei perto do general e alisei aquela bunda carnuda.
    - Quando seus homens iam trazer o camarada Valente para cá, o que o senhor tinha em mente, General? - E apertei a carne musculosa - ia torturar meu subordinado? Assim? - e desci a mão com velocidade, batendo forte em uma nádega e fazendo ele gritar de susto.
    Eu então peguei sua cueca reduzida a trapos e enfiei na boca.
    - Foi mal, general. Mas você vai acabar estragando a brincadeira se conseguir alertar outros lobos
    Então, cheguei bem perto de seu ouvido e sussurrei:
    - Isso lhe traz lembranças, Siqueira? Espero que sim
    Senti ele respirar mais forte, reagindo a minha voz
    Voltei para trás dele e alisei a área atingida. Dei mais um tapa, fazendo seu corpo tremer. E massageei depois, até ele relaxar novamente. Repeti a sequência de golpes e carícias umas cinco vezes, ouvindo ele gemer, abafado pelo trapo na boca. Me abaixei, colocando meu corpo entre meu prisioneiro e meus homens, e passei a mão em seu pau. Estava duro. Gostei do que senti. Mas não queria que meus homens vissem isso. Afinal, queria fingir para eles que o prazer de Siqueira não era minha preocupação. Seria nosso segredinho. Meu e dele.
    Levantei e me voltei para eles.
    - Albuquerque, quer fazer as honras?
    Convidei e meu colega chegou animado. Bateu forte. Mais forte que eu. Até fiz uma careta com o som.
    - Ui - senti em mim aquele tapa.
    Albuquerque levou a mão a cabeça, sorrindo meio arrependido.
    - Acho que exagerei - penalizou-se
    Eu dei uma olhadinha pra baixo e vi que o pau dele continuava bem duro. Dei a volta e vi seu rosto, vermelho, olhando pra mim com aquela fome que eu conhecia muito bem.
    - Fique calmo, nosso general é um homem forte. Não serão uns tapinhas que o irão abater.
    - Mas e se ele quiser se vingar de mim amanhã? - Perguntou, preocupado.
    - Mais um motivo para fazer valer a pena hoje - argumentei, ouvindo Siqueira gritar algo que não entendi, abafado pela mordaça. Eu o ignorei. - Ele já vai lhe castigar de qualquer forma. Então, aproveite
    Albuquerque, ainda receoso, mas muito ansioso, bateu mais. Mais comedido, mas ainda assim forte. Fiquei admirando o rosto de Siqueira se contorcer a cada tapa, a bunda contrair, cada vez mais vermelha. O pau não baixava nem por um decreto.
    Depois de Albuquerque, Valente se fez naquela bunda musculosa. Eu já estava me preparando pra voltar quando ouço o som de passos lá fora.
    Corremos e nos posicionamos na entrada, escondidos. Siqueira tentou gritar para avisar, em vão. A mordaça e a pouca luminosidade do lugar nos seria favorável para manter a arapuca.
    - Opa, vejo que não fomos os primeiros - era a voz de Pinheiro. - Caraca, olha lá. Peladão no grilhão. Quem será?
    - Fortão assim, deve ser o Mendes - outro veterano falou, era Castro. Um cara bonito do terceiro ano, com o qual tinha pouco contato, mas me chamava muita atenção já tinha um tempo. Cara e corpo de modelo. Gostei ao ver que havia chegado aqui - maravilha. Doido pra enrabar aquele moleque marrento
    Eles entraram. Três alunos, trazendo mais três calouros. Entraram e foram logo rendidos, cada um dos meus homens para cada um deles.
    Foram desarmados e levados para o canto. Atordoados demais para entender o que estava acontecendo.
    - É Castro - comentei - ainda não vai ser hoje
    Castro me olhava com os olhos arregalados. De joelhos ao lado dos colegas. Um eu não lembrava o nome, já Pinheiro, conhecia bem demais. Dos três, apenas Pinheiro parecia estar gostando. Olhava impressionado ao redor.
    - O que aconteceu aqui? - Perguntou, sem acreditar
    Elias chegou e me deu um tapa do ombro. Ele era um dos prisioneiro que chegaram com a turma de Pinheiro.
    - Cara, tu sempre surpreende, não é mesmo? - me parabenizou.
    - Que nada. Só levo jeito pra essa brincadeira. E aí, teve uma noite difícil, né companheiro? Que tal dar uns tapas na bunda do Siqueira ali? Ajuda a relaxar
    - É o Siqueira? - Os alunos do terceiro ano perguntaram, incrédulos
    - Caraca - Elias ficou chocado e foi lá averiguar. Não resistiu e deu também uns bons tapas na bunda do major.
    - Quem manda ser malvado com os recrutas, Siqueira? Ninguém quer pegar leve com você. - Brinquei.
    Foi quando chegaram Soares com mais um veterano, trazendo mais um prisioneiro. Logo foram rendidos. Era fácil demais, pois nenhum deles esperava essa reviravolta. Caiam como ratos na armadilha. Mas não era por isso que íamos relaxar.
    Aproveitei que o nosso número havia aumentando e distribui minhas forças. Eu deixava sempre dois olhando a saída, para não sermos pegos desprevenidos, e dois com a arma em riste cuidando dos demais prisioneiros, para desmotivar qualquer motim. Tinha de tomar cuidado a partir dali, pois não queria que tudo ruísse como um castelo de cartas.
    Os calouros iam revezando nas palmadas no general. Eu, naquele momento, estava contente apenas em ouvir os estalos das mãos na bunda e os subsequentes ganidos de meu superior direto.
    Fui até Siqueira novamente, bunda bem vermelha, mas sem hematomas. O pessoal soube dosar bem as palmadas. Afinal, a regra era não machucar. Peguei na bunda de Siqueira e fui introduzindo o dedo. Buraco quentinho, piscando. Levei o dedo ao rosto e cheirei.
    - Limpinho, sorte nossa - comentei e meus colegas riram. Até Pinheiro gargalhou, mas logo se calou. A verdade é que dava para ver que os alunos do terceiro ano estavam gostando de ver Siqueira naquele estado. Era como uma pequena vingança pessoal pra cada um deles também. Já que Siqueira era do tipo linha dura, até mesmo com seus iguais.
    Passei mais uma vez a mão no pau dele e gostei do que encontrei. Não estava só duro, estava babando. Salivei. E com essa boca sedenta, devorei aquele ânus na frente de todos. Chupando-o todo e arrancando os gemidos chorosos de meu prisioneiro, enquanto minha língua vasculhava o interior do seu corpo. A plateia olhava atenta. Enchi aquele cu de saliva, cuspindo bastante em seu interior.
    - Talvez você já tenha sofrido demais, general - e parei e olhei para os demais prisioneiros. Uma ideia me ocorreu - talvez não
    Caminhei até eles e mandei se levantarem.
    - Tirem as roupas - mandei, e eles obedeceram. Mas mantiveram as cuecas.
    - Pelo que parece, não sou apenas eu quem não sei como me despir, não é mesmo? Tirem tudo - completei.
    E tiraram. Pinheiro tinha aquele sorriso safado. E Castro me olhava com fogo. Era o mesmo fogo que Siqueira tinha em mim no começo de nossa relação. Algo que eu julgava na época como sendo raiva, mas não. Era desejo.
    Olhei para Pinheiro, de longe o maior pau dali. Erguido, ereto, orgulhoso
    - Vejo que tinha armas escondidas ainda, major - avaliei e todos riram - venha. Essa vai me ser útil
    O levei até Siqueira.
    - Quero que o foda sem piedade - mandei. Ele salivou e foi indo sem questionar, mas então eu o segurei pela nuca - e faça direito. - completei - Caso contrário, tomará o lugar dele
    Os olhos dele brilharam e ele sorriu ainda mais.
    - Sim, senhor - falou por fim e se voltou para o amigo.
    - Foi mal, general. Mas é o senhor ou eu - e meteu sem dó. Siqueira deu um ganido, abafado pela mordaça. Pinheiro meteu e meteu, aquele corpo musculoso empenhado em fazer Siqueira gemer. Eu fiquei na frente deles, vendo a carinha de Siqueira enquanto era deflorado. Pinheiro olhou pra mim, cúmplice, sorrindo. Ele também devia conhecer aquele lado hard de Siqueira, já que eram tão amigos. Ele podia não saber da história que eu sabia, mas com certeza tinha conhecimento que Siqueira, quando fodido, gostava de ser fodido com força.
    Pinheiro gozou logo, levado pela pressão. Chamei outro. Castro chegou e olhou pra mim, ainda com incerteza
    - Fique à vontade para pensar em mim enquanto fode. Isso não muda o fato de que vocês estão em minhas mãos - falei simplesmente. Ele sorriu e começou a meter também.
    Albuquerque chegou ao meu lado, humilde e perguntou.
    - Capitão, assim... E nós? Vamos só olhar?
    Olhei seus olhos claros e sorri. Era bonitinho ele estar tão leal a mim. Mas sua pergunta me deixava em uma situação delicada. Minha estratégia consistia em tornar aquilo uma experiência boa para todos os envolvidos. Vítimas ou algozes. Afinal, não podia esquecer que aquela noite era apenas uma revanche temporária no embate de forças em nosso colégio. Amanhã, voltaríamos todos as nossas posições. E qualquer sentimento de vingança que surgisse ali poderia complicar a vida dos calouros nos próximos dias e meses. Em especial, a minha.
    Por outro lado, que espécie de comandante eu seria se não aceitasse assumir certos riscos? E tinha de admitir, a vontade de levar aquilo até onde eu pudesse me era muito tentadora. Então olhei para os prisioneiros e fiz cara de pena
    - Senhores, eu sinto muito. A princípio, somente seu general seria violado. Mas vocês compreendem que meus homens lutaram muito e merecem os espólios.
    Eles ficaram tensos, então me voltei aos meus homens.
    - Mas não baixemos nossas guardas. Podem aproveitar, no máximo, dois de cada vez. Se organizem. Quero dois homens sempre tomando conta da entrada e pelo menos um com as armas a postos contra os prisioneiros e prontos para reagir caso necessário.
    - Sim, senhor! - Um uníssono.
    Então peguei Albuquerque pelo braço e falei ao seu ouvido.
    - Escute bem soldado, pois essa sua missão é de vital importância. Quero que foda direito. Quero que dê o seu melhor, que o cara que você escolher goste de ser fodido. Não é hora de vingança. Pelo contrário, é hora de conquistar eles. Quero que vocês façam eles sentirem prazer em serem calouros novamente. Passe adiante.
    E sorri pra ele, e falei em tom normal, para todos ouvirem.
    - Vai lá, garoto. Dê seu melhor
    Albuquerque sorriu em cumplicidade e acenou positivamente com a cabeça.
    - Sim, senhor - e foi escolher o seu.
    Castro, coitado, mal terminou de gozar e já foi levado por Albuquerque, que parecia um cachorro no cio.
    Meu soldado o levou para a parede e o mandou apoiar as mãos e empinar bem a bunda para receber o seu castigo.
    Castro ficou tenso, mas Albuquerque seguiu direitinho meus comandos. Chegou perto, beijou sua nuca e falou:
    - Relaxa, major. Nós aqui só maltratamos o general. Vocês serão tratados com dignidade
    E abriu sua calça e a arriou, voltando e alisando a mão por suas pernas de baixo para cima, até acariciar a bundinha bonita e empinada de Castro. Mesmo de longe, deu para ver que o Major se arrepiou todo. Fechou os olhos e segurou o suspiro, enquanto Albuquerque descia e lambia carinhosamente sua bunda. Depois foi beijando com carinho as nádegas. Castro tentava manter a compostura, olhando fixamente para a parede e fingindo não gostar. Então, abrindo bem a bunda de seu prisioneiro, começou a lamber o orifício de forma eficiente. Os veteranos acompanhavam a cena, excitados.
    'Isso, garoto' parabenizei em pensamento. Fiquei tomando conta da saída. Por sorte, nenhum outro veterano apareceu para nos atrapalhar.
    Albuquerque subiu novamente, pegou o major Castro pela nuca e lambeu sua orelha, enquanto encaixava delicadamente e começava a penetração.
    - Muito bem, soldado - parabenizei. - Mostre a nosso convidado que aqui, tratamos bem nossos prisioneiros.
    Foi a vez de Elias se juntar.
    Olhou para Pinheiro, sorrindo travesso.
    - É major, dessa vez vai ser na frente de todo mundo - avisou.
    Pinheiro, porém, apenas riu. Estava relaxado, levando tudo na farra. Marrento e cheio de atitude, chegou, botou a mão na parede e empinou aquela bunda gostosa. Gemeu muito na pica o Elias, sem pudores.
    Castro também, embora se contivesse, dava para ouvir seus gemidos mais tímidos.
    Só quem não gemia mais era Siqueira. Botei Valente em meu lugar de guarda na porta e fui lá. Tirei o trapo da sua boca para averiguar. Dava para ver que estava exausto. Apenas respirava mais forte, enquanto era comido por outro de seus antigos companheiros. Como um animal abatido, me olhou, cansado. Mas seus olhos tinham um brilho diferente de tudo o que eu já vira antes. E ao contrário do resto do seu corpo, emanavam uma vida, um fogo. Sorri satisfeito. Meu intenso havia sido alcançado. Abaixei e passei a mão em seu pau, que naquele momento pingava no chão. O veterano saiu dele e voltou para o grupo. Então, falei baixinho para Siqueira, sorrindo em cumplicidade.
    - Vai pedir com jeitinho para eu parar? - perguntei baixinho e ele sorriu.
    - Nem fodendo, Mendes - sussurrou
    - Essa é a ideia, general - e levantei e dei mais um tapa na bunda dele - próximo! - chamei e veio Soares.
    - Cara, vou ter de trazer o Pedro aqui um dia - comentou só pra eu ouvir
    - É provável que ele adore - concordei e continuei organizando. Vendo a orquestra libertina tocar seus maiores sucessos naquele lugar. O cheiro, os sons, as imagens. Todas remetiam ao prazer e eu fiquei satisfeito apenas em contemplar a arte e saber que eu era o artista quem assinava.
    Todos os lobos coitaram seu macho alpha e foram, um a um, coitados pelos cordeiros. A revolução estava feita. Podíamos ainda, numa reviravolta, perder aquela guerra, mas entraríamos para a História.
    Meus cordeiros também se satisfizeram com Siqueira. Que já não lutava, nem gritava mais.
    Aos poucos, os ânimos foram contidos e a coisa foi amornando.
    Ao fim, coloquei os do terceiro ano em fila, de joelhos e nus. Siqueira continuou agrilhoado. Parei com minha tropa diante deles, antes de discursar:
    - Senhores, foi uma honra lutar contra vocês. Vocês foram adversários dignos, do começo ao fim. Mas a noite ainda é longa e temos muito trabalho a fazer.
    E, juntos, disparamos contra seus peitos.
    Eles riram, cansados, mas conformados.
    - Podem usar nossas roupas para voltarem. Vamos precisar das dos senhores - informei.
    Eles foram pegando a calça que melhor os servia e foram saindo, se despedindo educadamente. Ao fim, parece que todos se divertiram e estavam levanto bem na esportiva a derrota que sofreram. Fiquei mais tranquilo.
    Pinheiro, mais ousado, pegou a calça, mas não a vestiu de imediato. Andou pelado em minha direção e sorriu, rosto com rosto.
    - Bom trabalho, Mendes. Mas isso vai ter volta - ameaçou e eu fiquei excitado com seu tom.
    - Estou ansioso por isso - respondi com sinceridade. Pinheiro me beijou, cheio de desejo, então se virou para Elias e apontou.
    - Já você. Só te lembro que amanhã volta a ser meu subordinado.
    Elias riu e respondeu cheio de atitude.
    - Amanhã conversamos, major. Pode ser que ao fim o senhor prefira ficar por baixo
    Pinheiro saiu, pelado mesmo, com a calça na mão.
    Me voltei para meus homens.
    - Senhores. Essa é sem dúvidas uma vitória histórica. E eu não poderia estar mais orgulhoso. Porém, ainda não estou satisfeito. Quero mais. Quero tudo. Agora, escutem todos. Não vamos apenas vencer essa batalha. Vamos vencer toda a guerra. Vamos sair agora por essa porta, e vamos salvar todos os cordeiros que pudermos. Vamos matar, cada lobo que ainda se atreva a caçar por essas matas. E eu juro por Deus, que se amanhã de manhã eu ouvir um único uivo de um lobo vivo. Vocês, senhores, se verão comigo. Fui suficientemente claro?
    - Sim, senhor! - Gritaram juntos
    - Então, vão! - Comandei e eles rapidamente se organizaram e saíram. Pegaram as roupas dos antigos prisioneiro e saíram à paisana, para espalhar o caos. Para concluir a revolução.
    Antes de ir com eles, caminhei até Siqueira, caído em seu cárcere, apenas respirando. Sentei diante dele. Eu também estava exausto. Meu pescoço e meus ombros doíam e só então eu tive a noção de quão tenso estava durante todo o processo. De quão empenhado em fazer tudo correr perfeito. Pra mim, para todos. Mas, sem dúvidas, para ele. Peguei seu rosto, fazendo-o me encarar.
    - Então, esse era seu plano, afinal. Pra isso todo aquele treinamento? Pra poder me colocar aí e me enrabar junto de seus amigos? Vejo que tem muitos ali que sonham em me comer. Vão ter de fazer melhor que isso - e ri - mas tenho que agradecer sua preocupação comigo, major. Em ter o cuidado de garantir que eu estivesse preparado para tamanho desafio. Deixou minha bunda experiente, flexível, imaginando quantos paus ela teria de aguentar. Obrigado. Mas o senhor cometeu um grave erro
    Eu o olhei nos olhos e ele sustentou.
    - Mais uma vez, o senhor me subestimou. E esqueceu o que eu sou. Eu já lhe disse, major. Sou como um animal. Se sou encurralado, eu ataco. E você me desafiou naquela mata hoje. Me olhou nos olhos e me intimidou. Mas acho que a culpa foi minha também. Tenho estado tão dócil com o senhor nos últimos dias, tão obediente, que acabei fazendo você esquecer com quem estava lidando
    Eu sorri, e então um pensamento me acometeu.
    - Ah menos... Que o senhor já imaginasse que eu faria isso. Talvez tenha me usado para reviver sua fantasia. Então eu fui um peão o tempo todo em seu grande plano
    Siqueira começou a rir, cansado.
    - Sabe, Mendes. - Começou, devagar - eu gosto de estar por cima, não nego. Seria ótimo para minha dignidade se eu tivesse realmente planejado tudo isso. Mas não é verdade. Eu não queria estar aqui. Queria que você estivesse. Queria ver você gemendo na rola de todos os oficiais do terceiro ano. Mas o tiro saiu pela culatra e eu perdi. Meus parabéns, Mendes. Você me ganhou. De novo
    Satisfeito, eu levantei e destranquei. O ajudei a se erguer e o levei ao centro do salão.
    - Fico feliz que esteja levando bem, major. Pois nós dois sabemos que a história não será gentil com o senhor - e o pus de joelhos e parei diante dele. - o senhor foi o primeiro, e talvez será o único general dos lobos que perdeu uma luta contra os cordeiros - e apontei a arma pra ele. - Últimas palavras?
    Ele ergueu o rosto e sorriu. Exausto, mas satisfeito.
    - Obrigado, Mendes
    Eu então disparei.
    ...
    O dia raiou belíssimo na manhã seguinte. O azul fazia seu espetáculo no céu, enquanto o vermelho na terra. Os alunos do terceiro ano, rendidos no chão. Todos ali, o que me deixou muito satisfeito. Alguns cordeiros também, mas eles estavam tão felizes quanto os sobreviventes. Ao final, nos unimos e demos o nosso grito de guerra. O uivo dos lobos iniciou àquele evento, mas o berro dos cordeiros o encerrou.
     

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 17 – CONVERSA ÍNTIMA

    Passar o início de minhas férias de meio de ano com Vitor, do ponto de vista do entretenimento, era infinitamente melhor. Fomos ao cinema, comemos besteira, assistimos filmes e séries, fomos a praia. Vitor antecipou uma semana de suas férias só para ficar comigo e eu me senti um garoto mimado e feliz.
    E como prometido, ainda me contou sobre a história de meus pais.
    - Fábio, você sabe que sua mãe é uma mulher brava. Mas creio que não tem ideia de quanto
    E me mostrou um jornal antigo, que ele tinha guardado. Nele, a reportagem de uma manifestação de mulheres em plena Universidade Federal Fluminense. Ele me deixou admirar a imagem, sem falar nada e eu, de cara, não entendi bem. Até que enfoquei a mulher à frente do grupo. Estava gritando e apontando o dedo na cara de um oficial. Meu queixo caiu.
    Apontei, sem conseguir articular as palavras. Meu tio apenas concordou, rindo de minha surpresa.
    - E tem mais - completou apontando para o militar. - Está de costas, por isso você não o reconheceu. Mas esse, Fabinho, é seu papai
    - Puta que pa... - o palavrão me escapou - caramba... Quando você falou de dedo na cara, não pensei que fosse literal
    - Nesse tempo, eles nem sonhavam em namorar. Se eu não me engano, esse protesto foi porque o reitor da universidade tinha sido acusado de assediar uma aluna. O caso foi arquivado pois não havia provas. Mas sua mãe tomou a causa como sua. E ela e suas amigas, que já gostavam de uma arruaça, foram lá e botaram o lugar abaixo
    - Mamãe sempre falou de militância e tal. Mas não pensei que ela de fato fosse uma - me recostei no sofá, ainda rindo sem acreditar.
    - Sua mãe era terrível. Perdi as contas de quantos sutiãs nossa mãe tinha que comprar pois ela vivia tacando fogo nos dela - e riu
    - Gente, a vovó devia ficar pra morrer. - Pensei
    - E como. Sua vó, ultraconservadora. E sua mãe, uma rebelde. Elas brigavam muito. Mas mesmo assim, ela ainda é a favorita. Acredita? Justo a ovelha negra
    Meu tio ria, nostálgico. Era bom ver ele sorrindo assim.
    - Mas a grande sorte da sua mãe, era que ela começou a militar nos anos noventa. Logo, a repressão era mais branda. Havíamos saído da ditadura e ela teve muito mais liberdade de atuação. Mas mesmo com essa liberdade, ela conseguiu pisar no calo de um grandão na polícia. Deu um tapa na cara do delegado. Tá bom, ele mereceu, chamou ela de 'cadela'. Mas caramba, era um delegado. Nosso pai poderia processar o cara e acabar com ele, já que na época era grande oficial. Mas quem disse que ela se segurou? Lembro como se fosse hoje: a cara de bolacha do delegado Oliveira balançando com a pancada que levou da sua mãe. Se eu fechar os olhos, posso ver tudo em câmera lenta. Sorte dela que depois disso a confusão estava feita, os manifestantes começaram a se embolar e eu e o seu pai conseguimos tirar ela de lá a força. Tivemos de esconder minha irmã. Tranquei ela em meu apartamento e deixei o Almir de guarda. Ele protestou, não suportava ela. Mas fez isso por mim. Depois, fui atrás do prejuízo e enfim consegui resolver as coisas. Meu pai entrou no jogo e ameaçou acabar com a raça do delegado se ele não tirasse a acusação. Deu tudo certo. Enfim, era noite daquele dia e eu voltei pra casa, esperando contar a boa nova e rezando pra minha casa estar inteira
    Ele parou e pôs a mão na cabeça, rindo com a lembrança.
    - E eu chego em casa, e ela estava toda revirada. Pensei o pior, que tinham achado eles, levado ela antes de eu chegar. Ou que Almir e ela tinham finalmente saído no tapa. Só tragédia passou pela minha cabeça. Nunca imaginei que o real motivo fosse outro. Quando cheguei no quarto, estavam se atracando, pelados, na minha cama. E o que eles faziam não era amorzinho não. Não, Fabinho. Era sexo pesado mesmo. Putaria. Tipo Xvideos
    Eu ria, ouvindo a história sem conseguir imaginar.
    - E eles nem aí pra mim. Nem me viram lá. Continuaram, amarradões. Eu não sabia onde enfiar minha cara. Bati na porta e pigarreei. Só então me notaram ali
    - O que será que aconteceu pra eles se entenderem assim?
    - Ninguém sabe, Fábio. Acho que nem eles. Até tentei minhas teorias. Suspeito que os dois brigaram tanto que acabaram atingindo as cabeças com força, ou talvez foram vítimas de possessão demoníaca. A verdade é que eu sei lá. Algo estranho aconteceu naquele dia. E o que ocorreu, dura até hoje. Eu guardo essa reportagem, pois acho que essa foto é o grande registro do início do amor deles
    - É uma bela foto - concordei.
    - Não é? - E riu. Gostei de ver meu tio tão feliz.
    Mas alguma coisa ainda me incomodava. Eu não sabia explicar, surgia apenas em alguns momentos, quando eu o pegava pensativo, geralmente quando estava sozinho. Sentia uma tristeza vindo dele. Tentei falar sobre isso, mas ele sempre fugia. Propondo algum programa para fazermos juntos. E logo ele se recuperava. De repente, recuperava o ânimo, a alegria. Só então percebi que talvez ele precisasse mais daqueles momentos comigo do que eu imaginava.
    Então me calei e esperei que ele viesse se abrir, quando estivesse pronto.
    Era uma noite de quinta, estávamos sentados na sala. Fazia frio. Sentávamos cada um em um canto do sofá de três lugares, pernas entrelaçadas no assento do meio, cobertos por uma manta. Comíamos pipoca e assistíamos 'Spartacus', uma série passada na Roma antiga, contava a história de um escravo gladiador. É uma série recheada de cenas tórridas e aos poucos ela começou a me excitar.
    Os pés quentes de meu tio, debaixo daquelas cobertas, começavam a me chamar atenção.
    Engraçado como, naquela semana, não fizemos nada do ponto de vista da carne. Éramos tio e sobrinho, como mandava o protocolo e sequer tive vontade de tentar nada com ele. Estava em paz. Porém, naquela noite, debaixo daquelas cobertas quentes, aquele desejo travesso começou a aflorar novamente. E eu resolvi dar uma chance a ele. Por que não, afinal?
    'Sem querer', meu pé esbarrou em seu pau uma vez. Ele apenas se ajeitou, ainda atento a série. Não percebeu a maldade em meu ato. Então, me mexi novamente e 'por acidente' encostei de novo.
    Ele me olhou de rabo de olho, mas nada fez. De novo, toquei seu órgão, fazendo pressão dessa fez. Já tinha ganhado volume, estava bem quente na região.
    Seus pés, também se moveram, enfiando entre minhas pernas. Eu abri passagem e senti seu dedo pressionar a região entre o saco e o rego. Aquilo me acendeu como uma vela.
    Não olhávamos um para o outro. Fingindo interesse na série enquanto nossos pés faziam a festa por debaixo dos panos.
    Alisei meu pé por sua perna, chegando e massageando o volume que agora estava bem duro. Depois, me recostei mais, deitando um pouco e puxando uma de suas pernas. Abracei seu pé quente. Com o outro, ele continuava seu trabalho em meu rego. Resolvi então tirar a calça e a cueca, as joguei no chão e lhe dei acesso total. O pé quente de meu tio alisou meu pau, meu saco, se meteu entre minhas pernas tentando acesso por entre minhas nádegas. Me abri mais e ele tocou a entrada do meu rego. Seu outro pé, acariciava meu rosto. Eu o beijava, lambia, até mordia de leve. Passei meus pés por dentro de sua blusa, alisando seu abdômen. Vitor já não olhava a televisão, nem eu. Nos encarávamos enquanto nos divertimos com os corpos um do outro. Ele apoiou a sola do pé em meu pau e apertou, me fazendo gemer.
    Mas da mesma forma que começou, a coisa teve um fim abrupto. Não entendi nada. Ele de repente tirou os dois pés de mim e se sentou no sofá, envergonhado. Eu não entendi, me sentei também, usando a manta para cobrir a parte nua de meu corpo.
    Não falei nada, apenas pus a mão em seu ombro, incentivando, e esperei.
    - Desculpa, Fábio... É que... Só...
    - Sente falta dele? - Deduzi. Não precisava ser um gênio para ver.
    - Demais - senti sua voz fraca, mas ele não chorou.
    - Tio... Desculpa perguntar isso de novo... Mas isso está me consumindo. Eu tive alguma culpa?
    Ele me olhou sem entender, depois sorriu de forma triste, porém compreensiva.
    - Não Fabio. Por favor, não pense assim - e alisou meu rosto - se tem algum culpado, é o idiota do seu tio aqui
    - O que aconteceu? - Eu quis saber, mas com cuidado para não ser demasiadamente invasivo.
    - Eu e o Lucas estávamos há muito tempo empurrando com a barriga. Ainda éramos amigos, sabe, éramos companheiros, mas o sexo... Sei lá. Não tinha mais aquele fogo
    Eu esperei ele respirar e continuar.
    - Ele chegou a sugerir pra tentarmos algo, sabe? Apimentar de uma forma... E eu... Eu fui um idiota e não quis
    - Tio, você não é obrigado a fazer nada que não queira. Ele devia entender isso. - Tentei consolar.
    - Esse é o problema, garoto. Eu queria. Hoje percebo como eu queria, mas... Mas... Sei lá. Tinha ciúmes, insegurança. Não sei. Fiquei pensando que... Que íamos acabar nos perdendo se tentássemos
    Ele parou e eu lembrei de algo que talvez pudesse ajudar.
    - No meu colégio, tenho dois amigos que são noivos... - Comecei, devagar vendo que ele não queria falar naquele momento- acho eles um casal muito foda, sabe? São muito bem resolvidos. E eles fazem esse tipo de coisa. Um deles me disse uma vez, que carne é carne. Desejos, apenas. Mas o que eles tinham era algo a mais. Que não importava com quantos um ou o outro dormiam, eles eram eles
    Meu tio pensou. E sorriu, fraco. Saudoso
    - Lucas também pensava assim. Na noite em que nós... Você sabe. Foi... Porra... Desculpe o palavrão, mas foi... - E riu - não tenho palavras. Foi muito bom. Muito mesmo. Quando Lucas me pegou por trás então e me penetrou, com você ainda dentro... Nossa. Não lembro qual foi a última vez que transamos com tanta qualidade.
    Ele parou, levando as mãos à cabeça, apoiando enquanto pensava.
    - Ele imaginou que... Depois daquela. Eu enfim ia me soltar mais. Ia me abrir mais. Mas não foi assim
    - E só por isso ele foi? - Minha pergunta foi mais invasiva, eu sabia. Mas precisava fazer, pois sentia que algo ali não estava se encaixando.
    Ele continuou parado. Apenas olhando o nada.
    - Desculpa tio. Acho que você... Não quer falar sobre isso
    - Não. Não quero - falou baixinho, pesaroso.
    - O que você quer então? Em que posso ajudar - falei, me aproximando e pegando em seus ombros. Ele virou e me beijou. Intenso, sedento
    - Só quero... - Respirava forte, me agarrando como se eu pudesse fugir a qualquer momento - não pensar nisso agora... Só quero... Parar de sentir isso... Quero só sentir prazer
    E foi me beijando. Mais e mais intensamente. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu não sabia o que fazer durante o sexo. Não tinha controle nem do meu corpo.
    Meu tio estava visivelmente transtornado. Me pegava, me beijava, me abraçava com intensidade, apertando minha carne, lambendo minha pele. Numa ânsia como se estivesse desesperado em calar alguma voz dentro de si
    Ele arrancou minha blusa e me beijou, deixando-me pelado. Foi beijando meu peito, minha barriga. Descendo até então chegar ao meu pau. O abocanhou sem pensar duas vezes. Chupando com intensidade, com pressa.
    Gemi alto, vendo ele ir lambendo meu saco e abrir minhas pernas para chupar meu rego. Sua língua entrava com pressa. Com intensidade. Me deixei ser usado, permitindo ao meu tio fazer o que quisesse com meu corpo
    Ele me provava como um faminto prova uma boa refeição. Não demorou muito pra ele trepar em cima de mim e arriar o short que usava. De forma desajeitada, abrir minhas pernas, apoiando-as em seu corpo. E metendo com pressa
    Gemi mais alto. Doeu um pouco, mas também foi muito prazeroso. Jamais vi alguém comer com tanta fome. Ele me olhava, mas eu sentia que seus olhos não me viam, concentrado em alguma coisa que lhe atormentava a cabeça.
    O pau dele queimava dentro de mim, tamanha a fúria das estocadas.
    Fiquei ali, inerte, recebendo suas penetradas com prazer, ainda meio aturdido do que havia transformado meu tio naquele animal.
    Ele se inclinou e me beijou. Um beijo bom, intenso.
    Pegou minhas pernas de novo, posicionando melhor, e meteu mais fundo. Eu estava todo envergado àquela altura, posição desconfortável, mas o pau dele conseguia entrar mais assim, me fazendo arrepiar.
    Gememos um para o outro, rosto colado no rosto. Apesar da noite fria, nossos corpos exalavam muito calor e suávamos. As gotas de seu suor caiam em meu rosto. Ele gozou, dentro de mim. Por um instante, pensei que fosse parar, mas me enganei. Sem tirar de dentro, me pegou nos braços e me levou até seu quarto. Como uma boneca, fui atirado em sua cama e virado de bruços. Subiu movente em cima de mim, começando novamente a meter com intensidade e jogando seu corpo conta o meu. Colidindo sua pélvis contra minhas nádegas. Os estalos das colisões ecoavam pelo quarto. Eu me agarrava ao colchão e enfiava a cara no travesseiro. Gemendo em um gozo que dava agonia.
    Quando ele gozou pela segunda vez, encravou fundo e soltou o ar dos pulmões, como se os estivesse retendo por horas.
    Ele respirava fundo, pau ainda cravado, corpo suando em bicas. Eu também me recuperava. Nunca havia sido penetrado daquela forma. Estava aturdido. Me senti como um objeto, fodido a bel prazer, estando ali apenas para servir. Não posso dizer que foi uma experiência ruim, só não estava familiarizada com ela ainda e precisei de um tempo para absorver.
    Senti seu pau escorregar pra fora a medida que amolecia, só então girei na cama, ficando de frente pra ele. Alisei seu rosto.
    - Está bem, agora? - Perguntei, mas não tive resposta, ele me beijou, me apertando com força entre seu corpo e o colchão.
    Depois, deitou ao meu lado e me abraçou por trás, ficando quieto. Eu, de costas, não me atrevi a virar. Fiquei esperando. Não sabia se ele havia dormido, mas eu não seria capaz.
    Depois de um longo silêncio, o escuto falar. Não parecia falar comigo diretamente. Talvez achasse que eu estava dormindo.
    - Eu fui um idiota - sussurrou - eu... Não devia ter feito aquilo
    Não respondi, continuando quieto, esperando ele desabafar, mesmo que com ninguém.
    - Ele me pediu pra fazermos juntos. Foi tudo o que ele pediu e eu... E eu não respeitei
    Nesse momento, eu me virei, ficando cara a cara com ele. Nunca vi Vitor chorar antes, então não sabia o que fazer
    - O que aconteceu? - Eu perguntei.
    - Nós temos um vizinho aqui embaixo... Que sempre... Sempre se interessou por mim - engasgou.
    - Lucas tinha ciúmes?
    - Não... Ele confiava em mim... Mas ele sugeriu uma vez de fazer a três. Ele queria ter aquela experiência comigo e pensou que o nosso vizinho seria uma boa pessoa para tentar
    Fiquei quieto, aguardando.
    - Mas eu fui tão hipócrita... Eu descartei logo... Mas a verdade é que eu gostava do assédio dele... É um homem bonito, você já deve ter esbarrado com ele nos corredores. E sempre que ele soltava uma piada, se insinuava... Eu me sentia bem.
    Vitor enxugou as lágrimas e continuou, olhando para o teto, pois não parecia com coragem de me olhar nos olhos
    - Teve uma vez, poucos dias depois de termos feito contigo... Eu... Eu peguei o elevador, voltando do trabalho. Nosso vizinho subiu comigo e... E se insinuou
    Eu sabia onde aquilo daria e fiquei com o peito apertado. Pois sentia seu arrependimento.
    - Ele... Ele pôs a mão em mim... E eu deixei... Eu devia ter mandado ele parar. Mas gostei e... E deixei. Não fizemos nada, eu juro, mas eu deixei ele passar a mão em mim, por dentro da minha calça, e isso por si só foi trair o Lucas. Ele me beijou e eu correspondi.
    Eu queria consolar, mas não sabia como. Pois também o considerava culpado
    - O elevador abriu na hora e ele estava lá. Ele viu tudo. Não falou nada. Entrei em casa, quis conversar, quis explicar... Mas não tinha como. Ele não queria conversar e eu não tinha justificativa, há não ser que não tinha acontecido nada a mais... Dias depois nos falamos e ele foi direto ao ponto. Falou que não confiava mais em mim. Que estava magoado, que queria desfrutar de algo legal comigo, mas eu tinha preferido fazer sozinho. Eu disse que nada aconteceu, mas... Mas não adiantava. Ele deduziu que nada aconteceu apenas porque ele chegou a tempo e nos viu. E eu confesso que acredito que ele possa ter razão. Eu... Eu não sei... Não sei o que eu faria, se Lucas não tivesse chegado... Se ele não estivesse em casa... O toque era tão gostoso. Tão bom. Eu podia estar vivendo aquilo com ele desde sempre. Desde que ele me sugeriu a primeira vez. Estaríamos juntos, estaríamos sendo fieis um ao outro. Mas... Mas...
    Ele não conseguiu mais falar e eu o abracei.
    Deixei ele soltar tudo. Quando se acalmou, tentei falar.
    - Liga pra ele - falei - conta o que você está me contando. Você fez merda. Desculpa, mas fez. Mas está arrependido. Tio, tenta ligar pra ele. Tenta pedir perdão
    - Ele não vai querer falar comigo - desabafou.
    - Ele não quer falar agora. Mas... Pode ser, daqui a pouco. Quando a raiva passar. Tenta pelo menos
    - Desculpa, Fabio. Eu quem deveria estar sendo o adulto aqui
    - Já me acostumei - e sorri, brincalhão e ficando feliz em ver que consegui arrancar um sorrisinho, por mais choroso que fosse, da sua cara. - Você me dá muito trabalho, tio. Vejo que ainda tenho de te ensinar umas coisinhas
    Ele gargalhou e me deu um soco leve no rosto, como meu pai fazia.
    - Você me trata com respeito, moleque.
    E rimos juntos, abraçados. Ele enfim dormiu, em paz. O primeiro passo havia sido dado. Ele estava arrependido. Havia desabafado e assumido o erro. Agora o resto, teria de ser com ele. Esperava, sinceramente, que a coisa se resolvesse. Todos nós cometemos erros. Se eu pude dar uma chance para Siqueira, acho que Lucas poderia dar para meu tio. Mas era ele quem tinha de decidir.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 19 – ESTRUTURAS E DESEJOS

