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Ficção

  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 11 de 14

    Capitulo onze
         Ao anoitecer saíram no caminho e chegaram a uma casa:
      -Deve ser aqui que o vampiro que procuramos mora. Disse um deles. É uma casa velha com alguns vidros de suas janelas quebrados, talvez por pedras que foram atiradas ali.
      -Ou ele passou por aqui, ou está aqui, vamos entrar!
         -Olá! Disse outro.
         -Parece não ter ninguém. Cachie falou antes de gritar: - Alguém aí? Será que encontraram o que procuram?
         -Será que tem magia a protegendo? Carlos como um bom caçador de monstros perguntou. - Parece abandonada, talvez ele só tenha passado aqui para pegar algo. E completou: - Vamos entrar!
         A porta esta trancada e foram ver as janelas que também estão.
         Os três ouviram um som que um deles provocou:
         -Tá maluco, arrombou a porta. Carlos se assustou por isto disse o que disse e Cachie que abriu a porta com um chute perguntou:
         -Você queria ficar fora?
         Quando entraram morcegos saíram da árvore ao lado da casa fazendo barulho e a fada disse que estava com medo e mesmo assim entrou seguindo os dois. Cachie apertou o interruptor da luz e este fez acender foram velas em vários pontos da casa a iluminando.
         -Que espaçosa. Carlos notou.
         -Ele não está aqui, mas vamos pegar um de seus livros de magia, com ele, por ele usar magias dele eu posso usar a minha para encontrá-lo e dessa vez irmos direto a ele!
         -Bom, vamos fazer isto deve estar no quarto! Cachie entrou e cassou um livro ao encontrar voltou e ao voltar se deparou com Carlos e Moná rendidos por dois vampiros e um homem que aparentava ser caçador, este o surpreendeu e o bateu na cabeça com um pedaço de madeira, mesmo assim ele pensou em reagir, mas logo ouviu:
         -Se renda e não ferimos seus amigos! E logo estavam os três presos amarrados sentados em três cadeiras juntos, Carlos ao lado de Moná e Cachie de costas para Moná.
         -Já dissemos que estamos à procura do mesmo que vocês, o vampiro!
         -Jefrei! Um dos vampiros o especificou e disse: - Se vocês não são especiais para ele então não precisamos de vocês pra nada.
         -Somos sim, sou sobrinho dele! Carlos se apressou a dizer, mentindo e ouviu:
         -Um sobrinho humano, interessante. Carlos se sentiu melhor ao ouvir as ultimas palavras, sinal de que sua mentira funcionou.
         -O que querem com ele? Outro vampiro perguntou e a fada desta vez respondeu:
         -Magias!
         -E vocês? Cachie perguntou com um ar de raiva.
         -Ficamos sabendo que ele levará pessoas a outra dimensão e estamos preparados para forçá-lo a sermos estas pessoas. Explicou o caçador agressor.
         -Vamos procurar por pistas dele, vasculhem a casa! O caçador ordenou e ouviu de um dos vampiros:
         -Podem ir, um de nós tem que ficar aqui vigiando estes três antes de resolvermos apagá-los. O vampiro se expressou e os outros foram cada um para um lado. Ao ouvir isto Carlos disse:
         -Mate a nós dois, mas deixe-o ir. Se referindo a Cachie e concluindo: - Ele é um de vocês! Isto fez apenas os que saíram rirem.
         -Não o deem ouvidos! Cachie disse e estava preocupado, pois se eles descobrissem que Moná é fada a matariam na hora, sem pestanejar.
         O vampiro pegou o livro que Cachie tinha pegado e se distraiu o folheando e os três prisioneiros conversaram:
         -Vira fada, assim você se solta e nos salva! Carlos tinha esta ideia quebrada por sua remetente:
         -Não posso, eles me matam, não consigo lutar contra eles. E jogou a ideia a Cachie:
         -Vai você Cachie vira morcego e se livrando das cordas o ataque!
         -Mas eu não sei como fazer isto!
         -Eu te ajudo por instinto você sabe e com minha ajuda, um toque de magia vou te fazer ter êxito! Dá-me a mão! Eles afastaram as cadeiras e deram as mãos de costas. - Por ser magia sua transformação quando você voltar voltará com suas roupas. A fada explicou pintando um climinha. Após um brilho em suas mãos Cachie de um piscar virou morcego e ficou a bater as asas voando sobre as cadeiras.
    vetor do bastão do vampiro 1232195-Conseguiu! O vampiro o olhou e disse:
         -Como não imaginei isto? Mas disse ter a solução, pegou uma estaca. Cachie desvirou morcego para enfrentá-lo. - Você é um morcego morto! Disse o vampiro e a fada perguntou:
         -Vai matá-lo com o que?
         -Com esta estaca, logico. E ao olhar para mão viu que estava segurando uma flor. A jogou aos pés de Cachie e disse:
         -Vai ao mano a mano! Cachie pegou a flor e ouviu: - Vai me matar com uma flor?
         -Sei muito bem como matar um vampiro! Então Cachie esclareceu: - É uma estaca! Avançou e o acertou no coração, o vampiro caiu morto.
         -Porque ele pensou ser a estava uma flor? A fada explicou dizendo que fez magia e mexeu com a mente dele o confundindo.
         -Vamos sair daqui antes que os outros cheguem! Cachie os desamarrou e antes de irem Moná pegou um detalhe o livro e saíram. Os outros inimigos voltaram e viram o amigo morto depois saíram dizendo que eles pagariam.
         Um detalhe Cachie viu no céu ao sair, era lua cheia. Esta brilhava no céu e na casa onde estavam o corpo do vampiro estava lá e foi puxado e arrastado por algo que o devorou.
    Veja em seguida o capitulo doze.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 12 de 14

    Capitulo doze
         Na tarde seguinte está acontecendo o julgamento de Javá. Muitas pessoas estão presentes e se ouviu e ouviu:
         -Ele é culpado!
         -Ele passa informações aos inimigos!
         -Planejou e liderou o ataque que matou a família Tomasson. Um irmão do casal morto da família Tomasson esta presente e o julga culpado e está ali para ter a resposta, o veredito certo, assim não o julgaria errado, como pode estar a pensar.
         -Se uniu a vampiros! Javá questionou esta afirmação dizendo que sempre viu os vampiros como igualmente vê os humanos e isto não vinha ao caso. Nesta hora a mãe de Cachie pensou se esta errada ao imaginar a partir da transformação do filho que ele estava morto e em paz, ao invés de vivo e procurando a paz.
         Testemunhas, defesa, acusação. Candelária falou:
         -Ele tinha planos de me matar! E continuou: - Meu filho descobriu isto antes de morrer! Alguém gritou:
         -O filho dela virou vampiro eu os vi de papo na praça da igreja. Então foi perguntado:
         -Esta afirmação é verídica? Candelária fez uma pausa alimentando o silencio depois respondeu:
         -Não, meu filho está morto e enterrado! E após ouvir discórdia de Javá ela se levantou bateu na mesa e gritou: - Você pretendia me matar e vai ser preso por isto!
         Javá foi investigado e então o juiz disse às palavras que todos esperavam:
         -Javá é culpado! Batendo o martelinho e se assombrou quando viu uma arma nas mãos do homem da família dos Tomasson e ouviu:
         -É isto que eu esperava saber para te matar de uma vez! E atirou acertando o peito, o coração do inimigo. Após ser pego pelos guardas ele disse: - É bala de prata caso você seja o lobisomem que está aterrorizando pela cidade e morrerá mesmo assim!
         Candelária ficou assustada com o que ocorreu, mas saiu feliz por agora estar livre da ameaça de morte que corria contra ela. Perguntou-se como num lugar tão seguro um Tomasson conseguiu entrar com uma arma e imaginou que alguém dali ajudou. Em breve teriam um novo julgamento.
         Uma nuvem cobria a lua que não estava cheia.
         -É uma igreja! Moná disse e eles entraram:
         -É, mas não tem imagens e nenhuma cruz. Cachie se sentia desconfortável, mas conseguiu entrar:
         -Jefrei!
         -Como sabe meu nome? Não importa eu estava os esperando! Ele esta no altar e uma mulher se aproximou surpreendendo a uns ali presentes:
         -Carlais! Carlos disse e a fada assemelhou, juntando o que sabia:
         -Então esta é Carlais a que deveria estar morta.
         -Ela me mostrou uma foto no celular e eu contei os planos que tenho para você que é o namorado dela. Cachie os olhava atento.
         -Você vai me levar?! Ela meio que afirmou e continuou: - Você só pode levar a mim!
         -Não posso estou em divida com ela! E apontou para Moná que disse:
         -Euzinha querida! Jefrei se surpreendeu e disse:
         -Vejo que tem um confronto de pensamentos e duvidas, saiba que os outros que também convidei chegarão às proximidades das 12 horas, pois o portal será aberto às 12 em ponto, no bater deste grande relógio. E só então os que haviam chegado notaram o grande relógio que além de mostrar logicamente as horas era a única coisa que enfeitava a igreja. Jefrei concluiu: - Esteja pronto! E detalhou: - Os dois que irão!
         Carlais o olhou com olhos tristes, eles se olharam e Cachie disse com firmeza:
         -Moná quem vai comigo! Baixou a cabeça e quando levantou viu: - Você está usando o colar! Carlais se aproximou:
         -É sua mãe me deu dizendo que você me daria! Ele o tocou e perguntou:
         -Como chegou até aqui?
         -Não importa o que importa agora e você desistir de levar a ela. Ele não se explicou:
         -Não dá, já fiz minha escolha! Carlais gritou para Moná:
         -Você não vai! Mostrou os dentes:
         -Você é uma fera fique calma! Maná disse e se afastou com medo.
         Jefrei quis saber:
         -Uma fera?
         -Ela é uma mulher loba.
         -Sorte dessa aí que não é lua cheia. Disse se referindo a Moná colocando uma pitada de humor.
         -Você fez como eu fiz por você, por ela! Disse Carlos chegando a uma conclusão e com medo, pois isto poderia significar perdê-lo mesmo sem o portal.
         Cachie tinha três opções, mas já tinha sua escolha e apesar disto se sentia confuso. O que cada uma dessas pessoas significava para ele? Deveria pensar em algum critério e só depois escolher? Sua escolha estaria errada? Um vampiro ao sentir por muito tempo uma fada por perto ele começa a se atrair por ela, por isto quando resolveram matá-las eles fazem o mais rápido possível, para não cair em seus encantos que podem ser fatais.
         Moná está feliz e Carlais e Carlos estão tristes por terem que dar adeus a Cachie.
    Veja em seguida o capitulo treze.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 13 de 14

    Capitulo treze

         Cachie fez a pergunta mais obvia do momento:
         -Onde está o grande feiticeiro?
         -Aqui! Disse Jefrei apontando para o livro que esta no altar.
         -Ele é um livro? Moná se impressionou.
         -Olá! Disse o livro.
         Jefrei deu detalhes:
         -Ele se tornou um livro para que não fizesse magias para seu próprio feito. Apenas aqueles que leem tem seu poder, eu o tendo pude criar o portal juntando a magia dele e a minha, nossas sabedorias vão nos levar a uma dimensão de paz e prosperidade.
         -E a nós você também quis dizer! Disse um intruso e Cachie os identificou:
         -Vocês de novo. Dessa vez o caçador estava acompanhado de sete vampiros:
         -Dessa vez você não tem saída. E apontou para eles, e parou em Carlais dizendo: - Você primeiro, venha aqui! Cachie disse:
         -Não! E entrou na frente de Carlais, onde um dos vampiros se aproximou e deu um golpe em sua barriga.
         -Mudei de ideia, você! Apontou para Carlos e Cachie disse se intrometendo outra vez:
         -Não! E levou outro golpe no estomago, dessa vez foi o caçador que se aproximou e o golpeou. A fada fez algo sem pensar, ou pensando em proteger Cachie, ela acabou se entregando ao lançar uma magia que jogou o caçador longe se chocando contra parede.
         -É uma fada! Todos a olharam, dois vampiros jogaram uma faca contra ela, uma Carlais a pegou e a outra Cachie foi segurado pelo vampiro que estava próximo e Moná tentou desviar-se, mas a faca a atingiu e ela caiu. Carlos apenas gritou:
         -Cuidado! Mas foi tarde demais.
         Cachie tomou a frente do vampiro que dessa vez o deixou passar e ele tomou Moná aos braços e dizia repetidamente:
         -Não! E também: - Você tem que ir comigo!
         -Obrigado por ter tido fé em mim! Ela disse em suas ultimas palavras.
         -Como vamos vencer sete vampiros? Carlos perguntou e Carlais se adiantou dizendo:
         -São seis! E enfiou uma estaca no peito do que estava próximo a eles e este morreu e os outros mostraram os dentes.
         -Ataquem, mate-os! Disse o caçador e Jefrei se pronunciou:
         -Cachie e Carlos venham comigo para aquele quarto, menos você Carlais! Deu tempo de eles se trancarem e Carlais ficou cercada.
         -Agora! Disse o livro que estava em sintonia mental com Jefrei.
         -O que você pretende fazer, ela vai morrer, vamos ajudá-la! Cachie disse querendo sair e sendo segurado por Jefrei que executaria um plano:
         -Ela não vai morrer, nenhum deles tem uma bala de prata.
         -Mas não é lua cheia, como humana ela morrerá fácil.
         -Saiam! Gritou o caçador batendo na porta e o livro brilhou.
         As batidas na porta pararam e Cachie olhou pela brecha na porta enquanto Carlos perguntava o que está acontecendo.
         -É uma bola saindo do livro! Disse Cachie e viu Jefrei concentrado e concluiu: - Jefrei e o livro estão fazendo uma magia, estão criando uma lua cheia!
         Uma grande bola surgiu brilhando, depois ficou igual à lua sobre o altar. Então Carlais se transformou e eles ouviram vários gritos, pancadas, e Cachie via pouco pela brecha e notou após instantes que era Carlais quem batia na porta. Neste momento o livro disse:
         -É hora de parar! E a lua sumiu as batidas na porta pararam e Jefrei caiu nos braços de Carlos que o segurou perguntando:
         -Você está bem?
         -Sim! Ele respondeu e se recompôs.
         Cachie abriu a porta e viu todos os vampiros e o caçador mortos, ensanguentados. Carlais está no centro da igreja deitada cobrindo os seios com o braço e mão. Cachie pegou um pano que estava debaixo do livro e a cobriu com ele perguntando:
         -Você está bem?
         -Sim estou, fui eu quem fez isto com eles?
         -Sim! Cachie respondeu.
         -Está dando a hora! Disse Jefrei e eles olharam o relógio.
         Os outros chamados chegaram, eram um casal e mais duas mulheres.
         -Todos estão prontos, agora que você não tem mais Moná para ir contigo, quem você vai levar? Jefrei perguntou, mas esta foi a pergunta de Carlais e Carlos que o olharam.
         -Me leve, você não atingiu meu coração com a bala de prata porque me ama! Carlais tentou o convencer e Carlos se aproximou e pegando no ombro dele disse:
         -Me leve! E Cachie decidiu:
         -Carlos quem me deu esta vida é a oportunidade de vivermos juntos eu o escolho! E o beijou na boca, coisa que surpreendeu a todos e que Carlos tanto esperava, ansiava.
         O relógio bateu às 12 horas, zero hora e o portal se abriu. Com aquela demonstração foi uma despedida não teve palavras, os que deveriam entrar no portal entraram e em seguida o portal se fechou.
         Carlais chorou por uns instantes e coberta se dirigiu a saída da igreja que é a porta da frente.

    Veja em seguida o capitulo quatorze (Final).
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 14 de 14 (Final)

    Capirulo quatorze (Final)

         Em pé na porta da igreja esta uma pessoa, um homem que se aproxima e Carlais o identifica:
         -Padre! Então ele diz:
         -Venha minha filha. Disse como um pai, para todos seus fieis e concluiu: - Vou te ensinar a ser uma boa mulher lobo! Então Carlais caiu nas mãos do homem a quem antes estava caçando e com ele aprenderia, teria um caminho, novo.
         Uma velha, senhora, lia para sua neta e fechou o livro:
         -Esta foi minha história com seu vô!
         -Meu avô era mal? Perguntou a neta que ouviu em seguida:
         -Ele não abandonou sua mãe, apenas ele não sabia, nem eu sabia que estava gravida na época. Porque achou que ele era mal?
         -Ele a deixou com um filho na barriga e saiu para uma outra felicidade.
         -Ele era um homem bom!
         -Então não era mal?! A garotinha quis saber de novo e a senhora respondeu:
         -Não! Olhou para as estrelas lá fora e sorriu.
         -Mãe foi feliz sem um pai, eu tenho um pai!
         -Você tem sim! A velha senhora disse a abraçou e a fez um pouco de cocegas e depois respondeu: - Sim, acredito que ela é feliz, tem um bom marido. Mas teve a ausência do pai e isto não a impediu de crescer e ser uma boa mulher.
         -Mãe é filha de um vampiro com uma mulher loba?
         Carlais maio que desabafava para sua querida neta e teve que explicar:
         -Não, seu avô não era vampiro quando eu engravidei e nem eu era uma mulher loba.
         -Já sei por isto minha mãe é normal!
         -É os efeitos do ferimento que o lobisomem me fez não chegou a atingir a ela e ela nasceu como humana, igual a você! Carlais disse dessa vez cobrindo a neta para que ela dormisse bem. Foi então que viu que ela estava com o colar que Cachie a deu e disse para que ela tirasse para não a incomodar no sono. E a ajudou a tirar. O olhou bem, trazendo lhe lembranças e o guardou num portas joias que esta sobre a escrivaninha. Lembrou-se dos pais de Cachie, da mãe que a deu a joia em nome do filho. Lembrou que eles morreram numa casa em chamas, ninguém soube o que provocou o incêndio. Também se lembrou de sua mãe que morreu de morte natural. Já seu pai ela só o conheceu em fotos, morreu quando ela ainda era bebê, morreu caçando como um grande caçador da época, ela tinha esta descendência.
         Quando saiu de seus pensamentos olhou para neta que já dormiu, a cobriu direito e ela a olhou sorrindo, estava fingindo que tinha dormido e perguntou outra pergunta:
         -Você pensa em vovô?
         -Sim, talvez se ele soubesse que eu estava gravida teria me escolhido. Deu uma pausa e concluiu: - Espero que ele tenha aproveitado a felicidade.
         Dessa vez a neta dormiu mesmo e ela a cobriu direito, depois foi fechar a janela. Sentiu o vento e disse para si:
         -Cheguei até a ter fé que um dia ele voltaria para nós! E fechou a janela, olhou para o dedo ao fechar, esta usando o anel que é de família e o tirou e colocou na portas joias da neta, depois foi até a porta deu uma nova olhada para neta, apagou a luz e por fim soltou o trinco da porta a deixando parcialmente aberta.
         Lá fora, a passos de distancia sobre uma casa vizinha estava um homem, com sua super audição escutou tudo e a viu apagar a luz e sair e disse:
         -Eu vivi feliz com Carlos até ele morrer a dois anos e fiquei na solidão, então resolvi voltar! Ele morreu primeiro!
         A lua brilhava, mas não era cheia, as nuvens estavam espeças.  Após voltar ele a procurou por um tempo e a encontrou. No telhado da casa ninguém o notou. A brisa trazida pelo veto fazia um singelo friozinho da noite. As estrelas estavam se mostrando, com seu brilho encantador.
         Cachie respirou fundo:
         -Eu tenho uma filha e uma neta!
         Olhos abertos e os fechou deixando cair lágrimas.

    Este foi o fim deste conto, deixe seu comentário.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 2 de 14

    Capitulo dois

         -Nós estamos investigando o padre que acreditávamos que era um lobisomem.
         -Sim, lembro. Ela hesitou, mas continuou:
         -Fomos à igreja em noite de lua cheia, pessoas corriam do lugar.
         -A igreja do centro? Católica?
         -Você não lembra? Ele disse que não, isto significava que ela poderia mentir. As duas trocaram olhares. Carlais é o nome da namorada dele, ela dizia com os olhos:
         -Minta. E a mãe dele entendia.
         -Chegamos à igreja e o padre não estava lá, tinha saído quebrando uma das janelas. Parou e continuou: - Encontramos você morto lá. E pensou: - Não posso continuar. Ele notou nisso um ar de mentira:
         -Como assim, caçamos lobisomens e eu me tornei um vampiro? Tem algo errado, fale a verdade!
         Ela se levantou e quando ia contar a verdade Carlais se levantou e disse:
         -Você não pode contar a verdade a ele! A mãe dele questionou com um “mas” e ele se irritou:
         -Porque não?
         Ela se levantou e o abraçou, beijando-o no rosto, ele a puxou quando ela chegou em sua boca:
         -Eu te amo! Ela disse e ele perguntou:
         -Porque esta demonstração de afeto?
         A mãe dele disse com objetivo de contar a verdade:
         -Na igreja fomos atacados por um vampiro! Carlais tomou a frente do assunto:
         -Pare!
         -Não podemos esconder a verdade.
         -Um vampiro!? Cachie disse para elas e para si e Carlais concluiu:
         -Se vamos contar a verdade então Carlos deve estar presente, pois só ele pode nos explicar esta situação.
         -Mas porque ele? Então ela disse sem pestanejar:
         -Foi ele quem te matou! Ele ficou surpreso, pois os dois eram grandes amigos, a amizade deles estava acima de tudo e a mãe dele o defendeu:
         -Não, mas você está certa, só ele poderá te dizer a verdade. Ela o olhou pela primeira vez como ele é agora, como um vampiro e ele notou nos olhos dela uma pitada de ódio, a família odiava vampiros e outros monstros, só não as fadas, mas até as bruxas sim. E não eram só eles, a cidade é um lugar onde não aceitam monstros. Então ele percebeu que está em perigo de vida, morto, mas com perigo de morte.
         -Vou ligar para ele! Carlais disse, mas ele quis decidir dizendo, sobrepondo as palavras dela:
         -Não, vamos nos encontrar daqui a duas horas, nós três na casa de Carlos.
         -Por quê? Lá pode ter magias protegendo a casa. Carlais disse e ele explicou-se:
         -Não tem, vampiros não são alvo de bloqueios mágicos e eu conheço Carlos muito bem! A mãe dele questionou:
         -São 10 minutos até a casa dele, porque você quer 2 horas? E ele disse antes de se levantar e sair:
         -Tenho que me alimentar para não machucá-los. As duas sentiram um alivio no peito, sentiram que ele ainda se preocupava com elas, ele parecia o mesmo, e Cachie ouviu antes de sair pela janela:
         - Porque decidimos o que decidimos, foi errado! E porque deu errado? Era Carlais se lamentando de algo que ele não entendeu.
         O pensamento delas estava se alterando, estaria elas pensando errado sobre vampiros? Os monstros também amavam? Elas estavam em debate com a maneira que viviam, a caçar monstros. Toda a cidade estaria errada? E a mãe dele que se chama Candelária se perguntou:
         -O que será de meu filho agora? Significando que ela o adorava como ele a adorava, ainda adora as duas, foi o que pareceu.
         Ele ficou a pensar em cima de uma casa, ao lado de uma antena:
         -A quem eu vou matar? Alimentar-me-ei de que vida? Isso era novo para ele, e ele não queria matar humanos, a quem acreditava ser a raça perfeita.
         Caminhou e saltou por sobre as casas sem ser notado e viu o hospital e disse para si mesmo:
         -Sangue! Entrou para roubar bolsas de sangue e conseguiu, derrubou portas e disfarçado de medico andou por entre humanos e quebrou cadeados para pegar bolsas de sangue nos armários. Ninguém o notou e ao sair e beber do sangue em uma das praças da cidade ele pensou:
         -Já matei um homem, agora roubei sangue, mas até quando vou consegui ficar sem matar? O sangue que roubou logo foi bebido e ele definiu:
         -Logo terei que matar novamente para sobreviver!