    O tempo há de curar as coisas que não podem ser remediadas. Essa frase feita me serviu muito bem, e resume meu estado de espírito conforme os dias foram passando. Acabei conversando com Pedro e com Elias a respeito dos meus tios. Eles foram bastante solidários. Pedro, como eu imaginei, ficou mais sentido. Afinal, aquele era um risco ao qual ele e Soares se colocavam todo o dia, ao viverem suas fantasias.
    Mas a ele e ao noivo, havia algo que faltava em meu tio na época: a consciência dos próprios desejos.
    Passamos muito tempo juntos naqueles dias. Além de nossa amizade, os professores do Pracinhas pareciam ter combinado de que todos pediriam trabalhos em grupo para suas turmas. Acabamos montando o mesmo trio em todos. Então, ficávamos juntos todo o momento. Na biblioteca, no pátio, no refeitório ou no dormitório. Se não discutindo o trabalho, conversando besteira. As vezes as duas coisas se misturavam.
    Tivemos trotes nesses períodos, obviamente. Mas nenhum digno de nota, do ponto de vista de pôr em cheque nossos desejos. Foi em uma discussão sobre trabalhos, que acabei falando com eles a teoria que debati com Siqueira em Verão Vermelho.
    Pedro, mais experiente no assunto, foi logo ao ponto.
    - Ao longo dos meus ficantes, peguei vários caras que usavam diversas alegações para não se definirem como gays. 'não gosto de viado, só de comer viado', 'só como, não dou', 'sinto tesão só se o cara tiver jeito de macho' e blá, blá, blá - e fez cara de impaciência. - Eu nem discutia isso. Até porque, não queria nada sério com nenhum deles. Estava só com tesão, então não me importava com os problemas psicológicos deles.
    - Pera aí, você está dizendo que, na sua opinião, somos um bando de viados enrustidos? - Perguntei, erguendo a sobrancelha.
    - Eu não disse isso - e fez cara de inocente.
    Eu olhei para Elias e ele pra mim, pensamos e concluímos que a resposta era 'sim'. Então demos de ombros e continuamos o assunto.
    - Mas eu devo concordar que uma 'desculpinha', ajuda muito algumas horas. - Elias ponderou - digo. Não dá pra negar que somos de forma geral educados a sermos héteros. Por mais liberais que nossos pais possam ser, a ideia é centrada na vida hétero. Família tradicional, filhos e tudo mais. E quebrar isso, de repente, é difícil
    - Nem fala - Pedro comentou - Henrique mesmo, pra dizer que me amava a primeira vez, foi quase um parto. Ele simplesmente não conseguia. Tinha um bloqueio.
    Eu completei.
    - Mesmo aqui no Pracinhas, onde praticamente vivemos em uma Sodoma, ainda assim temos essa... Sei lá... 'estrutura' que nos impede de irmos além da putaria - falei.
    - Acho que é mais complexo que isso, Fábio - Pedro se mostrava mais eloquente - essa 'estrutura', como você chamou bem, é em parte repressora, mas em parte libertadora. Ela impõe limites, mas também é o fio condutor que nos permite explorar outras coisas. Por exemplo - e pegou um papel e desenhou um círculo. - Pois dentro dela...- E apontou para o centro - você tem liberdade de atuação, mas desde que não ultrapasse essas linhas - e demonstrou a circunferência. Depois foi desenhando setas que iam da borda ao centro, em diversos tamanhos e formatos - essas são os trotes, a repressão, a hierarquia, a violação. Essas são partes fundamentais da estrutura. Que auxiliam em sua regulação. Empurram você para o centro e o impedem de sair do círculo e de chegar no campo dos sentimentos. - E indicou o lado de fora do círculo.
    - Entendi. Elas são os pretextos para que todas nossas experiências sejam nada mais do que brincadeira ou obrigação - Elias concluiu.
    - Isso. Encare a linha como sendo algo como um Tabu. E as setas como os ritos ou preceitos que nos impedem de passar pelo tabu
    Eu pensei um pouco mais e então apontei para a região das setas e trouxe outra questão.
    - Acrescento que essa zona turbulenta é mais complexa ainda. Aqui, nessas setas, nesses agentes das estruturas, chamemos assim, existe ainda a possibilidade de se criar algo novo. Talvez um sentimento, um prazer distinto. Onde as próprias regras da estrutura são capazes de gerar uma forma totalmente nova de prazer. - Sugeri.
    - Faz sentido - Elias falou - assim, por experiência própria, lembro quando o Pinheiro jogava verde pra me comer pela primeira vez. Ele queria forçar a barra, usando a falsa autoridade que todos do terceiro ano têm. E devo admitir que... sei lá... mais do que uma desculpa, a própria autoridade dele era atraente. - Ele corou um pouco, mas continuou - e tem mais. O Siqueira na noite dos cordeiros e dos lobos. Caramba, o cara se sujeitou, foi escorraçado. Mas eu achei que ele gostou. E tem você - apontou pro Pedro - sendo oferecido pelo seu noivo como quem oferece uma bala
    - Ei! - Pedro interrompeu - não exagera
    Ri, então ponderei.
    - Você tem que admitir que, olhando de longe, o que vocês têm é esquisito - refleti. - mas não deixa de ter razão. Entre ser usado como objeto, você e ele criaram uma forma de prazer completamente nova
    Pedro pensou bem e deu de ombros.
    Paramos e absorvemos a conversa. Percebendo o quão profundo havíamos chegado em nossos devaneios. Então, Elias quebrou o silêncio.
    - Pessoal. Como uma discussão sobre 'A Poética' de Aristóteles para nosso trabalho acabou nisso?
    Olhamos para nossas anotações estragadas pelo círculo dos prazeres de Pedro e rimos.
    - Eu acho que nós deveríamos mudar o tema do nosso trabalho - Elias sugeriu - ficou muito melhor essa discussão
    - Acho que os professores não iam gostar muito. Ainda mais se começássemos a contar os exemplos aqui do colégio - Pedro gargalhou e nós o seguimos.
    Mas naquela noite, eu teria o que podemos chamar de um estudo de caso, que poderia ou não confirmar nossa teoria. No meio da madrugada, eu acordo com vontade de ir ao banheiro. Nosso banheiro fica na área externa ao dormitório. Então pus um tênis e um casaco, pois a noite estava fria. Sai, me aliviei, porém, quando ia retornar, percebo ao longe um movimento de pessoas, poucas, entre a mata e o prédio principal. Pela distância, não pude reconhecer quem eram, embora tivesse algum palpite.
    Olhei do dormitório para o movimento, sendo induzido pela curiosidade a ir para lá e confirmar o que eu já deduzia ser. Como sempre, minha curiosidade venceu e eu passei por cima do receio de ser pego fora do toque de recolher e segui furtivamente até a área em construção. Peguei um caminho mais longo para não correr o risco de esbarrar com algum veterano. Ao me aproximar, um déjà vu.
    Os sons: primeiro de respirações mais afobadas, porém contidas, como quem não quer fazer muito barulho. Depois as colisões de corpos, ecoando como palmas. Enfim, a voz conhecida de Sequela, falando suas obscenidades.
    - Toma, milico. Toma. Isso. Isso. Olha pra mim não. Pra frente, isso. Pra frente. Deixa eu continuar pensando que tu é uma mina. Abre mais... Isso... Assim... Delícia. Deixa eu meter bem fundo, vai
    Não precisei olhar por detrás da árvore em que eu estava para confirmar o que acontecia, porém, olhei assim mesmo.
    E ver Santos de calças arriadas, apoiado na árvore e sendo fodido tal como o vi fazer com Albuquerque, me encheu daquela prazerosa, porém vergonhosa, satisfação pessoal de vingança.
    Entretanto, bastou mais um tempo olhando a maneira fria e desdenhosa com que Sequela o usava, para eu começar a me compadecer, talvez pela primeira vez, com meu antigo algoz.
    Mas esses sentimentos conflitosos não puderam ser bem trabalhados. Pois logo meu coração é tomado num salto, levado pelo susto, quando uma voz soa ao meu ouvido.
    - Espiando o que, Mendes?
    Somente por obra dos Deuses que eu não gritei.
    Me virei e vi Siqueira. Braços cruzados, rindo baixinho.
    - Caralho, Siqueira - sussurrei. Coração já na boca - quer me matar?
    Ele riu mais, contido para não fazer muito barulho.
    - Não sabia que você curtia esses lances de voyeur - brincou.
    - Não é isso. É só...- A verdade é que não tinha muita desculpa. - Vai fazer alguma coisa? - Tentei desconversar, apontando para Sequela e Santos.
    - Sim. Esperar acabarem e falar com o Sequela
    - Vai deixar isso acontecer? - Questionei - não sei se você entende o que está havendo. Não é uma... Trepada comum. Ele está basicamente se prostituindo
    - Já conversei com Santos a respeito disso tem alguns dias - informou simplesmente.
    - E...? - O fiz prosseguir
    Siqueira me olhou, sorriu e falou.
    - Aguarde e observe.
    Eu ia argumentar, mas me calei e obedeci.
    Logo, o som do gozo de Sequela pôde ser ouvido.
    - Caralho... Delicia milico. Nada como um cuzinho quente nessa noite fria. Tomara que seu pai continue brigado contigo
    Eu e Siqueira olhamos, ocultos, ele entregar um baseado pra Santos e este sair sem dizer nada, de cabeça baixa.
    Eu olhei pra Siqueira e ele fez sinal para eu prestar atenção em Santos. Observei e o vi sair da área da mata. Estava difícil distinguir o que ele fazia naquela distância, mas tive a nítida impressão de o ver jogar algo no lixo quando passou por ele.
    - O que ele jogou fora? - Perguntei.
    - O baseado - informou. E sorriu quando eu demonstrei não acreditar - se quiser, podemos olhar o lixo quando saímos e você verá
    - Mas ele não usa?
    - Usou no começo, mas isso deu muita enxaqueca nele. Então parou. Desde então, ele vem me dado os que ele 'compra'. Como eu também parei, ele agora joga fora.
    - Mas se ele parou, porque...- E me calei ao perceber como minha pergunta era idiota - cara, cada hora uma loucura diferente nesse lugar.
    - Não seja tão precipitado em julgar, Mendes - ele advertiu - nem todos viemos de um lar tão libertário como o seu
    Eu então pensei a respeito e concordei. Resolvo perguntar outra coisa.
    - Você parou de usar?
    - Aham. Já não preciso mais. Graças a Deus minha mãe teve melhoras. As coisas em casa melhoraram muito com a presença dela. Então não preciso mais. Mas chega de enrolar. Preciso encerrar por hoje. Pode vir comigo se quiser
    E saiu das sombras, indo até Sequela.
    Eu, sem saber o que fazer, o segui.
    - Grande, Siqueira. E aí, bateu saudade? Posso dar uma por conta da casa pra você lembrar dos bons tempos - Sequela o saudou
    - Obrigado, mas não - Siqueira respondeu relaxado - vim apenas fechar o portão por hoje, e informar que a partir da próxima semana, o major Pinheiro ficará encarregado da chave
    Sequela o olhou com desconfiança.
    - Aconteceu alguma coisa?
    - Não. Só que, como não vou mais usar, não tem porque eu sair do meu alojamento de madrugada pra isso. Deixarei com ele
    - E esse aí? - Sequela apontou pra mim - novo cliente?
    Siqueira sorriu e olhou pra mim interrogativo. Eu apenas fiz que não com a cabeça.
    - Eh, acho que não - respondeu por mim. - Vamos lá, Sequela, hora de sair - e o conduziu para fora.
    Quando foi embora, eu perguntei.
    - Pinheiro está passando por alguma barra?
    - Pinheiro? Não. Esse aí usa desde sempre. De onde acha que vem todo aquele jeito 'zen' dele? Vamos, Mendes - e foi me guiando.
    Caminhei com ele até sair da floresta. Então, outra dúvida surgiu.
    - A direção sabe desse acordo? Difícil imaginar que esse tempo todo se manteve oculto
    - Com certeza sabem, mas se perguntarem, vão negar até o último suspiro. O Pracinhas possui muitas tradições, Mendes. Algumas bem ocultas
    Eu sabia disso. Tudo, afinal, tinha seu lado B. Caminhamos até o pátio, porém, no meio do caminho, entre meu dormitório e o prédio principal, parei.
    Siqueira virou e me encarou, sem entender. Na verdade, nem eu estava entendendo bem. Mas eu tinha... Não, eu queria tentar uma coisa.
    - Não quero ir pro meu dormitório. Precisamos conversar. No seu quarto teremos mais privacidade - falei por fim.
    - Tá muito tarde, Mendes. O que você quiser, pode esperar
    - Não foi um pedido - e girei os calcanhares e me dirigi ao prédio principal. Chegando na escadaria, olhei pra trás e Siqueira continuava parado, sem entender. Então, finalmente saiu da inércia e me seguiu
    Subimos e entramos em seu quarto.
    - O que está acontecendo contigo, Mendes?
    Não respondi. Até porque nem eu sabia bem. Só queria muito comprovar uma coisa que recentemente havia saltado em minha cabeça.
    - Tira a roupa - mandei.
    - O quê? - Ele riu e eu cheguei bem perto e o encarei.
    - Não preciso lembrar, major, quem manda em quem aqui. Quem pode ferrar a vida do outro aqui. Tira a roupa. Agora - fui seco e direto e Siqueira se calou. Engoliu seco. Pela primeira vez o vi entorpecido, como se não soubesse o que sentir. Seus olhos estavam confusos, sem saber até que ponto aquilo poderia ser uma sórdida brincadeira, ou outra coisa.
    Eu também estava confuso. Talvez estivesse indo longe demais. Mas queria aquilo. Tinha a necessidade de comprovar o que se passava pela minha cabeça, de entender bem a fundo o desejo de Siqueira. E para isso, eu precisava agir da maneira que estava agindo. Indiferente, frio, intransigente.
    Siqueira foi tirando a roupa, me olhando com cautela. Tirou a blusa, os tênis e as meias, a calça. Parou e me encarou, pela primeira vez o senti temeroso. Não precisei falar e ele percebeu que tinha que tirar a cueca também. Ficou nu. Percebi que ele usava uma corrente fina de ouro no pescoço. Nunca a tinha visto antes.
    - O que é isso?
    - Mi... Minha mãe me deu nessas férias
    Eu estava conseguindo. Sua voz tremia. Não me lembrava da última ou única vez em que Siqueira gaguejara. Estava completamente desarmado.
    - Melhor tirar isso também - queria que minha voz soasse como uma ordem, mas saiu mais como um conselho amigável. Não pude ser autoritário como quis diante de seu sentimento por sua mãe.
    Mas ele obedeceu sem questionário, tirou e colocou em cima de sua pilha de roupas. Dessa vez, diferente de todas, ele não as deixou arrumadas e dobradas, mas de qualquer jeito, demonstrando o quão desorientado estava.
    Eu então caminhei até sua cama, sentei, e bati em minha perna, convidando-o a vir.
    Siqueira ficou estarrecido, imobilizado diante de mim.
    - Mendes...- Falou baixinho e eu bati de novo na perna. Implacável.
    - Vem logo - mandei.
    Siqueira deu alguns passos débeis até a cama, corpo nu, pau inchado. Ajoelhou na cama e foi deitando, devagar, receoso, como um gato escaldado.
    - Fabio, por f...
    Dei-lhe um tapa na bunda. Ele se calou e segurou o grito, estremecendo todo com o susto.
    - Não quero ouvir sua voz, há menos que eu mande - sibilei.
    Ele então se calou e terminou de deitar.
    Quieto, dócil. Alisei sua bunda, sentindo a aspereza da pele, efeito que um único tapa causou. Seus pelos estavam todos arrepiados, seus músculos rígidos. Só então eu pude perceber com clareza a profundidade do prazer que Siqueira tinha naqueles momentos.
    Um, dois, três tapas. Ele reagiu a todos. Trincando os músculos, gemendo baixo, calando a voz em sua boca. Silencioso, como aquela que aprendeu desde cedo que, se chorar, é pior.
    Quatro, cinco, seis.
    Os estalos ecoavam pelo quarto. O bunda era rígida, pouco balançava. Os músculos das costas estavam bem definidos. Braços rígidos, e encolhidos, enquanto se agarrava aos lençóis e apoiava o peso do corpo nos cotovelos. Ele respirava forte, mas se segurava para não fazer barulho. Apenas um som, próximo do choro contido, era perceptível.
    Sete, oito, nove, dez, onze.
    Alisei a área avermelhada atingida. E bastou um simples toque na linha entre as nádegas para fazer elas se abrirem como uma flor. Introduzindo os dedos, senti a região quente e pulsante de seu ânus.
    Introduzi totalmente, vendo ele se contrair. A boca se abriu, mas a voz morreu no caminho para fora. Fui massageando a região, alisando meu dedo por seu interior macio. Senti seu glúteos fechar, apertando minha mão em seu interior. Continuei a massagear, enquanto ele gemia baixinho. Passei a mão na sua nuca e estava úmida, sua pele se enchia com gotículas de suor.
    Retirei meu dedo e iniciei uma nova sessão.
    Doze, treze, quatorze, quinze...
    Fui lhe dando palmadas e observando todo seu corpo. Diferente da noite dos cordeiros e lobos, onde precisei dividir minha atenção, ali pude me concentrar e observar cada detalhe de Siqueira. Sua pele brilhando de suor, a forma como os músculos de seus braços se contraíram, a maneira como sua bunda firme pouco oscilava a cada tapa, as pontas dos dedos dos pés que se retorciam, como se estivessem em agonia.
    Passei a mão por seus cabelos molhados, suas costas musculosas, alisei seu peitoral bem feito, seus mamilos rígidos.
    Tudo ao som gostoso dos estalos das palmadas e seus gemidos contidos. O pau duro de Siqueira começou a melecar minha calça.
    E continuei batendo. Palmadas leves, mas precisas.
    Só então pude entender enfim a verdadeira raiz de seu prazer. Seu momento auge não foi a curra que sofreu dos garotos do terceiro ano, em seu primeiro trote no Pracinhas. Mas sim esses momentos íntimos, em que apenas ele e o tio partilhavam. Em que ele se colocava a disposição dos tapas que recebia, e aos quais não podia fazer barulho, para não alardear outros membros da família a respeito daqueles momentos vergonhosos.
    Deslizei meu corpo e saí de baixo de Siqueira. Me levantei. Fui tirando a roupa, enquanto ele me olhava, de bruços ainda, bunda vermelha da surra.
    Siqueira tremia. Estava vulnerável como nunca. Do seu pau duro, abaixo do corpo, era visível apenas a cabeça rosada que despontava para o lado.
    Nu, eu voltei pra cama, abri suas pernas e me posicionei entre eles. Abri suas nádegas e admirei o orifício.
    Com cuidado, encaixei meu pau, que foi abraçado como um amigo muito querido por seu ânus. Enfiei um pouco e tirei. Apenas para ver sua reação. E sorri ao vislumbrar o buraquinho piscando.
    Me deitei por cima de seu corpo molhado e sussurrei.
    - Pede com jeitinho que eu te fodo
    Ele estremeceu.
    - N... Não - gaguejou
    Enfiei mais um pouco, mas tirei, sentindo ele ganir cada vez que eu saia de dentro dele
    - Pede - mandei, mas ele não respondeu. Estava inerte, paralisado. Não conseguia sequer virar o rosto e me encarar.
    - Tudo bem - falei por fim e beijei sua nuca - boa noite, Siqueira - e fiz menção de sair.
    Nesse instante, ele levou seu braço pra trás e me agarrou, mantendo meu corpo colado ao dele
    - Não. Por favor
    - O que disse? - Sorri em vitória.
    - P... Por favor - sua voz quase não era auditiva.
    Ele não disse mais nada, nem eu ia exigir qualquer outra palavra. Meti, tudo de uma vez. O major sofreu um espasmo e eu joguei meu peso por cima dele. Peguei suas mãos e entrelacei seus dedos aos meus.
    - Calma, Gabriel - sussurrei ao seu ouvido - não fica com medo. Vou te tratar com carinho a partir de agora - falei
    Comecei a meter. Calmo, com carinho, como prometi. Sentindo meu órgão entrar e sair devagarinho de seu corpo.
    Siqueira puxou meus braços e me fez o abraçar. E ali, colados um ao outro, continuei a penetrar.
    - Isso. Isso - falei baixinho - devagar. Vou cuidar bem de você
    Siqueira gemia baixinho. Aos poucos seus músculos iam se soltando e ele parecia relaxar. Sua respiração foi voltando ao normal e sua musculatura foi perdendo a tensão.
    Meti mais. Com calma, enquanto beijava seu rosto, sua nuca.
    O pau de Siqueira já despejava liquido na cama e seu rosto tinha um olhar perdido nas paredes. Gozei logo em seguida, deixando meu pau amolecer naturalmente em seu interior.
    - Desculpe, major - pedi - espero não ter ido longe demais. E espero sinceramente que tenha gostado. Desde a nossa tarde nas dunas, que queria te dar algo especial. Pensei que tivesse o feito na noite dos cordeiros e dos lobos. Mas não pensei ter sido o suficiente.
    Mas ele não respondeu, ficou ali deitado, ainda extasiado da experiência. Eu de fato o havia quebrado. Enfim tinha vencido sua resistência de pedra.
    - Vou indo agora, para você descansar, sim?
    Mas quando fui levantar, ele prendeu minhas mãos.
    - Fica, por favor - pediu, me olhando nos olhos pela primeira vez desde que tudo começou - dorme aqui comigo, Fábio
    Não tive coragem de deixá-lo assim. Sorri, beijei seu rosto e deitei por trás dele, abraçando. Fui acariciando sua cabeça até ele relaxar e adormecer.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 2 – OS CONSELHOS DO MAJOR MENDES

    Ao fim daquela primeira semana, tivemos uma cerimônia, com direito a hastear a Bandeira e canto do hino nacional. Eu vestia meu uniforme de gala, e estava junto dos demais alunos participando da solenidade. Ao fim, o diretor fez um discurso e nos dispensou. Poderíamos ir para casa.
    Eu voltava com Pedro e Elias, conversando animadamente da primeira semana. Por sorte, Siqueira e os demais alunos do terceiro ano nos haviam deixado em paz. Pedro não comentou nada do que aconteceu no quarto do Soares na primeira noite. E eu tão pouco perguntei. Não queria assumir que o havia espiado.
    Tudo corria bem, quando no caminho, sou abordado por Siqueira.
    - Que bom que o encontrei, meu subordinado. Me siga
    Eu respirei fundo e me despedi dos meus colegas, acompanhando ele. Fomos até o alojamento do terceiro ano, já vazio. Os alunos no geral já desceram com suas malas, para da cerimônia só precisarem trocar de roupa no vestiário coletivo do térreo e dali seguirem para suas casas. Mas Siqueira não. Parei na porta e esperei.
    Ele tirou os coturnos e me entregou.
    - Aqui está. Estão imundos de andar na terra. Não posso levar assim pra casa. Limpe e engraxe. Depois pode ir se arrumar
    - Permissão para trocar de roupas antes, senhor - pedi, sério.
    - Negado. Não precisa. Eu permito que tire seu uniforme de gala. Mas rápido, pois tenho de partir em breve.
    Eu então entrei no quarto, tirei a roupa com cuidado, ficando apenas de cuecas. Dobrei meu uniforme para não amarrotar e o deixei em cima da cama. Siqueira acompanhou tudo. Não fez objeção com minha cueca. Sentei em uma cadeira e comecei a limpar.
    Satisfeito com meu silêncio, ele foi se trocando. Também tirou a roupa com calma, e guardando bem dobrada na mala. Ficou só de cuecas também. Siqueira tinha um corpo muito bem feito. Musculoso e muito bem definido, cintura fina, pernas e glúteos fartos. Ficou de cueca um tempo, me olhando trabalhar. Hora ou outra ajeitando o volume da cueca. Percebi que ele estava um pouco excitado. Achei que estava querendo se exibir pra mim. Talvez uma forma de afirmar que o pau dele competia com o meu e desfazendo a piada da primeira noite
    Cansado de se exibir, ele se vestiu com um jeans e uma camiseta. Eu já terminava de engraxar àquela altura.
    Ele pegou os coturnos e avaliou.
    - Muito bem. - E pôs a mão no meu ombro. - Você tem potencial, Fábio. Só precisa aprender a ser mais dócil. Todos aqui passamos por isso que você está passando e ninguém precisou ser tão petulante. Você sabe para o que nós treinamos ao fim, Mendes?
    - Não, senhor - falei calmo, olhando para ele
    - Para a guerra. E na guerra, Mendes, temos de ser leais. Temos de obedecer, sem questionar. Pois numa guerra, cada segundo conta, cada decisão tem de ser tomada de imediato. Por isso não temos tempo para insubordinação.
    - Posso fazer uma pergunta, senhor? - Pedi, em tom firme, porém educado
    - Claro, soldado
    - Que tipo de coisas o senhor teve de fazer, em sua época de recruta?
    Ele sorriu, e parou na minha frente.
    - Vou te contar quando for a hora, soldado. - E acariciou meus cabelos - mas o mais importante é se perguntar: o que você está disposto a fazer? Começamos com o pé errado. Acho que seria bom você se redimir
    Ele abriu novamente o zíper.
    Senti a raiva brotando, mas fui segurando a onda.
    Ele riu, não chegou a tirar o pau, apenas se deliciando com a tensão no ar.
    - Levante - mandou e eu obedeci. Ele me trouxe para o meio do quarto. Me circulou.
    - Quando entrei, era como você. Maior e mais forte que meus colegas. Chamei muita atenção. - Senti sua mão entrar em minha cueca e apertar uma nádega. Um arrepio me acometeu e eu cerrei os punhos.
    Ele continuou a circular. Parou em minha frente. Ficou um tempo analisando meu rosto antes de continuar.
    - Eu juro por Deus, Mendes - falou baixinho, me encarando. Centímetros do meu rosto - que vou arrancar esse olhar marrento da sua cara
    Eu já ia abrir a boca, mas por sorte, alguém bateu na porta e a abriu em seguida. Era Soares.
    - Caramba, cara. O que você está fazendo? Meu pai já chegou. Vai pegar carona mais não?
    - Vou sim, só um minuto - Siqueira ficou claramente aborrecido.
    - Um momento, nada. Está achando que tem chofer? Bora logo
    Siqueira suspirou e então sorriu, cansado.
    - Tudo bem, mas antes... Mendes, favor, vire de costas
    Eu não entendi, mas obedeci
    - Estive analisando e queria sua opinião, pois estou pensando em trocar de subordinado - falou, só então senti suas mãos arriando minha cueca. - A bunda do seu subordinado é mais suculenta que está? - E riu, maldoso.
    Pelo reflexo do espelho do quarto, consegui ver que Soares não havia gostado da brincadeira, mas tratou logo de disfarçar.
    - Prefiro a do meu, obrigado. Agora vamos logo, ou vai ficar por aí - e saiu.
    - Tudo bem, tudo bem. Que cara chato, não é Mendes? E cá entre nós, é obvio que sua bunda é mais bonita que a do Araújo.
    Ele então mandou eu me vestir e me retirar. Ele ia terminar de arrumar algumas coisas para sair.
    Enquanto me arrumava, percebi algo fora de contexto. O cheiro era fraco, mas perceptível ainda. Era jasmim, parecia. Incenso. Minha mãe gostava muito então eu conhecia o aroma. Só então vi na cômoda um porta Incenso com dois palitos usados que devia ter sido aceso na noite interior. Mas o cheiro ainda estava no quarto. Estranhei, pois Siqueira não parecia ser uma pessoa do tipo exotérica.
    - Anda logo, soldado. Saia do meu quarto - Siqueira me despertou do meu pensamento.
    Então eu saí e desci com Soares, que esperava do lado de fora. Não me dei ao trabalho de falar com ele. Estava de muito mal humor. Mas ele não parecia partilhar de meu desejo de descer as escadas em silêncio.
    - De nada, afinal, por tirar você de lá a tempo. - Brincou, mas eu não respondi - Siqueira tem que maneirar naquele incenso dele. - comentou por alto, insistindo em puxar assunto - Deve ser pra esconder o cheiro... Do peido dele
    Vendo que suas tentativas de ser engraçado não estavam tendo resultados, suspirou e falou em tom sério
    - Olha, o Siqueira as vezes é um pouco babaca. Mas você conhece apenas um lado dele - falou, sorrindo amistoso.
    - Ele não é o único nesse colégio - respondi mais para mim mesmo. Mas acabei falando em voz alta. Não me importei com isso. Não ia me justificar para alguém que é igual a Siqueira ao fim.
    Ele não falou mais nada e eu segui para meu dormitório.
    ***
    Em casa, naquele almoço de comemoração da minha primeira semana, estava pensativo. Tentei deixar os problemas do colégio longe dali, mas não consegui. Meus pais perceberam algo errado e me questionaram. Achei melhor abrir o jogo.
    - Teve algum problema no trote dos calouros? - Meu pai quis saber.
    - Problema não. Só... Tem um babaca lá que cismou com a minha cara
    Acabei contando tudo. Com exceção da parte de Pedro e Soares. Minha mãe ficou revoltada.
    - Mas o que é isso? Não é possível que ali formem um bando de trogloditas. Vai falar com o diretor, filho?
    - Não vai adiantar assim. Até então, é só uma brincadeira. Todo mundo passa por isso - meu pai relativizou. E ganhou um olhar fulminante de minha mãe como recompensa.
    - Meu filho não é todo mundo - respondeu, ríspida.
    Eu tive de intervir
    - Não mãe, de fato é só brincadeira. Na verdade eu não me importei com isso. Só estou mesmo preocupado com esse tal Siqueira. Acho que ele vai me arrumar problemas a frente
    - Aquele garoto parece o típico valentão - ela falou.
    - Sim - respondi - já lidei com muitos do tipo dele. Nunca foram problemas. Mas nunca enfrentei um nessas condições
    Minha mãe então segurou minha mão e falou olhando nos meus olhos
    - Fábio, você é um rapaz forte e tenho muito orgulho disso. Só quero que saiba que, por mais forte que seja, as vezes você pode precisar de ajuda. E saiba que tem seus pais aqui que lhe apoiam. Então, por favor, se a coisa fugir do controle, se você ver que esse garoto ou outro foi longe demais, por favor, nos conte como você está fazendo agora. Juro que queimo toda aquela escola se for necessário.
    Eu e meu pai rimos, mas sabia que ela falava sério. Fiquei me perguntando se eu parecia perigoso assim quando estava de mau humor. Se fosse, eu deveria ser realmente um garoto assustador
    - Obrigado mãe - e suspirei - mas vamos falar de coisa boa agora. Tenho novidades legais do colégio também
    E logo o tom da conversa mudou e eu enfim consegui tirar Siqueira e o Pracinhas da cabeça e curtir um bom almoço.
    Meu pai não falou mais nada do assunto, mas conhecendo ele e sabendo que jamais entraria em um conflito direto com minha mãe, imaginei que estivesse se guardando para uma conversa a sós comigo.
    E de noite, ele veio ao meu quarto, quando eu já estava deitado para dormir.
    - Boa noite, filho - e beijou minha testa. - Fabio, antes de dormir, poderíamos conversar?
    - Claro - sentei na cama e ele me acompanhou.
    - Olha, não quis falar essas coisas na sala, para não acabar gerando uma briga. Mas se me permitir, gostaria apenas de lhe dar dois conselhos
    - Tudo bem.
    - O primeiro. E para isso eu digo que te dou razão. Existem pessoas que não nasceram para liderar. Que se corrompem com o poder. E do pouco que ouvi você falar desse Siqueira. Creio ser um desses. Então tome cuidado. Acho sim, como sua mãe, que você não deve baixar a cabeça pra um cara desses. Só te aconselho uma coisa: faça com estratégia.
    Eu esperei ele continuar.
    - Você já lidou com valentões e eu e sua mãe nunca precisamos nos meter. Mas ali as condições são diferentes. Não se engane, esse Siqueira é mais forte que você. Está na vantagem. Então, se for enfrentar, tenha um plano. Não faça um confronto direto. Você só tem a perder
    - É um ótimo conselho - admiti.
    - O outro conselho que tenho é: bem - e riu sem graça - Como vou falar isso. Eh... para não levar tudo a ferro e fogo. A vida militar tem dessas coisas. São... Na verdade é um estilo de vida completamente diferente de tudo aqui fora. E eu gostaria sim que você pudesse ter uma experiência completa e não encarasse tudo como um desafio
    - Está falando a respeito do trote... Ou da suspeita que eu tenho de que Siqueira quer abusar de mim? Sabe o que m e incomoda, pai? - Desabafei. - É essa hipocrisia. Tipo, não tenho problema nenhum com gay. O tio Vitor é gay. Casado e tudo mais. Ele teve coragem de se assumir. Mesmo no exército, conseguiu permissão de se casar com farda com um cara. Acho ele um cara foda por isso. Agora aqueles garotos. Não. Eles posam de machões, mas dava para ver que curtem outro cara. Caramba, faltaram só babar ao me verem pelado
    - É mais complexo que isso, filho - meu pai falou calmamente, pensando em como articular as palavras
    Eu então parei de falar, esperando ele concluir
    - Então - e riu, ainda sem graça - sabia que... Os antigos espartanos, tinham um costume distinto com relação aos seus pares na guerra? Os homens a sua volta, seus colegas de guerra, eram mais do que apenas soldados. Eles eram uma família. Eram... Íntimos. E isso tem uma razão
    Eu continuei e silêncio. Dava para ver que meu pai estava acanhado em falar aquilo, então eu não quis atrapalhar e deixei ele dar as voltas necessárias antes de chegar ao cerne da questão
    - Eles acreditavam que, um homem em guerra, que estivesse nela pensando na família, na esposa, e nos filhos, não seria capaz de se entregar totalmente para a batalha. Mas, se sua família estivesse lutando ao seu lado, morrendo ao seu lado, aí esse homem lutaria com todas as forças, pois ali estaria defendendo as pessoas que ama. Os soldados, casualmente, acabavam desenvolvendo um afeto entre seus companheiros. Não digo uma relação homossexual, pois é mais complexo que isso. Mas sim, eles amavam os homens ao seu lado. E assim, lutavam melhor. Eu acho que... Ao longo de gerações, essa essência ainda é muito comum entre os militares. Mesmo que não seja dito. Em meus tempos de cadete, testemunhei muitas relações entre cadetes, entre esses e seus superiores. Às vezes, de forma mais bruta, mas apenas porque estamos falando de homens que foram treinados a serem brutos. Que precisam ser brutos. Entende?
    - Acho que sim - falei - você está dizendo que... Eu deveria experimentar outro cara lá dentro?
    - Não simplifique - ele riu - estou dizendo que, se você quiser fazer qualquer coisa, que faça. Não vai ser uma aventura no quartel que lhe tornará menos homem.
    Eu pensei bem no que ele me disse, então uma curiosidade me bateu.
    - Pai, você teve estes tipos de experiência em seu tempo?
    Meu pai sorriu, meio encabulado. Depois respirou fundo e falou.
    - Eh. Tive. No meu primeiro ano tive muitos trotes. O seu, foi pinto. Quando você for obrigado a correr pelado em meio a uma chuvarada, aí conversamos
    Rimos juntos.
    - Os caras lá tem uma fissura por botar os calouros sem roupa, eu sei. Na verdade essa é uma estratégia de interrogatório já antiga. A maioria das pessoas fica constrangida de estar nua e isso normalmente as torna mais dóceis aos comandos
    Eu dei de ombros.
    - Não tenho problema algum com isso - e ele me deu outro soco carinhoso no rosto
    - Isso porque você é um sem vergonha - e depois me afagou os cabelos - eu mesmo tive de ficar pelado muitas vezes. E não adianta, os caras reparam. Você acaba notando o pau do colega, compara, e mesmo que seja difícil pra nós homens admitir: admiramos também. Eu, ao contrário de você, era magricelo quando entrei no meu primeiro ano. Imagino que um rapaz forte como você deva chamar muita atenção
    Eu não respondi, me fazendo de humilde.
    - Nos trotes acabávamos fazendo algumas coisas. Beijei um cara uma vez, peguei num pau. Mas nada de muito além disso. O quartel não iria tolerar um estupro. Pelo menos não no meu tempo. Mas a experiência que eu tive mesmo foi em meu segundo ano, quando dividia quarto com um amigo de longa data, o tenente Feliciano. Tenente era o nosso cargo quando passávamos pro segundo ano do ensino médio
    - Ainda é - complementei.
    - Então. Eu e o Feliciano já éramos amigos antes do quartel. Entramos juntos, no mesmo ano. Passamos pelos trotes juntos. Mas ali naquela vida enclausurado, sem as perseguições do terceiro ano, você acaba tendo todo seu tempo apenas para os afazeres da escola. Aí, acaba sobrando um tempinho para outras experimentações. Como eu falei, eu entrei bem magro, mas dados os constantes exercícios aos quais éramos submetidos, acabei ganhando corpo. E Feliciano também. E reparávamos. De vez em quando comentávamos, elogiávamos. Até aí normal. Quando percebíamos que estávamos olhando demais um para o outro, nos recolhíamos, meio encabulados. Mas com o tempo essa bobeira foi mudando.
    - Vocês chegaram a... Sabe, transar? - Perguntei, agora interessado.
    - Sim... Mas antes tivemos alguns dias de preliminares. A coisa começou numa noite, em que ficamos até tarde correndo no pátio, para nos prepararmos para um prova de atletismo. Ficamos de cueca no quarto, conversando. Entre o papo, uma olhada ali, outra lá. Foi quando eu brinquei com a bunda dele. Disse que dava mais caldo que a de muita mulher. Ele de brincadeira virou e empinou pra mim. Na farra, lembro que arriei o short dele fingi que ia comer. Coisa de adolescente idiota. Ele levou na farra também e começamos a brigar de brincadeira.
    Meu pai parecia voltar àqueles tempos, com seu olhar perdido pelo quarto
    - Não deu pra resistir. Cada toque, cada roçar de pele, sabe. Ia despertando coisas. Eu e ele já não estávamos nem mais levando a luta na brincadeira. Aquilo era mais um pretexto para poder roçar os corpos um no outro. Difícil não ter ficado de pau duro. Uma hora, lembro que o Feliciano caiu em cima de mim, e começou a roçar como se tivesse metendo. Eu deixei, nossos volumes colidindo, dando aquele tesão. Foi bom. Lembro que criei coragem e arriei a cueca dele e ele deixou. Ele fez o mesmo, ficamos pelados ali, deitados no chão, rocando um no outro. Eu olhava pra ele tentando decifrar suas reações, e ele fazia o mesmo. Ficamos com medo de ir além e o outro dar pra trás. Mas uma hora não resistimos e nos beijamos. Daí, foi um pegar no pau do outro e começar a masturbar. Foi uma loucura. Um frenesi. Nos masturbamos com tanta força, encarando um ao outro, que logo gozamos. Aí tivemos de limpar correndo o chão.
    - E depois? - Eu quis saber.
    - Naquele dia nada. Mas nos seguintes, quase toda a noite nós trancávamos a porta e tirávamos as roupas. Ficávamos na cama ou pelo chão, tocando um no outro. Descobrindo o corpo um do outro. Uma vez sentamos no chão, de frente, pernas entrelaçadas, envolvendo o corpo um do outro e brincamos com nossos membros, enquanto nos beijávamos. Naquele dia, eu enfiei o dedo no cu dele pela primeira vez. Feliciano ficou acesso. Naquele noite foi a primeira em que eu o penetrei. Peguei suas pernas e o fiz deitar de barriga pra cima, pernas pro ar. Nossa, meti muito nele naquele dia. E mais vezes depois. Eu tentei ser penetrado também, mas não consegui. Acovardei, confesso. Cara, doeu muito. Não sei como esse povo consegue
    Gargalhamos muito os dois.
    - Eu não imaginava - assumi, surpreso.
    - Mas é. Seu pai também já aprontou das dele - e sorriu carinhoso
    - Engraçado que esse cara tem o sobrenome da mamãe - comentei, meio que por alto.
    - É mesmo - respondeu em um tom de voz meio evasivo. Então tive um estalo
    - Pai, o tio Vitor fez a academia Pracinhas com o senhor, certo?
    - Hum... - Ele só me olhou, esperando eu somar dois mais dois.
    - Puta que...! - exclamei e ele riu - Sério? Mas... A mamãe sabe?
    - Claro. Foi ele quem nos apresentou.
    - Meu Deus
    - Não se faça de tão surpreso. E só pra sua informação, sua mãe também aprontou das dela na faculdade. Quando puder, peça pra ela te contar sobre uma amiga dela. A Camila. Gente, fico excitado só de lembrar da história dela.
    Eu ria sem acreditar. Incrível como eu não conhecia meus pais tão bem como imaginei.
    - Mas o que eu quero dizer, filho. É que eu e seu tio nunca havíamos nos interessado por isso antes. Nem eu nem ele. Mas rolou lá. Eu saí e ele se encontrou. Não me arrependo da experiência que tive. Nem me envergonho. E digo, gozei muito naquela época. Não too dizendo pra você transar com todo o quartel. Digo de forma geral, pra você não se prender achando que tudo é um desafio ou uma violação.
    Eu pensei bastante e então concordei.
    - Têm razão
    Nesse momento, ele puxou minha cabeça e colou sua testa com a minha
    - E reforçando o que sua mãe disse mais cedo: tenho muito orgulho do rapaz forte que você se tornou. Que não abaixa a cabeça para o que acredita ser errado. Mas saiba, se um dia encontrar um oponente com o qual não consiga lidar sozinho, você tem seus pais aqui por você.
    Eu sorri e agradeci.
    - Obrigado, pai
    Então ele me beijou a testa e levantou
    - Bons sonhos, campeão
    - Bons sonhos, Mendes - falei pra ele e ambos rimos.
    Eu virei pro lado e fechei os olhos, me sentindo bem. Protegido. Aa palavras deles haviam me dado força e uma sensação de segurança. Com eles, consegui dormi