    Veja em seguida o capitulo três.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 3 de 14

    Capitulo três
         Cachie estava a olhar a lua deitado num dos bancos da praça, então um homem se aproximou e disse:
         -Você fez um estrago no hospital, mas se sente melhor agora?
         -Quem é você, como sabe disto? Achei ter feito sem ninguém notar.
         -Acalme-se eu também sou um vampiro! Ele mostra as presas.
         -O que quer de mim? Perguntou curioso:
         -Você é novo e não irá sobreviver muito tempo nesta cidade revoltada contra nós dentuços. Cachie se assusta, pois sabe que o que ele disse é verdade:
         -Está me oferecendo ajuda? Como você consegue viver aqui? O homem revela:
         -Ofereço mais que ajuda, um grupo de vampiros está com um mago super poderoso e estes vampiros vão para uma dimensão onde o mal não existe, todos vivem juntos e bem e estou te oferecendo um lugar comigo.
         -Por quê? O que irá querer em troca?
         -Nada, estou sozinho a anos e tenho que levar alguém e este alguém pode levar alguém, seja que monstro ou humano for, é isto, te escolhendo, como sou um líder te dou o direito de levar alguém, mas não pode ser de sua família. Ele questiona:
         -Por quê?
         -Porque são as regras que nós os lideres criamos!
         Surgem dois humanos caçadores de monstros e o cara diz:
         -Estes estão na minha cola, fuja! Eu te encontrarei depois de alguma maneira te farei a seguinte pergunta: Você vem comigo?
         O homem joga um dos caçadores contra um balanço. Cachie corre, mas um homem aparece e ele ergue alho contra Cachie que se afasta, mas tem uma ideia, arranca o banco do chão e joga contra o caçador que cai e ele consegue fugir.
         Ele para sobre uma casa e é surpreendido por alguém que bate na cabeça dele e ele cai do alto da casa. Lá em baixo outro homem o rende e prende suas mãos e pés:
         -Você vem conosco!
         -O que querem comigo?
         -Você vai saber! Ele é levado a um seleiro e lá dois homens conversam com ele:
         -Morrerá queimado ao amanhecer!
         -Eu sou como vocês, não se lembram de mim, você é um do grupo ligado a minha família eu te vi numa das reuniões! O cara finge não saber e apenas conclui:
         -Esta conversa não passa de um aviso e já foi dado! Eles saem, antes de amanhecer ele é amarrado sobre o teto de uma casa.
         Cachie se esforça e consegue se soltar caindo dentro da casa ao quebrar o telhado, os caçadores só depois veriam que ele conseguiu fugir. Ele vai se refugiar no deposito do cemitério, esperando anoitecer para rever sua família. Nessa espera ele vê Carlos ir deixar flores em seu tumulo.
         Um homem chega perto do tumulo e sorri ao ver que está tudo bagunçado, repara que algo saiu dali, este é Carlos e ele ouve seu nome e quando olha vê Cachie no deposito e pergunta ao chegar perto:
         -Posso entrar ou você vai me matar? Cachie se surpreende e pergunta:
         -Como sabe que posso te matar, falou com mãe e Carlais?
         -Não é que vi teu tumulo destruído. Ele tenta se explicar e Cachie apenas não liga pro que ele diz e pergunta:
         -O que você tem haver com tudo isto que está me acontecendo?
         -Sua família não te contou?
         -Não, disseram que deveríamos estar eu você, Carlais e mãe, juntos para que eu vinhesse a ter respostas
         Cachie ataca sem querer o amigo, que diz:
         -Me mate, mas saiba antes que eu te amo! Cachie o larga e diz:
         -Fuja! Ele consegue sair, Cachie sai para seguir e matar o amigo, mas é queimado pelo sol e recua. O amigo sabendo que está seguro volta e diz:
         -Você tem que sair dessa cidade já que não é mais um de nós. E conclui: - Revelarei tudo, nos encontre na praça da igreja às 8 horas e não se preocupe não entraremos na igreja e escolho lá por os caçadores acreditarem que nenhum vampiro goste de lá. Ele sai correndo com pretensão de chamar as mulheres da vida de Cachie e informá-las, coisa que a família dele não fez para com Carlos, elas marcaram na casa dele e Cachie nem sabe se realmente foram, mas acredita que ficaram o esperando fora e como ele não apareceu ficaram se perguntando o que tinha acontecido e voltaram pra casa sem falar com Carlos.
    Veja em seguida o capitulo quatro.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 4 de 14

    Capitulo quatro
        Cachie vai atrás de se alimentar quando anoitece, vai atrás dos caçadores, assim matará a quem não gosta para ele esta era uma boa escolha. Ao chegar os ouve:
        -Quem era aquele vampiro que diz ter te conhecido?
        -Era o filho de Candelária, aquela que não tem a mínima ideia de que nós caçadores estamos traindo o clã por estas lindas pedras preciosas.
        Ele derruba as pedras após segurá-las com a mão, deixa cair sobre uma caixa. Ele então continua ouvindo e vê que eles têm o plano de matar a sua mãe.
        Cachie ataca os três caçadores que estavam desprevenidos, mata dois e rende o outro a quem tem interesse de arrancar informações:
        -Quem está no comando? Ele não diz e Cachie insiste: - Vou beber seu sangue e atirar seu corpo na praça!
        -Não me transforme em um de você, por favor, não! Cachie percebeu que ele era como ele a ultima coisa que queria, desejava era virar um monstro, um de seus alvos.
        Após insistir um pouco mais ele disse:
        -É Javá quem tem tudo planejado! E diz mais, após Cachie tirar lhe sangue da mão com seus dentes: -Ele planeja tudo a ser executado no sábado! Faltavam dois dias e Cachie não o perdoou dizendo:
         -Sou um vampiro agora, agora sou um pecador! E mordeu o pescoço do traidor dos caçadores, se alimentou dos três assim não iria tentar ferir os queridos a quem veria logo. –Tenho que contar a minha mãe para ela ficar alerta e entregar Javá que é um bom e inspirador caçador de monstros da região, o próprio Cachie tirava sua inspiração do que ouvia dele.
         Não era noite de lua cheia, o padre suspeito de ser um lobisomem dava a sua missa normalmente. A praça estava movimentada pelos fieis entre eles três pessoas em especifico a quem Cachie se dirigiu ao chegar.
         A água no enfeite da praça era jogada para cima por bombas de água e enfeitavam o lugar.
         -Bom, estamos todos aqui, antes de vocês falarem eu quero falar! Ele recebeu um abraço choroso da mãe depois da namorada e por fim o amigo se aproximou, o olhou nos olhos e quando eles apertaram as mãos ele o puxou para si e Cachie aceitou seu abraço que foi prolongado até ele se afastar.
         Ele começou:
         -Mãe descobri que tem traidores no nosso grupo, ex grupo, você entendeu, e este você não vai acreditar, ninguém vai, será uma tarefa difícil para você, mas você tem que convencer a todos, pois ele tem planos de te matar!
         -Você está falando de quem filho?
      -Javá! Todos os três o olharam incrédulos: - Eu matei aquele caçador que nos ajudou no fim do ano passado e a dois amigos dele e foi por ele que descobri os planos de Javá!
         -É inacreditável, mas acredito em suas palavras!
         -Tenha cuidado, não sabemos quem ou quantos estão envolvidos nessa traição.
         -Terei cuidado e seu pai vem amanhã, ou seja, estarei protegida e entregarei Javá aos nossos superiores.
         Um garoto passou e falou para a mãe dele que estava a seu lado:
         -Mãe olha ele tem aparência de um morto! Ele virou o rosto e a namorada dele disse para mulher sorrindo:
         -É maquiagem!
       -É filho aqui próximo à igreja seria o ultimo lugar onde um vampiro se divertiria ou passaria seu tempo! O garoto olhou nos olhos de Cachie que dessa vez o encarou com a cara feia e o menino saiu com medo enquanto a mãe dele saiu sorrindo.
       -Agora que estamos todos que devem estar presentes aqui é hora de começar a me contarem o que tanto quero saber, porque acordei debaixo da terra e como um vampiro?
       -Antes de tudo você tem que acreditar em nossos sentimentos, nós o amamos! Disse a namorada.
       -Eu tive fé! Disse Carlos que perguntou após: - Quem irá contar?
       -Eu falo! Respondeu a mãe dele.
       -Porque tanta cerimônia para dizerem o que pode ser simples, eu fui atacado e me transformei!? A namorada disse:
       -Foi isto! E a mãe a desmentiu:
       -Não foi bem assim. E ela tocou o rosto de Cachie ao iniciar a história.
    Veja em seguida o capitulo cinco.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 5 de 14

    Capitulo cinco

         -Estávamos atrás do padre e ele fugiu, mas fomos atacados por um vampiro que conseguiu entrar na igreja, estava fraco, podíamos e íamos vencer, mas ele estava acompanhado, humanos nos renderam e disseram que era para nós vermos que todos são iguais. E a namorada prosseguiu:
         -E o vampiro lhe mordeu com a intenção de torná-lo vampiro, o mordeu na nossa frente.
         A memoria veio aos poucos:
         -Lembro que gritei me matem!
         -Nos perdoe, e foi isso que fizemos! E elas olharam para Carlos e concluiu:
         -Achávamos que tínhamos feito. Carlos continuou a história:
         -Eles nos deram a estaca para decidirmos se o mataríamos ou teríamos que deixar você se tornar vampiro.
         -Seu pai foi o primeiro a dizer, mate-o! Carlos pegou a estaca e disse que faria isto! Deram uma pausa e seguiram:
         -Nenhum de nós hesitou.
         -Talvez eles tenham nos amaldiçoado por termos matado tantos monstros. A mãe tentou explicar.
         -Sim, vocês deveriam ter me matado, mas o que ouve?
         -Eu tive fé, eu tenho fé! Disse Carlos.
         -Porque você não o matou? A namorada perguntou e ele respondeu em fim:
         -Eu tenho fé e estou certo, você continua sendo você, mesmo morto!
         -Não, ele é um monstro agora! A namorada disse.
         -Vocês decidiram me matar ao eu ser vampiro!
         -Sim filho, foi pro seu bem! A rejeição estava no olhar das duas e Carlos concluiu:
         -Eu fingir ter acertado seu coração com a estaca!
         -Você não acertou meu coração, por isto estou aqui!
         -Eu te amo! Carlos disse e a mãe dele irritada também comentou:
         -Nós o amamos! Cachie ficou sem saber o que pensar:
         -Se fosse por nós você tomaria a mesma decisão! A namorada disse e gritou para Carlos: - Porque você fez isto?
         -Eu já respondi! Cachie e Carlos trocaram olhares. –Eu vou para outra cidade com você, farei tudo por você! Disse Carlos e Cachie ficou calado depois disse:
         -Agora eu vejo que apesar de pecadores, vampiros também tem uma vida.
         -Pecadores por matarem humanos! A mãe dele declarou.
         Eles repensavam sobre sua maneira de vida, na real eles também matavam porem acreditavam que eram monstros e não passavam disso. Tudo era muito para eles, principalmente para Cachie que teria que viver como um de seus antigos inimigos, o que seria deles agora? Aliados? E elas não sabiam o que fazer só, queriam ser perdoadas, mas criticavam Carlos do fundo do peito, chegando a desejar que ele morresse por ter feito o que fez.
         -O que você vai fazer? A mãe perguntou e ele disse que não sabia.
         -Já disse que vou com você, pois eu decidi por todos ao escolher que te deixaria se transformar. E incluiu: - Já disse que fiz por amor.
         -Eu não sei o que dizer. A namorada disse tentando explicar que ainda o amava ou amava o morto que deveria estar debaixo da terra.
         Finalmente ele falou:
         -Vou e volto amanhã neste mesmo horário para me despedir de vocês todos e sairei sem rumo certo, é o que farei!
         -Nós podemos escondê-lo! A mãe tentou, mas ele concluiu as palavras dela:
         -Até quando? Ele disse até amanhã e antes de sair ouviu de sua mãe:
         -Amanhã seu pai estará aqui para se despedir!
         Carlais se aproximou de Carlos e o deu uma tapa na cara e disse:
         -Isto é o que acho de seu amor por meu namorado! Carlos apenas tocou seu rosto machucado, não reagiu, nem teve impulso de devolver de alguma forma.  Carlos estava triste por Cachie não demostrar alguma reação a seu amor, talvez pensasse que este seria muito para ele pensar, já que tinha problemas maiores, ou ele apenas tinha para com ele o que sempre tiveram uma grande amizade.
         -Tenho que reencontrar o vampiro que disse que existe outra dimensão, talvez nesta eu possa ser feliz. Ele já não estava preocupado com a mãe, estava tão perdido que já não se lembrava de que aquela que o queria morto poderia ser morta. Será que o amor ainda existia nestes quatro? Talvez enfraquecido.