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 20 – TRIBUNAL DE GUERRA

    Não era minha intenção passar a noite lá, mas o sono chegou sem eu sentir e quando me dei conta, acordei com muita preguiça. Escutei o celular de Siqueira ao longe e tentei ignorar o quanto pude. Mas ao fim tivemos de nos levantar. Senti Gabriel calado, meio distante. Estava visivelmente constrangido. Sorriu pra mim quando deu bom dia, mas não foi mais amistoso que isso. Me vesti e me despedi. Tinha de voltar para meu dormitório antes que sentissem minha ausência.
    Mas já era tarde, pois foi só eu sair pela porta, que vejo o inspetor terminar de subir até aquele andar. Tentei ainda voltar correndo, sem sucesso.
    - Mendes, é você?
    Malditos óculos fundos de garrafa. O cara enxergava como uma águia. Me virei e encarei meu destino.
    - O que faz aqui a essa hora?
    Eu não soube o que responder
    - Vejo que passou a noite fora de seu dormitório - concluiu sozinho.
    Nesse momento, Siqueira saiu do seu quarto e tentou intervir.
    - Capitão, nos desculpe. O Mendes acabou ficando aqui até tarde porquê... Estava me ajudando com meu trabalho...
    - Eh... Isso - dei corda, embora duvidasse que estivesse sendo convincente.
    - Essa é a desculpa mais deslavada que já ouvi. Vocês do terceiro ano tem autoridade para andar pelo colégio fora do toque, e até mesmo trazer algum calouro sob seus auspícios. Mas isso não os autoriza a que eles passem a noite fora do alojamento. Mendes, detenção - foi categórico.
    - Mas senhor, fui eu quem o obriguei - Gabriel tentou mais uma vez.
    - Não foi o senhor Siqueira quem descumpriu essas regras. Foi o soldado Mendes. Então, Mendes, já sabe onde é a sala. - E não esperou nossos embates e se virou.
    Quando sumiu de nossas vistas, comentei:
    - Acho que ele tem ciúmes de você - sussurrei, mas Gabriel não riu.
    - Me desculpa, Fábio. Desculpa mesmo. Eu...
    - Relaxa. É ainda meu segundo. Ainda falta pra eu correr perigo. E já estamos caminhando para as provas do terceiro bimestre. Acho que consigo segurar minha onda até o fim desse ano.
    Ele sorriu.
    - Mas devo lembrar que já é a segunda detenção que pego por sua culpa. - Lembrei - Acho bom ser recompensado por isso.
    Ele sorriu. Um sorriso sincero e amistoso. Daqueles raros de se ver em seu rosto. Ele então falou:
    - Tem minha palavra
    Nesse instante, os alunos começaram a sair de seus dormitórios. Nos cumprimentaram, mas nos olharam com desconfiança. Tentamos agir com naturalidade, mas sabíamos que mesmo naquele lugar, um calouro dormir junto de um veterano não era enxergado com bons olhos. Soares chegou e sussurrou.
    - Que isso, Gabriel. Nem eu faço o Pedro dormir aqui. Onde você estava com a cabeça?
    Pinheiro também se achegou.
    - Pegou mal, pessoal.
    - Eu sei... Eu sei - Gabriel se desculpou. - Eu... Eu não sei onde estava com a cabeça
    Fiquei calado, pois ainda me sentia um peixe fora d'água naquele meio. Mesmo sendo tão íntimo daqueles três.
    - Olha, sabe que o pessoal já está doido pra zoar com a cara do Mendes desde a 'noite dos cordeiros e dos lobos'. E eles só estão esperando você, como superior direto dele, sugerir algo - Pinheiro lembrou, então eu tive de perguntar.
    - Pera aí, pera aí. Eu corro algum perigo?
    Pinheiro então pôs a mão em meu ombro e sorriu.
    - Relaxa Mendes. O pessoal ainda gosta de você. Mas sabe como é né? São princípios. Você botou nossa moral em cheque. Então, precisamos revidar. Eu mesmo espero pra te dar uns esculachos - e riu - na camaradagem, obviamente
    Não sei se me senti melhor com aquilo.
    - O fato é que vocês dois saírem daí desse jeito, pegou mal. - Soares advertiu - Vão pensar que rola favoritismo. Ou pior, sentimentos - e fez uma careta, deixando claro a incoerência de sua crítica.
    - É mesmo, irmão. Nada de viadice aqui - e olhou arteiro para Soares.
    Rimos todos, mas eu ainda não estava mais relaxado.
    - Mas agora falando sério. - Pinheiro então mudou o tom - acho que seria bom você propor alguma coisa logo. Se não, os majores vão começar a dar sugestões. E os caras podem ser bem criativos
    - Eu topo qualquer coisa. - Me meti - melhor resolver logo isso - Falei e logo me arrependi quando os três olharam ao mesmo tempo pra mim.
    - Olha, faz um tempo que não temos um tribunal aqui no Pracinhas - Soares propôs.
    - Hum... Verdade - Pinheiro pareceu se deliciar com a ideia - E melhor, você sendo Juiz, Siqueira, já acabaria com essa ideia de favoritismos
    - Além do que. Você foi o mais humilhado. Sendo posto nu naquele grilhão. Tem que ser você - Soares completou.
    Siqueira me olhou de cima a baixo e sorriu.
    - Acho uma boa ideia - ponderou.
    - Aham, tá legal. Tribunal. E em que consiste isso? - Quis saber.
    - Fica frio, Mendes. - Pinheiro pôs a mão no meu ombro de novo - deixa conosco. Volta pro seu alojamento. Se não atrasa pra aula e vai ganhar outra detenção
    - Verdade. Pode deixar conosco - Soares
    Eu olhei pra Siqueira, que parecia se divertir
    - Acho que você vai gostar - falou por sim.
    Vendo que não ia conseguir nada ali, resolvi sair logo. Até porque Pinheiro tinha razão e eu não poderia me dar ao luxo do supervisor voltar ali e me pegar.
    Ainda olhei pra trás algumas vezes, na vã esperança de eles me chamarem e me contar. Mas não. Ficaram os três palhaços ali, sorrindo e acenando até eu ir embora.
    Depois da aula, fiquei na sala de detenção. Aproveitei bem o tempo e estudei alguns temas de matemática e biologia.
    Ao sair, encontrei com Pedro.
    - Henrique me contou. Que azar o inspetor estar ali justo de manhã
    - Nem fala - respondi. - Pedro, aproveitando. Você sabe o que é o tal de 'julgamento' aqui? Tribunal, digo - corrigi
    Pedro pensou, parecendo realmente não saber.
    - Não. Posso perguntar pro Henrique.
    - Não vai adiantar. - Descartei. - Ele não vai te contar, pra não correr o risco de você vazar pra mim
    - E por quê?
    - Não sei. Mas seja o que for, vou passar por um em breve - confessei
    - Nossa. Nervoso?
    - Sinceramente... Não - falei com franqueza. E acrescentei - Curioso? Muito.
    Mas minha ansiedade não foi demasiadamente testada. Naquela mesma noite, acordo com o som de passos do lado de fora. Levanto e olho pela janela para ver o terceiro ano vindo em peso para nosso alojamento. Já me preparei e quando acenderam as luzes, posicionei-me de pé na frente da minha cama.
    Eles entraram em silêncio, pararam, muito sérios e Siqueira veio a frente
    - Essa noite, senhores. Não viemos lhes aplicar trotes. Como nunca ocorreu em muitos anos aqui no Pracinhas. Hoje teremos o julgamento para avaliar os crimes de guerra cometidos na 'noite dos cordeiros e dos lobos'. Então, vou chamar os nomes, e quero todos nos seguindo sem fazer perguntas: Pascoal, Albuquerque, Silva, Valente, Mendes, Peixoto, Oliveira.
    Nós, chamados, fizemos uma fileira e os seguimos. Todos ali eram os calouros que estavam no grilhão na 'noite dos cordeiros e dos lobos'. O objetivo era bem claro. Mesmo já esperando aquilo, não pude evitar de meu coração começar a bater acelerado no peito, curioso para saber o que de fato ia acontecer.
    Nos levaram longe, para uma quadra coberta, nos fundos do colégio. Ali, nos colocaram em pé, em fileira. Os veteranos sentaram na arquibancada, com exceção de Siqueira, que estava em pé a nossa frente.
    - Senhores - começou em tom alto e imponente - já tivemos julgamentos ao longo da história desse colégio, mas pela primeira vez, um julgamento de guerra. Nosso intuito, será o de averiguar os crimes cometidos na 'noite dos cordeiros e dos lobos', punir os responsáveis e reestabelecer a ordem no Pracinhas. Vocês estão aqui hoje, como representantes do primeiro ano. Os rés. Não tem sentido condenar todos os calouros, assim como uma guerra não faz sentido condenar toda uma nação. Aqui, estão apenas os mentores dos atentados. E suas punições servirão de exemplo para todos.
    Ele esperou suas palavras serem absorvidas e depois se virou pra nós.
    - Se um de vocês tiver alguma dúvida agora, fale.
    Ordenou e eu dei um passo à frente
    - Mendes - convidou.
    - Peço aos senhores, misericórdia para meus homens. Eles não são responsáveis. Estavam apenas seguindo ordens. Minhas ordens. - Pedi, com convicção.
    Siqueira sorriu satisfeito. Ele devia esperar que eu fizesse algo do tipo. Um burburinho excitado correu entre os membros do terceiro ano. Nesse instante, Elias e Albuquerque deram também um passo à frente. Mas eu os cortei de imediato.
    - Não sejam idiotas! - Briguei. - Não se atrevam a assumir uma culpa que não é de vocês. Todos aqui sabem que eu arquitetei tudo. Voltem agora pra seus lugares!
    Os olhos de Siqueira brilharam de emoção. Podia jurar que ele estava tento uma ereção naquele momento ao me ouvir falar
    Na verdade, eu também estava muito excitado. Alguma coisa naquele clima todo me acendeu como na 'noite dos cordeiros e dos lobos'. Uma animação, como se tudo aquilo deixasse de ser uma mera simulação e começasse a criar contornos reais. Onde um novo mundo de aventuras e possibilidades se abriam pra mim. E eu estava ansioso. Muito ansioso.
    Albuquerque e Elias baixaram a cabeça e deram um passo de volta pra trás.
    - Mendes, você sempre nos surpreende - Siqueira reconheceu - senhores! - e se voltou para sua plateia - àqueles que concordarem em o oficial Mendes ser julgado por todos os crimes cometidos na 'noite dos cordeiros e dos lobos', por favor, levantem as mãos
    Foi unânime. Todas as mãos foram para o ar. Fitei Pinheiro e ele me olhava como um leão olhando a presa. Passando a vista rapidamente, reconheci aquele olhar em todos ali presentes. Respirei fundo, sentindo o coração acelerar. Meu corpo tremia. Não de medo, nem receio. Mas de uma ansiedade a qual não lembro ter experimentado antes
    - Você tem noção, soldado Mendes, que se julgado e condenado, irá receber sozinho a sentença, diante de seus leais homens, insurgentes?
    - Sim, senhor! - gritei.
    - Muito bem. Pode ser um criminoso, Mendes. Mas é um homem honrado - e Siqueira foi caminhando em direção a arquibancada - tentaremos lembrar disso quando lhe dermos sua sentença - e se sentou - agora, o senhor irar ouvir as acusações uma a uma. Em Silêncio. Após cada acusador der seu testemunho, terá alguns segundos para se defender. Ao final, o júri definirá seu caso e, se culpado, eu definirei sua sentença.
    Ficou em silêncio, deixando o clima pesado tomar conta do lugar.
    - Muito bem. Major Santos. Seja o primeiro.
    Santos se levantou e caminhou até mim. Me olhou nos olhos e depois se virou para o júri.
    - Venho esta noite, diante de vocês senhores do júri, declarar que o acusado, soldado Mendes, erroneamente chamado de capitão por seus subordinados, não passa de uma fraude. Um trapaceiro. Ele, aproveitando-se de um momento de distração, roubou a arma de meu companheiro, rendendo a ele e a mim. Vale lembrar senhores, que as regras dos cordeiros e dos lobos não permite aos primeiros portarem armas. Tornando a atitude do acusado não uma revolução, como ele chama, mas um mero desrespeito a nós e as tradições desta centenária instituição.
    Santos parou e eu fiquei impressionado com a eloquência dele. Não era só eu quem estava levando a sério a brincadeira de RPG.
    - Acusado, Mendes. O que tem a dizer? - Siqueira me perguntou.
    - Digo apenas o que já falei ao major Santos na noite referida - comecei - que o treinamento tem por intenção preparar os senhores para a vida real. E na vida real, o inimigo não vai passar toda sua trajetória fugindo e se escondendo. E acrescento que, se ele tivesse levado a sério sua posição, e as tradições dessa centenária instituição, não teria sido pego de calças arriadas em recreação, quando deveria estar cumprindo seus deveres.
    Ouvi Pinheiro gargalhar na plateia, seguido de alguns outros, mais comedidos. Ele logo se calou ao receber um olhar de censura de Siqueira. Mas mesmo meu superior direto lutava para não deixar aquele meio sorriso crescer demasiadamente em seu rosto.
    - Muito bem - falou por fim e pegou uma caneta retroprojetora do bolso e lançou para Santos - queira por favor, major, registrar sua acusação por escrito.
    Não vi papel ali e me perguntei onde ele escreveria. Não precisei esperar muito pela resposta. Santos veio até mim e, com olhos em brasa, sorriu. Pegou minha blusa e, num puxão, a rasgou em duas. Deixando apenas os trapos pesos pelos braços. Consegui não expressar toda a surpresa que aquela atitude ne causou. Meus colegas calouros lançaram uma explanação de surpresa, mas eu consegui me manter imóvel. Ele então pegou a caneta e escreveu em meu peito direito a palavra ‘TRAPACEIRO’.
    Depois, sorriu e voltou para a arquibancada, passando a caneta para outro major, cujo nome eu não lembrava.
    - Goulart, sua vez - Siqueira o anunciou.
    Ele chegou, então o reconheci como o cara que estava segurando Albuquerque enquanto Santos o deflorava.
    - Senhores. Serei breve. Estava com o major Santos no momento em que foi atacado. Esse jovem, além de nos roubar as armas, não satisfeito, também nos roubou as roupas. Ferindo assim nossa dignidade
    Ele veio até mim, e escreveu em meu braço a palavra ‘LADRÃO’.
    - Mendes - Siqueira convidou.
    - Primeiro, não as roubei. As tomei emprestadas - sorri - e depois, vocês puderem vestir as nossas roupas, logo não ficaram nus. Embora me arrependa agora de ter tomado tal atitude - alfinetei
    - O réu confessa seus crimes - Pinheiro gritou do júri, rindo de farra. Eu sorri pra ele. Ele devia estar se divertindo com aquilo mais até do que eu. Siqueira acalmou a plateia. Para ele, a coisa devia ser mais difícil, já que tinha de passar o ar de seriedade
    Ouvi risos atrás de mim. Meus homens observavam tudo. Assim como eu, eles não pareciam amedrontados ou intimidados. Creio que já era de conhecimento claro nosso que tudo ali não passava de um grande teatro. Não o julgamento em si, mas toda a estrutura do Pracinhas. Não havia hierarquia real, não haviam amarras com exceção daquelas que nós mesmo criávamos e com as quais nós mesmos nos prendíamos. Assim como aqueles homens não foram obrigados a nada do que fizeram, quando estavam sob a mira de armas de tinta, nós também. Nos entregávamos àquele jogo, que nos entretida, que nos dava prazer. Eu tinha a total consciência do lugar em que estava. Estava entregue, estava onde eu queria estar. Queria ver até onde chegariam. E o que eu pudesse fazer para que eles fossem o mais além possível, faria. Então vesti meu ar mais arrogante, minha fala mais petulante para aquele julgamento. Não tinha vergonha de meus colegas. Queria que eles vissem, e se divertissem. Como eu estava me divertindo.
    Diferente do papelão que paguei na lavanderia. Naquela noite eu estava pronto. Não apenas isso, estava de corpo e alma entregue àquele ritual.
    Olhei para meu júri, seus olhares de predadores, sorrindo altivo. Não tinha que teme-los. Como Siqueira já tinha me ensinado nas dunas, mas só agora eu realmente entendia. O único de quem eu devia ter medo era de mim mesmo. Medo de descobrir até onde eu estaria disposto a chegar naquilo tudo. Até quão fundo na toca do coelho eu iria. Mas para ser sincero, nem disso eu tinha medo naquele momento.
    Foi a vez de Pinheiro. Chegou com aquele jeito marrento, sorriso fácil. Era engraçado, pois no começo do ano o achava mal encarado, mas não consigo mais me lembrar de seu rosto sem ser daquela maneira boa praça que via ali. Ele falou ao júri.
    - Senhores. Continuando a acusação de nosso companheiro, o Major Goulart, quero salientar que, ao final de sua insana tortura, a qual eu e meus companheiros fomos submetidos no galpão em obras, o réu Mendes ainda me deixou nu, para que caminhasse em vergonha pela mata de volta ao meu lugar.
    Um urro de desaprovação do júri.
    - Cara de pau. Você quem não quis vestir as calças - respondi, antes de me convidarem
    - Silêncio, insolente réu - o tom dramático de Pinheiro estava ótimo. Difícil segurar a vontade de rir - aqui é a palavra de um major de respeito contra de um reles rebelde. Desrespeitoso, desonrado e insano
    Ele chegou diante de mim, cara a cara, e me deu língua sem os demais veteranos verem. Parecia uma criança com brinquedo novo.
    Eu ri, fuzilando ele ainda assim.
    Pinheiro desamarrou minha calça de moletom, arriou só a parte de trás, depois deu a volta por mim, abaixou e escreveu algo em minha nádega.
    - DESONRRADO - anunciou em alto e bom som. E me deixou de bunda a mostra. Mas o que eu pensei que teria encerrado, só acabou após ele me dar um sonoro tapa na bunda desnuda.
    - Filho da... - Consegui me conter na hora. Mas o grito causado pelo susto e pela dor foi o bastante, para todos rirem. Passada a dor inicial, até eu ri da cara de travesso de Pinheiro.
    - Senhores - Soares chegou, pegando a caneta de Pinheiro - o acusado, não apenas nos prendeu, nos humilhou, nos fez participar de seus jogos perversos, como também nos matou a sangue frio, após o termos entretido o suficiente - e se voltou pra mim e me deu uma piscadela - por isso, não há melhor definição para seu crime, que está.
    Ele terminou de arriar minha calca, me deixando nu. Meu pau, já duro, ficou ali erguido e orgulhoso, imune as tentativas de me rebaixar.
    Soares lambeu os lábios olhando para ele, mas logo se recompôs e escreveu na minha barriga, logo acima dos pelos pubianos, ‘ASSASSINO’.
    Um a um, eles foram vindo. Declarando suas acusações e eu me defendendo. E um a um, os adjetivos eram gravados em minha pele.
    ‘GENOCIDA’, ‘DEGENERADO’, ‘TERRORISTA’...
    Meu corpo estava todo tatuado. E cada uma delas eu exibia como uma medalha.
    Por último, Siqueira. Chegou altivo, lentamente, e parou diante de mim, camisa rasgada e calças arriadas.
    - Tire logo essa calça, soldado. Está ridículo assim. - ordenou
    Eu tirei meus sapatos e chutei minhas calças. Siqueira terminou de arrancar os trapos restantes de minha camisa
    - Melhor assim - falou - nu, tal como eu fiquei naquele lugar insalubre - e foi me circulando - eu, de todos, fui sua maior vítima, criminoso. Fui aprisionado nu, humilhado, violado. Meus homens foram forçados a me traírem. Tudo para satisfazer seu desejo sórdido.
    Eu olhava Siqueira atentamente. De vez em quando, via um sorriso brotar em seu rosto. Não sabia se era um sorriso sacana ou saudoso.
    - Diante de tantos testemunhos, não creio haver necessidade de julgamento. Mas como esse aqui é um lugar de justiça, que ela seja feita.
    E se voltou aos seus pares.
    - Senhores do júri. Se alguém aqui considera o réu inocente, levante a mão.
    Como esperando, ninguém ergueu.
    - Diante da vontade do júri, e do poder em mim investido como general da 'noite dos cordeiros e dos lobos,' eu declaro o réu, culpado.
    Um grito de comemoração no júri.
    - Ajoelhe-se para conhecer sua sentença.
    Eu obedeci, encarando ele sem parar. Siqueira me olhava com gosto. Gostava do meu olhar. Já havia declarado isso anteriormente. E me admirou um tempo antes de continuar
    - Não há sentença que faça apagar tantos crimes. Apenas a morte dessa vida será capaz de limpar tudo e lhe dar uma chance em uma nova existência. Sendo assim, como os antigos cristãos, que purgavam os pecados dos pagãos para que esses tivessem nova chance, eu o sentencio a pena de ‘Batismo dos Pracinhas'.
    Uma comemoração. Eu não entendi. Me voltei aos meus companheiros, mas eles estavam tão confusos quanto eu. Ninguém ali, com exceção dos veteranos, sabiam o que significava o 'Batismo'
    Então, esperei. Siqueira parou diante de mim, abriu a calça e pôs o pau pra fora.
    Eu fechei os olhos, e esperei o jato quente. Já tinha passado por isso. Poderia ter sido pior. Mas esperei e esperei. E nada de ser atingido.
    - Caralho - ouvi Elias praguejar atrás de mim. Só então abri um olho para espiar o que acontecia e arregalei os olhos quando vi que Siqueira se masturbava.
    - Caralho - acabei ecoando a exclamação de meu companheiro.
    Siqueira sorriu e logo seu pau começou a expelir gozo. O primeiro me atingiu no cabelo, formando uma linha até meu peito. Mais três jatos no peito. Siqueira gemeu alto e grosso. Apertou bem o pau, tirando mais algumas gotas de seu interior.
    Limpou a cabeça em minha bochecha.
    - Nossa - suspirou aliviado. - Tenho de admitir. Você me olhando assim dá até tesão. Próximo.
    Chegou Mathias, todo animado. Já estava de pau duro. Foi pra trás de mim e me mandou ficar de quatro. Gozou nas minhas costas e na minha bunda. Cada gozo, era uma comemoração dos veteranos. Os calouros olharam com mistos de estranheza e comedida curiosidade. Sorri para eles. Deixando-os mais à vontade. Não queria que nenhum de nós demonstrasse fraqueza diante deles. Mesmo derrotados, haveríamos de sair com dignidade.
    Me recompus e fiquei de joelhos novamente. Castro chegou. Pegou meu rosto e sorriu.
    - Isso. Olha pra mim. Adoro sua carinha de marrento. Agora, abre a boca vai. Não gozei na sua boca na lavanderia, mas vou agora.
    Eu o encarei com marra e abri a boca. Fechei os olhos e esperei. O jato foi certeiro. O primeiro pelo menos. Os outros foram no meu rosto. Ainda bem que fechei os olhos, se não iria irritar a vista.
    - Boa, garoto - Santos comemorou e apertou a mão de Castro. Veio depois e mandou eu fazer o mesmo. Obedeci. Mas errou feio. Na verdade o seu gozo saiu sem pressão. Caindo diante de mim, sem me alcançar. Houveram risadas entre calouros e veteranos e ele logo se aproximou, mas isso o fez conseguir apenas deixar cair em meu ombro as últimas gotas.
    - Que fraco, moleque, puta que pariu - Pinheiro não perdoou.
    - Deixa eu tentar de novo - pediu. Tentando disfarçar a humilhação.
    - Porra nenhuma. Vaza. Minha vez - e Pinheiro chegou
    - É Fabinho, minha vez - e botou aquele pau enorme pra fora e começou a se masturbar.
    - Onde eu gozo? - Foi pensando enquanto se masturbava. Então chegou bem perto, encostou no meu rosto a cabeça e deixou o líquido quente escorrer por ele, descendo pelo meu pescoço.
    E vieram. De um em um ou dois em dois, gozando onde achavam pele limpa. Meus braços, peito, barriga, costas. Soares me pôs de quatro e encheu minha bunda de sêmen, tal como fiz com ele na primeira noite em que o deflorei.
    Se eu me senti sujo quando levei seus mijões, no primeiro trote. Agora eu estava imundo.
    Ao final, Siqueira veio e mandou eu me levantar.
    - Venho declarar que o réu, está anistiado de seus crimes. - Um urro de comemoração no júri - Como verdadeiro líder, assumiu a responsabilidade, protegeu seus subordinados e encarou seu destino. Redimiu-se assim, perante nós. Senhores, uma salva de palmas.
    E todos bateram palmas, até mesmo os calouros.
    - Viva o capitão! - Albuquerque gritou e foi seguido - Viva!!!
    - Não abusem - Siqueira os advertiu, dando um olhar fulminante em Albuquerque. E logo eles pararam. Eu ri. Cansado. Imundo.
    Siqueira se virou pra mim e olhou de cima para baixo.
    - E você, soldado, recomendo uma boa ducha. Está nojento
    Todos rimos de novo.
    - Majores Pinheiro e Soares, favor, acompanhar o Mendes até as. Os demais, acompanhem os calouros até o dormitório. Por hoje, acabou.
    Então, se voltou pra mim, sorrindo e acenando com a cabeça. Não precisou de palavras para eu entender que ele só não iria comigo para não chamar mais atenção.
    Então, recomposto e em paz, fui para o chuveiro acompanhado dos meus guardas.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 21 – SEGUNDAS CHANCES

    - Caralho! Cuidado. Vai arrancar meu cabelo assim - gritei quando Pinheiro tentou pentear meu cabelo.
    - O que tu quer que eu faça? Essa merda está toda gozada - Pinheiro se divertia enquanto me ajudava a tomar banho.
    De início, eles ficaram apenas olhando, mas vendo que eu tinha muito trabalho pra fazer, resolveram também tirar as roupas e me ajudar.
    Pinheiro pegou um pente e Soares a bucha, e foi arrancando minha pele para tirar as inscrições de tinta. A água quente sobre mim completava aquele ritual de tortura medieval: esfolar, escaldar e escalpelar.
    Soares esfregava meu peito. Todos em paz, rindo enquanto eu lutava pra não gritar. Acho que o verdadeiro castigo afinal não era o julgamento ou o batismo, mas sim essa limpeza depois.
    - Tá bom. Chega galera, acho que dá pra sair assim - propus.
    - Como? Olha teu cabelo. Está todo grisalho ainda - Pinheiro gargalhava.
    - Relaxa, Mendes. Tirei o “D” o “E” e o “S”. Podemos deixar como HONRADO. O que acha? - Soares Zoou.
    Fui praguejando enquanto eles me limpavam. Mas apesar de tudo, sobrevivi. Pele bem vermelha dos esfregões e meu cabelo de encaracolado ficou liso com o jeito delicado de desembaraçar de Pinheiro. Mas de resto, inteiro.
    - Aí, viu? Precisava chorar? Acabamos - Soares riu.
    - Porra. Mas quase me mataram no processo - me queixei. Mas estava aliviado de ter acabado. - Obrigado. Eu acho
    - Que isso, Mendes. Obrigado só? - Soares se achegou, aquele sorriso safado no rosto.
    - Eh, parceiro - Pinheiro me cercou - Essa é sua segunda chance. Você acabou de ser anistiado. Isso quer dizer que começa tudo do zero. Nada melhor pra começar com pé direito do que dar um agrado para seus superiores
    Eles me cercaram, com paus já duros.
    - Será que eu não vou ter folga hoje? - Me queixei, mais fazendo drama do que propriamente reclamando.
    - Para de manha, Mendes - Soares pôs a mão no meu ombro e me empurrou pra baixo - Vamos lá. Só uma mamadinha, vai
    Eu fiquei de joelhos e olhei pra eles, que sorriam como os garotos travessos que eram. Como não tinha jeito, pus minha boca pra trabalhar, chupando bem cada pênis que me era apresentado, alisando suas pernas, seus sacos. Aproveitando bem seus cheiros e seus sabores.
    Trocava rapidamente de um pênis para o outro, passava minha mão por suas bundas. Recebia seus elogios.
    - Caramba, que boca - Soares comentou. De fato eu nunca havia chupado o pau dele.
    - Eu não te disse? - Pinheiro assentiu
    - Cara, vou gozar de novo - Soares anunciou e eu peguei rapidamente seu pau e o apontei para fora de minha direção. O jato foi direto no azulejo.
    - Que isso, Mendes - ele se espantou, achando graça.
    - Chega. Nem mais uma gota em mim, por favor - desabafei e todos gargalharam. Continuei chupando até todos se satisfazerem. Então, me vesti e eles me acompanharam até meu dormitório. Lá, fui recebido como um herói pelos calouros.
    - Uma salva de palmas para nosso capitão! - Albuquerque anunciou e todos urraram e me saldaram. Gostei da recepção, mas estava exausto. Então agradeci e fomos dormir. Caí rapidamente no sono.
    Nos dias seguintes, o clima já estava renovado. Se minha relação com o terceiro ano era boa, ficou ainda mais leve. Somente Santos ainda me olhava de rabo de olho de vez em quando, mas ele não me importava nem um pouco.
    Fim de semana fomos para casa e eu aproveitei bem a comida caseira de minha mãe. Conversamos muito e desfrutei de um fim de semana bastante calmo.
    Por volta de domingo, início da tarde, minha mãe recebeu um telefonema. Não prestei atenção no que era falado, exceto quando meu nome foi citado
    - Bem, posso ver com o Fábio sim. Mas se ele for, terá de levar a mala, pois terá de ir de manhã ao colégio. Ha... Aham... Ah que bom, meu irmão. Nem acredito... Fico muito feliz por vocês
    Nesse momento eu estava sentado olhando fixamente para minha mãe. Curiosidade corroendo para saber o que era falado.
    - Tudo bem, vou falar com ele. Boa noite.
    - O que houve? - Mal esperei ela desligar o celular
    Minha mãe estava visivelmente contente.
    - Seu tio ligou. Perguntou se você não queria passar o dia de hoje com eles.
    - Eles? - sorri, antevendo o que aquilo podia significar
    - Sim. Lucas está no Rio de Janeiro. Parece que... estão se entendendo.
    Aquela boa notícia me deixou muito feliz. Meu pai estava em seu habitual futebol, que ocorria no segundo domingo de cada mês, e de lá emendaram em um churrasco. Havia almoçado somente eu e minha mãe. Ela disse que eu poderia ir para a casa de Vitor. Avisaria meu pai depois. Eu aceitei. Perguntou se queria que ela me levasse, mas achei melhor pedir um UBER, para não atrapalhar.
    Peguei o carro e saltei no prédio de meus tios. O porteiro, que já me conhecia, liberou minha entrada.
    Fui pela garagem, pois o caminho era mais fácil para transportar minha mala. Estava animado, pensei em mandar mensagem dizendo que cheguei, mas desisti, achando melhor a surpresa. Apenas avisei minha mãe, para ela não ficar preocupada.
    Chamei o elevador e esperei. Quando, de repente, sou surpreendido pelo 'ataque' de lambidas de um cão labrador.
    O animal enorme pulou em mim e me lambeu o rosto. Apesar do susto inicial, até gostei. Era louco por cachorros e logo me entreguei aos seus afagos, rindo à beça.
    - Thor. Pelo amor de Deus
    Um homem vestindo bermudas de praia e chinelo chegou.
    - Desculpa, garoto - pediu, expressão claramente envergonhada. Olhei bem para ele. Era um homem bonito. Meia idade, pele morena de sol, forte, poucos pelos no peito.
    - Tudo bem - ri. Me divertindo com aquele cachorro tão amável - Lindo, seu cachorro.
    Levantei e ele tocou na minha blusa. Agora que via que fiquei com marcas de pata. Também pudera, minha camisa era branca.
    - Caramba, sujou todo. Me desculpe. Me distrai e o safado se soltou da coleira.
    - Tudo bem, só lavar - o reconfortei.
    Ele sorriu pra mim e eu acabei analisando seu rosto mais do que talvez devesse. Cabelos lisos e negros, com poucos fios grisalhos. Olhos claros, em tom acinzentado. Percebi que ele também analisava meu rosto. Como se tentasse me reconhecer de algum lugar.
    O elevador chegou e entramos, eu, o cara e um cachorro cheio de energia.
    - Você é morador? Não me é estranho, mas não me lembro - ele perguntou.
    - Meu tio mora aqui. Venho de vez em quando
    Ele olhou para os botões e viu que eu tinha marcado a cobertura.
    - Seu tio é o Vitor? O militar? - Perguntou, receoso.
    - Sim... Conhece?
    Vi que seu rosto ficou vermelho, então caiu a ficha de quem se tratava.
    Pouco - falou por fim - como ele está?
    - Bem - respondi de imediato. Voz menos amável. - Vim passar com ele e com Lucas. - frisei bem o nome do meu outro tio.
    - Ah, Lucas está de volta? - Respondeu, mas logo se conteve pois se mostrou interessado demais - que bom. Eles formam um belo casal - emendou
    - Formam sim - respondi com convicção. 'Seu destruidor de lares'. Esse comentário eu guardei pra mim. Engraçado como um simples detalhe pode destruir todo um clima.
    Ficamos em silêncio. Percebi que ele me olhava de vez em quando pelo espelho, mas desviava assim que eu percebia. Eu não podia negar que também reparava mais nele, na pele brilhando da maresia. Os desenhos do abdômen. Era de fato um homem que chamava atenção, o qual você não conseguia evitar olhar ao passar por ele na rua, independentemente de suas preferências.
    Nosso silêncio constrangedor não durou muito. Logo o homem praguejou.
    - Não, Thor. Que droga. Mas o que diabos deu em você hoje?
    Fui trazido a realidade em um solavanco, olhei para baixo e vi o cachorro, muito animado, com a pata erguida e mijando em minha mala
    Praguejei, mas já era tarde.
    - Meu Deus. Não sei o que dizer. Sinto muito mesmo - agora ele parecia capaz de pular do elevador em movimento de tanta vergonha.
    - Relaxa, relaxa - embora meu humor tenha sido bastante abalado com os últimos acontecimentos, me mantive calmo.
    O elevador parou no andar dele e ele segurou a porta.
    - Deixa eu limpar ela, por favor.
    - Não precisa - descartei.
    - Não. Por favor. Eu insisto. Já basta a camisa. A mala foi longe demais. Deixa eu pelo menos limpar ela.
    E continuou insistindo. Estava visivelmente constrangido e eu acabei lhe dando uma chance. Entrei em seu apartamento e ele soltou o danadinho do Thor, que correu livre pelo apartamento. Não adiantava, eu adorava animais, e não seria aquela travessura que me faria gostar menos deles.
    Era um apartamento bonito, espaçoso. Ele levou minha mala até a área de serviço e pegou produtos para limpeza. Foi esfregando com desinfetante para sair o cheiro.
    Esperei em pé ao seu lado.
    Apesar de estar um tanto quanto desgostoso, tanto pelo mijo na minha mala quanto por ter descoberto que aquele homem havia ajudado a causar a separação dos meus tios, não conseguia evitar olhar para seu corpo enquanto limpava minha mala.
    - Desculpa. Nem perguntei seu nome - ele olhou pra mim e sorriu. Tinha dentes bem bonitos.
    - Ha... Ah sim. Fábio
    - Prazer, Fábio. Sou Vinícius.
    - Prazer
    Ele então deu uma última esfregada e avaliou.
    - Vê, Por favor - pediu.
    Eu me abaixei e cheirei. Nenhum rastro de mijo.
    - Está ótimo. Obrigado
    - Que isso. Era o mínimo que eu podia fazer.
    Olhei pra ele e estávamos bem perto agora. Senti algo diferente no seu olhar. Analítico, curioso. Mas tinha algo mais e eu sabia o que era. Já estava muito tempo no Pracinhas e sabia reconhecer um interesse disfarçado quando via
    Levantamos e ele olhou minha blusa.
    - Deixa eu dar uma lavada nela também - pediu. - se esfregar bem, dá pra tirar as manchas das patas.
    - Não precisa - descartei, mas ele olhou de um jeitinho que era difícil negar. Devia ter aprendido aquele olhar pedinte com o Thor, pois era tão irresistível quanto um cachorro.
    Tirei a camisa e o entreguei.
    Vinícius a pegou e foi para o tanque. Antes de começar, virou o rosto e me olhou de cima pra baixo, com aprovação.
    Não tive como não rir da encarada descarada que levei. E a julgar por sua cara de sonso, não havia de fato mais nenhum interesse dele em esconder. A todo o momento ele se virava e dava uma olhada. Não posso negar que ter um homem bonito daqueles apreciando era algo que massageava o ego. Era capaz de entender o que meu tio passou, com suas constantes investidas.
    'Mas eu não vou cair nessa. Não mesmo' pensei comigo. Mas estava divertido. Vez ou outra eu até pegava no pau, uma forma bem troglodita de mostrar o material.
    - Desculpa perguntar, quantos anos você tem? - Ele perguntou enquanto esfregava as manchas de pata. Eu respondi.
    - Nossa. Você parece mais velho. Sabe... - e tentou gesticular - tem porte de homem.
    - Obrigado - e sorri, ainda achando graça.
    - Eh. Você é forte... E muito bonito. Com todo o respeito
    Fui ficando excitado. Não tinha como conter. Cruzei os braços e fiquei calado, tentando ainda, inutilmente, resistir ao charme natural de Vinícius. Tinha de admitir, o cara era uma tentação. Provavelmente que mesmo antes de minha mente se abrir nos Pracinhas, seria difícil não cogitar uma brincadeira com ele.
    Mas eu ainda queria bancar o imune, que não estava nem aí pra ele. Então optei por sair pela tangente.
    - Olha. Vou direto ao ponto. Eu sei o que rolou entre você e meu tio.
    Ele ficou meio sem graça, me olhando como cachorro que mordeu o chinelo.
    - Eu sinto por isso... Digo... - Gaguejou - O Vitor é um cara muito gato sabe. E eu pensei que ele e o marido fossem mais liberais. Sei lá, idiotice minha. Me perdoa?
    - Eu não tenho que te perdoar... Só... Queria pedir pra tentar não atrapalhar sabe. Sem julgamentos - me apressei em completar - você é um cara solteiro, eu acho. - E ri - é boa pinta. Meu tio pisou na bola. Era ele quem devia ter te dado um chega pra lá. Mas se você puder ajudar. Ficando longe. Pelo menos nesse início. Vou ser muito grato - e acabei completando - e se eu puder fazer algo pra te recompensar por isso, ficarei feliz.
    Foi esquisito, pois aquela última frase saiu sem eu ter planejado. Como se meu cérebro quisesse me pregar uma peça. E eu jurava que podia ouvir uma engrenagem em sua cabeça estalando com minha última frase. Me olhou de rabo de olho e deu um meio sorriso. Então, fingindo pouca importância, terminou de lavar minha camisa e a estendeu.
    - Assim... Eu posso sim. Na verdade, o Vitor tem me evitado. Nem nos corredores ele quer cruzar comigo. Eu também não quero mais nada com ele. Não quero atrapalhar casal nenhum. Mas sabe como é né? - E sorriu - tem horas que os hormônios pedem... Que da aquela vontade e...
    - Você é um cara bonito. Consegue companhia fácil - o cortei, com malícia.
    - Você me acha bonito? - e sorriu.
    - Pelo menos o que eu posso ver, sim - respondi com marra. Aquele joguinho de sedução estava interessante. Nosso interesse mutuo era evidente, mas fazer de difícil também estava divertido.
    Vinícius chegou mais perto e sorriu, me olhando nos olhos.
    - Coincidência, sabe. Pois também acho você um garoto muito bonito - e me olhou de cima a baixo.
    Eu não respondi, apenas sustentei seu olhar com rosto altivo.
    - Então...- Completou - já que você tá ai... Tão disposto a ajudar... Sabe... Tenho estado com muito tesão ultimamente - foi direto ao ponto.
    - É mesmo? - Me fiz de desentendido
    - Sim... - Manteve a cara de sonso - faz um tempo que não.... Você sabe... Subindo pelas paredes aqui
    - Nossa - exclamei - entendo que deve ser uma barra. Mas não vai fazer besteira hein? Nada de tentar ir na cobertura
    - Claro que não - se fez de ofendido - eu prometi, não foi? - E alisou meu volume - e eu cumpro minhas palavras... Mas se eu pudesse ter uma ajuda pra... você sabe... Não ficar tão necessitado
    - Entendi - e sorri - bem, eu prometi, não foi? Estou aqui pra ajudar meu tio
    - Você é um garoto muito bom - e foi descendo e abrindo minha calça - seus tios tem sorte de ter um rapaz tão bom com eles -
    E botou meu pau pra fora e começou a chupar
    - Eh - gemi - fazer o que. Sou assim. Altruísta.
    Vinícius chupava muito bem. Não era como os garotos do ensino médio. Ele tinha técnica, tinha experiência. A língua dele parecia ter vida própria e massageava toda a região, me dando arrepios.
    - Desculpa, esqueci seu nome - falou entre as mamadas - mas saiba que te admiro muito. Por tudo o que você está fazendo, por mim e por seus tios
    - Tudo bem - por um segundo eu também esqueci meu nome, delirando em sua boca.
    Ele tirou toda minha calça. Eu me apoiei na parede e abri as pernas, deixando ele meter a cabeça entre elas e abocanhar meu saco de forma a me fazer delirar.
    Gemi muito, sentindo ele lamber minha virilha.
    Vinícius levantou, tirou a própria bermuda de forma apressada, e desceu de novo, voltando a mamar enquanto se masturbava.
    - Me perdoa, garoto? - Pediu, sonso. Vinícius era um homem sedutor. Perigosamente sedutor. Esperava que meu tio não fosse burro o bastante de cair na dele novamente. É, eu sei. Como eu estava caindo naquele momento, tudo bem. Mas eu era solteiro. Eu podia.
    - Que pau gostoso. Flávio, ne? - Perguntou
    - Aham - não estava ouvindo ele direito - espera...não... Ah dane-se - dei de ombros.
    Minhas pernas tremiam. A boca dele me deixava louco.
    - É grande - continuou, pegando ele com força e apertando em sua mão. Vinícius olhava pro meu pênis e falava como se estivesse dialogando com ele e não comigo - será que eu te aguento? - E lambeu a cabeça, cheio de tesão.
    Era sensível o tesão dele. Ele chupava, lambia, beijava como se meu órgão fosse algo de um sabor único e inestimável.
    - Flávio, me fode. Por favor - pediu e levantou. Foi me levando pela mão até o sofá. Sentou e abriu as pernas.
    Sem cuspe nem nada, fui encaixando e metendo. Vinícius revirou seus olhos quando entrei com tudo.
    - Ah... Vai. Mete agora. Mete com tudo.
    E fui mesmo. Com força do início ao fim. Ele delirava, com seu corpo balançando ao ritmo das estocadas.
    - Isso. Isso. Garoto bom. Meu Deus que garoto bom você é
    Ter um homem bonito daqueles, nu, todo aberto e pedindo... Não, implorando pra ser penetrado, era um prazer surreal. Metia com gosto vendo sua cara delirar.
    - Pelo menos assim você se acalma - sussurrei - nada de importunar minha família a partir de agora. Pode deixar que, das próximas vezes que eu vier visitar eles, dou uma passadinha aqui e apago teu fogo.
    - Promete? - e me olhou com os olhos brilhando, agarrando meu rosto - promete mesmo?
    - Prometo - e meti mais e mais
    Foi intenso, logo seu pau começou a verter gozo e eu fui na onda. Gozamos fartos e juntos. Só então, após relaxarmos, percebemos que estávamos sendo assistidos por Thor, que olhava tudo com a cabeça inclinada e as orelhas erguidas em sinal de dúvida.
    Rimos bastante, mas eu não podia ficar mais. Assim, peguei minha mala, me vesti e sai logo dali. Peguei o elevador antes que minha mãe entrasse em contato com meu tio e eles pusessem a polícia atrás de mim.
    Cheguei no apartamento de Vitor todo desconjuntado. Camisa ainda molhada, suado e despenteado.
    - O que aconteceu contigo? - Vitor se alarmou ao me ver
    - Umas... Coisas - não sabia como explicar então sai entrando e ignorando a pergunta.
    - Tudo bem, Fábio? - Lucas apareceu. Eu fiquei tão feliz que o abracei, esperando assim ignorar aquela pergunta também.
    Eles acabaram desistindo de me perguntar e me ofereceram uma bebida. Aceitei, ainda eufórico da experiência que tinha acabado de ter. Bebi toda a soda em um gole e fui respirando bem para me acalmar. Eles acompanharam tudo cheio de dúvidas, mas não perguntaram mais nada e foram direto ao assunto.
    Lucas disse que queria falar comigo, pois estava preocupado, assim como Vitor, de eu me sentir culpado pelo que aconteceu. Falou comigo de forma madura e centrada. Me explicou o que eu já sabia. Falou da separação, e agora do que parecia ser uma segunda chance.
    Eu estava perdido ainda, mas em paz. Escutei eles falando, como uma criança que ouve os pais separados tentarem um retorno. E estava ansioso como uma.
    Eu sempre gostei deles. De início, os achava como uma prova de coragem e perseverança, já que meu tio encarou muito preconceito na corporação para conseguir aquele casamento. Mas acredito que, após conhecer o Pracinhas, a relação deles ganhou um significado a mais para mim. Algo como uma relação diferente das que experimentei até o momento. Algo que ia além dos jogos e dos trotes. Algo que não precisava de desculpas. Algo maduro e honesto. Que como tudo o que é sério, não tem só momentos bons, mas tem que passar também pelas tormentas. E sobrevive e fica mais forte.
    Fiquei verdadeiramente feliz de Lucas dar uma segunda chance ao meu tio. E este parecia realmente empenhado em mudar.
    - Amor, se você quiser, nos mudamos daqui - ele sugeriu em um momento
    - Claro que não - descartou de imediato - esse é nosso lar e eu quero voltar a confiar em você. Não vamos conseguir isso se fugirmos. Quero continuar aqui. Aquele vizinho que fique, que tente. Não vou me deixar intimidar, nem ficar inseguro. E ele nem é tão bonito assim. Não sei o que viu nele.
    A última frase de Lucas estava carregada de despeito, mas não podia culpar ele por isso. Meu tio que não se atrevesse a contestar.
    - Você o conhece, Fabio? - Perguntou enfim.
    - Eu? - Me fiz de desentendido - acho que já o vi uma vez. Achei ele meio sem sal - e bebi meu refrigerante, tentando esconder a cara de sonso.
     

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 22 – GUERRA E PAZ

    E num piscar de olhos, entramos nas provas do terceiro bimestre. Estava cada vez mais fácil passar por essa temporada de estudos. Uma vez conhecendo a rotina. Naquele bimestre, porém, tivemos uma mudança no cronograma. As provas foram antecipadas uma semana. Isso porque, na semana seguinte, no sábado, uma importante prova militar ocorreria e a qual praticamente todos do terceiro ano participariam. Então, os alunos do terceiro seriam liberados para suas casas uma semana para que pudessem terminar sua preparação da forma que melhor convir. Aos demais, restaria uma semana mais leve, em que os professores combinaram de passar revisões nos pontos em que os alunos mais tinham dúvidas.
    Consegui passar pela semana muito bem. Porém, no dia da última prova, eu sofri um pequeno acidente. Nada sério, apenas fomos jogar futebol após a última prova como forma de aliviar o estresse, e numa dividida de bola com Elias, acabei tropeçando e torcendo o pé. Doeu bastante, mas nada sério. O médico da enfermaria havia confirmado isso.
    Então, voltei para o alojamento para ficar em repouso o resto do dia. Lá, encontrei Valente lendo. Não quis atrapalhar, então deitei e tentei dormir um pouco. Meu tornozelo ainda incomodava.
    Era início de tarde ainda, e o alojamento estava praticamente deserto e eu não conseguia dormir.
    Tédio, somado a uma fertilidade própria da adolescência, e é claro, uma total falta de constrangimento em atazanar um colega de classe, me fizeram ter uma ideia.
    Não era das minhas ideias mais brilhantes, eu concordo, mas era funcional. Botei o pau pra fora e comecei a brincar com meu único companheiro naquelas horas de solidão.
    Olhei de surdina para Valente, mas o garoto estava tão focado na leitura de ‘Os homens que não amavam as mulheres’, que sequer me olhava. Não podia julgar, o livro era ótimo, mas eu não estava afim de deixar ele ler. Pigarreei, e nada. Maldita hipnose por livros que aquele garoto parecia ter.
    Então, continuei a massagear meu órgão e dei um leve gemidinho. Depois outro, um pouco mais alto. Então finalmente consegui chamar sua atenção.
    Começou com uma olhadinha rápida, por cima das páginas. Ele logo voltou a leitura e eu cheguei a pensar que ia ser de fato ignorado. Mas não. Logo depois ele olhou de novo. E de novo. E de novo.
    Sempre de forma rápida, furtiva. Era engraçado. Arriei minha calça toda, até a canela. E levantei minha blusa até o meio do peito e me masturbei. Devagar, puxando bem a pele e revelando a cabeça vermelha.
    - Ah... Fábio
    Eu então fingi um susto e joguei o lençol por cima.
    - Foi mal, cara. Esqueci você aí.
    - Aham - não se deu ao trabalho de fingir que acreditava. Estava sentado agora, ajeitando os óculos.
    - Como está seu tornozelo?
    - Doendo um pouco - admiti.
    Ele levantou e veio. Sentou do meu lado
    - Posso fazer alguma coisa? - Se mostrou solicito
    - Não cara. Pode voltar a ler. Não quero atrapalhar. - Me fiz de desinteressado.
    - Ah tal - e riu de deboche. Então, meteu a mão por baixo dos lençóis e pegou nele. Depois alisou minha barriga e meu peito.
    A carinha de garotinho, os óculos e o ar intelectual. Valente deu um meio sorriso e desceu, colocando meu pau na boca
    - Oba - me reclinei e recebi suas chupadas de bom grado.
    Era uma chupada tímida, um pouco sem técnica. Mas também não era justo julgar. Depois de experimentar a boca experiente de Vinícius, qualquer outra careceria de técnica.
    Então, apenas relaxei e aceitei de bom grado o favor que meu amigo me prestava. Era bonitinho ver ele ajeitando os óculos enquanto chupava, lambendo devagar e com carinho.
    Ele então se ergueu e apertou meu pau, fazendo a cabeça vermelha inchar.
    - E aí. Está melhor? - Perguntou com um meio sorriso. Dava para ver seu pau duro por dentro da calça.
    - Ótimo. Obrigado, Valente - e sorri. Nesse instante ouvimos passos e ele puxou rapidamente minha calça para eu me vestir. Eu desci a blusa. Valente acelerou até sua cama e eu fingi que dormia.
    Quando escutei os passos de alguém entrando, abri um olho, fingindo despertar. Era Albuquerque.
    - Te acordei? - Perguntou, preocupado.
    - Tinha só cochilado - menti. Valente já estava novamente aprofundando em sua leitura. Não sei se fingia ou se de fato havia novamente se desligado da realidade. Conhecendo bem, era provável que fosse a segunda opção.
    - Fui na enfermaria e me avisaram que tinha voltado para o quarto - contou - como está?
    - Doendo um pouco - respondi.
    Só então vi que ele trazia uma bandeja.
    - Estão servindo o lanche. Trouxe o seu
    Me surpreendi com aquele gesto. Agradeci e me sentei.
    - Obrigado, Albuquerque - sorri.
    - Nada, Capitão. Você me ajudou e eu ajudo você. Pra isso serve a parceria.
    Confesso que ter ele me olhando enquanto comia era um pouco constrangedor. Mas eu não ia enxotar ele dali, ainda mais depois de estar sendo tão solicito. Tentei puxar um assunto para tornar o clima mais agradável.
    - E como terminou a partida?
    - O time do Elias acabou conosco. - Informou de forma a deixar bem claro que aquilo era óbvio.
    - O safado nem se importou quando me derrubou - falei com falso despeito.
    - Não leva a mal não capitão. O senhor é incrível em muitos aspectos, mas com certeza futebol não é um deles. Você caiu sozinho - brincou.
    Eu me fiz de ofendido, então dei um soco em seu braço.
    - Olha como você fala com seu capitão - chamei sua atenção e ele riu.
    - Foi mal - brincou e continuou me olhando até eu terminar. Deixei a bandeja de lado e agradeci de novo.
    Testei o tornozelo ainda estava magoado.
    - O que o médico disse? - Ele quis saber.
    - Só torção. Pediu para eu evitar mexer com ele, pelo menos nesses três primeiros dias e fazer massagem com esse creme - indiquei em cima de minha cômoda.
    - Quer que eu passe? - Ofereceu
    De fato já estava na hora de trocar a faixa, então eu aceitei a oferta. Ele sentou melhor na cama e pegou meu pé, apoiando em cima de seu colo. Pensei a princípio ter um pouco de maldade quando ele pôs perto de seu pau, mas julguei mal. Eu que devia estar com os hormônios aflorados e estava vendo erotismo em tudo.
    O toque era doloroso, por mais que Albuquerque estivesse sendo delicado comigo.
    - Quer que eu pare? - Perguntou.
    - Não, eu aguento - e trinquei os dentes.
    Quando acabou, enfaixou novamente e deixou em seu colo.
    - Pronto
    - Obrigado - e respirei, olhos marejados do processo. - Você tem uma mão boa - elogiei.
    - Valeu. Minha mãe é fisioterapeuta. Me ensinou algumas coisas - e parou um instante, parecendo encabulado de continuar. - precisando de mais algo...- Sugeriu por alto, deixando no ar.
    Eu sorri e cogitei. De novo com maldade na cabeça.
    - Olha... As provas até que me deixaram muito tenso... - E massageei o próprio ombro - se não for te incomodar... Eu tenho bastante tempo - e indiquei meu pé imobilizado.
    Albuquerque sorriu, lambendo os lábios, então me ajudou a virar de bruços e apoiar meu pé de forma confortável. Tirei a camisa, relaxei e deixei suas mãos agirem. Em instantes, meu corpo inteiro estava cheirando a cânfora. Mas eu tinha de dizer, o toque dele era muito bom. Mãos de fada. Senti meu pescoço mole depois que ele terminou. Foi descendo pelas minhas costas, estalando a coluna umas três vezes.
    - Albuquerque, você é um gênio - gemi, já quase apagando de tanto relaxar
    Ele riu com sinceridade.
    - Obrigado, capitão. Que bom que gostou.
    Ele chegou na altura da minha lombar, e depois dali, parou. Eu já estava de olhos fechados, completamente entregue àquela poderosa e eficiente massagem, mas ainda estava desperto o bastante para achar graça daquela pausa. Se eu ficasse quietinho, podia ouvir as engrenagens de seu cérebro trabalhando arduamente.
    Esperei, curioso para ver sua atitude. Teria ele realmente escutado meus conselhos no dia antes de nossas férias de meio de ano, ou ainda guardava aquelas ressalvas que o imobilizavam antes?
    Ele segurou com a ponta dos dedos meu short e desceu um pouquinho, desnudando metade das nádegas
    Achei interessante sua atitude e fiquei quieto, sentindo ele massagear minha bunda com muita cautela. Mais um tempinho, ele desceu mais, desnudando minha bunda por completo. Massageou a parte de baixo das nádegas, seus dedos entrando no vão entre elas aos poucos. Tocou a entrada do orifício com a ponta do dedo. E massageou lá um tempo.
    Abri um olho e o observei, bastante interessado.
    Quando me viu, ele sorriu amarelo
    - Foi mal, capitão. Fui longe demais?
    - Não - e sorri - Estou gostando de ver.
    Ele se encorajou e enfiou um dedo. Gemi baixinho. Albuquerque subiu na cama de joelhos, puxou meu short todo, me deixando nu.
    Voltou a massagear minha bunda, apertando com força a carne. Brincando vez ou outra com o orifício.
    - Com todo o respeito, capitão... Mas sua bunda é uma delícia.
    - Obrigado, soldado - e joguei a isca - quer experimentar?
    Ele pareceu soluçar. Engraçado, mas minha oferta parecia ser inacreditável pra ele.
    - Eu...
    - Algum problema? - perguntei com calma. Erguendo meu tronco e apoiando meu corpo em cima dos cotovelos.
    - Não... Só... Que você tinha me prometido uma coisa antes e...
    Eu pensei, tentando lembrar o que era. Então meu rosto se iluminou quando recordei.
    - Verdade. Me desculpe. Que falta de respeito a minha
    - Mas eu entendo que você esteja machucado
    - Não. Não. Oficial no quartel quer serviço - e virei com calma, ficando de barriga pra cima. Meu pé fisgou, mas eu ignorei, anestesiado pelo tesão - Mas... Vou precisar de sua ajuda - e sorri com maldade.
    - Claro - ele se ergueu, ansioso.
    - Vai ter de sentar - Sugeri - o trabalho vai ser mais seu.
    Ele sorriu mais e então se ajoelhou
    Pegou meu pau e chupou bastante, mais para encher o órgão de saliva do que pra praticar sexo oral mesmo.
    Quando estava pronto, olhou pra saída, se virou, arriou a calça e foi encaixando. O fato de estar com os pés no chão ajudou muito o serviço. Ele ficou de lado e foi abaixando a bunda, como quem senta em uma cadeira.
    Encaixou e foi deslizando, entrando naquela bundinha lisa e empinada.
    Quando terminou de sentar, ergueu o rosto, respirando fundo. Mas quando ia começar a subir e descer, ele olha pra frente e dá um grito.
    Levei um susto e Albuquerque questiona:
    - Há quanto tempo você está aí?
    Olhei em direção e vi Valente.
    - Caramba - praguejei. A verdade é que dessa vez eu tinha realmente me esquecido dele. Valente era silencioso como um gato, tornando uma pessoa virtualmente invisível quando queria.
    - O tempo todo - falou com naturalidade, deixando o livro de lado.
    Eu ri.
    - Qual é Albuquerque, vai parar não né? - Incentivei. Ele se recompôs e falou:
    - Não. Claro que não. Só levei um susto - e virou pra mim e começou a levantar e descer, devagar, sem pressa.
    Fui gemendo baixinho, vendo meu órgão aparecer e se esconder em seu corpo.
    - Se eu estiver indo muito rápido, avisa, capitão. Não quero que se esforce muito.
    - Está perfeito... - E gemi mais. Aquela devoção em me agradar era excitante demais. O jeito dócil e prestativo. Não tinha como culpar os veteranos nesse ponto. Ter alguém para servir dessa forma era bom demais. Albuquerque foi bastante desinibido, aumentando o ritmo, fazendo o colchão ranger um pouco. Tive vontade de pegar ele de jeito, mas quando fiz um impulso para tanto, meu pé me lembrou que eu ainda não estava recuperado e eu me aquietei. Deixei Albuquerque fazer o trabalho.
    - Cara, vou gozar - avisei.
    - Goza, capitão - incentivou - o senhor merece.
    Que cara de safado aquele garoto tinha. Gozei bastante, enquanto ele rebolava em meu colo, envergando meu órgão em seu interior.
    Albuquerque levantou, pegou o guardanapo que estava envolvendo meu sanduíche e limpou meu órgão. Então vestiu novamente as calças e me ajudou a me vestir.
    - Espero ter ajudado - falou por fim.
    - Você foi muito prestativo. Nem sei como agradecer - falei com malícia.
    - Vai pensar num jeito - e pegou minha bandeja e saiu. Valente, que tudo viu, estava visivelmente excitado, mas não fez nada. Era claro que a praia dele era mais assistir.
    Devo dizer que acreditar nisso me afagou o ego. Já que ele havia me dispensado tão facilmente para voltar ao seu livro em minhas primeiras investidas
    Pedro e Elias me visitaram na tarde e só saíram na hora da janta. Foram com Valente e prometeram trazer minha refeição pra eu não ter de andar. Fiquei sozinho e aproveitei pra ler um pouco. Estava no meio de ‘A menina que roubava livros’, que Valente tinha me emprestado havia uma semana.
    Então, logo depois, antes dos calouros voltarem da janta, foi a vez de Siqueira.
    - Estranhei não te ver no refeitório. - E veio ao meu encontro - me contaram o que houve. Como você está?
    - Estou bem. Pouco de dor. Mas nada grave. Vou ficar o fim de semana de repouso, mas segunda o médico disse que já devo estar ótimo
    Ele passou a mão na minha perna, não com maldade, mas com carinho.
    - Quem diria - falou - o grande herói da 'noite dos cordeiros e dos lobos', seria um perna de pau - me zoou.
    - Fazer o que, não se pode ser bom em tudo - brinquei.
    Ele sorriu e me olhou com carinho. E eu retribuí. Ficamos e silêncio um tempo, naquele alojamento enorme só nos dois. Até que Siqueira quebrou o silêncio, parecendo se lembrar.
    - Lanchou? - Perguntou
    - Sim. Albuquerque me trouxe mais cedo.
    - Hum... - E sorriu - bem, vou pegar seu jantar então. Já volto.
    E se levantou, mas quando ia sair, chega Albuquerque novamente, com uma bandeja na mão.
    - Capitão, trouxe pra você não precisar ir lá... Ah... Oi, major - e se surpreendeu ao ver Siqueira.
    - Oi... - Siqueira olhou desconfiado. - Você de novo?
    - Ah sim - e riu - o Elias e o Pedro ainda não terminaram de jantar. Como acabei, vim trazer logo
    - Hum... - Siqueira não estava muito à vontade e estendeu a mão para pegar a bandeja. - Deixa comigo. Pode voltar prós seus amigos.
    - Ah? Não, tranquilo, não tem problema... - Ele tentou argumentar, mas foi cortado.
    - Obrigado, soldado - o major frisou bem cada palavra - pode deixar que do meu subordinado cuido eu
    - Ah... Tudo bem - desistiu
    Eu estava sem graça, então resolvi falar:
    - Obrigado, Albuquerque. Valeu mesmo. Já te dei muito trabalho hoje.
    - Nada, Capitão - olhou receoso pra Siqueira e saiu.
    Siqueira bufou de impaciência e veio.
    - Tudo bem? - Perguntei.
    - Estou bem. Moleque esquisito. Fica parado igual zumbi olhando pra você
    - Acho que você está exagerando - o adverti.
    - Acho que ele tá é apaixonado por você - acusou
    - Que nada - descartei - Você está viajando.
    Ele desistiu de discutir.
    - Deixa pra lá. Melhor comer - e me serviu.
    Se ter Albuquerque me olhando comer foi constrangedor, com Siqueira foi pior ainda. Acho que porque ter ele tão solicito era ainda mais singular. Diferente de tudo o que eu conheci dele até então.
    - Quer que eu faça uma massagem no seu pé? - Ofereceu por fim - talvez trocar as ataduras
    - Ah... - Fiquei sem graça.
    - O que?
    - O Albuquerque já fez... Obrigado - e sorri amarelo.
    - Ah sim - sua boca se contorceu mas ele não falou nada - Ok - e fez um bico - Seu médico te receitou algum remédio?
    - Só dipirona em caso de dor.
    - Albuquerque já te deu isso também? - A pergunta foi bem maldosa, mas eu fingi não perceber. Não estava acostumado àquela sua postura e não sabia bem como reagir.
    - Não. Eu não gosto de tornar analgésico. - Expliquei
    - E vai ficar a noite toda com dor, então? - Perguntou como se eu fosse uma criança. Eu ia falar, mas ele continuou - toma, Fábio. Aproveita que jantou. Vai aliviar. Você vai dormir melhor e vai se recuperar mais rápido
    Diante de tanto cuidado, não pude negar. Ele parecia realmente empenhado em fazer algo por mim, então eu deixei. Ele me deu o comprimido e eu tomei com o resto do suco.
    Os calouros começaram a chegar. E ele se levantou.
    - Bem, vou deixar você descansar. Amanhã nos falamos antes de irmos para nossas casas - e pegou a bandeja.
    - Obrigado, major - agradeci e sorri.
    Ele me olhou, mas não conseguiu me encarar.
    - De nada - falou meio que esquivando - eu sou seu superior, é meu dever cuidar de você
    - Não lembro de isso estar nas regras do colégio - questionei.
    - Cala a boca e dorme, Mendes - e saiu.
    Agora sim, aquele era o Siqueira que eu conhecia bem. Achei graça, mas ao mesmo tempo senti um certo calor no peito.
    Acho que viajei acordado, mas acabei despertando num solavanco quando fui atingido por um travesseiro na cara
    - Acorda, Fábio - era Elias. Pedro ria ao seu lado.
    - Nem vi vocês chegarem - informei.
    - Percebi - Elias sorriu com malícia. - Ficou aí todo derretido com seu major.
    - Vai pro inferno - praguejei e lhe lancei o meu travesseiro. Rimos muito e brincamos. Albuquerque e Valente chegaram e se juntaram a farra, junto de uns três outros calouros. A coisa só acabou quando Pedro, sem querer, acertou meu pé. Eu fui até lua e voltei
    - Desculpa, desculpa - implorou, visivelmente arrependido.
    - Some daqui antes que eu enfie meu punho onde só seu noivo vai achar depois - ameacei, ainda me recompondo. Tentei soar brincalhão, mas a fúria causada pela dor não deixou.
    Mas logo o clima se acalmou e fomos deitar.
    Apesar de todos os inconvenientes, foi um dia agradável e eu dormi em paz. Não pude evitar que meu último pensamento naquela noite me levasse à Siqueira e a seu jeito cuidadoso ao qual havia acabado de ser apresentado.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 23 – FRANQUEZA