    Veja em seguida o capitulo seis.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 6 de 14

    Capitulo seis
         Cachie ouve uma voz que parece vim de sua própria mente:
         -Eu vi o vampiro lhe oferecer um lugar bom para nós monstros.
         -Quem é você? Apareça!
         -Ainda não, pode ser perigoso!
         -Não vou te machucar!
         -Como pode garantir? Ele cansado desiste de uma possível insistência e vai ao ponto: - O que quer?
         -Quero ser a pessoa escolhida por você!
         -O que terei em troca? A voz é feminina e ela foi direta:
         -Eu te levarei ao vampiro certo!
         -Você sabe onde ele esta?!
         -Não, mas juntos o encontraremos em breve!
         -Como juntos se você nem aparece?!
         -Tenha fé! Ela disse e ele se lembrou das palavras de Carlos.
         -Vou pensar se precisarei da sua ajuda!
         -Diga sim, eu não voltarei aqui, estou de passagem, por favor.
         -Apareça!
         -Você sabe, deve saber que os vampiros estão matando fadas por nós ajudarmos humanos.
         -Eu odeio vampiros! Após segundos em silencio começa a chover ela surge de um brilho com um guarda chuva rosa e fica ao lado dele se protegendo e a ele da chuva.
         -Olá está é minha forma humana.
         -Você é linda, como dizem que todas as fadas são!
         -Como dizem?
         -Primeira vez que vejo uma e em fotos quando vocês apareciam só surgem brilhos, não dá pra ver que são tão belas.
         -Vai querer minha ajuda? Vamos ser uma equipe jamais vista.
         -Sim, perdi tudo que tinha ao virar vampiro e você por ser fada já merece meu respeito, pois fui por muito tempo humano, mais que vampiro.
         -Por eu ser fada?
         -Gostei de você logo de cara, vamos sim juntos a este paraíso que o vampiro me ofereceu.
         -Ah que bom! Comemorou a fada sorrindo.
         -Me encontre sobre o edifício verde ao lado da praça da igreja às 9 horas. E dali dará inicio uma jornada ele disse.
         -Sim, claro! A fada falou antes de se transformar em fadinha e sair brilhando, voando com suas asas.
         Cachie tinha tido uma revira volta em sua vida, perderá tudo creia, mas aos poucos foi vendo que estava construindo algo novo. Viverá como algo que odiava, já agora odiava o que era também, ao ver que os caçadores planejavam matar sua mãe.
         A fadinha saiu pensando que ele deveria ter um pouquinho mais de fé. Ela tinha fé e fugia de vampiros que estavam contra humanos, haviam destes que se revoltaram contra fadas.
         Cachie ficou na chuva perdido em seus pensamentos até o sol nascer e ele se esconder. Ficou em uma casa, de desconhecidos, percebeu, viu que os moradores não estavam, ficou lá. Na hora do almoço estes chegaram. Um garoto subiu para o quarto que ficava na primeira porta acima e deu de cara com Cachie:
        -Você, o que faz aqui, homem vampiro?
        -Você, logo uma criança. Cachie se deteve até que o menino gritou:
        -Mãe, pai! Eles logo subiram e o homem da família perguntou com ar de agressividade:
        -O que quer conosco, como entrou aqui? Cachie mostrou os dentes sem querer e a mulher disse mantendo a calma ao filho:
        -Querido vá para casa de seus avós e só volte amanhã, diga a eles que nós tivemos que sair, mas não volte hoje aqui, nem com eles nem com ninguém! O pai apressou-se:
        -Corra! Ele obedeceu.
        -Eu não quero matar vocês só preciso me controlar! Cachie não se controlou e matou o homem, já a mulher ele se controlou, estava aprendendo e tinha melhorado, mas se ela saísse iria chamar os caçadores, então para sua proteção, pois não podia sair ele se alimentou do sangue dela, já não precisava mais de sangue e poderia ao anoitecer ver sua família.
         Após um belo crepúsculo Cachie ainda matou uma pessoa, e sabia que estes incidentes todos só trariam caçadores e ele tinha que sair da cidade o mais breve possível. Às 8 horas a igreja estava cheia de fieis, a praça pouco movimentada, já que todos estavam dentro da igreja, mas tinham dois detalhes: Primeiro o padre era outro e segundo era dia de lua cheia.
    Veja em seguida o capitulo sete.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 7 de 14

    Capitulo sete
         A lua cheia pintava no céu. Uma brisa era trazida pelo vento. As pessoas pareciam felizes, mas havia três que não, pois se despediriam de alguém especial neste dia. Um terceiro infeliz chegou.
         -Porque as armas? Todos se olharam assustados e a mãe dele explicou:
         -Ainda estamos caçando o padre, ninguém ainda acredita que ele é lobisomem, mas nós vamos provar quando matá-lo! Cachie os avaliou com os olhos. Carlais com uma arma que certamente está carregada com balas de prata. A mãe largou a espada e olhou o seu marido desesperada, ele tinha tirado uma estaca da jaqueta e foi atacá-lo e para proteger o filho ela fez o que pode, gritou o alertando, então Cachie conseguiu se afastar se não fosse ela, ele teria sido morto, mas o pai dele não desistiu e continuou o ataque gritando:
         -Você é um monstro! A mãe caiu sobre o marido e o segurava ouvindo: - Ele é um monstro, agora, temos que matá-lo!
         -Pai!? Cachie o olhou incrédulo. - Sou eu! Disse com a voz mansa. Carlais que também estava chocada prestou atenção em outra coisa e anunciou:
         -Ouviram isto? Todos prestaram atenção e nada:
         -É o vento agitando os galhos. Carlos tentou explicar, pois tinha uma mata que pegava um dos lados da praça. Primeiramente um vulto apareceu em frente a eles, em meio a eles, só depois perceberam ser um lobisomem.
         Carlais mirou e atirou, mas errou o tiro e o monstro primeiramente golpeou a mão que ela erguia com a arma a jogando longe e em seguida ela assustada o olhou e ouviu alguém dizer:
         -Façam alguma coisa! Não reparou quem foi, mas ouviu em seguida de Cachie:
         -Vocês sabem que eu odeio vampiros e tenho medo de lobisomens, não posso fazer nada, não consigo me mexer. E terminou com um grito: - Carlais!
         O lobisomem deu um golpe na barriga dela que a cortou em quatro unhas, listras que sangraram e o povo saíram da igreja e o pai de Cachie tirou o isqueiro e acendeu uma das tochas que Carlos levava como proteção e espantou o lobisomem que logo saiu pela mata adentro.
         -Se afastem! Dizia o pai esquecendo-se de Cachie e este estava a dizer repetidamente:
         -Não! Assustado Carlos disse:
         -Vocês sabem o que vai acontecer com ela! Foi um lobisomem líder e ela irá se tornar um deles, um monstro. Carlais estava desmaiada nos braços de seu namorado ao chão que a segurava. Neste momento Cachie não se importou com o sangue, Carlais era mais importante. Ficou com as mãos cheias de sangue.
         -Eu decidi, vou com você para outra cidade, que o aceite. Carlos disse o que pensou por horas antes em dizer a Cachie que chorava. Candelária ainda em frente ao marido para proteger o filho apoiou a decisão de Carlos e completou:
         -É o certo filho, vá com ele!
         -Eu posso te machucar! Cachie estava preocupado com o que poderia fazer e Carlos disse aguentar as consequências que ele disse que ele mesmo criou ao decidir não acertar seu coração.
         -Eu imploro me deixe estar ao seu lado! Cachie deixou lagrimas caírem de seus olhos e disse:
         -Está certo! Todos da família ficaram aliviados e Carlos também. Mas agora tinham que decidir se deixavam Carlais virar uma mulher loba ou matá-la. Cachie disse: - Se ela decidiu me matar, eu acredito que o que ela queira para si, é o mesmo que desejou a mim!
         -Nós decidimos que você está certo! Disse a mãe dele que o viu se levantar. Cachie caminhou até a arma com balas de prata que Carlais deixou ao chão, à pega e diz:
         -Eu faço isto! E gritou: - Vão embora todos!
         As pessoas saíram uma a uma e o pai dele ainda meio que rendido pela esposa disse:
         -Boa sorte em sua vida de monstro! A mãe correu. Beijou o filho e disse:
         -Denunciei o Javá como traidor, ele será levado a julgamento, será investigado e julgado, eu e os investigadores seremos a acusação. E completou com: - Adeus filho! E quando ficaram apenas Cachie, Carlos e Carlais, Cachie apontou a arma ao peito de sua namorada, respirou fundo e após um adeus, atirou!
    Veja em seguida o capitulo oito.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 8 de 14

    Capitulo oito

         Um brilho às 9 horas sobre um edifício verde significava que certa pessoa esperava Cachie. Mas não foram as nove em ponto que ele chegou a fada teve paciência e coragem para continuar ali tendo fé ao acreditar que tudo daria certo.
         -Desculpe a demora, é que fui enterrar uma pessoa muito querida!
         -Enterrar?! A fada se assustou, ele explicou e contou com a ajuda dela para irem avisar a família de Carlais. Tinham a enterrado no mesmo tumulo de Cachie e avisariam a família para ir fazer orações a sua querida.
         Ao chegarem, já disseram ter uma noticia ruim. A mãe de Carlais os recebeu primeiramente a Carlos e a fada que se apresentou primeiramente a eles quando estava no alto do edifício verde e agora a mulher que os recebia se identificando como Moná.
         Antes a fada tinha enviado uma magiazinha em uma carta que dizia que a filha dela tinha morrido e após a fada ver que a destinatária leu e chorou Cachie resolveu que deveriam fazer isto pessoalmente.
         E quando a mãe de Carlais viu Cachie entrar seguindo atrás dos outros dois ela se assustou:
         -Todos nós fomos ao seu enterro. Chateado Cachie disse:
         -É eu me tornei vampiro! O que ninguém queria.
         Com pressa deram a triste noticia a mãe de Carlais que chorou junto a Cachie que disse:
         -Não fui capaz de protegê-la.
         Tinham planos de seguir em frente. Já era 1 da manhã quando chegaram a praça onde em fim Carlos perguntou:
         -O que uma fada faz ao lado de um vampiro?
         -Vamos ao paraíso. A fada resumiu o que foi explicado por Cachie:
         -Um vampiro me ofereceu um lugar de paz para viver e posso levar alguém, me desculpe por não ter pensado em você, pois imaginei que nossa relação de amigos tinha acabado como acredito que minha relação com minha família acabou.
         -Você vai levá-la!?
         -Sim, ou seja, sua intenção de viver comigo, estar comigo se fará apenas até encontrarmos este vampiro a quem vamos atrás a partir de agora!
         Cachie virou-se para fada e perguntou:
         -O que viemos fazer aqui? Moná esclareceu:
         -Posso sentir a presença do vampiro que procuramos aqui e vamos seguir seu rastro, sua sombra. Com magia parecia que tudo estava acontecendo naquele momento, o vampiro matou seus inimigos, eles viram entre brilhos e seguiu: - Por ali! Disse Moná e uma fina estrada de flores, rosas brilhantes se formaram por onde o vampiro foi. O caminho estava feito e eles o seguiram.
         -Será que vamos sobreviver a esta aventura? Cachie se perguntava e Carlos estava triste por não poder ir com Cachie ao possível paraíso. Mas percebia que ele estava certo, tinha perdido tudo e encontrado uma linda fada para curar suas dores e encontrar assim um novo caminho, literalmente cheio de flores e magias.
         -Tenho fé que você viverá bem, meu querido! Falou para si mesmo se referindo ao amigo.
         -Estou com minhas malas prontas! Maná disse e as fez aparecer.
         -Vamos ter que levá-las? Carlos criticou e ouviu:
         -Não, minha magia as leva comigo! Sorriu para os dois e correu para caminhar sobre as flores, num caminho que só eles podiam ver.
         Maná está feliz, finalmente estava no caminho de paz e de certo seria feliz a partir de então, sem se preocupar em ser morta por um vampiro qualquer em uma situação qualquer. E se sentia protegida ao lado de Cachie, que apesar de ser um vampiro, era bom para ela.
         Os três seguiam num caminho onde dois seriam felizes, será que Carlos estava realmente contente com isto? A felicidade do amigo amado acima de tudo? Os desejos? Para onde ele voltaria, após esta aventura? Será que encontrariam o destino que procuravam? Será que ele terá um bom destino após cumprir essa razão de encontrar um vampiro?
         No caminho Cachie o explicou as intenções do vampiro, o que ele tinha, e o super feiticeiro que os levariam ao lugar de paz. Disse que o feiticeiro disse encontrá-lo futuramente, mas com a ajuda da fada a razão dele era não esperar e encontrá-lo rápido de uma vez.
         -Vamos, temos que ir antes que o sol nasça. Disse a fada.
    Veja em seguida o capitulo nove.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap. 9 de 14

    Capitulo nove
        O sol nasce no horizonte, umas sete pessoas de preto quase cercam um tumulo. No horizonte as nuvens em frente aos raios solares são belas. Lá em baixo uma solidão.
        -Filha! A mãe de Carlais fala baixinho. Ela se abaixa coloca uma flor sobre a areia e troca o nome de Cachie para o da filha, sobrepondo-o com uma taboa.
        Já fazia um tempinho que estavam ali e ela falou e falou para a filha, entre as palavras estas:
        -Cachie não conseguiu te defender e eu nem estava quando tudo aconteceu, mas nada poderia ter feito, ou talvez morrer em seu lugar. Ela via Cachie como um ótimo genro, o achava divertido, a filha tinha escolhido um companheiro maravilhoso. Mas agora que ele é vampiro se perguntou se a filha conseguiria viver sem ele. Chorosa ela saiu para junto aos outros que se encaminhavam para saída. Antes colocou o anel que tanto a filha gostava ao lado da flor, era uma herança de família.
        O vento girava um cata-vento e o sol o iluminava já forte, das 12 horas. Cachie e Carlos estavam com os rostos próximos eles seguravam as mãos um do outro e falavam:
        -Tenho fé que vamos conseguir, mas me leve com você! Carlos pediu e ouviu:
        -Mas e a fada?
        -Esqueça ela! Cachie pensou um pouco e respondeu:
        -Não posso, já fiz a promessa de irmos juntos, eu e ela, como o vampiro disse e mais ninguém.
         Não se soube qual dos dois soltou a mão primeiro e eles se largaram.
         -Tudo bem por aqui? Maná quis saber e Cachie respondeu prolongada mente:
         -Sim, meu apetite, minha fome não é mais a mesma de quando acordei, eu acho que só preciso matar três pessoas ao mês, hoje estou me sentindo satisfeito ainda.
         -Se isto mudar esteja longe de nós! A fada sorriu ao dizer.
         -Só por precaução você deveria comer algum dos animais daqui, não precisa matar ninguém. Carlos disse. Eles estão num celeiro de uma fazenda com tudo fechado e escuro como Cachie agora gosta e estavam cercados por alguns cavalos.
         -Então está certo, vou ver que gosto tem sangue de cavalo! Nenhum deles sorriu e Carlos disse por ele e a fada:
         -Vou dar uma voltinha, já volto você vem Moná?
         -Sim, não quero ver isto, a sena que a de seguir.
         Caminhando ao lado do riacho Carlos tenta convencer Moná a esquecer do trato que fez com Cachie: - Porque você não desiste?
         -De que?
         -Dessa ideia de ir para outra dimensão.
         -Porque eu desistiria? Carlos não soube o que falar e falou a primeira coisa que lhe veio à mente:
         -Pode ser perigoso viajar num portal.
         -Não pense que só porque você está apaixonado por Cachie que eu devo ou vou esquecer o que consegui que ele me oferecesse. A fada virou fadinha e saiu ouvindo os gritos de Carlos:
         -Eu quem mereço! Volte aqui ainda não terminamos nossa conversa. Ele não sabia se se irritou por ela não desistir ou porque ouviu dela a verdade. Cachie tinha matado mais de um cavalo, após o primeiro não teve como resistir. A fada entrou brilhando e do brilho se fez na forma humana e eles conversaram:
         -Será que o vampiro estava com o super feiticeiro, prontos para irmos para outra dimensão?
         -Espero que sim, ou que não demore. E ela mudou de assunto:
         -O que acha de Carlos?
         -Como assim? Nós somos grandes amigos, há muito tempo.
         -Você gosta dele?
         -Gostar? Moná percebeu que não queria ouvir a resposta, tinha medo de ele levá-lo no lugar dela e mudou o assunto outra vez: - A moça que morreu era sua namorada? Porque decidiu matá-la?
         -Não quero falar sobre isto! Ele desta vez disse: - Você não tem medo de o vampiro que está me oferecendo esta vaga seja como muitos e assim sendo contra fadas, já pensou nesta opção?
         -Tem este risco, mas eu tenho fé, tudo vai dar certo!
         Carlos entrou meio que apavorado.  -Chegaram pessoas e entraram na casa!
         -Se acalme eles não vão vim até aqui! Cachie tentou acalmá-lo e a fada:
         -Tenho fé que não! Eu fico de vigia, daqui a pouco você faz este papel. Disse apontando para fada que apontou para Cachie sorrindo e ele para ela dizendo:
         -Tá você pode ser a ultima. O perigo rondava apenas Cachie que não teria para onde fugir, estava praticamente ali preso, por falta de opção e necessidade. Tinham que ficar ali até o sol se pôr e torcer para ninguém ir até lá, assim evitando confrontos e mortes. Mas Cachie estava calmo e fechou os olhos para dar um cochilo e dos olhos fechados de um dormindo para os olhos abertos de uma que acordou!
    Veja em seguida o capitulo dez.
  • A fé. A triste história de um vampiro Cap.1 de 14

    Como não consegui colocar este conto todo de uma vez, então resolvi colocar capitulo por capitulo, sendo 14 no total.
    Este conto já está postado por completo no meu perfil, os 14 capítulos.

    Capitulo um

         Ergue-se uma mão, saindo de um tumulo no cemitério da cidade grande. São quase amanhecer e um corpo consegue sair do tumulo e areia que o cobria. Segundos atrás:
         -Está tudo escuro, estou cego? Uma batida: - Estou sem folego! Outra batida: - Estou num lugar fechado! E começa a bater desesperadamente.
         -Não sei se eu tinha folego, mas o ar me veio depois que consegui erguer a mão. Um homem sai coberto de areia, cambaleando ele cai sentado.
         -Quando eu me ergui, minha memoria voltou, ou parte dela, eu fiquei tonto. Olha-se no espelho que tem pregado ao lado do possível seu nome na escritura do tumulo.
         -Não me vejo. Olhou para o lado: - Reside aqui, Cachie, 2016, este sou eu!
         O sol nasce Cachie olha para o horizonte e sente sua mão queimar: - Que droga, o sol está me queimando! Tem um deposito ao lado ele desesperado tenta abrir, sua pele queimando
         -Tá fechado! Ele segura o cadeado e o puxa, em seguida de novo, desta vez o cadeado quebra e ele abre o portão e entra, após abrir a porta, que não estava trancada.
         Tinha uma janela aberta e ele a fecha senta e com as mãos na cabeça reflete: - Estas coisas só acontecem com vampiros, até onde sei, não sou um, me tornei? E conclui:
         -Claro que sim!
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         O submundo se uniu ao mundo real, a ficção se fez real, depois de tempos sendo oculta, ou seja, seres mágicos se misturaram com a realidade natural.
         -Faz 100 anos que está inclusão ocorreu, será que ainda estou em 2016? Acredito que sim, pois a mutação, a transformação de um mordido se faz em horas.
         Um confronto mundial fez as pessoas veem humanos e submundanos de uma mesma forma. Ainda existem confrontos, mas a luta foi ganha por aqueles que veem todos os seres com igualdade.
         Dá a hora de trabalho e um funcionário do cemitério surge, vê o cadeado quebrado, estranha, entra e vê Cachie ali:
         -O que você está fazendo aqui? Cachie nem o ouve e pula em seu pescoço.
         -O que estou fazendo? Estou sem controle.
         Um corpo no chão e as horas passando, quando anoitece Cachie vai para sua casa entra pela janela em seu quarto:
         -Está tudo no mesmo lugar. Pegou um relógio digital e olhou a data, 2016.
         -Cachie!? Diz uma mulher ao entrar:
         -O que você está fazendo aqui? Cachie pergunta e a mulher com aparente olhar de surpresa responde:
         -Sua mãe me disse para pegar o que eu quiser.
         -Já que eu estou morto! Num é?!
         Ela gaguejou um “é” e correu para cozinha Cachie foi atrás e se depararam com a mãe dele, que diz com medo e surpresa no olhar:
         -Querido você está vivo. Cachie responde:
         -Não, só posso sair à noite e você sabe o que é isto! Ela pergunta:
         -Você se lembra de tudo que aconteceu?
         -Não, vou sentar e lhes ouvir!
         -Podemos te abraçar? Diz à mulher que na verdade é a namorada dele e continua: - Sabe que somos, éramos namorados?!
         -Não pode, não sei se condigo me controlar, então sejam rápidas na história que vão contar! Ela se senta ainda abalada ao vê-lo e a namorada também, todos se sentam ao redor da mesa de cozinha.
         -Maldito Carlos. Ela pensa e Cachie consegue ler sua mente de alguma forma e pergunta:
         -O que o Carlos tem haver com está história? Ela se surpreende:
         -Como? Ele diz:
         -Não importa, comece a contar, e cheguem onde eu me tornei num ser que nós sabemos que nós odiamos, ou estou errado? A namorada dele pensa, mas sem ele ouví-la:
         -Não podemos contar tudo, Será que ela vai abrir a boca e acabar falando demais?
         Eles são uma família de humanos caçadores de monstros, era para isto que Cachie se lembra de que se esforçava a ser o melhor. Já havia caçado bruxas e lobisomens, ele não se lembra de ter caçado vampiros, mas era de seu gosto um dia matar um. Parece que a magia se voltou contra o feiticeiro:
         -Vamos comece!
         A mãe dele começou a falar, iniciando o resumo que o levaria a uma resposta.