    No sábado de manhã, estava sentado no banco aguardando meus pais virem me buscar. Meu pé já havia apresentado profundas melhoras, mas mesmo assim, não quis abusar. De fato foi melhor eu ter tomado o analgésico, pois só consegui dormir bem quando este fez efeito.
    Elias estava comigo, me fazendo companhia, até que seus pais chegaram. Minha mãe já havia me avisado que tinha pego trânsito no caminho, por conta de um acidente na pista, então relaxei e aguardei. O clima estava ótimo. Cairia muito bem uma praia, mas pra mim, seria somente o vídeo game mesmo.
    Nesse instante, Soares apareceu e sentou ao meu lado.
    - Fala aí, perna de pau. Como está?
    Eu sorri. Preferia 'Capitão', até 'Mendes', mas não escolhíamos nossos apelidos. E Elias havia me garantido aquele ao me pôr em meu lugar no futebol.
    - Melhor - informei - E o Pedro?
    - Terminando de arrumar a mala. Esqueceu de fazer ontem
    - Vão passar juntos e fim de semana?
    - Melhor não - declarou - essa prova é muito importante e quero começar a cair nos estudos hoje mesmo.
    - Entendo. Vai dar tudo certo - e pus a mão em seu ombro.
    - Valeu.
    E ficamos calados, aquele silêncio incômodo. Era difícil estarmos só nos dois, normalmente sempre tínhamos a intermediação de Siqueira ou Pedro
    Não tinha muito assunto naquele momento, então resolvi puxar um e brincar.
    - E aí, levou o Pedro no grilhão alguma vez? - perguntei com um olhar de cumplicidade.
    Soares riu.
    - Sabe que nem tive cabeça - admitiu - Mas, nem sei mais...
    Parou a frase no meio e eu pensei se deveria ou não incentivar a continuar.
    - Algum problema? - obviamente eu continuei
    - Não, problema não... Só... Às vezes fico me perguntando se ando forçando demais a barra com ele...
    Eu ergui uma sobrancelha e esperei. Acho que era a primeira vez que via Soares em dúvida sobre alguma coisa.
    Ele me olhou e riu
    - Amo o Pedro. E gosto de nossa relação como está. Mas as vezes penso 'caramba, vamos nos casar' e sabe... Fico pensando no nosso jeito de nos relacionar e vem a dúvida... 'será que daria certo continuarmos com isso'?
    Eu pensei um pouco
    - E porque isso agora? - achava estranha sua dúvida, assim de repente. Sentia que tinha algo mais ali.
    - Não sei.
    - Vocês não se enganam. Gostam das mesas coisas. Confiam um no outro. Qual o problema com quem transam? - e lembrei do meu tio - prefiro isso do que fazer pelas costas. E não tenho ilusões com Pedro. Pode ser tímido pra muitas coisas, mas de santo não tem nada
    - Eh - e ficou sem graça.
    - Você me disse uma vez que sabia o que queria - lembrei - algo mudou?
    - Não - agora senti um pouco de convicção na sua voz. - Às vezes tenho medo do Pedro não gostar tanto quanto eu... Digo... Eu já fiz muita coisa aqui nesse colégio. Sem ele, sabe. Ele sempre levou de boa. Nunca reclamou e acho até que gosta das minhas histórias. Mas ele mesmo nunca tentou nada sem mim...
    Ele não estava sabendo articular as palavras. Tentei ajudar
    - Você acha que vai ficar com ciúmes? Quando se formar e ele ficar aqui sem você? - arrisquei, mas sem nenhuma crença de que tinha acertado.
    - Não é bem isso... - ele sorriu acanhado, olhando o nada. - posso te contar um sonho que eu tive? Mas fica entre nós.
    - Claro.
    Ele riu, ainda sem jeito. Não cansava de me surpreender com as pessoas dali. Suas facetas, suas intimidades. Quando eu achava que conhecia bem um, ele se mostrava alguém diferente em novas circunstâncias. Soares sempre se apresentou como bem resolvido, mas até ele tinha dúvidas em seu relacionamento.
    - No meu sonho, eu e Pedro já estávamos morando juntos. Eu voltava do trabalho e... Bem... Ele estava com outro cara... Eu flagrava os dois, na minha cama... O Pedro pelado, de bruços... Um cara que devia ter o dobro do tamanho dele. Negro igual ele... O cara metia muito. Castigava meu marido e... O Pedro gemia alto, gemia mais do que gemeu comigo a vida toda...
    Eu esperei paciente ele terminar a história. Acho que finalmente estava entendendo o 'X' da questão. E vendo que ele não parecia querer concluir, resolvi dar meu palpite.
    - Você não está com ciúmes do Pedro... - concluí enfim. Ele acenou de forma positiva.
    - Quando saímos a primeira vez - continuei, confirmando que ele não queria falar nada no momento - você me contou que queria que o Pedro tivesse experiências aqui... Que ele desse pro maior número de caras... Que te contasse depois - e sorri, concluindo - pensei que você estivesse dizendo aquilo pra mim. Para me excitar ou... Pra deixar claro que não havia ciúmes entre vocês e assim eu ficar mais à vontade... Mas você estava era dizendo pra ele. Não é?
    Soares me olhou e sorriu. Não soube identificar de cara, mas me pareceu impressionado.
    - Nem o Siqueira sacou meu lance tão bem quanto você - disse.
    - Por isso você não queria ser o superior direto de Pedro no início – deduzi.
    - Não queria - admitiu - eu pedi pro Siqueira ser...
    Fiquei em silêncio. Ele então me olhou.
    - Você não está me julgando - observou. Ainda descrente.
    - E porque eu faria isso? - questionei e pus a mão em seu ombro.
    - Quando eu falei pro Siqueira ser o comandante do Pedro, ele... Ele recusou... Ele disse que... Ele disse que não era certo. Que não se sentiria a vontade. Que deveria ser eu. Que eu deveria proteger ele. Ele já... Ele já comeu meu noivo na minha frente muitas vezes, mas quando eu sugeri dele ir sozinho uma vez, ele me olhou esquisito.
    - Siqueira vem de uma família tradicional. Algo diametralmente oposto da minha. Mas mesmo para mim, alguns costumes daqui foram difíceis de entender no começo.
    - Não tiro a razão de Siqueira. - ele mesmo explicou - Pedro é muito introspectivo. E forçar ele dessa forma... Não acho que seria legal. Mas...
    - Você queria que o Pedro fosse mais ousado - concluí pra ele. - que fizesse algo pelas suas costas.
    - É... Sim... É muito esquisito? - perguntou.
    - Óbvio que é - e ri - Mas e daí? Você não está fazendo mal a ninguém. Se é o seu lance, e se Pedro também curte e partilha... Não vejo problema algum...
    Achei que Soares parecia não acreditar no que saia de minha boca. Ele me olhava como quem olha um objeto raro e curioso, mas ainda estava cauteloso, como se no fundo estivesse com medo de eu estar fazendo com ele algum tipo de chacota.
    Parou, pensou e então continuou.
    - Eu tive uma namorada... Antes do Pedro... Namoro de adolescente. Durou 6 meses apenas. Eu descobri que ela me traia com um monitor do colégio. Dez anos mais velho que eu... universitário...- ele foi falando e eu não me atrevi a interromper. Dava para ver que lutava contra a vergonha para soltar cada palavra - Eu tinha quinze anos... Ela também. Foi logo antes de vir pra cá. Uma vez, eu vi o celular dela sem querer, enquanto ela estava no banho... Ela e o monitor não tinham se conhecido do colégio. O cara já era um ficante antigo. Cara boa pinta... Dirigia... Foi ele quem a desvirginou. E eu achando que tinha sido eu. Eles saiam sempre e... Continuaram saindo às escondidas enquanto ela namorava comigo. Vi as fotos que ele mandou pra ela. A maioria pelado... Na época eu não me interessava por homens... mas até eu achei o cara boa pinta... Eu... Eu lia as coisas que ele falava pra ela. Obsceno. Detalhista... Como ele se gabava de como comia ela. Das coisas que fazia com ela... Eu... Eu fiquei sem reação... Ela era uma menina certinha, de igreja. Namorávamos na casa dela, sempre com algum parente por perto... Pra transarmos foi difícil, não só pela família, mas ela mesma se fazia de difícil. E imaginar que ela fazia tudo àquilo com outro cara...
    Soares ia respirando de forma pausada, sua mente já não estava lá... Estava longe.
    - Quando ela voltou do banheiro, eu larguei o celular dela e não consegui falar... Não consegui. Sonhei muito com ela e o cara das fotos... Bati muitas pensando nas coisas que ela fazia com ele... Cada vez que eu olhava pra ela, pensava em falar... Pensava em contar que eu sabia... Mas como eu ia fazer isso? Se ela soubesse, eu teria de tomar uma atitude. Eu era um corno... Não podia ser corno manso...
    Soares me olhou, olhos marejados.
    - Ao invés disso, eu fiquei observando. Pegava o celular dela quando ela não via e ficava lendo as mensagens que trocavam. A maneira como ele gostava de enfiar o pau entre os seios dela, como pegava ela pelos cabelos quando a comia de quatro. Ou como ela ficava 'bonitinha' enquanto bebia do leite dele. Eu era muito jovem... Eu não soube administrar aquilo. Contei pra um grande amigo, atrás de ajuda. Pelo menos eu pensei que fosse. Ele mandou eu tirar satisfação com ela... Não quis. Dizia que era porque a amava e tinha medo de perder. Óbvio que era mentira. O que eu queria, na verdade, era uma forma de fazer com que ela me contasse e aceitasse que eu soubesse. Eu podia ser o álibi dela. Ela dava pro cara, mas pra todos era minha namorada. Podia dar certo. Quem sabe ela me deixava assistir um dia. Uma vez peguei um vídeo no celular dela. O canalha filmou. Não filmou o rosto dela, mas eu reconheci o corpo, em especial uma marquinha de nascença que ela tem no quadril. Ele filmava comendo ela em várias posições. E todo momento ele virava o celular pra si e sorria pra câmera. Consegui copiar o vídeo pro meu. Assisti várias noites, me masturbando pensando que o cara tinha feito o vídeo pra mim. 'Olha corno. Olha como eu como tua namorada. É assim que se faz'.
    Soares começou a rir.
    - Loucura, não é? Mas meu amigo não deixou eu continuar com aquilo. E ele não sabia da missa, a metade. Como eu não tomava uma atitude, ele tomou por mim. A confrontou, nos colocou cara a cara e naquele momento, fui abrigado a me fazer de indignado, de enojado. Disse que não podia acreditar que ela tinha feito aquilo comigo, que me sentia traído e tudo mais. Cara, como eu fui covarde. Mas meu amigo não parou por aí. Espalhou a notícia e de um dia pro outro... Tudo foi por água abaixo. Foi um escândalo para a família dela. Ela se mudou... O monitor foi demitido... E eu... E eu fiquei conhecido como o 'corno manso' da escola... Por sorte meu ciclo social do colégio era distinto do bairro... Pedro nunca soube. Nem a irmã... Na verdade, ninguém até agora.
    Soares concluiu, ainda olhando o nada
    - Henrique... - o chamei, pausadamente, com a voz baixa – por que você está me contando isso?
    Ele me olhou, parecendo perceber só agora que eu estava ali.
    - Não sei - admitiu, sem forças - nunca confiei contar essa história pra ninguém... Acho... Acho que você me parece uma pessoa confiável.
    Eu fiquei verdadeiramente lisonjeado com aquela declaração.
    - Obrigado pela confiança. - agradeci.
    Ficamos em silêncio, depois de um tempo, vendo as pessoas passarem como se estivéssemos invisíveis.
    - Você já sugeriu ao Pedro... Diretamente? - Perguntei.
    - Não - confessou - Só deixei a entender... Sempre contei das minhas aventuras, na esperança de ele me contar as dele. Ele tem a senha do meu celular e eu tenho a dele. Olho o dele de vez em quando na esperança de achar... Mas...
    - Ele não vai te trair - declarei - Não é da natureza dele... Ele te ama.
    Soares apenas acenou afirmativamente. Em silêncio.
    - Traição exige que alguém esteja sendo enganado. - continuei. Mais uma vez lembrando de meu tio e de Lucas. Se ele tivesse seguido conforme Lucas queria, não haveria traição. Uma vez que seria algo de comum acordo. Agora a partir do momento em que fez sozinho, sem seu conhecimento. A coisa mudou - Não há isso entre vocês. Ele sabe de tudo o que você faz e concorda e você gostaria que ele fizesse mais - fui narrando, mais para mim mesmo que para ele. Meu cérebro trabalhava pesado, como se estivesse resolvendo alguma questão complexa de prova
    - Pedro já sabe que por você, ele tem carta branca para fazer o que quiser. Mas ainda assim não faz. Porque não tem necessidade disso. Pedro é tímido também, sim... Mas mais do que isso... Pedro tem...
    - Tem esse ar servil. - Soares foi me ajudando - Ele é daquele tipo que realmente gosta de servir. Gosta quando eu o ofereço para os outros.
    - Exatamente - dei corda - ele não é do tipo que vai tomar a iniciativa. Por ele, não. Só se ele souber o quanto isso é importante pra você. O quanto realmente você quer isso.
    Eu então o olhei com uma ideia pipocando em minha mente e ele sorriu.
    - Que cara é essa? - quis saber.
    - Nada... - me fiz de desinteressado - Pedro gosta de ter alguém em seu controle... E não vai aceitar ninguém que não seja você. Há menos... Que você designe alguém - sugeri por alto - Sabe... Um cara maneiro... De confiança... Boa pinta - completei olhando de rabo de olho - que vai estar aqui nessa uma semana em que todos os majores vão estar fora - olhei de novo de rabo de olho.
    Nesse momento, percebi que seu rosto se iluminou. Ele havia pescado a ideia.
    Bem na hora, pois logo ao longe estava vindo Pedro.
    - Acho que você seria uma ótima escolha - ele sugeriu.
    - Você acha? - me fiz de surpreso e ele riu. - Gosto muito de vocês - admiti - acho que formam um belo casal. Meio pancada, mas muito legais juntos.
    Ele riu e me olhou com ternura.
    - Acho bonito a maneira como vocês se olham. Mesmo no meio de uma putaria, o olhar que vocês dois trocam é diferente. É termo. É... Não sei explicar. Mesmo no meio de outros homens, como ocorreu em Verão Vermelho, vocês dois se destacam. Fica bem claro que o que vocês têm é diferente de tudo em volta.
    Ele sorriu e agradeceu.
    - Do que vocês estão falando - Pedro enfim tinha chegado, trazendo sua mala pelas rodinhas
    - Sobre minha ausência, amor - Soares levantou e abraçou o noivo.
    Nesse instante, também chegou Siqueira, nos saudando.
    - Como anda o pé, Fabio?
    - Bem melhor, Gabriel. Obrigado por ontem - respondi.
    Ele apenas assentiu com um gesto, meio encabulado ainda. Soares o olhou de rabo de olho, mas o major percebeu.
    - O que foi, major?
    - Nada... só estou passando para meu noivo as orientações enquanto estiver fora.
    - Que seriam...? - Siqueira ficou curioso.
    Pedro esperou, também intrigado.
    - Bem. Sabe que vamos ficar fora uma semana. E nesse momento, os sargentos do segundo ano podem querer crescer as asinhas. Então, Pedro, te deixo sob os cuidados do soldado Mendes. Acho que será um bom treino para quando ele assumir a liderança daqui a dois anos.
    Siqueira olhou desconfiado, mas deu de ombros.
    - Não vejo ninguém melhor, de fato. Fabio... Digo, o Mendes é de longe o mais qualificado.
    - Obrigado pela confiança - agradeci.
    - Ouviu, Pedro. Enquanto eu estiver fora, quero que obedeça ao Mendes. Faça tudo o que ele mandar. Ele vai te proteger em minha ausência.
    - Ah... Acho que entendi - ele ainda estava um tanto confuso, mas não haveria tempo de explicar. O carro com a mãe de Pedro chegou e Soares acompanhou o noivo até lá.
    Siqueira sentou ao meu lado.
    - O que vocês estão tramando? - Quis saber
    - Confidencial, major.
    Ele riu.
    - Sempre com surpresas, Mendes.
    E passou o braço pelo meu ombro e me abraçou. Senti que ele ia beijar meu rosto, mas não o fez, parando na hora. Abaixou a cabeça e apenas sorriu sem graça.
    - Se cuida, Fábio.
    - Pode deixar - senti calor. Talvez fosse o tempo mais quente - vai dar tudo certo em sua prova. Você é o melhor da turma e muito capaz. Vai tirar de letra
    - Obrigado mesmo - respondeu com sinceridade - estou me preparando para ela desde que entrei nesse colégio, para ser franco.
    - É seu sonho?
    - Aham - ele olhou o horizonte, pensando não sei em que. Depois me olhou de novo e sorriu.
    Soares voltou, mas não falou nada. Não querendo interromper.
    Siqueira tirou a mão do meu ombro e se levantou.
    - Vamos então - falou com Soares. - Onde está seu carro para eu ir pondo a mala?
    Soares indicou e Siqueira foi indo na frente, meio apressado.
    - Mendes, como é mesmo o olhar que você diz que eu tenho com o Pedro?
    - O que? - estava distraído e não entendi bem a pergunta.
    - Nada - corrigiu.
    - O que foi, Soares? - insisti, curioso e ao mesmo tempo encabulado. Só não sabia porque ainda.
    - Nada mesmo - se manteve firme - Obrigado por me ajudar a entender minha situação. Só não faço o mesmo por ti, porque acredito que no seu caso vai ser melhor que a ficha caia sozinha.
    E se despediu com um sorriso e eu fiquei ali, sentado, meio perdido...

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 24 – JOGOS

    Meu fim de semana foi tranquilo, como previa. Minha mãe e meu pai me mimaram bastante e cada vez que eu pisava o pé no chão, era um esporro. Coloquei em dia meu vídeo game, zerando enfim 'God of War 3'.
    Chegar no colégio na semana seguinte foi estranho. Era engraçado, mas a falta do terceiro ano era sensível. Embora basicamente nada tenha mudado em minha rotina.
    O temor de uma ascensão do segundo ano não se confirmou, pelo menos não a princípio.
    Meu pé estava bem melhor, eu caminhava normal e até quarta feira, aula de educação física, eu já estaria ótimo.
    Passamos uma semana bem folgada, sem trabalhos extras. Apenas aulas de revisão, como prometido.
    Com isso, tivemos uma semana com bastante tempo livre, onde pudemos aproveitar.
    Como naquela tarde de tempo bom na quinta. Eu e Elias aproveitamos meu pé melhor e ficamos jogando futevôlei na quadra dos fundos. Eu já estava ciente que era ruim no jogo, mas queria melhorar. Então estava treinando com o melhor. Pedro preferiu ficar na biblioteca, jogando xadrez com Valente e os demais não foram encontrados para convidar. Entre uma partida e outra, fomos batendo papo.
    - Diferente aqui sem os veteranos, não acha? - comentei.
    - Hum... - ele me olhou e riu.
    - O que foi? - não tinha entendido.
    - Nada. É que você já fez esse comentário umas três vezes pra mim essa semana.
    - Sério? - Não tinha percebido. Mas devia ser verdade.
    - Aham. Mas respondendo de novo: Um pouco, sim. Fico mais é pensando como vai ser quando nós assumirmos o cargo de majores no terceiro ano. Confesso que estou ansioso - ele riu.
    - Sinto que você vai ser um tirano - Brinquei
    - Não! - se fingiu de ofendido - Tratarei meus subordinados com atenção e justiça - e pensou um pouco - pelo menos no início...
    Rimos muito e eu acabei errando a bola. As outras vezes que errei foi por falta de habilidade mesmo.
    - E aí, quer mudar de jogo? - ele sugeriu - já perdi as contas de quantas partidas ganhei e na outra vez, no futebol, você ficou meio bolado comigo.
    Eu sorri amarelo.
    - Era diferente. Naquele dia eu estava levando a sério. Havia competitividade. Hoje não. Sei que ainda não posso ganhar de você, então estou jogando só pra me divertir. E desculpa se eu fui um mal perdedor. - acrescentei
    - Não. Você até se comportou bem. Eu nem teria notado se não fosse sua cara azeda - zombou.
    - Mas aproveitando que falamos de levar a sério. - continuou - Fala aí, sabe que o Albuquerque está gamadinho em você né?
    Eu não estava preparado para aquela noticia e chutei o ar.
    - O quê? Que isso. Não... - descartei, descrente
    Elias riu.
    - Mendes. Tão perspicaz pra umas coisas e tão lesado pra outras. - atestou
    - Mas diz ai: ele te falou algo? Engraçado que o Gabriel achou a mesma coisa.
    - Quem? - ele estranhou.
    - O Siqueira. - Eu expliquei
    - Ah sim... Não sabia que o tratava pelo primeiro nome agora. Já vi ele te chamando de Fábio algumas vezes... - e pensou - Bem... Na verdade Isso explica muita coisa.
    - Como assim?
    - O Albuquerque me falou que na sexta o Siqueira foi ríspido com ele... Quando ele foi levar seu jantar.
    - Sim. E daí? - insisti.
    Elias parou, pensou e então desistiu.
    - Nada não.
    E continuou a chutar a bola com aquela cara de quem sabia mais. A mesma que Soares fez na nossa última conversa.
    Resolvi virar o jogo.
    - E você e o Pinheiro. Como andam?
    - Bem, - respondeu simplesmente.
    Eu resolvi atiçar mais
    - Depois daquela vez, na noite dos cordeiros e lobos. Rolou de novo?
    - Um monte - ele respondeu sem nenhum embaraço - Você já transou sozinho com o Pinheiro?
    Vasculhei a memória e respondi que não. Na lavanderia a coisa não tinha se finalizado e no vestiário havia sido apenas uma mamada.
    - Ah. Só queria confirmar, na verdade. Pois no começo, na primeira vez que ficamos, eu o achei muito carinhoso. Fiquei até receoso de ele estar apaixonado ou algo assim. Mas percebo que esse carinho todo é só quando estamos sozinhos. No geral, ele é bem da putaria, da farra. Aí queria saber se ele era carinhoso assim com todo mundo na intimidade.
    - Não sei... - mas me lembrei do beijo no rosto na lavanderia e concluí que sim – por quê?
    - Nada. Só fico preocupado. Afinal, ficamos nessa nossa safadeza. As vezes pode rolar sentimento. Tipo Pedro e Soares. Ou vo... Enfim. - e riu - Aí fiquei com medo de ele estar gostando de mim. É que não estou na mesma ainda. E não queria que o Pinheiro ficasse magoado.
    - Entendi. Olha. Confesso que não reparei nada não.
    - Eu também acho que não. Só queria confirmar mesmo. Eh que no começo, quando a gente... Sabe... Ele me comeu pela primeira vez, pensei que fosse ser uma parada mais na zoeira. Mais... Dominação sabe? Tipo o que rola aqui direto. Fosse meter sem dó, sem preocupar em machucar ou algo assim. Mas fiquei surpreso. O cara foi bem cuidadoso. Nem parecia o mesmo farrista que vemos aqui.
    - Algumas pessoas são diferentes na intimidade. - concluí
    - Exatamente. Por isso quis saber se você já tinha ficado com ele alguma vez. Se contigo também tinha acontecido.
    - Não. Mas entendi o que você quis dizer. Acho que é o jeito dele mesmo.
    - Que bom. Fico menos preocupado
    Resolvi então aproveitar que o assunto tinha ido por aquele caminho, e perguntei:
    - E você acha que eu tenho algo com que me preocupar?
    Elias me olhou cauteloso, provavelmente imaginando se eu me referia a pessoa que estava em sua mente
    - Você se refere ao... Albuquerque? Ou outra pessoa?
    - Albuquerque - falei logo, mesmo sem total convicção.
    - Acho que ele ficou só encantado. Está na cara que você o impressionou na noite dos cordeiros e dos lobos. Não precisa se preocupar com ele não. Vai passar.
    - Hum... E eu deveria me preocupar com mais alguém?
    - Aí depende - e sorriu - você acha que é motivo de preocupação?
    Percebi que ele não ia falar diretamente, preferindo o jogo de trocadilhos.
    - Não sei - respondi com sinceridade.
    Elias então dominou a bola e a parou.
    - Olha. Faz que nem eu. Deixa rolar. Se acontecer, aconteceu. Enquanto não, aproveita. Eu demorei pra me adaptar aqui. Agora que consegui. Gosto e acho que tem muita coisa a se aproveitar.
    - Parece um bom conselho - avaliei. - E você acha que levaria bem se apaixonasse por um cara? - perguntei.
    - Fabio. Há um ano atrás eu sequer cogitava beijar outro cara. E olha tudo o que eu já fiz aqui
    Rimos muito.
    - Se apaixonar seria a menor das surpresas - concordei. Eu também jamais imaginaria que teria na vida metade das experiências que tive no Pracinhas.
    - Acho que a melhor hora é essa, na verdade - continuou - estamos sem o terceiro ano aqui... Você pode ver se sente ou não falta do Siqueira... Ou de qualquer outro - completou rapidamente, com cara de quem falou mais do que devia.
    Não continuei no assunto. E também não pude. Pois nesse momento, chegaram dois alunos do segundo ano
    - Quanto tempo. Nem parece que estudamos na mesma escola. Nunca mais os vi - era Lopes, usando uniforme de educação física, camisa suada colada na pele.
    - Sargento Lopes, sargento Ferreira - os saldei - Quanto tempo. O que fazem aqui?
    - O treinador resolveu passar uns exercícios individuais. Acabamos o nosso e viemos ver quem estava aqui.
    - Afim de bater uma bola? - Elias convidou - novatos contra veteranos.
    Lopes e Ferreira se olharam e toparam. Então passamos a jogar futevôlei em duplas. Eu já estava bem aquecido, e Lopes e Ferreira não eram jogadores tão bons assim, então consegui me sair bem. E na pior da hipóteses, tinha sempre Elias pra segurar a onda pra mim. Então, naquele jogo, pude desfrutar do prazer de ganhar
    - Caramba, tu é muito bom, Pascoal - Lopes elogiou.
    - Um dos meus talentos.
    Engraçado ver Elias tão solto. Ainda mais lembrando de como ele era travado com os do segundo, na vez em que lavamos o vestiário. Realmente eu podia dizer que ajudei muito a soltar meu amigo e hoje ele era completamente capaz de se cuidar naquele meio. Se bobear, mais até do que eu.
    Continuamos jogando e vencemos com uma boa margem.
    Foi quando o grupo do segundo ano foi indo em direção ao vestiário e chamaram Lopes e Ferreira.
    - Eh, vamos lá - Ferreira se despediu e foi em direção aos colegas. Mas antes de prosseguir, voltou - vocês não vão tomar uma ducha não?
    Aquela pergunta estava carregada de malícia, e tanto eu quanto Elias ficamos sem resposta a princípio.
    - Vamos - Lopes encorajou - aproveita e fica lá com a galera.
    - Valos ver - respondi apenas e eles sorriram e foram indo.
    - Eh, eles ainda não tem a convicção do terceiro ano - Elias avaliou, quando os dois saíram.
    - Não - concordei - Mas já estão um pouco mais corajosos. Eles dois pelo menos.
    - Sabe, eu acho que se a coisa ficar assim, nós que vamos mandar nesse colégio ano que vem, e não os majores
    - Possível - concordei, já imaginando.
    - Você acha que se fossemos lá, eles iam tentar algo?
    - Sim. Ferreira já foi mais ousado da primeira vez, se formos agora, vamos estar dando corda, o que é o empurrãozinho que falta pra ele se soltar.
    - Tem razão - parou do meu lado e cruzou os braços - e vai ser aquilo, basta um começar para os outros virem junto.
    - Aham. Basta um homem com coragem e todo o resto avança como peças de dominó.
    Ficamos parados, olhando fixamente para o vestiário, falando por alto, fingindo pouca importância. Disfarçando o que estava claramente se passando em nossas cabeças.
    - O fato é: se formos para lá - Concluí - há grande chance de estarmos indo para o abate.
    - Eh... E não queremos isso, não é?
    Olhei para ele de rabo de olho e tive de rir de sua cara. Olhos arregalados, me olhando também pelo canto do olho, como um garoto arteiro. Rimos muito.
    - Ah, meu Deus. - desabafei - Quando foi que nos transformamos em duas putas?
    Eu não podia acreditar que estava doido de vontade de ir naquele vestiário.
    - É amigo. Acho que no fim, Pedro estava certo e somos um bando de viados enrustidos. - Elias concluiu.
    Rimos mais.
    - Mas não vamos dar o braço a torcer pra ele, não é? - perguntei.
    - Claro que não – falou, tentando parecer sério.
    E nos olhamos de novo, um sorriso de cumplicidade brotando de nossos lábios. Então deixamos as amarras de lado e fomos para o vestiário.
    Era uma sensação ímpar, como andar de montanha russa. Você entra sabendo que vai sentir medo, mas o impulso de querer ir adiante não parava. Pelo contrário, quanto maior a sensação da aventura, mais o desejo se volumava.
    Entramos e lá estavam eles. Alunos nus, tomando banho. Seus olhares de imediato se voltaram para nós dois. Ferreira abriu um grande sorriso, como uma hiena diante da presa. E logo toda a alcateia ficou atenta.
    - Podemos nos unir a vocês? - perguntei.
    - A vontade, soldados - Lopes respondeu.
    Tiramos as roupas e caminhamos até os chuveiros. Eles abriram caminho, e como uma onda, nos envolveram. Engolidos pelo mar de corpos
    - Grande, Mendes - Ferreira estava ao meu lado - Seu nome ficou famoso aqui. Jamais imaginei que o garoto com quem conversei aquele dia seria o herói da noite dos cordeiros e dos lobos.
    - Pensei que o que acontecia na noite, ficava por lá - indaguei.
    - Isso é só para os de fora. - sorriu - para nos que já vivenciamos o rito, não tem porque guardar segredos
    - Entendi - e pensei - Então me diga, Ferreira, como foi sua participação quando foi calouro na noite dos cordeiros e dos lobos?
    Ferreira me olhou de cima a baixo e respondeu:
    - Bem diferente da sua, posso adiantar. Quem sabe hoje nós não possamos lhes dar uma ideia de como foi.
    Engoli seco, diante de seu olhar. Para nós, era fim de jogo. Sabíamos no que estávamos nos metendo quando ali entramos e agora, minhas certezas estavam mais que confirmadas. Não eram os mesmos garotos da primeira vez, com medo de dar o primeiro passo. Aqueles estavam repletos de desejo e convicção. Não adiantava acreditar que desistiriam ou que lhes faltaria coragem. Aquilo não ia acontecer. Não naquela tarde.
    - Aproveitando que está aqui Mendes, quero que me ajude - e me deu o sabonete - passe agora nas minhas costas.
    - Não vai pedir por favor - zombei com um sorriso
    - Somos seus superiores aqui, Mendes - lembrou com triunfo - chegou a hora de exercer nossa liderança.
    Concordei satisfeito. Talvez esteja aprendendo, afinal. Peguei o sabonete e comecei a passar em seus ombros, braços, depois passei pelas costas. Então desci até sua bunda.
    - Tu é abusado mesmo - observou - Não nega a fama que tem.
    - Você mandou eu lhe ajudar. Estou ajudando - me fiz de desentendido.
    Ele então se virou, de frente pra mim.
    - Me ajude aqui então - e sorriu.
    Como bom soldado, segui sua orientação. Fui passando eu seu peito, descendo pela sua barriga, abaixei e fui ensaboando suas pernas. Tudo sob o olhar atendo dos demais sargentos. Aos poucos, os pênis foram se enchendo de sangue, ganhando volume e se erguendo. Ferreira já estava completamente excitado. Membro a poucos centímetros de meu rosto. Me ergui novamente, olhando a última região limpa de sabão. Sem rodeios, enchi as mãos de espuma e comecei a massagear seu pau, do saco a glande. Puxei bem a cabeça pra fora e limpei toda a região, como mandam os médicos.
    Olhava nos olhos de Ferreira o tempo todo. Seu rosto se contorcendo em prazer, aquele fogo queimando. A água das duchas era fria, mas meu corpo estava quente. Ele foi até uma ducha e eu o segui, fui ajudando a tirar o sabão de seu corpo.
    Olhei para o lado e vi que Elias estava numa posição diferente. Lopes pediu para ele ir até a parede e ficar de costas. Lá, era o sargento quem o ajudava a se limpar, passando a mão ensaboada em sua bunda. Introduzindo os dedos em seu orifício. Meu amigo encostava a testa e as mãos no azulejo, gemendo baixinho enquanto ficava na ponta dos pés.
    Ferreira se virou e mandou eu me ajoelhar. Obedeci. Foi a deixa que faltava para eu ser cercado. Meu coração disparava enquanto eu provava cada um dos membros que me eram apresentados. Minha boca sendo disputada, minha cabeça puxada de um lado para o outro. Órgãos duros colidindo contra meu rosto. Estava perdido em meio a tantos sargentos para um único soldado, recebendo várias ordens ao mesmo tempo sem saber qual a prioritária. Em um momento, alguém me pegou pelas axilas e me ajudou a levantar. Abaixou e abriu minha bunda, enfiando a cara e a língua sem nenhum aviso. Me pus na ponta dos pés e gemi. Pernas bambas, tive de me segurar em Ferreira a minha frente. Ele me apartou e me beijou.
    - E aí? Sinto que começa a desejar ter perdido a guerra dos cordeiros, não é, Mendes?
    Eu não respondi, só gemia. Sentindo àquela língua adentrar meu orifício. Entregue àquele meio de pessoas que pouco via, as quais a grande maioria sequer sabia os nomes.
    Minha bunda devorada por um sargento do segundo ano. E eu ali, gemendo de forma despudorada diante deles.
    Elias já era penetrado por um do segundo ano, que o comia com força, enquanto chupava o sargento Lopes.
    - Já deu alguma vez, Mendes? - Ferreira falou ao meu ouvido. Enquanto me abraçava - Espero que sim... Não é uma boa hora para ser desvirginado.
    E parecendo feito de forma ensaiada, o sargento que me chupava levantou e enfiou o pênis ensaboado de uma vez.
    Trinquei os dentes. Doeu um pouco, mas foi apenas susto. O órgão deslizou rapidamente para dentro de mim. O sargento foi metendo devagar, mas logo aumentou o ritmo.
    Ferreira olhava minha cara com gosto, e eu ainda sem acreditar que estava me sujeitando a uma situação daquelas. Uma da qual havia escapado por um triz inúmeras vezes. Eu, que gostava de estar no controle das coisas, me colocando ali a disposição de tantos.
    - Delicia, Mendes - Ferreira elogiou - Delicia ver você gemendo assim.
    O sargento atrás de mim urrou alto e gozou, sendo logo substituído por outro. Percebi uma fila de formando atrás de mim. Ansiosos em deflorar o herói da noite dos cordeiros e dos lobos. Eu, nada fazia, só gemia, num misto de humilhação e entrega que só experiências limites como aquela eram capazes de apaziguar.
    Levei uns três tapas na bunda enquanto o segundo sargento me deflorava.
    Veio o terceiro.
    Eu não podia negar que era bom e por um segundo me arrependi de não ter experimentado aquilo antes. Sentir minha cintura segura por mãos fortes, minha bunda sendo revezada por pênis de vários tamanhos, cujos donos usavam de inúmeras técnicas de penetração. O deslizar gostoso do órgão pelo meu interior. Os olhares famintos dos demais, apenas aguardando a hora de me usar também. Aquele receio de não dar conta de todos, junto do anseio de querer provar pra mim mesmo que era capaz.
    Tantas emoções, tantas possibilidades. Dava até medo da coisa fugir demais do controle. Fiquei feliz de não estar sozinho naquele lugar. Além de me dar coragem, Elias era também uma visão muito agradável que servia como a cereja do bolo daquele rodízio de prazeres. Ele já estava em outra situação. Menor e mais maleável, Elias foi cercado por um grupo de cinco. Foi erguido do chão como uma rede, pelas pernas e braços. Ali, bem seguro por quatro, era mantido de barriga para o alto enquanto o quinto o comia pelo espaço entre as pernas que eram mantidas abertas pelos braços fortes do segundo ano.
    Não via seu rosto, mas era capaz de ouvir seu gemido grosso e satisfeito. Tanto eu quanto ele estávamos entregues àquele momento. O terceiro gozou e eu começava a ficar saturado. Quando o quarto chegou, o gozo começou a escorrer entre minhas pernas.
    Ferreira até então estava feliz apenas em me servir de suporte, falando coisas ao meu ouvido e beijando ocasionalmente minha boca e calando momentaneamente meus gemidos.
    - Então, Mendes. Foi mais ou menos isso que passei em minha noite dos cordeiros e dos lobos. - narrou ao meu ouvido - Só que foi no meio da mata. Eu fui o que melhor se escondeu. Eram 5 da manhã e eu quase saí ileso. Todos meus colegas já tinham sido abatidos. E o terceiro ano saiu em peso atrás de mim. Não iam aceitar perder. Eu estava escondido em cima de uma árvore quando um grupo de quatro passou por baixo. Iam passar direto, se eu não tivesse espirrado na hora e denunciado minha posição. Eles me acharam, apontaram as armas e me mandaram descer. Obedeci. Um deles uivou alto, que era um sinal para os demais, para virem de onde estivesse. Falaram que eu merecia um tratamento especial, já que quase tinha vencido o jogo. Me colocaram contra a árvore e me revistaram. Não que eu tivesse algo escondido. Era só um pretexto para passar a mão no meu corpo, me excitar e assim me preparar para o que estava por vir. Então, com as calças arriadas até os pés, começaram. O primeiro foi meu superior direto. Que já tinha me comido várias vezes em seu alojamento. Os demais, eram novidade. Minha única aliada era àquela árvore, que me mantinha em pé, igual estou fazendo com você agora...
    Ele lambia meu ouvido enquanto falava, beijava meu rosto.
    - Estou doido pra ter minha noite dos cordeiros e dos lobos como major. Espero que no ano que vem, tenha algum calouro como você. Gostosinho e abusado.
    Ele então me puxou, tirando-me do cara que me comia naquele momento. Me pôs contra a parede. Apoiado pelo rosto e pelas mãos. Enfiou com calma e introduziu. O gozo de seus companheiros sendo empurrado pra fora.
    - Minha vez - e foi penetrando, me segurando pelos ombros
    Naquele momento, tive uma noção do que poderia ter sido minha derrota na noite dos cordeiros e dos lobos. E sim, um lado meu gostaria de saber como seria ter o terceiro ano me usando daquela forma. Ter Siqueira no lugar de Ferreira, me contando histórias obscenas enquanto eu era violado, catalisando meu prazer, como ele sabia fazer tão bem. Senti até saudades de sua voz ao meu ouvido.
    Tentei mudar meu pensamento. Pois percebi que, mesmo estando ali com outros, minha mente insistia em me levar para o terceiro ano. Para ele de novo. Mas não podia negar que eu gostaria que ele estivesse ali. Liderando aqueles sargentos ainda inexperientes.
    Olhei para Elias, que já estava posto no chão, de quatro, enquanto mais um sargento usava dele. O sargento demonstrava cansaço. Parecia um dos que já havia usado de mim. Não tinha certeza. Não gravei seus rostos.
    Foi então que comecei a rir sozinho. Eu não havia sequer reparado em seus rostos. O que eu podia dizer sobre mim com essa conclusão?
    E lembrei da conversa com Elias mais cedo. Quando foi que eu havia me transformado naquilo? Meu pai disse para eu manter a mente aberta para as experiências no Pracinhas, mas será que mesmo ele chegaria a cogitar tais coisas que eu estava fazendo? Provavelmente não. Sua geração era outra, e por mais que ele tivesse maiores liberdades dentro daquelas paredes, duvido que fossem naquele nível.
    - Tá rindo, safado? - Ferreira ficou satisfeito - Ótimo. Sinal que tá gostando.
    Sim, estava gostando. Mesmo que começasse a doer um pouco, eu estava gostando. Não queria parar.
    Vi que Elias me olhou e eu o encarei. Seu rosto devia refletir o que eu meu estava demonstrando. A total confusão diante da mistura de emoções. De saber que por mais absurda que fosse aquela experiência, estávamos ali por opção. Sabíamos o que nos esperava quando entramos naquele vestiário. Dois garotos atrevidos, que sabiam que no momento em que a montanha russa descesse dos trilhos, gritaríamos apavorados. Mas mesmo assim, compramos o ingresso. Mesmo assim, fomos com tudo. Mesmo assim, estávamos nos divertindo no mais complexo jogo dos Pracinhas.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 25 – A FARRA DOS CALOUROS