    Veja em seguida o capitulo dois.
  • A fé. A triste história de um vampiro Sinopse

    Vampiros ultimamente estão acompanhados ou sendo gays. Esta é uma história que trás este tema. Um caçador que odeia vampiros. O que será dele ao se tornar um? Acordar como num pesadelo, onde tem que descobrir o que realmente aconteceu que fez seu mundo virar de cabeça para baixo.
         Perder tudo? Encontrar um caminho a seguir!
         Cachie é um caçador, eficiente, prestativo, mas num certo dia acorda como um daqueles ao qual tanto se acostumou a matar. Ódio será que sua percepção, seus sentimentos para com vampiros irá mudar ao se tornar um? Como tudo pode acontecer assim tão rápido?
         Até que ponto uma amizade pode chegar a se tornar algo mais? Mais que bons amigos ou amigas?
         Em um mundo onde o submundo, as magias se tornaram realidade. Vampiros, lobisomens, fadas tudo veio a se misturar. Humanos e vampiros juntos e separados.
         Onde a fé dos que lhe rodeiam pode chegar a influenciar sua vida?
         Porque ter fé? A fé move montanhas, já diziam alguns.
         Cachie acorda no escuro fechado, começa a tentar sair desta escuridão e sai, percebendo ao ver que está em um tumulo, o seu certamente e que não dormiu, não esteve morto por muito tempo, foram horas. Agora ele tem que se proteger do sol, este queima sua pele. Conclui que se tornou um vampiro, se pergunta como e não lhe vem na memoria. Então se esconde até escurecer, só então sai atrás de resposta. Revê sua namorada e sua mãe ao ir para casa. Elas dizem que o amigo Carlos tem que estar presente para a verdade ser contada então quando todos que devem estar presentes estiverem ele saberá o que aconteceu.
         É a vida de um vampiro que ele tem para viver agora e terá que aprender a ser assim verdadeiramente o que era para ele um monstro.
         Veja a aventura de Cachie, a triste história de um vampiro! Espero que vocês gostem. Um abraço, a todos boa leitura!

         Este conto já está postado completo, basta clicar no meu perfil, depois no capítulo desejado para ler, são 14 no total.
  • A Grande Rocha da Vida

    Quando a Terra Média ainda era dividida entre homens e criaturas, existiam os reinos dos humanos, o território dos gigantes, as cavernas dos elfos, o reino das fadas, o reino das nuvens dos deuses, e o misterioso reino dos pesadelos, habitado pelos demônios.
    Entre eles existia uma rocha mágica que podia curar quem a absorvesse, nem que fosse um pouquinho de seu poder de doenças e feridas, A Grande Rocha da vida. Todas essas nações podiam usar o seu poder, moderadamente, para que não houvesse conflitos ou guerras por posse dela, tanto que cada nação tinha um dia específico da semana para usar o poder da Grande Rocha, a menos que fosse emergência.
    Havia um segredo sobre a Rocha que só os deuses e os demônios tinham em conhecimento, que se alguém absorvesse todo o seu poder, obteria vida eterna e poder ilimitado, o suficiente para derrotar qualquer um, e segundo as Runas dos Tempos dos Profetas, apenas quem tivesse o sangue de demônios ou deuses podia absorver toda a Rocha, mas “lá se sabe se isso é verdade”.
    Um dia os demônios tentaram tomar a Rocha só para eles no objetivo de que Helldron, Rei dos demônios, absorvesse-a e destruísse as outras nações, dominando o mundo, mas falharam porque todos se uniram e os selaram junto ao portal proibido que dava acesso para o Reino dos Pesadelos. Muitos morreram, pois os demônios eram muito poderosos. Quando tudo estava se estabilizando os deuses fizeram um comunicado pacífico, dizendo que iriam pegar a Rocha e leva-la aos céus para que eles decidissem quem usaria ou não o seu poder, mas não aceitaram e obrigaram os deuses a se exilarem nos céus. Os deuses são pacíficos e inteligentes então para manter a ordem eles aceitaram seu exílio, pois sabiam que depois desse comunicado poderia haver desconfiança. E assim terminou o que eles chamaram de “A Guerra Centenária”, pois pode não parecer, mas a guerra contra os demônios durou 200 anos.
    Os demônios não eram muito amigáveis. Eles tinham três corações e viviam 700 anos. As fadas eram fascinantes porque eles voavam sem ao menos ter asas e mantinham um corpo jovem mesmo estando a poucos dias da morte. Vivem 300 anos e quando morrem seus corpos demoram 50 anos para se decompor. Os humanos viviam uma vida normal, sua expectativa de vida era cerca de 90 anos. Os gigantes, bem, eles não eram maus, mas alguns eram brutos demais, outros eram amigáveis, e uns eram travessos, pois pregavam peças nos humanos se fantasiando de demônios e assustando-os dizendo que “nós, os demônios voltamos para tomar a Grande Rocha e destruir todas as nações”, e por isso os gigantes eram mal interpretados por alguns humanos, pois achavam que os gigantes queriam a volta dos demônios... “será que é verdade?”. Os elfos também eram pacíficos, assim como os deuses, mas também eram misteriosos. Pesquisavam segredos do mundo, mas não diziam para os outros. Os deuses não eram como divindades, eram nomeados de deuses por serem muito sábios, tentavam evitar conflitos, procuravam jeitos de beneficiar a todos. Eles não são eternos, mas vivem 300 anos a mais que os demônios. Antes dos deuses serem exilados, alguns se relacionavam com humanos, e a junção dos dois originou uma nova espécie, que rapidamente virou uma nação também, e ficaram conhecidos como druidas. Os druidas têm duas diferenças dos humanos, uma, é que eles nascem com os olhos muito amarelados e brilhantes, e outra é que eles têm um poder de cura parecido com a da Grande Rocha da Vida, só que um druida pode curar apenas feridas, pois envenenamentos, doenças, essas coisas eles não conseguem curar. Havia um, porém no nascimento de um druida, pois alguns nasciam como humanos normais, mas eles não eram mandados para os outros reinos, pois os anciões ensinavam técnicas de cura com ervas e outras coisas que eles encontravam na floresta dos druidas. E também não podem absorver tanto da Grande Rocha. Todos aceitaram o surgimento dos druidas, as fadas se aliaram a eles, e os dois agiram por gerações como “unha e carne”.
    Muitos anos depois da Guerra Centenária, na floresta dos druidas, havia 200 anos que humanos não nasciam, e acharam que tal coisa não iria mais acontecer, até que uma menina nasceu só que ela nasceu com muitas doenças, meio fraca, e por alguma razão, a Grande Rocha não curava suas doenças. Ela sempre admirou a Rocha, mesmo não podendo ajuda-la. Ela cresceu, conheceu um humano por quem se apaixonou, eles casaram-se e um ano depois tiveram a noticia de que ela estava gravida. Numa expedição aos Montes de Gelo, seu marido morreu num acidente. Quando o bebê estava pronto para nascer, numa mesa de parto, ela não tinha forças para fazer com que o bebê saísse, e sentia muita dor. Mesmo estando ciente de que não funcionava, levaram ela até a Rocha, pois era uma emergência, e, por incrível que pareça, a mesma a deu forças para deixa-lo sair. Ela sabia que ia morrer, mas antes de morrer viu que era um menino, e o nomeou como Seikatsu, que do japonês para o português significa “vida”.
    O Avô de Seikatsu não gostava dele, pois dizia ele que Seikatsu matou a própria mãe, então o menino foi criado por todos os druidas. Ele não guardava rancor de seu avô e não se sentia muito triste quando falavam de sua mãe, pois para ele ela era uma heroína por viver tantos anos no estado em que estava, e deixou ele como prova de sua força, e como ela, ele também admirava a grande Rocha.
    Quando completou maior idade decidiu iniciar uma jornada pela Terra Média para conhecer todas as criaturas das outras nações, indo primeiro para o reino mais próximo dos humanos, pois ele queria conhecer a cultura do povo do qual seu pai fazia parte.
    Chegando lá ele se encantou com o jeito dos humanos, seu jeito de comemorar o deixava impressionado. Com o dinheiro que ele havia guardado por anos para quando chegasse sua jornada, ele pretendia comprar várias coisas do reino humano, mas descobriu que no dia seguinte teria um festival que os humanos celebravam para comemorar a vitória contra os demônios na Guerra Centenária, então guardou suas economias para o tão esperado evento. No dia do festival, todos cantavam e dançavam juntos, e o rei propôs irem todos até à Grande Rocha para admirá-la enquanto celebravam, e como ele chegou atrasado não conseguiu comprar nada, então só podia aproveitar a longa caminhada até a Rocha. Chegando lá, todos se espantaram, pois, metade da Rocha tinha sumido, como se alguém tivesse a cortado e levado embora, e seu poder estava enfraquecido, incapaz de curar qualquer um.
    Não demorou muito pra todas as nações ficarem sabendo. Os humanos convocaram uma reunião para saber o que houve, mas o atual estado da Grande Rocha começou a causar discórdia, pois os druidas e as fadas acusaram os humanos de roubar o poder da Rocha por terem sido vistos por perto, e os gigantes não estavam do lado de ninguém, só sabiam que alguém havia roubado a Grande Rocha e que estavam prontos para qualquer batalha para encontrá-la, e os elfos não reagiram de nenhum modo, o que era muito suspeito. Seikatsu não conseguiu engolir o fato de que a Grande Rocha não estava em seu estado normal, e que isso causaria guerra. Usou todas as suas economias para comprar uma espada, e um equipamento básico para sair numa jornada, e dessa vez não era para conhecer seres e lugares novos, e sim para descobrir o que aconteceu com a Grande Rocha. Ele falou com o rei sobre sua jornada, e pediu que alguns homens fossem com ele, mas o rei não pensava em nada além de se preparar o possível começo de outra “Guerra Centenária”, e os únicos que conseguiam ajudar a restaurar a ordem e resolver os conflitos sem violência eram os deuses, mas eles haviam sido exilados, e não estavam mais interessados em deixar seu exílio e intervir na Terra.
    Seikatsu andou por três dias até chegar perto do reino dos gigantes. Chegando lá, viu alguns homens com pedras nas mãos, atirando-as em um buraco bem fundo, onde tinha um gigante com uma cara ameaçadora. Ele espantou aqueles homens com sua espada, chamou ajuda de alguns gigantes, e tiraram aquele brutamonte do buraco. O gigante agradeceu, e perguntou o que trazia um bravo humano até o território dos gigantes. Seikatsu explicou a situação, e o gigante, conhecido como Smasher, jurou que o guiaria até completar seu objetivo de descobrir o que aconteceu com a Grande Rocha da Vida. Eles fizeram uma pesquisa em metade do território dos gigantes, falaram inclusive com o comandante deles, e todos negaram que não sabiam nada sobre o atual estado da Grande Rocha, então eles partiram.
    Dois dias depois, eles chegaram num bosque, onde encontraram um enorme golem de planta, que expeliu um gás roxo que os envenenou e os fez cair de sono.  Quando acordaram, deram de cara com um monte de crianças flutuando, e perceberam que estavam no Reino das fadas.  As fadas explicaram a situação, foi um mal entendido, pois o golem de planta era só um guardião, mas ele não ataca a menos que cheguem perto do Reino das fadas sem avisar com antecedência. Enquanto Smasher estava fazendo a pesquisa sobre o desaparecimento da metade da Rocha, Seikatsu estava explorando aquela linda cidade, e enquanto passava por um recanto com plantações de uvas, ele se deparou com uma linda fada, e os dois ficaram por um longo tempo se encarando, como se nunca tivessem visto algo tão especial na vida. Eles se cumprimentaram, o nome dela era Hana. Ela ouviu falar sobre o que ele estava fazendo, e perguntou se ele gostaria de passar mais um dia pelo reino das fadas. Ele aceitou, e ela mostrou a ele como era a cidade à noite. Perto de um lago, meio embaraçados, explicaram o que sentiram um pelo outro quando se viram, pareciam sincronizados, um só, e no dia seguinte, ela o acompanhou em sua jornada.
    Seikatsu não tinha noção por onde começar a procurar uma passagem para as cavernas dos elfos, mas por sorte, Hana sabia onde era, porque quando mais nova, acompanhava sua mãe em entregas de flores para os elfos, pois por algum motivo eles adoravam comer pétalas de flores. Chegando lá n hesitaram em ir direto falar com a chefia. Os elfos disseram que descobriram que o rei dos demônios conseguiu um jeito de escapar antes de ser selado, e que ele estava habitando um corpo humano, e que foi ele que absorveu a Rocha, só que seu corpo humano era fraco, então só conseguiu absorver metade da Rocha, e a outra metade está fraca, e a mesma podia se destruir a qualquer momento. Seu plano era absorver os demônios do selo do portal proibido, reconstituir seu corpo original e terminar de absorver todo o poder da Grande Rocha da Vida.
    Saindo de lá, eles partiram em direção à Grande Rocha, no objetivo de dizer a todos o que realmente estava acontecendo, e chegando lá se deparou com os druidas caídos no chão próximos à Rocha, e um homem que aparentava estar com más intenções. Eles diziam que era seu pai. Então, o “pai” de Seikatsu começou a se decompor e surgir um demônio enorme de dentro dele, sendo esse Helldron, o Rei dos demônios. Helldron explicou que não houve nenhum acidente, e que Helldron matou e tomou o corpo do pai de Seikatsu, e matou todos os outros que estavam com ele. Smasher tentou um ataque surpresa, mas foi ludibriado, pois Helldron o pegou de surpresa, e o lançou contra a Grande Rocha. Smasher não aguentou tal impacto e teve alguns de seus ossos quebrados, impossibilitando-o de lutar. Os humanos temeram o poder de Helldron, e alguns deles recuaram, mas os gigantes, as fadas e os elfos, ficaram e lutaram bravamente, mas “a que preço?” Muitos foram mortos, Helldron estava invencível. Seikatsu partiu rapidamente para cima dele, e assim, num chute com poder suficiente pra abrir uma cratera, Helldron o lançou até a Rocha, fazendo com que seu corpo a perfurasse, e por alguma razão, ela não estava curando ninguém. Por alguns instantes, todos pensaram que era o fim. Helldron gargalhava comemorando sua vitória, e quando ia se aproximando da Rocha para absorvê-la, uma incrível luz surgiu de dentro dela, sua estrutura começou a se partir em pedaços, e de dentro dela, surgira um corpo emitindo luz, era Seikatsu. Helldron se perguntou o porquê, e como ele absorveu a Rocha, e um velho druida entendeu em fim que, Seikatsu e talvez até sua mãe não tivessem poderes de cura porque haviam herdado poder dos deuses, e na teoria, os deuses tinham mais controle sobre o poder da Rocha do que os demônios. Seikatsu absorveu em um estalar de dedos, toda a energia da Rocha tirada por Helldron, e, num soco estrondeante, reduziu Helldron em poeira. Seikatsu curou a todos, reviveu alguns mortos, despediu-se de Hana e dos druidas, e, emitindo uma incrível luz verde que iluminava toda a Terra Média, transformou-se em um incrível cristal, que se parecia com a Grande Rocha da Vida. Seu corpo virou uma estatua de pedra dentro daquele cristal. Sua Historia foi contada por gerações. Festivais celebrando sua vitória sobre Helldron, e todos o chamavam como, O Menino da Vida.
  • A IMOBILIDADE DA LUZ

    Agora do mesmo jeito que os fiz, desfazer-los-ei. Morrem uns para existir outros. Às vezes, o tédio ou falta de perspectiva me faz deletar em massa. Assim eu era. Sei que podia parecer algo cruel deletar a existência de “alguém”, (espero que entenda) não fazia isso por que queria ou por que gostava, simplesmente porque era preciso. 
    A vida foi, a princípio, uma ideia que me surgiu em um momento de tédio; Eu não esperava tanto; simplesmente me surpreendi! Quando tive a primeira ideia da criação, estava passando por um momento conflituoso, tinha me entediado com tantos projetos monótonos e acabei destruindo o meu último projeto que era uma esfera consideravelmente grande de energia branca, e foi aí que tive a ideia de algo mais interessante: resolvi criar uma galáxia invés de constelações e centros sugantes. Mesmo assim, vi que aquilo não passava de uma ampliação dos meus projetos anteriores. Então, fui a pasárgada refletir; estava muito exausto e nenhuma ideia boa ainda me exsurgia. Após algumas consideráveis eternidades, vislumbrei algo que seguia um fluxo próprio e fugia da monotonia; algo que era regido por uma regra geral. Era a gênese da vida. Assim sendo, foi nesse momento que me debrucei em um projeto magnificente: A Criação. Remodelei os destroços da esfera de outrora, criei a natureza e os animais. Com o pulsar das gerações e o dardejar dos milênios, sucumbi ao ver o grande equívoco da criação: foi a pior monotonia que já vivera; antes pelo menos eu podia ter eternidades para outras coisas, entretanto, daí em diante, tive que tutelar esse projeto. Nesse momento, tive muito trabalho, deletando e renovando existências que no fundo seguem uma lógica continua de perpetuação. Isso tudo me dava calafrios em gastar algumas das minhas eternidades nesse fastidioso trabalho. Sei que para infinitas eternidades que tenho, algumas não iriam me fazer diferença. Entretanto, isso me fustigava lentamente e me causava uma monotonia cruel. Foi então que decidi criar uma vida que se destacasse. Por tentativa e erro, comecei por macacos, depois sapos, aliens, e por fim, sapiens. Já estava com as mãos doloridas de tanto misturar. Com o tempo acabei gostando dessa criatura. Pensei, que talvez deveria misturar dois deles. E assim ficou: Sapiens Sapiens. No final do processo, só restou uma criatura, e assim, intitulei-o de Anão. Ah não, não era esse nome; lembrei: Adão. E assim o foi. A criatura a cada “secundos” demonstrava destreza, sabedoria e, assim, me alegrava. Certa vez, resolvi criar o Destino para cuidar da vida e da morte. Com tempo livre, ocupei-me em outros projetos, e acabei deixando a minha criação em segundo plano. E de supetão quando estava no cinturão de Orion, uma ideia catucou a minha mente, sugerindo-me a criação de uma companheira para a criatura. Estava sem tempo para visitar frequentemente a minha criação, e por isso, resolvi dá a luz à ideia. Só que quando fui criá-la, tinha esquecido da fórmula. Misturei sapo, macaco, peixe e acabei criando uma mistura de sapiens com peixes; vi que não estava legal para uma companheira. Chamei-a de sereia para não ser desprezada. E sem obter sucesso, resolvi arrancar uma costela do Adão, e assim, formei uma companheira; intitulei-a de Eva . Vi com o tempo que ambos estavam felizes. Mas isso não me agradava nem um pouco. Felicidade é monótono e monotonia me causava incômodo. Então coloquei uma arvore com frutos afrodisíacos para testar a resiliência de ambos. Eles passaram um tempo se contendo em comer os frutos; foi então que decidi colocar uma serpente para atentá-los. A serpente fez um ótimo trabalho. Ainda me recordo da retórica da serpente que usou para ludibriar Eva: 
    —Estes frutos têm poderes especiais, por que não comes um? 
    —Porque fui proibida; estes frutos não fazem bem. 
    —Não seja tola, se o criador colocou uma árvore desta no paraíso, é claro que foi para vocês. Ele devidamente está testando a inteligência de vocês. E desta forma, ele quer que vocês ultrapassem as restrições e façam a diferença. 
    —hum, talvez tenhas razão 
    —É claro que tenho; sou fruto do criador!. venha aqui; Tome este fruto, este é seu; partilhe-o com Adão. 
    E assim, Eva levou o fruto, e Adão, ingenuamente, comeu o fruto de Eva e não percebeu que caíra na tentação da serpente. Dessa forma, acabei vendo a fragilidade dessas criaturas; vi que estavam muito longe da minha sapiência. E nessa lógica, vi que eles jamais iriam chegar perto dos meus Arcanjos. Com efeito, condenei-os a lei do Destino. E assim ao Destino declarei: 
    —Estarás incumbido de ceifar a vida deles, toda vez que chegar a hora. Eles terão o fado de nascer, crescer, procriar e morrer. Eles não mais viverão uma eternidade. Vão sentir a dor carnal. sofrerão com os temores e seguirão a Lei Natural. 
    Depois me ausentei e deixei-o regendo a criação. 
    Após algumas finitas eternidades, resolvi visitar a criação. Senti um verdadeiro abalo ao ver aonde a minha criação chegara. As criaturas de outrora não mais seguiam a Lei Natural. Criaram a sua própria lei. O Destino estava cada vez mais com problemas. As criaturas estavam dominando cada vez mais a inteligência. Estavam adiando o veredicto do Destino. Guerras, miséria, contrastes, tecnologia, temor, destruição, estavam caracterizando a criação. Aquilo de fato não era monótono, era extremamente inconstante. Talvez a minha ânsia pela fuga da constância tenha a impulsionado à Evolução. Não os via mais como uma criação. Via-os como uma transmutação. E destarte, resolvi me ausentar novamente e esperar mais algumas eternidades para ver até onde eles irão chegar...
  • a lenda de Èden/capitulo 3 o começo do começo (L)

    (OOEEE KANRA CHAN DESSS e.e NICKSUN DEEES :v)
    NOTA DO AUTOR:ACHO QUE TA FODS TENTAR DEIXAR PRA FAZER DE 2 EM 2 SEMANAS ENTAO VOU FAZER DE UM MÊS A OBRA AQUI AINDA VAI TER SEU TROCENTOS CAPITULOS MAS ELA E MEIO GRANDE ENTAO POR SUA VEZ PREFIRO FAZE-LA MENSALMENTE OU QUANDO ELA CHEGAR A 50 VIEWS O QUE ACONTECER PRIMEIRO e.e MAIS PROMETO QUE IREI DESENVOLVER UMA OUTRA OBRA MENOR E TAO BOA QUANTO PRA APROVEITAR O TEMPO SEM ABALAR A SAIDA DESSA OBRIGADO PELA COMPREENSAO E BOA LEITURA
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    O grande dia chegou e apenas 64 dos 100 seriam escolhidos para virarem os novos guardiões

    -voces viram o moso-perguntou luna

    -provavelmente com o cahethel falou pafunsu

    De fato de acordo com todos ali nick já havia saído há um tempo e feito o teste antes de todos e voltou e foi com um outro anjo e deu inicio aos testes
    -eu vou primeiro-falou luna

    Ao entrar luna reparou apenas em cahethel atrás de uma mesa e a primeira coisa que cahethel fez foi por a mao no seio esquerdo de luna que tentou responder com um soco

    -tarado-exclamou luna

    Mas cahethel apenas aparou o soco normalmente e falou:

    -isso e apenas para examinar a sua força,senhorita gerloff lembre que eu não sou homem,nem mulher os anjos ao menos tem sexo