    Minha brincadeira no vestiário cobrou seu preço no dia seguinte. Pela primeira vez em minha vida, eu estava ardido. O que podemos dizer ser o mesmo efeito de uma ressaca para alguém que pratica sexo passivo. Não importa o tipo de diversão, a vida cobra seu preço de alguma forma na manhã seguinte.
    - Cara, não estou conseguindo nem ir ao banheiro direito - Elias me confessou no café da manhã, na manhã seguinte.
    - E eu, sentar está difícil - ri. Mas de fato eu disfarçava sempre que sentava na frente de meus colegas, para não levantar suspeitas.
    - O que deu na gente ontem? - ele se questionou
    - Sei lá, cara. Mas uma coisa é certa - e usei a célebre frase de todo alcoólatra quando está de ressaca - nunca mais faço essa loucura.
    - Nunca mais - Elias concordou, mas então completou - Mas assim... Até que foi legal, né?
    - Pra caramba. - concordei de imediato.
    E rimos muito. Só paramos quando Albuquerque e Pedro se juntaram a nós.
    - O que é tão engraçado, capitão? - Albuquerque quis saber.
    - Nada não. Só besteira.
    - E você, Pedro. Que carinha radiante é essa? - Elias perguntou. Uma ótima forma de desviar o assunto.
    - Falei com o Henrique hoje de manhã.
    Nós três fizemos um 'oh' coletivo e Pedro riu sem graça.
    - Idiotas - acusou. Rimos mais
    Mas naquela manhã, tive uma surpresa semelhante. Na hora do intervalo, o supervisor me chamou, dizendo haver uma ligação pra mim.
    Corri para o corredor dos telefones e atendi.
    - Oi, mãe - falei animado. Deduzindo quem era.
    - Deus te abençoe, meu filho - Além da frase totalmente fora de uso por minha mãe, aquela voz feminina forjada foi logo detectável. Estranhei de imediato.
    - Quem está falando?
    Só então reconheci a risada ao telefone.
    - Gabriel? - ainda tinha dúvidas, pois não esperava aquilo.
    - Isso aí, Fábio - e riu mais - ligando pra saber como está esse lugar sem a gente.
    Eu sorri involuntariamente ao ouvir sua voz. Ainda estava surpreso, pois não esperava uma atitude daquelas vinda dele.
    - Está tudo nos conformes - respondi, ao me recompor da surpresa
    - E o pé?
    - Ótimo. Melhorou 100%
    - Muito bem... E... - parecia pensar no que iria dizer. - Fiquei preocupado do pessoal do segundo ano querer crescer na nossa ausência.
    - Fique tranquilo. Estão sob controle. - e sentei com calma para poder falar melhor. - e como andam os estudos? A prova é amanhã, certo?
    - Isso. Sábado de manhã - confirmou - estou como posso estar. Nervoso, ansioso. Essas coisas.
    - Fica tranquilo. Não tenho nenhuma dúvida com relação a você. Vai se sair bem.
    - Obrigado, Fábio... Eh... Às vezes fico pensando se devo fazer essa prova...
    - Para com isso. Claro que tem que fazer. É seu sonho. E você tem potencial. Vai longe.
    - Eh... - senti que ele tinha algo pra falar, mas nesse momento o sinal do fim do intervalo tocou e ele ouviu do outro lado. - Está na hora de você voltar, Mendes. Melhor ir pra não atrasar. Semana que vem conversamos. Bom dia
    Eu me despedi, mas nem sei se ele ouviu. De tão apressado que estava para desligar o telefone.
    As coisas seguiram calmas. Após a aula, o primeiro ano em peso foi para quadra e jogamos. Dessa vez, resolvemos voltar a ser crianças por alguns minutos e batemos uma partida de queimado. Muito mais divertido. Todos participaram e eu pude me vingar de Elias pela surra no futebol, acertando nele boas boladas nas costas e nas pernas.
    - Venho sentindo que o capitão está na maldade - Albuquerque comentou quando eu queimei Elias na terceira partida consecutiva.
    - Claro que não. Só coincidência. - me fiz de desentendido.
    Mas Elias, que não era bobo nem nada, me mandou o dedo do meio de onde estava.
    - Que raio de espirito esportivo é esse, Pascoal? - o repreendi. E o jogo prosseguiu.
    Jogamos horas, tomamos banho, jantamos e fomos cedo para o alojamento. No sábado bem cedo, iriamos para casa.
    Então, com as luzes apagadas, fiquei pensando na vida. Em breve, começariam as provas do 4° bimestre. Aquele ano havia voado. Parecia ontem que eu havia ingressado, que recebia meu primeiro trote, junto daqueles garotos. Do dia do mijão pra cá, muita coisa havia mudado e naquela noite, minha mente viajou por cada acontecimento, cada evolução. Parecia que eu não ia dormir rápido naquela noite.
    Mas eu não era o único. Ouvi Pedro se mexer constantemente em sua cama naquele momento. Até que levantei e fui até lá. Abaixei ao seu lado e sussurrei.
    - Tudo bem aí, amigão?
    - Oi Fabio. Te acordei?
    - Não, relaxa. Sem sono.
    - Eu também.
    - Pensando na prova do Soares amanhã?
    - Aham - não conseguia ver bem seu rosto, mas conseguia imaginar, pelo seu tom de voz, aquele sorriso carinhoso que sempre brotava de seu rosto quando falava do noivo.
    - Soares é cabeçudo. Igual você, na verdade. Vai tirar de letra.
    - Eu sei... Só estou ansioso, pois vou buscar ele quando sair do local de prova. Nunca ficamos separados tanto tempo desde que namoramos.
    Eu alisei sua cabeça, com carinho.
    - Relaxa. Amanhã estão juntos de novo. - tateei a cama atrás de um lugar e fui me deitando ao seu lado - com sua licença - pedi
    - Claro - e se achegou para o lado
    - Mas fala aí - comecei, enquanto me colocava debaixo das cobertas com ele - O que está dando mais saudades? A companhia, o romance ou o sexo?
    Mesmo no escuro, era capaz de imaginar ele ficando vermelho.
    - Um pouco de tudo - falou com a vozinha que usava quando estava ficando seu graça.
    Eu ri e continuei, lembrando da promessa que tinha feito a Soares.
    - Que bom. Pois se tivesse na seca, eu ia ter de agir - avisei
    Ouvi ele gaguejar.
    - Como a... assim?
    - Ora. Esqueceu que seu noivo mandou eu tomar conta de você? Imagina que absurdo você chegar nele e falar que eu deixei você ficar na seca. Ele vai ficar chateado comigo e vai perder a confiança em mim.
    Ele segurou o riso, com medo de acordar as pessoas.
    - Mas é sério. - continuei. Sussurrando e me divertindo com aquela brincadeira. - Afinal, amigos são pra essas coisas, não são? Há menos que você não me ache atraente. Aí eu vou entender bem.
    - N... Não. Não é isso - ele gaguejou e eu sorri.
    - É mesmo? Bem... Lembra o que você falou pra mim, no dia em que me contou sobre você e o Soares? - aticei.
    - Eu... Eu lembro - e deu um risinho.
    - Repete então? - pedi.
    - Pra que?
    - Ah, sei lá... Queria ouvir. Achei legal no dia. Você estava falando algo sobre me observar no banho... Lembra?
    - Eu... Eu disse.
    Tadinho, estava muito sem graça, mas isso só fazia eu querer continuar mais.
    - Fala vai. Por favor - pedi.
    - Eu... Eu disse que... Seu pau era uma delícia - soltou enfim. Voz morrendo aos poucos
    - Isso. Foi isso - fingi me lembrar.
    Então eu botei o pau pra fora e peguei sua mão. Mão quentinha.
    - Que isso, Fábio. - ele se alarmou. Mas eu pude perceber num rápido toque que seu pau também tinha inchado com a brincadeira.
    - O que? Só quis te mostrar. - e ri com malícia - Uma pena você não estar no clima. Pois eu estou pilhado aqui - comentei.
    - Só não esperava - se desculpou.
    - Tudo bem. Quer pegar nele de novo? - investi.
    - Não sei...
    - Qual o problema? O Soares me disse na nossa primeira noite que gostaria que você fosse livre e que depois contasse tudo pra ele. Você acha que ele falou da boca pra fora? - joguei a isca.
    - Pior que eu não sei... Digo... Ele me conta tudo. Disse que sim... Mas eu sinceramente não sei.
    Pensei um pouco. Não seria justo eu contar a ele o que Soares me confidenciou. Mas isso não queria dizer que eu não pudesse ajudar meu amigo Pedro a chegar à conclusão por ele mesmo.
    - Olha. Foi ele quem falou que você deve obedecer tudo o que eu fizer, né? Então. Acho que tudo quer dizer tudo. - concluí.
    E peguei a mão dele e o fiz pegar de novo.
    - Você acha? - e apertou bem meu órgão.
    - Acho... Mas se você não estiver a vontade... Eu até entendo...
    Como na pescaria, você tinha de saber a hora de puxar a linha e a hora de dar corda. Era assim que eu estava agindo com Pedro.
    Ele continuou apertando meu pau. Eu alisei sua perna, meu rosto pertinho do dele
    - Você já fez alguma coisa sem ele desde que começaram a namorar?
    - Não. Só fizemos juntos.
    - Mas ele te deu carta branca, não?
    - Sim. Sempre falou que eu podia fazer.
    - Entendi - e peguei no seu volume - Me diz uma coisa. Tudo o que ele faz sem você ele conta, né?
    - Aham.
    - E você se sente como? Ofendido? Sei lá.
    - Não. - descartou de imediato - Não. Eu... Eu até sinto...
    - Tesão? - e apertei seu volume, fazendo ele suspirar
    Pedro não respondeu e eu sorri
    - Tesão, né? Safado. Pode falar pra mim. Pensei que fossemos amigos
    - Não. Somos sim.... E sim... Senti tesão - admitiu.
    - Então, como seu amigo, tenho que ser sincero contigo. Você é um puta egoísta, Pedro.
    - Como assim? - ele obviamente não esperava por aquilo.
    - Oras. Você mesmo disse que gosta quando ele te conta as coisas que faz. E não quer fazer nada pra contar pra ele.
    - Não é isso?
    - Então o que é? Não te dou tesão?
    - Claro que não. Você é...
    - Sou o que? - pressionei. Estava adorando.
    - Muito gostoso - falou num sopro
    - Então? Faz então. Se o Soares não gostar, a culpa e dele, oras. Foi ele quem disse que você tinha carta branca. E também foi ele quem disse que você devia me obedecer em tudo. Pode deixar, eu assumo toda a responsabilidade. Como fiz na noite dos cordeiros e dos lobos. - sugeri.
    Eu peguei sua calça e fui arriando. Ele segurou.
    - O que foi? - sorri.
    - Não sei... - e riu sem jeito.
    - Tá com dúvida ainda? - perguntei.
    - Um pouco - admitiu.
    Era hora de jogar pesado. Cheguei ao seu ouvido e falei.
    - Então, vai fazer e pronto - falei baixo, mais grosso - Vai fazer porquê eu estou mandando. Já que você tem que me obedecer, vai obedecer. Eu vou te comer agora. E você vai gemer. Pode não querer, mas eu vou fazer você gemer.
    Lambi seu ouvido, fazendo ele suspirar.
    - Mas e se acordarem?
    - Só você gemer baixinho - e beijei seu pescoço - E se escutarem, dane-se. Se você quiser dar pra eles também. É problema seu. E puxei sua calça, dessa vez ele não impediu. Tirei tudo, deixando ele apenas com a blusa. Voltei para seu lado e comecei a acariciar seu ânus. Ele gemeu baixinho. Fui beijando seu rosto e falando.
    - Abre pra mim - mandei e ele abriu as pernas. Introduzi mais. Quente, contraindo - Isso. Escuta bem, Pedro. Chega de joguinho. Hoje vou te comer. E dane-se teu noivo. Ele não queria isso? Então. Vai ter. Se não gostar de ser corno, problema dele. Você vai contar tudo o que acontecer aqui pra ele. E se ele não gostar, que venha se entender comigo. Agora me beija.
    Ele virou o rosto e me deu um selinho. Eu o engoli de uma vez, enfiando minha língua toda.
    - Beija direito, Pedro. Você faz melhor que isso - então levantei sua blusa e lambi seu peito. Ele abafou o gemido, fechando a boca.
    Nesse momento, ouvi um barulho na cama ao lado, seguido da voz de Valente.
    - Tudo bem, cara? - ele quis saber
    - Aham.... Tudo - Pedro segurou para não gemer quando eu chupei seu peito. Queria rir, mas me segurei
    Valente parou de falar e eu enfiei meu dedo todo no cu dele. Pedro lutava para não fazer barulho, sua mão agarrava minha nuca, apertando com força conforme se contorcia. Meu dedo cravado em seu ânus e minha boca chupando todo seu peitoral malhado.
    Tirei o dedo de seu cuzinho e peguei seu pau, duro e pesado como concreto
    - Nossa. Agora sim tenho fé no seu tesão. Relaxa Pedro. Soares sabia que você era um putinho quando te pediu em casamento. Ele se apaixonou por você assim. Então geme, vai. Geme que eu sei que tu tá gostando.
    Pedro arfava, perdendo o ar a toda hora.
    - Vai continuar resistindo? - senti minha boca salivar - Melhor assim.
    Fiz ele se virar de bruços. E comecei a chupar seu ânus. Ele enfiou a cabeça no travesseiro para abafar o gozo. Eu passava a mão em sua bunda e sentia sua pele toda arrepiada.
    Chupei muito aquele ânus. Sentindo cada essência de seu sabor.
    - O que tá acontecendo aí? - era a voz de Elias.
    - Não sei - Gouveia.
    - Pedro, tudo bem ai? - Valente de novo
    - Aham - Pedro respondeu com a cara afundada no travesseiro.
    Nesse momento, a lamparina entre as camas de Pedro e Valente se acendeu. O quarto iluminou, assumindo uma densa penumbra.
    - Caralho - Valente soltou.
    - O que? - Peixoto
    - Quem tá aí? - Oliveira
    - Acho que é o Fabio - Elias
    - O Mendes? - Peixoto de novo.
    - O capitão? - Albuquerque.
    Todas as vozes incrédulas. Eu com vontade de rir, segurava. Então, para acabar com as suspeitas, sai debaixo das cobertas. Ignorando suas presenças, fui tirando as roupas. Pelado, deitei por cima de Pedro, meu corpo todo colado no dele. Encaixei e meti. Devagar, até o talo.
    - E aí, amigão. Tá gostoso? - falei ao seu ouvido.
    Pedro não respondeu. Ainda com a cabeça enfiada no travesseiro. Coitado. Tímido do jeito que era, devia ser um verdadeiro calvário para ele estar naquela situação. Mas se eu disser que estava com pena, estaria mentindo. Estava gostoso demais torturar ele daquela forma.
    - Ah, qual é amigão. Geme pra mim, vai. Assim você faz parecer que eu sou ruim de cama.
    Ergui meu quadril e o golpeei com força. O estalo ecoou no quarto. Os calouros já estavam todos acordados. Uns ainda deitados, outros sentados na cama. Mas todos acompanhando. Mesmo disfarçados, estavam atentos.
    - Bem. A galera já acordou, então não tem porque se segurar mais, não é? Então amigão. Vai gemer pra mim? E se eu fizer do jeito que você gosta?
    Ergui novamente o quadril e meti com força. Uma, duas, três vezes. Pedro se contorcia, abrindo ao máximo as pernas. E gemeu. Gemeu enfim, alto, porém abafado pelo travesseiro. Gemeu muito. Mas eu ainda não estava satisfeito.
    Cheguei em seu cangote e mordisquei. O simples roçar dos seus dentes o arrepiou de uma tal forma que ele foi forçado a erguer a cabeça. Ela colidiu com meu rosto com força. Doeu. Mas valeu a pena. Seu gozo contigo foi liberto e o som do seu gemido ecoou pelo quarto.
    - Isso, Pedro. Isso, amigão
    Meti sem dó, fazendo ele se libertar. Explanar seu prazer sem vergonha e sem culpa. Elias se ergueu, olhos brilhando de vontade de se juntar. Mas se manteve a uma distância, respeitando minha vez
    Mas eu já ia acabar.
    - Amigão, vou gozar - avisei, metendo fundo até o talo. Urrei quando o gozo saiu.
    Respirei fundo. Aliviado
    - Caramba. - soltei - Obrigado, Pedro. Estou bem melhor agora. - beijei seu rosto e saí. Na maior cara de pau, peguei minha roupa no chão e voltei até minha cama.
    Tinha de admitir que até eu estava encabulado, tendo tantos olhares pra cima de mim. Por sorte, pra mim pelo menos, era que logo as atenções voltaram pra Pedro. Elias chegou nele, pediu para ele ficar de quatro e, chegando por trás, puxou seu rosto e beijou sua boca. Depois, botou o pau pra fora e começou a comer também.
    Oliveira foi junto. Arriou a calça diante dele e ofereceu o membro.
    Pedro olhava de um para o outro sem acreditar. Perdido e extasiado. Lambeu os lábios e abocanhou o pau de Oliveira, enquanto era penetrado por Elias.
    Olhei em torno e eu havia me tornado invisível de novo. Ótimo
    Tirando Valente, que havia novamente assumido seu posto de guarda, olhando pela janela se o zelador não seria atraído pelo barulho, todos os demais enfocaram sua atenção no que acontecia na cama de Pedro. Um ou outro, mais ousado, massageava o próprio pau por dentro da calça, acompanhando cada momento. As luzes foram se acendendo. Não todas, para não chamar muita atenção do exterior
    Aproveitando a situação, meti a mão por debaixo da minha cama e puxei meu celular e meu fone
    Sorrateiro e confiando na vigilância de Valente, fiz uma chamada de vídeo. Deitei invertido em minha cama, de forma a ficar de costas para a sodomia protagonizada por Pedro. Eram nove da noite ainda. Talvez eu não o acordasse
    Fiz a chamada de vídeo.
    - Mendes? O que houve? - Soares atendeu. Rosto confuso, meio descabelado.
    - Atrapalhei? - falei baixo, pelo microfone do fone de ouvido.
    - Não. Não. Eu só não sabia que você tinha meu número - Admitiu - Eu estava apenas revisando umas matérias. Por que está sussurrando?
    - Major. Sabe que não deve estudar de véspera. Amanhã você acorda cedo. – ignorei indagação - Hoje você devia estar relaxando.
    - Eu sei. - E riu. - Só nervosismo mesmo.
    - Então deixa eu te mostrar uma coisinha - e ergui um pouco o aparelho, de forma a câmera frontal pegar a cena atrás de mim.
    - Caralho - ele soltou - Aquele... Aquele... é o Pedro?
    - Eu tentei avisar a você que eu sou foda - me gabei. Achando graça de sua expressão. A boca aberta, incrédulo. Os olhos brilhando.
    - Mendes... Caramba... Eu...
    - E aí. É como você imaginava?
    Mas não tive resposta. Soares olhava tudo parecendo um homem faminto admirando um prato de comida.
    Então puxei de volta o celular para meu rosto e sorri
    - Bem major. É hora de dormi. - avisei com maldade
    - Não, não, não. Por favor. Deixa lá.
    - Não major. Você precisa dormir. Faz o seguinte. Bate uma e relaxa. Amanhã, após a prova. Ele te conta tudo
    E sorri com malícia.
    - Não. Por favor, Mendes. Não faz isso comigo. Estou te pedindo
    Ver ele implorando me deu muito prazer.
    Naquele momento, Elias saiu e entrou Albuquerque. Ele pegou Pedro e o pôs de frango. Oliveira parou ao seu lado e os dois se beijaram enquanto Albuquerque comia o noivo de Soares.
    - Então me mostra teu pau - mandei.
    - O que? Por quê? - Soares não entendeu
    - Nada. Só quero mandar em você. E ver se está mesmo gostando
    - Tu é um filho da puta, Mendes - ele sorriu, me fuzilando com os olhos.
    - Ei, mamãe não - repreendi - vou desligar depois dessa.
    - Não, não, não - e se ergueu e arriou o short
    O pau duro saltou pra fora.
    - Que bom que tá gostando - falei com sinceridade.
    - Obrigado mesmo, Mendes. Você é um grande amigo. Não é à toa que Siqueira ficou louco por você.
    - Eh... - ele nem deve ter percebido o que falou e eu também não o questionei a respeito. Deixei ele ali, apreciando o noivo ser deflorado pelos calouros. E relaxei, feliz em proporcionar outro dos grandes momentos do Pracinhas. De fato, estava ficando bom nisso.
    A coisa só parou quando Valente anunciou:
    - Galera, o zelador está vindo.
    Nesse instante, todos correram. Apagaram as luzes. Pegaram as roupas, aqueles que as tiraram e se jogaram nas suas camas, se cobrindo.
    Quando o zelador abriu a porta, tudo parecia normal. Embora eu pudesse sentir o cheiro de sexo no ar
    Ficamos imóveis, fingindo dormir.
    Quando ele saiu, demos um tempo e os risos começaram a se soltar. Infelizmente, o clima havia acabado depois do susto. E ninguém mais se levantou. Puxei o celular e falei no fone, sem destampar a tela
    - Foi mal, Soares. Mas por hoje acabou
    - Eu ouvi. Uma pena. Mas... Cara... Não sei como te agradecer.
    - Arrasa na prova. Amanhã Pedro te conta tudo
    E desliguei. Guardei o celular e fui dormir.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 27 - CONFRONTO

    Se na semana anterior eu estava ansioso, nesta eu me encontrava ainda mais. Eu não sabia o que esperar daquilo. Na verdade, não sabia o que esperar de nada. Eu havia encarado muito bem tudo o que era novidade do relacionamento humano do Pracinhas até então, mas tinha minhas dúvidas se saberia administrar tão bem as questões envolvidas naquela simples tarefa de passar um fim de semana com Siqueira e conhecer sua mãe.
    - É amigo, parece que a coisa ficou séria - Elias disse, quando contei pra eles - Como está se sentindo?
    - Como se tivesse com falta de ar - confidenciei.
    - Ah, que maravilha. Se vocês dois ficarem juntos, podemos marcar uma saída de casais - Pedro ficou ansioso.
    - Calma, Pedro. Por favor. Não me deixa mais em pânico.
    - Oh, que bonitinho. O Fábio tá ficando vermelho. - Elias me zoou.
    - Ai que lindo - Pedro foi na onda e depois completou - Até que é divertido quando se está do outro lado - constatou, e rimos muito.
    Praticamente todos do nosso ciclo mais íntimo já estavam sabendo. Com exceção de Pinheiro. Até meus pais já sabiam, embora eu tenha sido muito econômico nos detalhes. Falei pra eles apenas que passaria o fim de semana na casa de um amigo, sem especificar quem. Não era uma mentira, afinal.
    Antes do fim de semana chegar, teve um acontecimento inusitado. Foi quando fui devolver para Elias o livro de matemática, que tinha pego emprestado, pois o meu estava esquecido em casa naquela semana. Fui informado que ele estava com Pinheiro, na quadra dos fundos, jogando tênis. Então fui lá.
    Eu poderia deixar na cama dele, mas não gosto. Sempre prefiro entregar em mãos quando pego algo emprestado.
    Acontece que cheguei na quadra e não havia ninguém. Chutei que estariam na ducha e me dirigi.
    Saber que Elias e Pinheiro curtiam uma amizade colorida não era nenhuma novidade, mas o que encontrei ali, era. De costas, escondido atrás dos armários, encontrei Valente, espiando o que ocorria nos fundos na área do chuveiro
    Dei uma olhada e vi Elias contra a parede, de costas para Pinheiro, tendo seu corpo banhado pelo chuveiro enquanto o major cuidava de sua retaguarda.
    Pinheiro lhe dava boas estocadas, marca registrada dele. Fazia largos movimentos, que nos permitia ver a grande extensão de seu órgão entrar e sair do corpo pequeno de Elias.
    Eles gemiam sem pudores. Eu pensei em sair dali e lhes dar privacidade, mas o voyeur de Valente me deixou curioso. Ele olhava tudo, hipnotizado, sem se tocar nem nada, só curtindo o show. Ele sequer tinha me notado ali.
    Pinheiro metia com mais força, provavelmente chegando ao orgasmo. Elias se empinava todo, pedindo mais.
    Quando Pinheiro gozou, encravou fundo, fazendo meu pequeno amigo ficar na ponta dos pés, quase sendo erguido do chão pelo seu potente pau.
    Valente então se virou para sair. Foi quando deu de cara comigo. Levou um susto e quase gritou. Ficou me olhando com cara assustada, mas eu apenas sorri pra ele e assenti. O que ele me olhou agradecido e saiu.
    Então, escuto a voz de Elias:
    - Fábio? Você também está ai?
    - Oi? Ah, desculpe. Vim te devolver isso e não sabia que... Pera aí. Vocês sabiam que o Valente estava vendo?
    Pinheiro deu uma risadinha.
    - Ele costuma vir me ver tomar uma ducha depois do meu treino de tênis. - contou. - Não sei se ele sabe. Já pensei em chamar ele pra uma brincadeira, mas achei divertido ver ele me espiando. E fiquei curioso pra saber quanto tempo ele ia ficar só olhando.
    - E há quanto tempo tem isso? - perguntei.
    - Bem... - e foi vasculhando a memória - A primeira vez que me lembro, foi quando estivemos eu e você aqui. Foi a primeira vez que percebi ele.
    - Pera aí? Ele estava aqui naquele dia... Em que eu te... - e fiz mímica para simbolizar o sexo oral.
    - Aham. - Pinheiro riu, travesso.
    - Eu também não o tinha percebido. O cara não fez um barulho sequer - Elias confessou - O major que me alertou e perguntou se eu topava fazer um showzinho privativo. Aí eu topei - deu de ombros.
    Eu não tinha o que argumentar, então apenas aceitei.
    - Onde posso deixar seu livro? - mudei o assunto.
    - Vou para o dormitório agora. Se quiser esperar, vamos juntos
    Eles foram se enxugando. Pinheiro chegou até mim e me deu um selinho. Carinhoso e sapeca.
    - E aí, Mendes. Qual a boa do fim de semana?
    - Você também já sabe? - achei que ele fosse me zoar.
    - Sei? De que? - ele estava visivelmente inocente na história.
    Elias riu.
    - O Fábio vai passar um fim de semana romântico com o Siqueira - zoou, enquanto se desviava do chinelo que eu arremessei nele.
    - Ah, não diga. Que maravilha. Finalmente meu amigão se declarou - e me abraçou.
    - Ele não falou nada, na verdade - expliquei.
    - Claro que falou. - Pinheiro me corrigiu - Você não esperava que ele fosse usar palavras, né? - e riu - Mas que maravilha.
    E me apertou.
    Senti uma reação em seu pau. E ele mesmo me largou.
    - Opa. Deixa eu me afastar. Não posso ficar excitado com o amor do meu parceiro.
    Ele e Elias riram a vontade e eu aceitei a zoeira. Até porque não tinha muito o que eu fazer.
    Então, o fim de semana chegou. Sábado, fui cedo para minha casa para arrumar umas coisas e já levei a mala que eu usaria na semana seguinte no colégio.
    Minha mãe me olhou bem nos olhos. Eu senti que ela ia dizer algo, mas se limitou a sorrir, me abraçar e desejar que eu me divertisse
    Agradeci muito aquele gesto, pois meu rosto estava queimando. Não era acostumado a me sentir tão vulnerável. E ainda não sabia bem como me comportar a respeito.
    Meu pai me ofereceu carona. Mas ela achou melhor eu ir de UBER. Outro gesto que eu agradeci imensamente.
    Fui, ainda perdido. Siqueira me recebeu de braços abertos e eu adentrei sua casa.
    Mas toda a minha apreensão sumiu, quando conheci a senhora Paula Siqueira, mãe de Gabriel. Uma mulher extremamente agradável.
    Serena, carinhosa, ela tinha os olhos claros e os cabelos em um castanho escuro. Bastante lisos e finos. Seus cabelos eram novos, recém nascidos após a queda causada pela quimioterapia. A relação dela com Gabriel era uma coisa linda de se ver. Ele era simplesmente outra pessoa perto dela.
    O garoto que eu via apenas em vislumbres, era assim por inteiro quando estava com sua mãe.
    Paula era como uma praia calma e deserta. Daquele tipo de pessoa que tranquilizava o ambiente onde estava. Não era à toa que ela era o alicerce que sustentava aquela família, dada a relação de Siqueira com seu pai.
    Passamos uma tarde agradabilíssima, cheguei até mesmo a ficar triste quando tivemos de a levar para a casa da irmã, onde o marido iria buscar para viajarem.
    Descobri que Gabriel também já tinha carteira de motorista, só não era tão aficionado por isso tal como Soares ou praticamente qualquer garoto de sua idade. Apenas a usa em horas de necessidade
    Voltamos em silêncio da casa dos seus tios. Ele estacionou o carro na garagem e olhou pra mim
    Engoli em seco. Fiquei sem reação.
    - Parece que a casa é só nossa agora - informou.
    - É mesmo - respondi ansioso.
    Siqueira então se inclinou até mim e me beijou. Um beijo carinhoso, suave. Retribuí.
    Olhamo-nos e ele sorriu.
    Entramos na casa, ele fechou a porta e pediu que eu esperasse na sala, pois queria fazer uma coisa
    Subiu correndo e eu fiquei curioso. Mas esperei. Andei de um lado para o outro, observando a decoração do lugar. Tudo muito limpo e arrumado. Quando ouvi os passos dele descendo as escadas, me surpreendi.
    Siqueira vestia uma farda de gala, diferente das que costumeiramente usamos no colégio. O tecido azul marinho estava brilhando de novo, e os detalhes impecáveis.
    O material melhorava o porte do seu corpo já musculoso e em seu peito estavam os brasões da República de um lado e do Pracinhas em outro.
    - Nossa - exclamei.
    - Gostou? Essa é minha farda para a formatura. Daqui há pouco mais de um mês.
    - O tempo voou. - Observei
    - Verdade. Parece que foi ontem que eu conheci um garoto marrento que ia me dar muita dor de cabeça.
    Eu ri.
    - E quem diria que esse mesmo garoto marrento ia me dobrar, afinal - completou, batendo continência pra mim - A seus serviços, capitão Mendes.
    A postura, a roupa, a servidão. Esses elementos juntos me encheram de desejo. Lambi os lábios e andei até ele. Postura impecável, porte majestoso.
    - Mas não foi só você que foi dobrado, Major. Afinal, você venceu ao fim - e sorri - Tenho de admitir. Ninguém em todo aquele colégio, nem em toda a vida, me fez gozar como o senhor fez.
    Seu sorriso satisfeito foi contido. Seus olhos brilharam, mas ele manteve a posição.
    - Por isso mesmo, merece uma recompensa.
    E fui o circulando, avaliando o todo.
    Parei em sua frente e fui desabotoando sua gandola. Com cuidado, calmamente, revelando a camisa branca que ele tinha por baixo. Deixei assim. Afinal, a farda fazia parte da fantasia. Então desabotoei sua calça. Abrindo e a deixando descer. Amparada apenas pelo volume de suas coxas.
    Caminhei lentamente até suas costas e arriei um pouquinho da cueca, mostrando apenas parte das nádegas.
    Então, sem dizer nada, o conduzi até o sofá. O pus de quatro. Ele, dócil e obediente, esperou calmamente enquanto eu arriava sua cueca, desnudando sua bunda.
    Tirei meu chinelo e alisei em minha mão. Parei ao seu lado e ele olhou para trás, fitando-me com olhos em brasa.
    Veio a primeira chinelada. Ele mordeu o lábio, um meio sorriso brotando em seu rosto.
    - Estamos só nós dois agora, Gabriel. Não precisa se conter.
    Segunda chinelada. Dessa vez ele ganiu. Elevou o rosto e respirou fundo, se abrindo mais e empinando a bunda para trás. Seu pau já estava duro.
    Mais uma. E outra. Ele gemeu, fechando os olhos como quem degusta uma iguaria.
    - Você está ficando mole, Mendes. - atiçou.
    Eu sorri e dei uma mais forte. O estalo foi alto e ele gemeu mais. Toquei sua bunda e introduzi o dedo. Seu ânus já estava dilatado, desejoso por ser penetrado. Mas eu não ia fazer aquilo agora. Ainda tinha muito o que aproveitar.
    Pelo menos foi o que eu pensei. Pois nesse instante, escutamos o som de um carro estacionar e o portão abrir
    - Merda - ele praguejou, tratando de vestir as calças.
    Conseguimos nos recompor a tempo da porta se abrir e o Almirante entrar.
    - Sua mãe esqueceu os remédios e...
    O almirante se calou a nos ver. Ver o filho em trajes do exército, mais a culpa estampando em nossa cara, foi o bastante para ele concluir o que acontecia. Acho que teria o mesmo efeito nele se ele tivesse nos pego no flagra.
    Esperei um esporro, uma bronca, uma chamada. Mas o que ele fez foi pior que isso. Pois seu olhar de desprezo para nós dois valeu mais que uma bofetada na cara.
    Em silêncio, ele subiu atrás do remédio. Eu e Siqueira ficamos de cabeça baixa. Eu tremia. Era incrível como aquele homem era capaz de fazer os outros se sentirem pequenos perto dele. Se a mãe de Siqueira era como uma praia calma, Ivo era uma tempestade.
    Siqueira também tremia, olhando fixo para o chão. Eu queria dizer algo para ele, mas fui incapaz. Não sabia o que falar.
    Mas ao fim, Siqueira não ficou quieto. Olhou pra mim, olhos cheios de convicção e mandou eu ficar ali.
    E foi atrás do pai no andar de cima
    As vozes foram altas a partir dali. Eu queria ter ido embora. Para lhes dar privacidade. Mas fazer aquilo, naquela altura, seria um ato de covardia e de traição, o qual eu jamais faria. O pior é que dava para ouvir toda a conversa.
    - Por favor, fala alguma coisa - pediu Siqueira - Sei que está desapontado. Apenas fala. Por favor.
    A voz do Almirante foi calma, porém seu tom de voz imponente era audível de onde eu estava.
    - Não tenho o que falar. Já estou acostumado a me decepcionar com você.
    Silêncio. Depois de um tempo, Siqueira voltou a falar. Sua voz era triste, porém determinada. Como um animal ferido, que não se deixaria abater sem lutar
    - Entendo. Mas o senhor podia me explicar bem o que de fato te decepciona em mim? Sou um mal filho? Não cuido bem da mamãe? Sou um mal aluno? Não tiro boas notas? Cometi algum crime?
    Silêncio. Eu já estava ficando sem ar na sala. Mas era melhor eu não ir lá em cima. Só iria atrapalhar.
    - Não faça drama, Gabriel. Não me venha com essa. Olha o respeito que você demonstra por sua farda.
    - O que tem a farda? Eu a desonrei? - e riu - Talvez eu não a esteja usando da forma correta no momento. Verdade. Como se o senhor nunca tivesse feito algo assim para mamãe.
    - Olha a boca - O almirante o advertiu.
    - Por quê? Falei alguma mentira? Me diga, pai. Se eu estivesse com uma mulher hoje. O senhor sentiria decepção? Teria sido melhor?
    Silêncio.
    - Diga - ele insistiu
    Mais silêncio.
    - Diga! - Sua voz estava mais enérgica.
    Mas ainda assim não foi respondido.
    - DIGA!!!
    Seu grito ecoou pela casa. Eu dei um pulo do sofá, tamanho o susto
    A resposta do Almirante, entretanto, saiu num tom tranquilo.
    - Sim. Se fosse uma mulher, não me causaria nenhum desgosto.
    As vozes pararam, parecendo que os dois nem mais estavam no andar de cima.
    - Obrigado - Siqueira falou enfim - Obrigado por deixar bem claro que o problema não sou eu.
    Siqueira riu. Um riso contido, doloroso, mas também carregado de alívio.
    - Eu me esforço tanto... Mas não vai adiantar. Eu posso ser um militar modelo. Posso ser um herói de guerra. Posso salvar a pátria. Posso SALVAR A MERDA DO MUNDO. Que não ia adiantar. Você ainda sentiria vergonha.
    Siqueira teve uma crise de riso. Se não o conhecesse, julgaria que tinha enlouquecido.
    - Sorte sua mãe não estar aqui para ver essa vergonha.
    O almirante falou cheio de repulsa.
    - Sorte a mamãe existir - Siqueira o corrigiu - Pois somente ela pra me fazer aguentar o senhor por tanto tempo. Mas sabe... Pelo menos todo meu esforço valeu a pena. Passei na prova pra engenheiro naval. Ano que vem, sairei daqui. Meu esforço para agradar o senhor me valeu. Pois realizei um sonho. Mas essa conquista não será mais sua. Não será mais por você. Será por mim. Por mim e pela mamãe.
    - Se prefere assim. Tudo bem. Pode não acreditar, mas fico orgulhoso. Não é a área que eu queria pra você, mas...
    - Mas você não decide sobre minha vida - Siqueira o cortou - Talvez eu nunca seja Almirante. Talvez nunca seja um militar melhor que você. Mas serei muito bom. E serei muitas coisas melhor que você. Serei melhor ser humano que você. Serei melhor pai que você.
    Nesse momento, foi a vez de seu pai soltar o riso. Era uma pena, mas a primeira vez que ele demonstrava algum sentimento, era apenas desdém.
    - E como pretende ser pai? - falou com aquela frieza capaz de cortar mais fino do que uma lâmina
    Mas a resposta de Siqueira foi no tom a altura.
    - Bem-vindo ao século XXI, almirante. Sim, eu posso ser pai. Se não biológico, de coração. Mesmo que o senhor não goste. Sim, posso amar um homem. Quer o senhor goste, ou não. Posso inclusive me casar com as honras militares com o homem que eu escolher, mesmo que o senhor faça essa cara. - parou. E quando voltou, sua voz era quase um sussurro - mas eu sinceramente preferiria que você gostasse. Pois apesar de tudo, o senhor ainda é meu pai. E eu ainda o amo.
    Silêncio novamente. Dava para ouvir o som do vento do lado de fora.
    - Agora vá - Siqueira disse por fim - não vou mais te prender. Mamãe te aguarda. Você cuida muito bem dela. Pra isso pelo menos o senhor ainda serve.
    Escutei o som das escadas e me voltei a prontidão. Mas o almirante passou por mim como se eu não existisse. Entrou no carro e saiu.
    Logo em seguida, escuto os passos de Siqueira. O vejo descer decidido, olhos vermelhos, respirando como um touro.
    - Siqueira, eu... - tentei falar, mas ele me cortou.
    - Cala a boca - ordenou, me envolveu em um abraço forte e me beijou - Cala a boca pelo menos uma vez, Fábio.
    Foi jogando seu peso contra mim, enquanto me beijava. Aos poucos, fui sendo subjugado pela sua força e pelo prazer que ele me proporcionava. Seus beijos ávidos, suas mãos atrevidas, apertando minha carne e me agarrando com precisão.
    Fui caindo, sendo amparado por ele e posto deitado no chão. Puxou minha blusa, atirando-a para um lado. Desafivelou meu sinto, e em três puxões arrancou minha calça. Depois minha cueca.
    Tentei ajudar, mas não pude, pois ele mesmo não parecia ter precisão em seus atos, tantas as emoções conflitando em seu corpo.
    Ele se ergueu e foi tirando as próprias roupas, atirando-as pela sala. Quando nu, deitou novamente por cima de mim, abriu minhas pernas, atirando-as por sob seus ombros, e encravou fundo em mim.
    Nem tive tempo de sentir qualquer desconforto, tamanha sua obstinação. Fiquei hipnotizado por seus olhos fixos em mim.
    Rosto centímetros do meu, soltando baforadas quentes enquanto metia como um animal no cio. Seu pau entrava com violência e eu me agarrava a ele, sentindo o órgão escorregar para dentro e sair. Escapuliu algumas vezes, deixando aquele vazio que logo era preenchido por mais uma encaixada potente e precisa.
    Gemi muito. Gemi alto. E ele gostava de ouvir. Queria que eu fizesse barulho. A casa era nossa. O prazer também. Seria nosso recado para aquelas paredes de que não sentíamos vergonha do que tínhamos. E não seria a presença autoritária do Almirante que castraria isso.
    Soltei meus gemidos que se assemelhavam o de uma pessoa sendo apunhalada. Pois era isso que Siqueira estava l comigo. Enfiando seu pau como uma lâmina dentro de mim. Brutal, forte, mas muito eficiente. De uma maneira que qualquer forma de dor ou desconforto era completamente eclipsada pelo prazer de ser subjugado no chão por um homem daqueles. Forte, decidido e muito bonito.
    - Te amo, Fabio - falou entre umas estocadas e outras, me olhando daquela forma brutal e repleta de desejo.
    - Eu... - mas ele me beijou de novo. Não me deixando falar.
    - Cala a boca. - mandou de novo. - Pelo menos uma vez, fica quieto e deixa eu me expressar. Eu te amo. E é isso que me importa. Não tenho mais medo de dizer.
    Continuei recebendo suas metidas, com meu corpo envergado para trás, minhas pernas em seus ombros.
    Ainda bem que fui desobrigado de falar, pois sinceramente não sabia o que dizer. Então apenas gemi. Agarrei seus ombros e gemi, sentindo seu pau entrar cada vez mais.
    Seu saco bater contra minha bunda e o peso de seu corpo me esmagar contra o chão.
    - Te amo. Como é bom ouvir você gemer assim.
    E me beijou de novo e, dessa vez, seu corpo apertou meu pau. Comecei a gozar sem controle
    Siqueira olhou maravilhado e foi metendo mais rápido.
    - Isso. Goza. Prova pra mim que ninguém nessa merda de mundo te faz gozar mais do que eu.
    Eu já não responderia, mesmo que quisesse. Estava caído no chão, braços abertos. Siqueira ergueu o tronco, mantendo minha cintura bem segura em suas mãos e metendo mais.
    Eu estava ali, entregue, cintura erguida sendo comida com voracidade. Tendo o tronco caído no chão. Olhava o teto, anestesiado. Sentindo seu pau entrar em sair enquanto meu corpo ainda sofria com os espasmos do orgasmo.
    Foi sua vez. Trincou os dentes, rosto vermelho, me agarrou e gozou dentro. Vi seus músculos enrijecerem tão forte, que pude perceber uma veia saltando na altura do bíceps direito.
    Siqueira soltou o ar, olhando o teto, parecendo que sua alma havia saído do corpo por alguns segundos.
    Então voltou a deitar, cabeça no meu peito, corpo de lado.
    Naquele instante, ele deixou de ser o homem valente que encarou o Almirante e me dominou no chão, e tinha voltado a ser o garoto que precisava de um abraço
    O abracei, afagando seus cabelos molhados. Apertei seu corpo contra o meu e fiquei em silêncio.
    Pois sabia que era tudo o que ele precisava naquele momento.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 3 – DECLARAÇÃO DE GUERRA

    De fato, as rotinas no Colégio Militar Pracinhas eram massacrantes. A exigência era alta e as tarefas diárias idem. O terceiro ano assim acabava tendo menos tempo de nos passar mais trotes nas madrugadas, o que em certo ponto foi bom. Pelo menos para a maioria.
    Pois comigo, Siqueira vivia na cola. Ao longo das semanas, mandava eu servir ele no refeitório, carregar seus livros pelos corredores. Era só me ver passar nos corredores e dava uma bronca com relação ao meu uniforme. Podia estar impecável, que ele arrumava um jeito de criticar, ou criar algum defeito, já que uma vez foi ele mesmo quem amarrotou minha blusa.
    Conversei com Pedro e Elias e todos concordaram que eu era de longe o calouro que mais sofria ataques. De acordo com eles, nenhum outro veterano os obrigava a fazer as coisas que Siqueira me obrigava. Nesse momento, tive de reservar meu olhar de censura para Pedro, pois me lembrava muito bem o tipo de coisa que Soares o obrigava a fazer. Não comentei nada, pois não queria expor meu colega daquela forma. Quando ele quisesse falar, eu ouviria. Não antes.
    Pelo menos as noites não eram interrompidas. Mas era lógico que esse momento de trégua pouco ia durar.
    E os dias vieram de fato, passamos por alguns novos trotes. Eram exercícios físicos intensos. Corridas em torno de toda a dependência do colégio, barras, flexões, polichinelos e uma nova modalidade de queimado em que só um lado arremessa a bola enquanto ao outro cabe apenas fugir. Não preciso entrar em detalhes de quais participantes estavam em cada lado.
    Mas até ai, trotes que eu podia considerar leves. Sem grande humilhação ou violação. Porém, o dia chegou. Foi numa noite que a sirene de nosso alojamento tocou e o terceiro ano adentrou. Siqueira, obviamente a frente.
    - Bem recrutas, hoje os camaradas aqui resolveram fazer uma brincadeira diferente, com alguns selecionados apenas. Então, por favor, os felizardos que eu anunciar irão nos seguir, e os demais, voltem a seus aposentos e descansem. Santos, Pascoal, Albuquerque, Lima, Pereira e Mendes
    E saíram. Pedro havia se safado, mas Elias, cujo sobrenome era Pascoal, teve de ir comigo e os demais recrutas eleitos. Fomos até a quadra, fortemente iluminada pelos holofotes. Lá, os do terceiro ano fizeram um círculo em torno de nós. Então, chegou Siqueira, com as mãos para trás, relaxadamente.
    - Muito bem, novatos. A brincadeira hoje, diferente de todas as outras, vai trabalhar um elemento muito importante para qualquer soldado, em especial em situações de guerra: a sorte
    Ele mostrou dois dados de seis lados.
    - Esses dados, irão escolher as duplas, e esses... - Ele ergueu a outra mão mas não a abriu - irá traçar seus destinos.
    Os caras do terceiro ano seguraram os risos.
    - Mathias, apresente-se - Pediu e um rapaz alto e esguio chegou com uma bandeja.
    - Mendes, meu subordinado, venha aqui - chamou e eu obedeci. Siqueira pôs os primeiros dados em minha mão - lance.
    Eu fui e joguei os dados na bandeja. Tirei um 1 e 3. - Muito bem - Siqueira consultou na lista - Santos e Albuquerque, cheguem mais
    Eles vieram ao centro e ficaram de frente um para o outro. Siqueira pôs em minha mão mais dois dados, mas a manteve fechada.
    - Lance - e sorriu maliciosamente
    Eu joguei e os resultados foram. Beijar e cabelo
    - Porra, Mendes. Tu é sem graça até na sorte. – ralhou comigo - Bem, vamos lá. Santos, você viu. Pode fazer no Albuquerque
    A cena em si foi engraçada, pois Albuquerque tinha a cabeça raspada, então não sobrou nada a fazer além de Santos dar um beijo na testa dele.
    Todos riram, inclusive eu.
    - Bem, Mendes. Agora o troco. O que Albuquerque fará?
    Lancei novamente os dados e o resultado foi lamber e peito
    O terceiro ano urrou em comemoração.
    - Agora sim - Siqueira veio e levantou a blusa de Santos - vai lá garotão, dá uma lambidinha
    Sem graça, mas levando na farra, Albuquerque se inclinou e passou a ponta da língua no peito do colega.
    Uma salva de palmas soou. Siqueira mandou todos voltarem
    - Pois bem senhores, esses dados representam o número pelo qual foram chamados no dormitório, e esses dois, se referem a ação que vão ter de fazer um no outro. Simples, não? Ótimo. Vale lembrar que um lado de cada dado desses, possui uma interrogação. Essa interrogação determina que nós, veteranos, escolheremos que ação será executada ou qual parte do corpo atingida
    Soares então se colocou a frente e pegou os dados, assumindo o discurso:
    - As ações são: lamber, beijar, acariciar, bater, cheirar e interrogação - e pegou o outro - e as regiões são: cabelo, peito, bumbum, boca, pau e interrogação. Que comecem os jogos.
    E lançou os dados numéricos.
    Santos novamente e Lima. E depois as tarefas.
    - Eh, Santos. - Siqueira achou graça - Sua vez de pagar uma prenda. Vai levar um tapinha na bunda. Arreia a calça.
    Santos virou de costas e arriou, exibindo a bunda. Mas o tapa de Lima foi tão sem graça que na hora todos protestaram. Confesso que até eu não gostei.
    - Recrutas, vamos fazer um acordo - Siqueira anunciou - é pra levar a sério. Não tem moleque aqui. Então, Lima, mais um. E dessa vez com vontade, senão você vai levar um tapa de cada um do terceiro ano nessa bunda preguiçosa
    Lima dessa vez se concentrou e deu um belo tapa estalado na bunda de Santos, que deu até um pulinho. Todos urraram.
    - Muito bem. Próximos. Vamos lá. Mendes e Pereira
    Lançaram os dados, eu ia começar. Tapa e boca.
    - Foi mal, parceiro - pedi e o garoto já até fechou os olhos. Então, na farra, apontei o dedo pra ele e falei - isso é pra você aprender a parar de falar palavrão. Ai, ai, ai - e dei uma porrada com as costas da mão na boca dele. Pesei bem a força, o bastante pra deixar o pessoal satisfeito, mas com o mínimo de dor possível.
    Todos gargalharam
    - Caralho, falou igual minha mãe - falou Pinheiro, o major que na primeira noite havia dito que tinha ido com a minha cara. Isso antes de falar que também ia urinar em mim, apenas porque achava hilário.
    Os dados foram de novo e caiu cheirar e interrogação. Um 'Ihhh' coletivo pairou pelo ar.
    Siqueira cruzou os braços, olhou pra mim e pensou
    - Vamos lá, que parte do recruta Mendes você vai cheirar. Já sei: virilha
    Uma comemoração. Tudo ali parecia um grande evento esportivo, com a torcida se manifestando. Por isso escolheram a quadra, pois era bem afastada do prédio principal, onde poderiam evitar chamar atenção de alguém.
    Eu tinha de admitir, apesar de tudo, aquele trote estava até sendo divertido. Zoar com os colegas, a tensão quando seu número caía. A atmosfera estava ótima. Até Siqueira parecia um pouco mais agradável. Se não fosse tudo o que eu sabia sobre ele, diria que era um cara legal. Só autoritário mesmo.
    - Pinheiro, vem aqui - Siqueira ordenou.
    Os dois me mandaram abrir as pernas e arriaram ao máximo minha calça. Pinheiro puxou minha cueca, expondo a parte de baixo. Pereira ajoelhou e meteu a cara entre as minhas pernas. Quando ele já ia tirar, Siqueira o empurrou novamente.
    - Vamos lá, mais um pouquinho
    Contou até vinte e soltou. Próximos dados. Elias Pascoal e Albuquerque.
    - O que Albuquerque vai ter de fazer, vejamos - Siqueira tacou os dados. - Ahhh caralho. Mas isso é bom demais da conta - comemorou.
    Haviam caído dois interrogações. Logo, qualquer coisa.
    - Bem, nada mais justo do que você, Pinheiro, decidir o que seu subordinado direto vai sofrer.
    Pinheiro olhou Elias de cima a baixo, olhar bem maldoso. Ele tinha aquela cara de mal encarado, mas eu sabia se tratar de um farrista, estilo o próprio Elias. Só não sabia dizer se isso era bom ou ruim, dadas as circunstâncias.
    - Bem, eu vou escolher... - e Pinheiro fez mistério - dedar e cu
    A plateia foi ao delírio. Nem ouviram o meu ‘puta que pariu' que acabou saindo. Elias, mesmo sem jeito, virou de costas e arriou o short. Pinheiro pegou suas nádegas e abriu bem.
    - Vamos lá, recruta Albuquerque, sem nojinho. Se não vai ser você quem vai levar
    Mas Albuquerque não parecia sem graça, pelo contrário, estava bem animado quando se achegou, enfiou o dedo na boca e depois, cheio de saliva, foi introduzindo.
    - Com calma, rapaz - Pinheiro o repreendeu - não vai machucar o material. Eu ainda nem estreei
    Todos riram. Elias fechou os olhos, aguentando firme até o dedo entrar totalmente.
    - Excelente - Siqueira parabenizou, depois pegou a mão de Albuquerque e cheirou. - Cu limpinho, olha. Se deu bem, Pinheiro.
    Depois, quando trocaram os lados, os dados foram arremessados novamente, mas a sorte não estava com Elias. Pois ainda teve de dar um beijo no pau do Albuquerque. Sem reclamar, se ajoelhou, dando um beijo na cabeça da pica do outro recruta que a exibia bem satisfeito.
    O jogo foi continuando. Dei boas risadas e em parte até curti. Meu problema ali era Siqueira mesmo e sua tendência a querer diminuir os outros. Só não sabia dizer se eram suas atitudes naquele momento ou apenas ranço acumulado.
    Foi então que os dados voltaram e eu e Elias fomos os selecionados. Elias começaria na ação comigo, e os dados colocaram beijo e boca.
    Um grande coro de contentamento se fez. O pessoal foi à loucura. Começaram a cantar 'beija, beija, beija'
    - Aí Pascoal. Vai lá e dá uma bitoca na boca do Mendes, vai. Sei que tu curte - Siqueira bateu em seu ombro, acompanhado das risadas dos demais alunos. Até os calouros ali zoaram. Eu não gostei muito. Não pelo beijo, mas porque percebi que meu amigo começava a ficar sem graça.
    Ao fim, Elias deu de ombros. Chegou perto de mim parou, mas só deu só um estalinho. Obviamente o público reagiu contra. Tentando ajudar, eu sorri pra ele e o puxei.
    - Vem cá, bonitão - brinquei com ele e o beijei. Mas beijei com vontade. Pegando sua nuca e entrelaçando sua cintura. Enfiei a língua com tudo. A galera ficou muda. Quando terminei, Elias estava sem fôlego e eu também. A boquinha até que era gostosa. Macia. Até Pinheiro comentou.
    - Caralho, até eu perdi o fôlego agora
    - Aposto que o recruta ficou de pau duro. Mostra, mostra, mostra - Siqueira puxou e os demais do terceiro ano o seguiram. No fim, Elias teve de arriar a calça e mostrar o pau. Estava realmente inchado e logo todos o zoaram. Elias era um cara bem tranquilo. Mas os assédios seguidos estavam começando a deixar ele sem graça.
    - Pessoal - eu intervi - não é culpa do cara. Eu simplesmente beijo bem pra caralho, só isso - chamei as atenções pra mim, todos riram, tirando os holofotes do meu companheiro.
    - Ihhhh. Olha o cara ai - Pinheiro zombou. Então eu me aproximei dele e falei cara a cara
    - Quer experimentar? - Usei meu melhor jeito marrento.
    - Ihhhh – novamente. Mas desta vez estavam mais tensos e ansiosos
    Mas eu não dei tempo dele responder. O peguei e o beijei também. Ele não me empurrou. Todos salvaram de palmas.
    - E aí, major. O que achou? - Soares quis saber.
    Pinheiro olhou pra mim, lambeu os lábios e sorriu.
    - Eh, o cara manda bem sim
    Ai foi a festa, um escândalo. Até Elias riu de novo. Fiquei feliz.
    - Ah não, agora até eu quero experimentar - Soares veio e me beijou. Não o beijei com a intensidade que fiz com Pinheiro, até por que ainda não gostava do que ele tinha feito com Pedro. Mas aceitei. Nesse momento, o caos estava lançado, todos saíram de suas posições, zoando e brincando. Levei mais uns dois beijos nessa brincadeira. Porém, quando, no meio da farra, Siqueira veio me beijar, eu virei o rosto. Quando seus lábios tocaram meu rosto, sua expressão, de divertida, mudou na hora. Ninguém em volta notou, dado a bagunça. Eu e ele nos encarávamos sérios. Podíamos até sentir a tensão que passava entre nossos olhos, como descargas elétricas.
    Foi aí que chegou alguém. Era o zelador. Todos se organizaram. Ele reclamou do barulho e mandou todos os alunos voltarem aos seus dormitórios. Não olhei para trás durante meu trajeto, pois não queria encarar a expressão de fúria de Siqueira.
    Mas eu sabia que não poderia fugir dele muito tempo. Na verdade, na noite seguinte, fui mandado para limpar seu quarto. Siqueira era um homem organizado, então limpar não era um trabalho muito complicado. Mas o tempo pareceu se arrastar enquanto eu fazia, dado o silêncio opressor que se instalara. Ele ficou todo o momento estudando, sem sequer olhar pra mim. Seria ótimo, se tal silêncio não me causasse maior desconfiança a respeito do que estaria ainda por vir.
    Por último, arrumei sua mesa, com ele ainda estudando concentrado, limpei seu porta incenso, que havia sido usado há pouco. E por último, peguei o saco de lixo de sua lixeira e fui saindo. Porém, antes de atravessar o portal, ele me chama:
    - Mendes
    Eu parei, praguejando pra mim mesmo.
    - Entre e tranque a porta - mandou e eu obedeci
    - Virar e sentido
    Virei e bati os calcanhares com força.
    Siqueira levantou e caminhou até mim. Reparei que seus olhos estavam um pouco vermelhos, não sei se de raiva, tristeza ou outra coisa.
    - Descansar - mandou e eu fiquei em posição.
    Continuou me olhando de cima a baixo.
    - Tira a camisa
    Eu olhei bem pra ele, então obedeci. Ele passou a mão no meu peito, apertando o mamilo. Seu um soco no meu peito, nada grave, apenas como se estivesse conferindo a rigidez dos músculos.
    Depois passou a mão e enfiou ela por dentro de minha calça de moletom. Apertou bem meu pau
    Continuei o encarando, sem piscar.
    - Você ainda tem esse olhar - estudou, com um pouco de indignação.
    - O que o senhor deseja de mim, major? - Perguntei com a voz firme
    - Obediência, soldado - rosnou. - Só isso
    Eu estudei seu rosto, então respondi:
    - Acho que não
    - O que? - Mas ele nem teve tempo de se revoltar com minha afronta, pois eu pus as mãos em seu peito e o empurrei contra o chão. Ele cambaleou e caiu no piso. Eu montei em cima dele antes que pudesse se recompor. Peguei seus pulsos e prendi suas mãos contra o chão, e com o peso de meu corpo, mantive sua cintura onde estava.
    - Me larga, soldado. Como se atreve?
    Tentou se soltar, mas se Siqueira era forte, eu também era e não conseguiu.
    Inclinei meu corpo para frente e o beijei. Enfiando toda a língua em sua boca e o impedindo de gritar. Meu peito colado ao dele. Siqueira não entendeu nada. Primeiro fechou os dentes, mas aos poucos foi abrindo e deixando minha língua passar. Até que correspondeu.
    Seus pulsos pararam de fazer força, então eu os larguei. Introduzi minhas mãos por dentro de sua blusa, acariciando sua barriga bem definida e seu peitoral forte. Acariciei os mamilos, fazendo ele gemer. Siqueira agarrou meu ombro e minha nuca. Eu forcei suas pernas a se abrirem com as minhas e me encaixei entre elas, sentindo seu pau duro colidir com o meu por dentro das vestimentas.
    Parei então de beijar, deixando Siqueira recuperar o fôlego. Senti um gosto estranho de sua boca. O qual não identifiquei de imediato.
    - É isso que o senhor quer, major? - Perguntei, cara a cara com ele
    Siqueira não respondeu. Ainda perdido no que estava acontecendo.
    Mas eu continuei ainda assim
    - Se é o que o senhor quer, é o que vai ter - e levei a boca para seu ouvido - assim que aprender a pedir com educação
    Então levantei num pulo e o deixei ali. Peguei o saco de lixo e abri a porta para sair.
    Siqueira se revoltou, gritou e se pôs sentado, rosto vermelho.
    - Por que você não se submete? Todos aqui se submeteram. Todos passamos por isso - estava visivelmente transtornado.
    Eu apenas me virei e falei:
    - Eu não sou todo mundo
    E saí, deixando-o sozinho.
    Desci as escadas e fui ao pátio, levar o lixo até a lixeira. Chegando lá, antes de me livrar do saco, tive uma ideia e resolvi revirar o lixo. E achei a peça que faltava para explicar muita coisa. O incenso, o que Soares havia tido e tentou disfarçar, os olhos vermelhos e o gosto que senti em sua boca: era um cigarro de baseado usado. O cheiro, maconha. Como garoto nascido e criado na zona sul, conhecia muito bem aquilo.
    Guardei aquela informação com carinho, pois poderia me valer dela mais tarde.

     

  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 5 – BOMBA A

    A noite havia chegado. Nem dormi para não perder a hora. Madrugada, desci de minha cama, peguei o celular que já tinha tirado da mala de véspera e saí andando na ponta dos pés.
    Consegui sair sem acordar ninguém. Do lado de fora, caminhei pelas sombras em direção aos fundos do colégio. Fugia dos poucos refletores ligados no horário. Liguei o aparelho e pus em modo avião e no silencioso só por garantia. Não queria em hipótese alguma ser pego, afinal, estava cometendo duas infrações: saindo fora do toque de recolher e portando meu celular.
    O toque de recolher era rígido. Apenas os do terceiro ano tinham autorização para circular pelas dependências do colégio após as 22h. Aos demais anos, apenas se acompanhados de um major. Normalmente, para se submeter a trotes. E embora a fiscalização não fosse das mais pesadas, as consequências sim
    Cheguei ao local indicado antes do horário que Pinheiro havia me informado. Olhei em volta o melhor lugar para me ocultar. Ao fim, escalei uma árvore e esperei, empoleirado.
    Foi quando ele chegou. O portão velho se abriu e um homem novo, talvez tivesse a idade dos alunos, vestia um casaco de marca, boné e jeans. Moreno, parecia magro, não dava para ter certeza devido ao volume do casado. Encostou na parede e esperou, calmamente. Iluminado pela luz do poste da rua.
    Chegou o primeiro aluno, era um tal de Mathias. O conhecia pouco do último trote. Foi rápido. Comprou e saiu. Não esperei muito. Depois mais dois. E mais um. E mais. Fiquei impressionado no número de veteranos que usavam aquilo ali. Mas minha presa ainda não havia aparecido, então esperei. Só desejava não ter me arriscado à toa.
    Foi quando chegou um garoto. Baixo, cabelo curto. O reconheci. Era Santos. O cara que mijou na minha cara a mando de Siqueira. Ele veio meio encolhido, olhar de quem queria pedir alguma coisa.
    - Sequela, aí, foi mal. Mas como sabe, não recebi a mesada esse mês. Você libera mais um fiado?
    - Está de sacanagem, né playboy? - O tal Sequela logo desencostou da parede. - Já é a terceira esse mês
    - Eu sei. Esse mês meu pai ficou puto e me deixou duro, mas aqui tá uma pilha e é foda ficar careta. Vai lá, libera por favor
    Sequela ao fim deu uma risada e falou:
    - Fazer o quê? Já sabe o que tem que fazer, né? - e foi botando o pau pra fora.
    - Qual é cara. Já te mamei da outra vez
    - Por isso mesmo vai ser mais fácil agora. - respondeu com malícia - Anda logo, playboy. Cai de boca - e o pegou pelo ombro e empurrou para o chão. Santos caiu de joelhos e Sequela pegou sua cabeça e puxou de encontro ao seu pau, olhando bem para os lados para não ser pego. Santos não pôde oferecer muita resistência.
    - Isso, vai. Mama playboy. Isso. Sem dentes, hein viadinho. Ou te dou um tabefe igual da outra vez. Isso... Isso... Nossa, que boquinha. Devia começar a mamar seus parceiros por grana. Nunca mais ia faltar dinheiro pro teu baseado
    Sequela segurou a cabeça de Santos e começou a meter, como se fosse um cuzinho.
    - Caralho, delicia - e riu - tu deve é gostar de mamar mesmo, né milico? Já é a terceira vez que tu vem pedir baseado sem dinheiro - ao dizer isso, pareceu refletir a respeito e levou o dedo ao queixo - hum... pensando bem. Tem razão. Já está ficando muito cara de pau. Não vou querer só uma mamada, não. Vamos lá, levanta e vira essa bunda. Vai levar umas pirocadas hoje pra aprender a honrar teus compromissos.
    Santos se levantou, mas deu um passo pra trás.
    - Qual é cara. Isso não faz parte do acordo.
    - Que acordo o quê. Fica achando que sou trouxa de ficar sustentando vicio de playboy. O caralho. Vira logo - e o pegou pelos ombros e foi empurrando em direção a parede.
    - Qual é. Cara. Precisa disso não. Mês que vem eu acerto
    - Encare isso como uma garantia - quando terminou de colocar Santos contra a parede, arriou sua calça e cueca num único puxão. E sem preliminares ou cuspe, enfiou a piroca de uma vez. Santos deu um ganido, abafando o grito com os dentes trincados
    - Nossa, delicia. - gemeu - Esperava estar mais apertado, mas tudo bem - zombou. Metendo forte logo de cara - porra, nunca comi um milico antes
    E meteu sem dó. Santos apoiado com as mãos no muro, pernas abertas e empinando a bunda. Socadas violentas, batidas que ecoavam e pareciam altas dado o silêncio do lugar. Foi rápido. Sequela logo fincou o mais fundo que conseguiu e gozou.
    - Caralho, agora sim - e tirou o pau, limpando a porra que sobrou na bunda de Santos. Pegou um baseado do bolso e entregou.
    - Aqui. Agora me deve três - e sorriu. Enquanto Santos vestia as calças, envergonhado. Sequela pensou e pegou outro baseado - toma mais um. Esse por conta da casa. Mas só faço isso porquê curti sua bundinha. Os outros três ainda vou cobrar. Agora vaza
    E Santos saiu, mas não sem antes pegar o outro produto que lhe foi oferecido.
    Quando Santos saiu, escuto a voz de Siqueira, que fez Sequela dar um pulo com o susto. Eu também e quase caí do galho onde estava. Não sabia há quanto tempo ele estava ali. Mas tratei de me recobrar logo e preparar a gravação de minha câmera.
    Imagem bem nítida. Quando Siqueira veio para a luz, a imagem de seu rosto ficou muito bem focada e eu achei graça ao lembrar do que meu pai disse quando eu havia pedido aquele celular de aniversário
    ‘O que um adolescente vai fazer com uma câmera com tanta resolução? Postar no Instagram?’
    'É papai, não é que houve uma utilidade, afinal?' Pensei comigo mesmo.
    Gravei todo o diálogo que se seguiu.
    - O que tu anda aprontando aqui, Sequela? Vou ter que cortar teu passe aqui, malandro?
    - Relaxa, major - Sequela levou as mãos ao alto em sinal de paz. Mesmo com seu jeito malandro, deu para ver que diante de Siqueira ele não era tão confiante. - Só estou negociando. Relaxa que não tem nada demais
    - Acho bom você manter esse piru dentro das calças enquanto estiver aqui
    - Sim senhor, major - e fez um sinal de sentido - mas não vamos brigar, por favor. Não quero ficar mal contigo. Diz aí. O de sempre?
    Siqueira olhou para os lados, irritado ainda, mas ao mesmo tempo constrangido
    - Sim - falou simplesmente e entregou pra ele o dinheiro. Peguei bem na câmera enquanto Sequela lhe entregava alguns maços.
    - Esses são dos bons. Minha horta particular. Só vendo para o senhor, major
    - Beleza. Termina logo e vaza - falou simplesmente.
    - Tudo bem, tudo bem. Eu já acabei por hoje mesmo - e se despediu antes de sair pelo portão. Siqueira olhou para os lados e o trancou. Depois saiu correndo com a encomenda.
    Aprovei e gravei ele saindo. Passei a câmera no panorama para mostrar que eram dentro das dependências do colégio que aquela transação estava sendo feita, então parei. Eufórico. Tinha conseguido minha arma letal que poria fim àquela guerra de uma vez por todas. Minha bomba A.
    Esperei ainda para poder descer. Queria garantir que todos os alunos já estariam em seus dormitórios.
    Então desci e fui caminhando de volta ao meu alojamento. Cuidadoso, tenso.
    Foi quando eu, chegando perto do alojamento, escuto o som de folhas secas pisoteadas. Me lancei atrás de uma árvore a tempo de ver Soares passar. Coração a mil por hora. Foi por um triz, mas ele não me viu. Respirei fundo, tentando me recompor, então, quando ele sumiu de vista, saí.
    Mas a coisa não tinha acabado. Ouvi meu nome ser chamado e meu sangue gelou de vez.
    - Fabio, é você?
    Me virei e dei de cara com Pedro, saindo do mesmo canto escuro por onde Soares tinha saído há pouco.
    Fiquei um pouco aliviado por ser ele e não outro. Mas ainda assim teria de tomar cuidado em envolver o mínimo de pessoas possíveis naquilo que estava tramando.
    - O que faz aqui? - Pedro perguntou e eu vasculhei minha cabeça atrás de alguma boa desculpa. Porém, meus pensamentos foram dispersos quando eu olhei seu rosto e vi seus olhos marejados.
    - Cara, você estava chorando?
    Minha perguntar o deixou desarmado, fazendo até mesmo esquecer o que ele havia interrogado.
    Senti raiva na hora
    - O que o Soares fez contigo agora? - E desatei em falar, já irritado - o que aquele cretino fez contigo? Fala, cara, desembucha
    Mas Pedro só gaguejava, tentando pensar em algo
    - Olha cara, não precisa esconder não. Não queria falar pra não te deixar constrangido, mas vou. Eu sei de tudo. Vi você no quarto dele na primeira noite aqui. Sei o que ele te obriga a fazer
    - Fábio...
    - Cara, não sei o que você curte, não interessa na verdade. Mas se você estiver sendo obrigado a fazer essas coisas, não vou deixar. Vamos resolver isso. Eu não vou deixar aquele cara fazer o que quiser contigo
    - Fabio, por favor...
    - Eu estilhaço a cara dele se for preciso...
    Pedro então me agarrou pelos braços e me sacudiu.
    - Fabio, para por favor - falou baixo, para não acordar ninguém do nosso dormitório. Estávamos muito próximos do alojamento e eu ia começar a aumentar o tom de voz se não tivesse sido impedido a tempo.
    - Fábio... - ele começou, meio sem jeito e um sorriso encabulado - não tem nada de errado. Soares e eu... Digo, o Henrique e eu... Estamos noivos
    - Oi? - senti que a ficha havia ficado engasgada na máquina
    - Ele... Acabou de me pedir em casamento - e pegou um anel do bolso - ele vai se formar agora e já está bem encaminhado. Com as notas dele, com certeza vai sair já empregado. E ele quer morar comigo
    Pedro estava verdadeiramente emocionado e aquilo me desarmou.
    - Eu... Eu não sabia, cara - balbuciei
    - Ninguém sabe - ele riu - e por favor, queria que continuasse assim - pediu - eu e o Henrique namoramos há três anos. Quando eu entrei pra cá, ele disse que ia garantir que eu fosse seu subordinado, pra me proteger do assédio dos demais. Desde então temos namorado escondidos.
    Eu não consegui falar, ainda tentando processar tudo. Comecei a me sentir um idiota por desgostar tanto de Soares gratuitamente.
    - Sei que não é o ideal, mas infelizmente esse colégio só entende a relação entre dois homens por meio da violação. Não por sentimento. Por isso não quero que ninguém saiba. Por favor.
    - Não... Não claro. Digo. Não vou dizer nada - eu estava sem graça e enrolando as palavras. Pedro estava começando a achar graça de minha confusão - é que... Sabe. A maneira como eu o vi te tratando no quarto... Digo... Ele te chamando de viadinho e tal...
    Pedro sorriu amarelo e falou
    - Cara, você viu tudo mesmo
    - Eu vi - admiti, pedindo desculpa com o olhar. Ele então me lançou um olhar condescendente.
    - Mas fala sério, Fábio. O que são umas palavras dessas entre namorados, né? Digo... Eu até gosto quando ele me chama assim enquanto.... Bem. Você sabe
    - Claro, claro. Por favor, você não tem que se explicar, eu quem fui um idiota - e comecei a rir. Não conseguia parar. Tive uma crise mesmo. De tanto segurar para não fazer barulho, acabou até doendo o peito. Pedro pareceu ser contagiado e também começou a rir. Fomos para o lado do alojamento e sentamos no chão, até nos recuperarmos. Quando nos acalmamos, ele falou:
    - Sabe, fico feliz de termos nos esbarrado. Digo. Fico tão feliz que queria contar pra alguém.
    - Que bom - falei sincero, passando meu braço por seu ombro e o abraçando. - Fico feliz em ter ajudado. Espero ser chamado para o casamento
    - Claro que vai. Pode ser até meu padrinho
    - Vou cobrar hein - e lhe dei um soco suave no rosto, igual meu pai sempre fazia comigo.
    - Acabou que nem perguntei - ele começou - como estão as coisas entre você e o Siqueira?
    Eu sorri e olhei para o alto.
    - Sinto que meus problemas com ele estão resolvidos
    - Que bom - falou com sinceridade, depois olhou para os próprios pés, parecendo encabulado de continuar - Ainda bem. Sabe, o pessoal do terceiro ano gosta muito de você. Henrique fala direto
    - Sério? - E continuei olhando para a lua.
    - Sim. Confesso que já tive até ciúme. Ele... O Henrique... Te acha o maior gostoso
    Olhei para ele sem saber o que responder e Pedro ainda fitava os próprios pés.
    - E... Eu também - Sua voz quase inaudível naquela frase
    - Oi? - Fiquei perplexo
    - Fábio, assim. Sei que não é a hora. Mas... ai meus Deus- ele riu, tapando o próprio rosto - Eu e o Henrique temos conversado e gostaríamos de saber... - Gaguejou, rindo como uma criança fazendo graça - o Henrique achou melhor eu falar porque eu e você temos mais intimidade e tal...
    Tadinho, ele não conseguia falar, estava muito sem graça.
    - Fala, cara. Pode falar qualquer coisa - encorajei.
    - Assim - ele tentou por outro caminho - eu... Bem... eu sou passivo, sabe. Só curto dar. E o Henrique é versátil. As vezes ele tem vontade de... Você sabe
    Meus olhos arregalaram. Tentei disfarçar a surpresa, até por que já sabia o quanto falar aquilo estava sendo difícil pra ele. O coitado parecia pronto pra cavar um buraco e se enterrar.
    - Então as vezes saímos a três. Com um cara... Ativo... Assim ele pode dar e eu... Bem, eu aproveito também... Aí Jesus. - E riu de novo - É isso. Então se um dia quiser experimentar. A gente ia curtir... Se rolasse uma parada nos três.
    E me encarou, com a cara assustada. Eu não respondi, ainda processando.
    - Eu... Ia adorar ver você comendo meu noivo e... Se você tiver afim... - Engoliu seco - Teu pau é uma delícia. Às vezes fico manjando no banho
    E depois de falar isso, deu um pulo, ficando de pé de repente.
    - Eu vou entrar e, por favor, não responda nada agora. Pensa a respeito. Estou queimando de vergonha aqui. Boa noite
    E saiu correndo, entrando.
    Eu continuei rindo sozinho na grama. Era uma pena ele ter fugido assim. Pois eu já tinha até a resposta. Mas teria a chance de falar com ele depois. Então, eu entrei e fui deitar. A madrugada havia sido mais proveitosa do que eu imaginava.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 6 – CEDER, SERVIR, OBEDECER

    No dia seguinte, salvei meu precioso vídeo no meu e-mail e na minha nuvem, aguardando o momento em que poderia usar. Esperei, obviamente, o meu dormitório esvaziar, para não acabar esbarrando com um possível alcaguete. Mas talvez essa arma ainda demorasse um pouco para ser usada.
    A semana seria agitada, de acordo com as notícias. Pois além da iminência da semana de provas, todo o colégio seria convocado para a festa de centenário do Pracinhas. Que ocorreria em duas semanas. Cada turma seria responsável por fazer uma apresentação artística e patriótica, além de esse fim de semana ficar suspensa nossa ida pra casa, já que o evento seria comemorado no sábado seguinte, e nesse fim de semana iriamos nos dedicar na organização do mesmo. Durante a semana, iniciamos uma grande faxina das instalações. Foi puxado. Estudos, ensaios extras com a banda. Além de um ensaio da marcha que todos os alunos participariam.
    Nesse contexto, não tive tempo de pensar em minha Bomba A, e nem Siqueira teve de me atormentar. Então ficamos no zero a zero mesmo. Na quinta, eu e Elias fomos designados para limpar o vestiário dos fundos. O qual estive com Pinheiro dias atrás.
    A turma do segundo ano o estava usando, então sentamos nos bancos com nossos baldes e esfregões e esperamos eles acabarem de se banhar para então começar a limpeza.
    Eu tinha pouco contato com os alunos do segundo. Esses eram de fato mais reclusos. Não conhecia o nome de ninguém ali. Então, me limitei apenas a uma saudação geral.
    Elias e eu estávamos cansados da semana agitada, então ficamos calados mesmo, um ao lado do outro enquanto esperamos.
    Fiquei observando os alunos do segundo enquanto isso.
    Nem todos os caras que entram no Pracinhas tem alguma musculatura como eu e Elias. A maioria só vai ter uma rotina de atividades físicas aqui no colégio. E o pessoal do segundo ano estava justamente naquela fase que meu pai havia contado, do corpo começar a ganhar a forma de um militar ativo. Um abdômen definido aqui, um braço forte lá, uma bundinha empinada ali.
    Olhei para eles se banhando, reparando nessas coisas. Avaliando. Assim como Pinheiro fez comigo na tarde em que estivemos ali. Nunca foi novidade pra mim ficar nu na frente de outros homens. Vestiário, entre meus colegas, exames médicos. Nunca tive problemas com isso. Mas daí, a realmente reparar no corpo, avaliar, assim, descaradamente, sem pudores. Aquilo ainda era novidade. Mas eu estava me acostumando. E ao julgar pelos olhares que os do segundo ano trocavam entre si, era um hábito extremamente comum ali. Elias ainda estava no estágio inicial em que eu me encontrava há pouco tempo atrás. Que não tem problema de estar perto de um homem nu, mas não gostava de olhar diretamente pra um.
    Foi então que dois saíram do chuveiro mais cedo que os demais, e vieram para perto de nós.
    - Boa tarde, soldado. Dá uma licença, por favor? - Pediu e então eu me liguei que estava no caminho dos armários.
    - Pode ficar sentado, só quero pegar minha roupa aqui. - acrescentou
    Eu então apenas me cheguei para o lado e Elias para o outro. O garoto ficou entre nós, pica balançando enquanto se esticou e pegou a roupa. Elias virou para o lado o rosto e eu achei graça.
    - Vocês são calouros, né? - Perguntou o garoto, enquanto terminava de se secar.
    - Acham - respondi, olhando-o nos olhos. De fato não era comum um oficial menor encarar nos olhos um superior naquele colégio. Senti que ele ficou, por um momento, estranho. Tal como Siqueira ficava quando eu o encarava.
    - E o que estão achando? Dureza? - Falou enfim, após se recobrar.
    - Dias bons, dias ruins. Tento não me queixar. - Falei com simplicidade e sorri. O outro garoto também sorriu.
    - Estão esperando a gente terminar? - Perguntou o outro rapaz, mais alto que o primeiro e não tinha falado até então.
    - Sim, fomos designados para limpar o banheiro. Eu sou Fabio Mendes e ele Elias Pascoal
    - Prazer, Mendes. Prazer, Pascoal - e apertou nossas mãos - sou Isaías Ferreira e ele Miguel Lopes
    - Prazer Lopes, prazer Ferreira - respondi. E continuamos nos encarando. Ferreira me olhava de cima a baixo. Parecendo um tanto intrigado. Reparei que ele secava demais as partes baixas, mais enrolando que outra coisa. Lopes também só observava, curioso.
    Ficamos assim um tempo e eu achei até divertido, mas como não falaram nada, eu tão pouco. Então parei de encarar e olhei em volta, distraído, esperando passar o tempo. Os outros rapazes iam chegando e se arrumando. Também nos olhavam. Senti Elias um pouco tenso, provavelmente achando que fosse vir alguma graça dali. Afinal, eles eram sargentos, logo, eram nossos superiores e sim, poderiam nos dar ordens como não havia ninguém do terceiro ano ali. Mas não estavam acostumados aquilo e eu estava bem relaxado. Até um pouco excitado, pra dizer a verdade. Olhava seus corpos, seus músculos, seus paus. Comparando, avaliando, elogiando e criticando mentalmente. E sentia que era igualmente julgados por eles.
    Lopes então nos falou:
    - Já acabamos de usar os chuveiros, se quiserem começar por lá
    Eu agradeci e me levantei. Elias me acompanhou.
    - Assim, cuidado com o cloro. - Completou - Vi que vieram com o moletom cinza e essas calças são bem vagabundas, pra dizer a verdade - e deu um meio sorriso, como quem pensa 'vai que cola'
    Eu sorri e agradeci o conselho. Então, tirei a roupa, ficando só de cuecas. Elias, sem graça de não me acompanhar, me seguiu. Peguei as roupas do meu amigo com as minhas e levei para onde os outros estavam, para deixar em um armário.
    Passei no meio deles, sentindo seus olhares me acompanhando. Me controlei por dentro para não rir. Aquela tensão era gostosa. Dava para sentir à vontade deles de tentarem algo, mas ao mesmo tempo o medo de quem não era acostumado a ser de uma patente superior. Era diferente de estar com os do terceiro ano, que eram bem mais abusados. Senti como se eu, com minha atitude, os estivesse intimidando e sim, era uma sensação muito prazerosa. Enquanto passava por alguns, pude observar algumas picas inchando, erguendo. Até esbarrei em umas pelo caminho, sem me importar. O máximo de ousadia foi quando senti uma mão passar na minha bunda, outra pegar no meu pau. Mas não passou disso e eu fingi não ter notado. Voltei, recebendo outra acariciada nas nádegas no caminho. Se eles não tentariam nada. Não seria eu quem daria o primeiro passo. Afinal, eles seriam os majores no próximo ano, então eles tinham urgência em aprender a comandar. Seria legal, talvez, se tivesse rolado alguma coisa ao fim, e admito que foi gostoso estar no meio de tanto homem nu e excitado. Pena não terem tido coragem de ir adiante.
    Voltei para junto de Elias e começamos a limpar o banheiro. Não olhei mais diretamente para os garotos, mas era capaz de sentir os olhares em nossa direção. Mas não foram além disso. Aos poucos, foram perdendo a coragem e se vestindo, saindo até ficarmos só eu e Elias.
    Quando ficamos sozinhos, Elias veio comentar:
    - Você também tem a sensação que os caras nesse colégio olham para nós como se quisessem nos comer?
    - Sensação? Não. Tenho certeza. – achei graça
    Ele riu também.
    Foi então que o inusitado aconteceu. O tal Ferreira voltou andando rápido, até nós. Chegou até mim e eu, que estava passando produtos no chão, parei segurando a vassoura e esperando ele se manifestar. Mas ele não disse nada. Apenas chegou, segurou meu rosto e me beijou. Mesmo pego de surpresa, correspondi, sentindo sua língua entrar. Então ele meteu as mãos por dentro de minha cueca, uma pegando minha pica e outra minha nádega. E foi massageando as duas enquanto me beijava. Estava gostoso. Eu continuei segurando o esfregão, deixando-o livre. Quando terminou, respirou fundo e sorriu pra mim.
    - Deseja mais alguma coisa, sargento? - Perguntei com naturalidade. Ainda lambendo os lábios.
    E ainda sem acreditar no que tinha feito, ele se voltou para Elias e falou:
    - Quero beijar ele também - sua voz tinha desejo, só faltava convicção.
    - Bem. Você é o sargento - dei de ombros. E ele foi em cima de Elias e foi beijando. Ferreira, dessa vez, o pegou de frente, metendo as duas mãos em sua bunda e apertando. Elias olhou pra mim, olhos arregalados enquanto o beijava. Eu fiz careta e dei língua pra ele, fazendo-o rir.
    Quando Ferreira parou, ficamos os dois olhando pra ele. Ele sorriu sem jeito e saiu. Parece que o rompante de coragem dele durou pouco. Mas já era um bom começo. Já foi além de qualquer outro ali e possivelmente seria o Major alfa quando chegasse ao terceiro ano.
    Quando ele saiu, me virei para Elias e disse, com ar de triunfo.
    - Não falei?
    Ele riu e ainda sem acreditar, avaliou:
    - Fico impressionado como você consegue levar de boa isso. Eu confesso que ainda fico receoso - comentou
    - Eh... - me limitei a responder, sem saber como continuar a linha de raciocínio.
    - Posso fazer uma pergunta? Pessoal? - Ele quis saber.
    - Claro - me prontifiquei enquanto esfregava o chão.
    - Assim, você e o Siqueira. O que rola? Digo. Você levou de boa esses caras todos. Mas o Siqueira é só estar perto que dá pra ver o fogo saindo dos seus olhos
    Eu ri,
    - Sério que é tão na cara assim?
    - Acham
    - Eh. Deve ser mesmo. Assim... É como eu disse, não tenho problemas com trotes, hierarquias e assédio. Meu problema mesmo é pessoa marrenta. Sabe, o que rola aqui é algo diferente. Não adianta querer explicar pra alguém de fora. Nada contra. E, sinceramente, estou curtindo. Até a ideia de receber algumas ordens e tal... sei lá. É uma brincadeira gostosa. Mas quando eu vejo pessoas tentando pisar nas outras como o Siqueira faz... Sei lá, meu sangue ferve. É da minha natureza. Sempre fui assim. Então não tenho problemas em seguir ordens de ninguém. Só não fico afim de seguir as dele.
    - Entendo - acabamos as duchas e ele foi limpar os vasos. Eu o ajudei
    - Aproveitando o assunto... - eu resolvi comentar. - e você e o Pinheiro? Como é ter ele como superior direto?
    Elias balançou a cabeça, meio indeciso.
    - Ele é legal... só... Sei lá. As vezes brinca demais
    - Como assim?
    - Ah, sei lá. Fica nessas brincadeiras de dizer que quer me comer e tal. Por isso te perguntei aquilo agora. Vira e meche ele solta uma, da tapa na minha bunda, diz que eu tenho uma bunda bonita e tal. Meio foda
    - E você?
    - Eu o que?
    - Oras. O que você acha? - e sorri - assim, sabe minha opinião e de inocente acho que essas brincadeiras não têm é nada
    - Eh... Eu sei
    - Então. Você está afim de tentar?
    Ele me olhou sem entender a pergunta, depois fez uma careta como se eu estivesse dizendo alguma bobagem.
    - O que? Que cara é essa? Estou perguntando sério. Sem criancice, porra. - E sorri
    - Sei lá cara. Ainda acho esquisito isso.
    Então tive de ser o advogado do diabo
    - O cara é maneiro. Você está num lugar em que isso parece cada dia mais normal. E tenho de dizer que a pica do maluco não é nada mal - argumentei.
    Elias gargalhou, então ao olhar pra mim e ver que eu realmente falava sério, questionou
    - Fabio, você já... Você e ele...?
    - Só mamei - falei, espantado como aquilo saiu natural de meus lábios.
    Elias arregalou os olhos e então pensou.
    - Caramba - foi tudo o que conseguiu dizer.
    - Eh. Foi aqui mesmo - e apontei para os chuveiros - ele se insinuou, rolou curiosidade e eu fui
    - Sabe. Eh isso que é diferente - e riu - sei que parece bobeira. Olha, até já tive vontade de tentar. Sério. Confesso que rolou curiosidade algumas vezes - ele ria, sem jeito. Acabamos os vasos e fomos para as pias e espelhos. - Mas não sei. É que de tanto ele assediar, fica parecendo que fui obrigado a fazer isso e, sinceramente não queria assim
    Eu fiquei calado, esperando ele terminar o raciocínio
    - Entende? Digo. Até fiquei tentado. Agora mesmo, vendo você no meio daqueles caras. Fiquei de pica dura. Com medo, mas de pica dura. – riu - Até rolaria com eles. Até rolaria com Pinheiro. Só não queria que o primeiro cara que me penetrasse fosse por obrigação. Sei que é confuso, pois no fundo eu quero, então não seria obrigação, mas a forma como tudo começou... Ai caralho, estou me enrolando todo – gargalhou.
    - Não. Eu te entendo. Acho que entendo totalmente o que você está falando. Na verdade, somos muito parecidos. Nada contra obedecer, se submeter, desde que isso parta da gente. Acho que nós não conseguimos abrir mão de nossa autonomia assim tão fácil
    Ele riu.
    - Bem isso mesmo.
    Eu sorri e continuei limpando a pia, até que um pensamento maldoso passou pela minha cabeça. Eu o olhei pelo reflexo do espelho e lambi os lábios.
    - Assim, tem uma maneira de resolver seu problema - tentei parecer o mais desinteressado possível. Obviamente, sem sucesso
    - Como? - Ele não levantou o rosto, terminando de enxaguar a pia
    Eu me virei pra ele e tentei.
    - Oras, Pinheiro não precisa ser o primeiro. Certo?
    Ele riu, então pareceu ter caído a ficha. Depois se virou pra mim, parecendo perceber só agora como eu estava perto dele.
    - Como assim? – Perguntou, me olhando nos olhos. Eu sabia que ele tinha entendido, então sorri, dei um passo à frente e lhe dei um beijinho nos lábios. Adorava a boquinha macia de Elias.
    - Dá pra mim - sugeri
    Era muito gostoso ver a carinha de confuso dele. Elias era uma rapaz muito bonito, cabelos encaracolados, olhos mel, rostinho de garoto. Olhar ele de cueca, aquele corpo definido, bem torneado, quase sem pelos, dava um tesão. Rosto de menino, corpo de homem. Uma mistura deliciosa.
    E beijei de novo, ele fechou os olhos, deliciando-se. Deu um risinho.
    - Está de zoa comigo?
    - Não - e beijei de novo - dá pra mim - e de novo. Um mais longo que o outro. Senti ele mordiscar meu lábio no terceiro - não acho legal você perdendo seu cabacinho contra sua vontade. Deixa eu ser o primeiro. Faço com jeitinho. Aí você descobre se curte ou não
    Ele riu, mas se entregando.
    - Você faz isso por mim? - mostrou descrença.
    - Claro. Sou teu amigo. Não vou deixar aquele cara desvirginar meu amigão contra a vontade dele. Quero garantir que teu primeiro macho saiba fazer direitinho - e beijei seu rosto, testa, mordisquei a ponta da sua orelha.
    - Porra. Tu é um amigão mesmo - brincou, enquanto eu beijava seu pescoço e fazia ele gemer
    - Fazer o que. Sou assim - e sorri, mordendo seu queixo - sou um cara legal - e fui descendo, chegando ao seu peito, onde chupei seu mamilo e o fiz estremecer - e tem mais - fui lambendo devagar, e passando a mão por seu tronco, sentindo a pele ouriçada - eu nunca fiquei com um cara antes. Fui arriando sua cueca - o Pinheiro foi só uma mamada. Mas o que vou fazer contigo agora, é a primeira vez pra mim também
    - O que você vai fazer? - Sua voz fraca, distante
    Eu então ergui e o levantei pelas axilas. O pus sentado na pia, terminei de tirar a sua cueca, jogando ela para o lado, então voltei a beijar ele.
    - Cara... Ele gemeu, não tive a oportunidade de falar antes... Mas tu beija bem pra caralho
    Eu o olhei nos olhos e sorri. Já tinha ouvido aquilo antes, mas da boca dele foi especial. Continuei beijando e descendo novamente, peito, barriga, até que cheguei em seu pau e abocanhei tudo.
    Elias não era mal dotado, mas não se comparava ao pau de Pinheiro. Então engolir tudo foi fácil.
    O moleque pôs as duas mãos em minha cabeça, segurando enquanto gemia mais alto. Abri suas pernas e as ergui, tendo melhor acesso ao orifício. Enfiei a língua. Lambendo as paredes e então introduzindo no buraco.
    Lambia e parava, admirando. Bundinha lisa, ânus fechadinho, piscando...
    - Cuidado, maluco - ele alertou - mamãe passou talco aí - pediu, sorrindo mais solto, mais safado.
    - Relaxa, brother. Aqui é parceiro. Não vou sacanear meu irmão
    Ele riu e nós trocamos um olhar de cumplicidade. Voltei a lamber, dessa vez olhando bem para sua cara, prestando atenção. A boquinha contorcendo e os olhos semicerrados,
    Aos poucos o buraco foi cedendo. Minha língua foi entrando. Estava gostoso ficar ali, chupando seu cuzinho. E eu tinha todo o tempo do mundo, afinal, àquela hora não vinha ninguém ali.
    Mas por mais gostoso que fosse, eu queria mais. Queria o prêmio principal. Então levantei, passei uma perna sua e a apoiei em cima do meu ombro. Elias ficou apreensivo, mas fez um sinal afirmativo com a cabeça, curioso. Arriei minha cueca e encaixei a cabeça. Fiz pressão. Um pouco e a cabecinha entrou. Seu rosto se contorceu, a boca se abriu, sem emitir som alto. Fiz mais força, devagar, entrando e acompanhando seu rosto. Tanto para ver se eu estava indo longe demais, quanto por que ver ele gemendo da minha rola tava dando um prazer da porra.
    - Isso, amigão. Assim... - fui falando baixinho - aguenta, vai. Isso. Caralho Pascoal, que bunda gostosa
    Ele riu
    - O que?
    - É engraçado você me chamar de Pascoal - confessou. - Você realmente se adaptou muito bem aqui. Vai dar um excelente major
    - Que bom que pensa assim - e sorri mais maldoso - então, soldado, chegou a hora de me dar esse cuzinho - e comecei a meter, entrar e sair. Cada entrada, aprofundando mais.
    - Ai... Sim... Sim senhor
    - Vai gemer na rola do seu superior, soldado?
    - Sim, senhor. - E gemeu mais, se segurando na pia para não cair. Aos poucos, fui aumentando o ritmo. A rola já entrava completa, tocava no fundo nele e saía.
    - Muito bem, soldado Pascoal - meti mais - De quem é esse rabo, soldado?
    - Seu, senhor
    E ele foi se soltando. Seus sons contidos foram ganhando força, conforme ele balançava na pia.
    - Quando eu quiser te comer, o que tu vai fazer, soldado?
    Ele sorriu.
    - Te darei, senhor
    Que cu apertadinho, uma delícia ver Elias abertinho pra mim levando rola. Então maldei mais e fiz uma outra pergunta.
    - E o que você vai fazer se Pinheiro quiser te comer?
    - Não darei, senhor
    Então dei um tapinha no rosto dele e ele me olhou surpreso
    - Errado, soldado - sibilei - se ele quiser, você vai liberar essa bunda pra ele também. Vai gemer na rola dele igual está gemendo na minha
    Elias me olhava fixamente, um rosto sedento e esperançoso.
    Me inclinei pra frente e o beijei, sem parar de meter. Corpos suados.
    - Acabou a palhaçada, soldado. Vai virar homem. E homem que é homem não foge do desafio. Você vai dar pra ele quando e como ele quiser. Não por que ele quer, mas porque eu mandei. De hoje em diante, você se reporta a mim, ouviu bem soldado?
    Elias sorriu, gostando do jogo
    - Sim, senhor
    - Quando Pinheiro quiser te comer, o que você fará?
    - Darei, senhor
    - E vai gemer gostoso?
    - Sim, senhor
    - Muito bem, soldado - e o beijei novamente
    Me afastei de novo, para poder ter uma visão melhor da minha pica entrando e saindo. Segurei pelos pés e abri mais suas pernas, entrando e saindo com lentidão para acompanhar cada mudança.
    - Gostoso - ele gemeu baixinho. Acho que pensou em voz alta, pois me olhou com cara de sem graça.
    - Repete - mandei. Tinha adorado o som das palavras em sua voz.
    - Gostoso - repetiu, com um sorrisinho. - Mendes. Tu é muito gostoso
    Meti mais e ele se contorceu
    Agora meti com força, sem pena, até gozar. Não tinha mais como controlar. Minhas pernas balançaram. Meus músculos todos se contraíram. Eu gemi alto e grosso, tentando me estabilizar diante do turbilhão de sensações. Recobrei, mas não tirei a pica, fui deixando lá enquanto massageava o pau de Elias, duro e babado. Continuei metendo, devagar, enquanto o masturbava. Os olhos mel dele brilhavam contra a luz, enquanto sua boca ia se contorcendo. Mais e mais, ele levava as mãos a frente, alisando meu peito, braço, ombro. Tudo de forma débil, sem controle. Gemeu mais, e mais, contraiu as pernas e apertou o cu em torno do meu pau. Foi quando gozou muito farto. Um jato foi tão forte que atingiu o vidro atrás dele. Rimos juntos do som do esperma colidindo com o vidro. Nos beijamos mais e eu o ajudei a levantar. Suas pernas estavam bambas, mais que as minhas.
    Trocamos olhares em silêncio, avaliando a situação.
    - Caralho, moleque - falei enfim - que bunda
    - Valeu - e sorriu - Quero mais
    - Vai ter. Também estou doido pra meter em tu de novo - e beijei o pescoço de novo. - Mas temos de ir
    Era tarde, começava a escurecer. Corremos em terminar de limpar e tomamos logo banho. Então saímos.
    Encontramos um rapaz do terceiro no caminho, que perguntou onde estávamos. Informamos que tínhamos ido lavar os banheiros e mostramos o material de limpeza em nossas mãos. Ele nos olhou com desconfiança, mas nos deixou seguir. Fomos rindo até chegar a nosso alojamento.
  • COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 7 – TEMPOS DE LUTA E DE PAZ

    Última semana antes da comemoração do centenário dos Pracinhas. Estava exausto. Sentados no gramado do pátio, eu, Elias e Pedro tomávamos um suco enquanto relaxávamos. Um dos poucos momentos de pausa o qual nos permitimos naquele turbilhão de afazeres.
    Naquela altura, posso dizer que nossa amizade estava em outro nível. Pedro também tinha contado a Elias do casamento. E eu falei da tarde com Pinheiro e na outra com Elias no vestiário. Enfim, estávamos mais íntimos que nunca e não havia a necessidade de segredos. Exceto um, pelo menos por enquanto, que contei só para Pedro quando Elias não estava prestando atenção. Uma frase simples, que foi dita rapidamente e foi o bastante para ele captar a mensagem.
    - Diz pro Soares que eu estou dentro
    O rosto de Pedro corou, mas ele confirmou com um meio sorriso.
    Mas nossa breve paz foi desfeita quando Siqueira chegou. De longe, Elias me alertou de sua proximidade e eu me preparei. Siqueira foi econômico como de costume. Apenas me mandou ir ao quarto dele e foi embora. Eu, obediente, despedi-me de meus amigos e saí. Mas não fui para seu quarto. Pelo menos não de imediato. Aproveitei que a biblioteca ainda estava aberta e entrei. Acessei meu e-mail e encaminhei o vídeo para o e-mail pessoal de Siqueira. Então, desliguei e fui calmamente ao quinto andar. Bati na porta do quarto de Siqueira e entrei quando ele me ordenou.
    - Que demora foi essa? Bateu com a cabeça e esqueceu a droga do caminho?
    Mas eu estava muito relaxado para me deixar abalar pelo linguajar rude dele. Me deliciava com seu jeito marrento, pensando como seria a melhor forma de arrancar aquele ar superior de sua cara de uma vez.
    - Apenas tive umas coisas mais importantes para fazer antes de vir aqui - informei.
    - Mais importantes? - Ele riu de escárnio - não há nada mais importante que a ordem de um superior, Mendes.
    - Tem sim - e sorri, cruzando os braços - olha seu e-mail e vai me dar razão
    - Vou olhar porra nenhuma. Estou cansado dessa sua marra. Está na hora de tu aprender ou é melhor ir logo embora desse colégio
    - Tudo bem. - Fiz de condescendente - vamos fazer o seguinte: olha seu e-mail e aí estarei a postos para ouvir o que você tem a dizer
    Ele continuou me encarando e meu olhar de deboche o estava tirando do sério. Por fim, ele abriu o notebook e foi logrando.
    - Juro por Deus, Mendes. Se você tiver me fazendo perder tempo, eu... O que é isso? - E clicou no e-mail e abriu o vídeo. Fui acompanhando seu rosto e como sua expressão saía da raiva para o ódio profundo. - Que merda é essa?
    Ele se ergueu num pulo e me pegou pelo colarinho, me prensando contra a parede
    - Seu Filho da puta. O que você pensa que está fazendo?
    - Nada, major - e sorri - o que parece?
    - Tu acha que isso muda alguma coisa? Acha que ganhou? Seu merda. Isso não muda nada. Se você mostrar essa merda, tu também tá expulso
    Eu revirei os olhos, demonstrando descrença
    - Olha, eu acho que não. Tá bom, eu até descumpri umas regrinhas. Saí do dormitório após o horário de recolher e usei um aparelho celular. Mas você acha mesmo que isso se compara ao que você fez? Siqueira. Não seja bobo
    Eu estava muito tranquilo. Era divertido ver ele explodir, enquanto eu o tratava como uma criança. Ele ainda me mantinha seguro pelo colarinho e contra a parede. E ali fiquei. Sem oferecer resistência. Então, continuei a falar no tom mais despretensioso possível.
    - Só pra constar, Siqueira, eu não sou um conservador. Na verdade, sou até a favor da liberação de algumas drogas. De verdade, juro, mas ideologias políticas de lado, eu pensei: puxa, bem que o Siqueira podia ter relevado aquele cadarço desamarrado, não é mesmo?
    Ele respirava fundo, provavelmente se segurando para não esmurrar minha cara. Ele sabia que se o fizesse, estaria perdido.
    - Você não vai ganhar nada. Não vai sequer conseguir chegar no diretor com esse vídeo - ameaçou.
    - E quem disse que eu preciso do diretor? Pra isso existe internet, meu caro. Como será que o Pracinhas vai agir diante de um escândalo desses? - E ri
    - Você vai ser expulso
    - Nesse caso, é até possível - pensei - acho que o colégio não vai gostar de eu jogar a sua reputação na lama. Mas fazer o que? Nunca quis seguir carreira militar. Esse ano mesmo, posso fazer prova pra ano que vem estar em outro colégio, tão bom quanto esse. Sou esperto, posso me virar. E, na pior das hipóteses, meus pais tem dinheiro, não vão se importar de pagar um colégio. Enfim, Siqueira, só perderei um ano. Só isso. E você? O que seu pai diria se você fosse expulso com uma anotação tão desonrosa?
    A dica de minha mãe havia sido extremamente preciosa. Foi apenas fazer menção ao seu pai para seu rosto perder a cor. Eu então tirei com calma suas mãos de meu colarinho e saí da parede. Vislumbrando meu inimigo derrotado no chão. Pensei se pisaria mais nele ou não.
    Mas alguém bateu na porta e logo depois a abriu. Era Soares.
    - Siqueira, eu... Opa. Desculpas, não sabia que estava acompanhado. - E sorriu sem jeito - na verdade eu ia justamente perguntar se você ia precisar do Fábio hoje. Se não, ia pedir ele emprestado
    - Você chegou numa excelente hora - falei, tomando a frente - Siqueira acabou já, disse que estou dispensado por hoje
    Soares olhou para o amigo, que se limitou a fazer um gesto para nos retirarmos.
    Saímos e no corredor, intrigado, Soares comentou.
    - Pedro tinha me pedido para tentar te salvar a pele, mas vejo que não precisou. O que houve lá?
    - Nada demais - respondi. Me sentia leve. Tranquilo. Sentia que finalmente estaria livre. E isso também me deixou muito excitado - então quer dizer que o lance de precisar de mim era só uma desculpa?
    Soares parou e me deu um meio sorriso.
    - Bem... Na verdade, se colasse, eu ia dizer que o Araújo tá lá no meu quarto. Se quiser ir...
    Eu sorri e o acompanhei.
    Chegando no quarto, Pedro estava sentado na cadeira e se levantou. Soares trancou e porta atrás de nós, foi ao lado do noivo e passou a mão pelo seu ombro. Pedro então perguntou
    - O que houve lá? Achei ele meio esquisito quando te chamou. Fiquei preocupado
    - Relaxa, amor - Soares o acalmou - não sei o que o Fábio fez lá. Mas parecia que o Siqueira havia encontrado com o diabo.
    - Pessoal, não vamos falar de Siqueira - pedi - agora não. Gostaria apenas de relaxar e curtir
    Soares então deu aquele sorriso safado e disse
    - Bem, se é assim, está no lugar certo
    Pedro, mais tímido, só sorriu.
    Mas eu tinha uma dúvida.
    - Antes de qualquer coisa. Queria perguntar. Na verdade, avisar. Eu nunca estive com um casal antes... Digo. Nem hétero nem homo. Então... Não sei bem como atuar
    Pedro riu e Soares tomou a frente
    - Relaxa, Mendes. Relaxa e goza
    E me deu um beijo.
    - Mas não rola ciúme? - Perguntei, enquanto ele me circulava, beijando meu rosto, minha nuca
    - De que? - Ele passou a mão na minha bunda - não querendo te desprezar, Mendes, mas não vai ser só um cara gostoso que nem você que vai me deixar inseguro
    Eu olhei para ele, gostando do seu tom confiante.
    - Confio no meu taco, soldado. E mais ainda, confio no Pedro. Isso aqui é sexo, carne. O que nós temos é mais
    E me abraçou por trás, lambendo meu ouvido. A mão, passou pela frente, massageando meu volume.
    - Você já se ligou, Mendes, que nesse colégio temos uma liberdade maior. Eu mesmo, já aprontei muito aqui. Mesmo namorando o Pedro. Ele sabe de tudo. E eu quero, sinceramente, que ele aproveite isso aqui enquanto eu não estiver
    Foi beijando minha nuca e passando a mão por dentro da minha blusa, acariciando meu peito. Seu toque era eficiente. Me deixou aceso logo de cara.
    - Imagina se eu, após me formar, ficar com ciúmes, com tanta possibilidade que o Pedro vai ter aqui? Não. Quero que ele aproveite, Mendes. De verdade. Quero que ele tenha bons momentos aqui. Quero que goze. Dê pra um bando de caras gostosos que nem você. E depois, quero que ele venha me contar. Quero que ele se gabe das picas que aguentou, dos caras que o fizeram gemer. Quero me masturbar ouvindo todas as coisas que ele vai fazer com você e com os outros nesse lugar
    - Você é um homem muito bem resolvido - constatei, de olhos fechados e apreciando suas carícias
    Soares meteu a mão na minha calca e massageou meu pau por dentro.
    - Eu só sei o que eu quero. Só isso. E você Mendes? O que você quer?
    - O senhor é o superior. Você manda - falei baixinho.
    Nesse momento ele parou, e voltou ao lado de Pedro, enlaçando seu ombro.
    - Aí que está. Hoje não. Sabe Mendes, eu estive falando com meu noivo e... Bem... A verdade é que as vezes sinto saudades de ser um calouro, sabe? De ter alguém no comando. Então... Bem, Pedro me disse que você tem muito potencial. Que dará um excelente major daqui há dois anos. Então... Encare hoje como um ensaio. Hoje eu e Araújo, seremos seus subordinados. Pra você treinar sua liderança.
    Eu sorri altivo e dei de ombros.
    - Se é assim que querem - e dei um passo a frente - assim vão ter. Soldados, sentido!
    Soares se impressionou com meu tom de voz e ele e Pedro logo ficaram em posição.
    - Descansar - e eles relaxaram.
    Andei de um lado pro outro, olhando bem seus rostos. Tinha de admitir. Estar no comando daquele jeito era excitante demais. Minha boca chegava a salivar e minha mente viajar por ideias das mais variadas.
    Então, parei diante de Pedro e perguntei.
    - Me diga, soldado. Alguma vez você viu o Major Soares entrando na rola?
    - Sim... Sim, senhor - e segurou o sorriso, lutando para se manter sério.
    - E gostou? - Continuei
    - Muito, senhor - falou convicto.
    - Muito bem. Hoje você vai ver de novo. Só que hoje, soldado, você não vai fazer nada. Não vai participar. Vai ficar aí, parado nesta posição. Imóvel, enquanto vê eu comer seu noivo. Entendido?
    - Sim, senhor
    Os olhos de Soares brilharam e Pedro respirava eufórico. Eu cheguei pertinho de meu amigo e falei cara a cara.
    - Vai ficar quietinho, enquanto eu como o major Soares. Vai ouvir ele gemer, gritar, chorar. Não importa. E vai ficar quieto. Vai me ver gozar no rabo dele e vai ficar olhando. Mansinho. Depois que eu me enjoar do seu noivo. Aí sim, se eu ainda estiver afim... Só então você terá o privilégio de ser comido também. Se não, sinto muito, mas vai ficar chupando o dedo. Fui bem claro, soltado?
    - Sim... Sim senhor
    Ele tentava segurar a euforia, em êxtase com a ideia.
    Trocaram olhares e aguardaram. Eu devia estar mandando muito bem, pois os olhos deles brilhavam. E confesso, estava adorando dar ordens.
    - Soares, um passo à frente
    Ele obedeceu.
    - Me mostre seu corpo - mandei, voz séria. Um sibilo. - Mas devagar. Não tenha pressa
    Soares foi tirando, enquanto eu caminhava pelo quarto, passando o olhar por ele e seu aposento.
    Soares tirou a blusa, a calça e por último a cueca. Como bom militar, foi deixando tudo dobrado, em cima da cama.
    Fiz um sinal com a mão para ele se aproximar. Ele ficou parado na minha frente e eu o circulei. Aquela bunda gostosa que vi contrair enquanto metia em Pedro na primeira noite estava ali, a minha disposição. Lambi os lábios, mas me contive.
    Me virei pra Pedro, que acompanhava tudo atendo.
    Cheguei nele e arriei sua calça, o deixando desnudo da cintura pra baixo. Pau duro como rocha.
    Então voltei pra Soares. Apertei sua bunda e o fui conduzindo até a cama. O pus de quatro e admirei sua bunda. Olhei dela para Pedro, que parecia um cachorrinho, ansioso e aguardando o chamado para poder brincar também. Quase deu pena, mas sabia que ele também estava cheio de tesão e ansiedade para ver como a coisa ia se desenrolar.
    Lambi sua bunda. O cuzinho piscou de imediato e eu enfiei a língua. Provando sua pele, sua carne
    Lambi tudo, sentindo entrar bem. Diferente de Elias, aquele cu era experiente. Foi cedendo mais fácil, mais dócil. Alisava suas pernas e suas nádegas, sentindo os pelinhos arrepiarem. Soares gemia. Sem pudores, sem medo. Era gostoso.
    A bunda de Soares, em si, já era suculenta, mas de quatro parecia dobrar de tamanho.
    - Me diga, soldado. O Araújo chupa este cu?
    - Já chupou, senhor. Mas disse que não curte
    Eu olhei para Pedro com reprovação
    - Que desperdício, recruta. Não sabe o que perde
    E continuei a chupar, chupei até me satisfazer. Então me levantei, tirei a roupa. Quando tirei a cueca, atirei em Pedro. O tecido bateu em seu ombro e ali ficou. Ele, obediente, não se mexeu, nem para tirar.
    Encaixei a pica, bastou uma leve pressão e o cu dele me engoliu por completo. Ele ergueu a cabeça, gemendo alto.
    - Acha. Senhor...
    Meti tudo, devagar, mas depois forte. Soares estava com os músculos trincados, dedos em garra agarrados no colchão. Gemia grosso, igual homem. Delicia. Meu corpo colidia com o dele. Sua bunda tremia a cada encontro. Agarrei sua cintura e meti mais forte. Soares olhou para trás, fazendo biquinho enquanto gemia
    - Ah senhor. Que delícia, senhor.
    - Muito bem, soldado.
    Eu já estava suando, quando tive outra ideia.
    - Vem cá, soldado - e o fiz se levantar. O coloquei de joelhos no chão, de frente para Pedro - olhe para seu noivo enquanto é fodido
    Peguei pelos cabelos e o obriguei a erguer o rosto. Meti sem dó, fazendo ele gemer de forma mais chorosa.
    - Algo que queria dizer ao seu noivo, soldado?
    - Amor... - Ele começou - me desculpe
    - Tudo bem, amor - Pedro respondeu, pau duro como rocha.
    - Mas isso é gostoso demais - e completou. Gemendo mais
    Aos poucos, perdeu as forças, deixando o rosto cair no chão. Peguei pela cintura e o obriguei a manter a bunda para o alto. Levantei e continuei metendo, dessa fez jogando meu corpo contra ele. Meti muito, sem dó.
    Levei minha mão ao seu pau e bastou algumas carícias para fazer ele sofrer espasmos e gozar. O acompanhei logo depois. Nessa hora, meu pau escapuliu de seu ânus. Meu sêmen saltou pra fora, molhando toda sua bunda. Soares caiu no chão, bunda coberta de linhas brancas. Pernas abertas, cuzinho rosado. Ali ficou, respirando forte, parecendo ainda estar distante desse mundo.
    Olhei para Pedro, que me encarou esperançoso. Eu estava suado, cansado, mas meu pau não desceu.
    Olhei para ele e para meu pau, e sorri.
    - Seu dia de sorte, soldado. Tire essas roupas e se apresente
    Pedro se despiu às pressas e ficou de quatro, ao lado onde seu noivo estava deitado.
    Eu o peguei e o fiz ficar de frente. Queria olhar seu rosto enquanto metia. Abri suas pernas e montei em cima dele de frango mesmo, enfiando tudo sem dó. Já tinha visto Pedro em ação e sabia como ele gostava de ser comido. Ele deu um gemidinho choroso. A boquinha se contorceu e ele começou a gemer manhoso. Olhou para o lado, onde Soares, ainda deitado de bruços, sorria cansado pra ele. Segurou a mão do noivo que a apertou de volta. Uma cena bonita em sua singularidade. A cumplicidade dos dois era comovente. Só então percebi que os dois estavam usando a aliança. Eles evitavam usar na escola, mas a tinham posto para estar comigo ali. As mãos unidas com a aliança no dedo
    - Vai amor. Aguenta, vai - Soares incentivava o noivo
    - Amor... Tá doendo - chorou Pedro. Todo manhoso.
    - Mas está gostoso? - Ele quis saber
    - Muito - gemeu mais.
    Não me importei de estar sendo ignorado ali. Aquele dialogo dos dois estava catalisando meu prazer. Meti mais forte, criando forças e vencendo a fadiga. Queria meter mais e mais fundo, mais forte. Ouvir Pedro chorar e ver o olhar guloso de Soares era tudo o que eu precisava.
    - Vai amor. Você consegue. Aguenta essa pica gostosa vai. Por mim.
    E Pedro aguentava mesmo. Confesso que castiguei ele. E o garoto não se atreveu a fugir. Deu o tempo todo de pau duro, sem reclamar, sem pedir pra parar ou sequer ir devagar. A fricção do meu corpo contra o seu, espremendo seu pau, o fez gozar. E ainda assim ele continuou dando.
    O meu segundo gozo demorou. E enquanto não vinha, mantive o ritmo pesado, e quando veio, veio forte.
    Eu pingava de suor, que caia todo em cima de Pedro, que já estava todo molhado do próprio. Pele negra brilhando.
    Tirei o pau e caí no chão. Tentei jogar meu corpo para o lado, para não atrapalhar o casal, mas eles não deixaram, me puxaram para o centro deles, e me envolveram. Soares lançou um braço e uma perna em cima de meu corpo, já Pedro apoiou a cabeça em meu peito.
    - Meus parabéns, soldado Mendes - Soares falou ao meu ouvido.
    - Pensei que havia sido promovido para major - brinquei
    - Acabou o recreio, soldado. Voltamos a nossas posições - e riu - Ansioso para te convocar de novo. E na próxima, eu comando - avisou e isso me deixou de pica dura de novo
    - Estou ansioso - informei
    Ficamos deitados, esperando as forças voltarem. Estava extasiado, olhava o teto pensando na vida. Quando acreditei que não haveriam novas experiências, eis que o colégio Pracinhas me surpreende. Eu, Pedro e Soares continuamos quietinhos, descansando e aguardando dar a hora dos demais alunos do terceiro ano irem para seus quartos. Só então, na surdina, fomos ao banheiro e nos lavamos. Soares nos escoltou até o meu dormitório, para não sermos pegos desacompanhados fora do toque de recolher. Então se despediu de nós e voltou para seus aposentos.

     

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