    -ok,mas como eu fui-pergunto luna suspeitando e curiosa ao mesmo tempo

    -entrou por pouco se não fosse sua visão escarlate estava fora

    Luna ficou um pouco triste por passar de apenas pela técnica de ultima hora do nick,mas sua felicidade por passar era muito maior que sua tristeza e logo se recompôs e pergunto:

    -e o nick ? ele passou ? como ele esta ?-perguntou luna

    -seria difícil ele não passar sendo filho de quem ele é,porem vocês so iram velo no dia do torneio daqui a 10 dias,você esta liberada

    Luna saiu do lugar pensativa sua alegria foi novamente ofuscada pela curiosidade onde estava nick e o que cahethel quis dizer sendo filho de quem é sendo que luna achava que nick era orfao como ele dizia ate que ouviu cahethel chamando o próximo cahethel gritando:

    -é um milagre deus seja louvado
    Então luna foi correndo de volta ate que viu Gustavo fazendo o teste

    -meu deus eu não acredito o garoto idiota com a menor chance de todas conseguiu passar e entrar pro torneio nem consigo acreditar nesse milagre que incrível você ate superou o garoto que destruía montanhas com toda força dele-falou cahethel

    -obrigado.....eu acho,mas destruir montanhas não e bom-perguntou Gustavo

    -não se a media e destruir no mínimo 1 continente algo que a luna conseguiu mas você consegue destruír 1 planeta parabéns-falou cahethel

    -e o nick aposto que ele consegue destruir 2 ou 3 né ?-perguntou Gustavo

    -não-afirmou cahethel

    -Como assim não-perguntou Gustavo

    -Com o vento que sai do seu soco nick e capaz de destruir um planeta e sua força total destrói 1 galaxia inteira-fala cahethel

    Tanto luna quanto gustavo ficam de cabeça baixa por essa afirmação eles estam aparentemente bem bolado
    -voces deviam ficar felizes o sr.matias ou nick como prefirirem falar foi treinado por uma deusa menor ele esta acima de qualquer outro candidato

    -se so existe um deus como existe uma deusa menor também-perguntou luna
    Desde o inicio deus precisava de uma representaçao entre os seres humanos e por isso criou os semi deuses ,deuses menores e os deuses-falou cahethel

    -Como os santos-perguntou Gustavo

    -santos são seres humanos que operaram milagres em nome de deus-mas já repararam o por que de tantos deuses ?-perguntou cahethel

    -sim,mas não achei resposta,acho que deus queria criar vários-respondeu luna

    -incorreto,imagine os 8 guardioes,muitos humanos se inspiraram neles e queriam ter seu poder igual ao deles então deus querendo realizar esse desejo criou pequenas esferas cinzas cada humano so poderia encontrar 3 por vez a primeira quebrada ele teria poder de um semideus,a segunda conseguiria poder de um deus menor como a que ajudou nick e por fim um deus mas a ganancia humana aumentava tanto a ponto de as poucas achadas seus donos eram mortos e elas eram vendidas no mercado negro e muitos se aventuravam para pega-las alguns ate aprendiam certas magias isso foi uma época quando muitos sabiam a magia agora são poucos os humanos que sabem e elas são muito básicas no máximo podem destruir um prédio ou uma casa algo de humano comum porem com tanto ódio,ganancias e outras coisas os anjos ficaram de proteger dos indignos-falou cahethel

    -entao todos são humanos também-perguntou Gustavo

    -nem todos so 4 a maioria são filhos deles e acho que 2 deles já estão mortos por falar nisso-falou cahethel

    -guardioes podem virar deuses-perguntou Gustavo

    -não,so humanos-respondeu cahethel

    -injusto-respondeu Gustavo

    -gustavo.....-falou luna suspirando

    -que foi luna ?-perguntou Gustavo

    -eu quero lutar com você-falou luna apontando para ele-aqui no coliseu e agora

    Gustavo se assustou com isso ele não entendia o por que de ela querer aquilo mais a garota estava com um olhar determinado e respondendo a ele:

    -eu me sinta fraca perto de vocês mais posso mostrar que sou tão forte quanto vocês 2

    -luna como pode falar isso e obvio que você não esta com a mesma força do Gustavo ele é como se fosse um guerreiro e você uma arqueira vocês dois tem defesas equivalente mais você e mais rápida e agilidosa que ele-falou cahethel

    -mais eu tenho de fazer isso eu preciso-falou luna mais seria que antes

    -esta bem mais não ira ser agora ainda tenho de atender os outros candidatos-falou cahethel e vocês não iram lutar sem um juiz-falou cahethel

    Após o exame todos acabaram sendo aprovados por cahethel:luna,nick,Gustavo,pafunsu,Rafael,juan e ate o brasileiro mistérioso de olhos vermelhos e após isso luna e gusta foram com cahethel ate o coliseu,o bom do coliseu e que ele era grande e dava para ate 2 lutas simultâneas mais iria ser usada apenas para uma luta,então luna e Gustavo foram entrando e cahethel fala:

    -as regras são as seguinte o primeiro que morrer perde agora comecem

    -uou,uou,uou como assim o primeiro que morrer eu achei que era uma partida amistosa-perguntou Gustavo

    -haha vocês não vao morrer de verdade Gustavo nós anjos temos o poder da ressureição,relaxem eu faço isso desde os primeiros guardiões- falou cahethel rindo

    Luna e Gustavo se olham,eles estão começando a ter um pe atraz na tal ideia

    -eu..eu.....eu ainda quero lutar-anunciou luna para Gustavo

    -entao se vai ser assim eu não vou perder-falou Gustavo

    Erguendo seus braços cahethel cria ao redor deles uma barreira para o impacto da luta não destruir o local e a luta começa com Gustavo indo pra cima de luna que revida com sua lança girando ela e fazendo a espada de Gustavo sair de sua mao,ate que ela coloca a lança no meio das pernas de gustavo pra ele cair,já caído luna enfia a lança em seu braço e o arranca Gustavo grita com a dor e usa sua técnica

    -corte estelar-grita Gustavo ainda agonizando

    E da um corte na barriga de luna que com um pulo se afasta imediatamente dele e com sua manipulação do ar se mantem flutuando e invoca uma flecha

    -venha a mim ó flecha dos ventos-fala luna

    Os ventos circulam na mao de luna ate que se solidificam aparecendo uma flecha e ela atira essa flecha em Gustavo que ao chegar perto do alvo desvia por motivo nenhum aparente

    -o que aconteceu-perguntou luna

    -luna minha técnica especial e o escudo estelar e com ele sua flecha e inútil

    Luna ficou muito puta (EBFMB)e ativou a visão escarlate e carregou outra flecha percebendo que repetir o nome da técnica era praticamente inútil e depois de atirar o impacto foi tao grande que rompeu o escudo semi invisível de Gustavo que com ódio foi pra cima de luna com a espada e o escudo e luna confiante foi em cima de Gustavo para atacar-lo com a lança mais a dor em sua barriga a fez cair no caminho e cuspir sangue e isso atrapalhou muito e Gustavo já estava chegando perto então quando ele chega bem perto luna usa sua força restante e atravessa a cabeça de Gustavo e ele cai no chão morto e luna olha para o lado e ve alguém ao longe e desmaia então cahethel fala na maior calma

    -eles sempre morrem,eu te vi ajudando ela com o escudo dele e acho que ela percebeu também,agora vem aqui acho que você já consegue reviver alguém afinal ultrapassou minha barreira sem fazer um arranhão nela-fala cahethel

    -foi um simples espinho eu acho que um empurrãozinho não ia fazer nada de mais-fala nick levantando luna no colo

    Alguns dias depois....

    Com Rafael pafunsu do lado de luna ela finalmente acorda

    -meu deus mosa você ta bem-perguntou pafunsu

    -eu não sou sua mosa e ..quanto tempo eu dormi-perguntou luna bebendo um copo d’agua que estava do lado dela

    -9 dias-falou pafunsu

    Luna cospe a agua cima de pafunsu

    -o que 9 dias-perguntou luna assustada-o torneio e amanha
    Luna deita na maçãzinha onde estava e pergunta:

    -quem ganhou a luta pelo menos-perguntou luna

    -tecnicamente empate-falou Rafael

    -o que empate-fala luna chateada

    -eu falei tecnicamente,mas eu acho que você ganhou no caso,so foi empate por que você desmaiou assim que matou o Gustavo-falou Rafael

    -a sim te deixaram dois cartões aqui-falou pafunsu

    -pode ler o primeiro pra mim-perguntou luna

    -claro la vai-falou pafunsu :nossa luta foi a melhor coisa da semana espero lutar com você novamente e pretendo vencer-gustavo hikari

    -hehe Gustavo bobo,vamos pra próxima por favor-disse luna

    -mosa estarei lhe esperando no dia do torneio uma dica por que não controlar a direção das flechas com o vento,parece uma boa,algo legal e que os guardiões do ar podem controlar tanto o oxigênio como outros gazes como o hidrogênio eu acho útil hehe,se não for eu te pago uma pizza ou pãozinho,sei que você ama pãozinho-nicholas matias

    -mensagens grandes não são o forte do nick-disse luna antes de cair na risada

    Então assim se acabava aquele dia,já no outro dia o torneio começa e todos estão la com exceção do nick aparentemente a luta dos guardiões da terra seria a ultima e por maior coincidência a luta dos guardiões do ar começara primeiro luna percebe que ira lutar contra outras garotas do elemento ar e percebe que no final da lista estava o nome yura Higashi luna gagueja:

    -eu...eu..eu..eu vou me ren..

    Ate ser interrompida com alguém pondo a mao em sua cabeça e era nick e ele pergunta olhando pra luna:

    -o que ouve mosa,por que esta chorando-pergunta nick

    -eu...me render...garota...acidente-luna assoa o naris por estar chorando muito

    -se recomponha mosa e me explique-fala nick se perguntando o que aconteceu eu vou te contar senta ai

    FLASHBACK TIME (não se preocupe isso não vai virar naruto)
    21 dias antes do nick reaparecer luna,pafunsu,rafael e Gustavo estavam mexendo nas pedras para tentar aprender a usa-las so não sabemos ainda por que ele quebrou a pedra do elemento fogo provavelmente por acidente após isso e uma criatura aracnea apareceu para atacar todo mundo e destruir todo mundo como era uma criatura de treino de certa forma os anjos deixaram ao cargo dos guardiões mata-la já que não era uma ameaça real porem ela quase matou a luna por que de acordo com os anjos era uma profecia de treino e por fim 8 guerreiros 1 da agua,1 espectral,1da escuridão,1 do vento e 2 guerreiros de terra mais o juan e o brasileiro estranho todos destruíram a criatura completamente na hora
    FIM DO FLASHBACK TIME(prometo não vai virar naruto saporra)

    -e por isso eu sinto muito medo deles moso,eles estão muito acima do meu nível de poder e por isso acho que eu vou perder-fala luna chorando
    Então nick de repende a abraça e luna fica surpresa e ele fala:

    -se você não tiver medo eu também não vou ter

    Luna se sente confiante e vai então para sua primeira luta que ira ser contra uma garota que era usuária de espada pesada e escudo,no inicio da luta luna manipula o escudo de sua adversaria com a dica de nick e cria uma flecha para matar sua adversaria manipulando sua flecha para o pescoço dela que faz quase que imediatamente uma explosão de ar e consegue vencer,já na sua segunda adversaria luna teve de enfrentar uma garota com armadura no corpo e flechas também sua primeira tentativa foi um golpe falho na armadura e logo foi empurrada para longe por uma onda de ar ate que ficou correndo em velocidade do som ao redor de sua oponente ate achar uma abertura e mirar um flecha com sua técnica pontaria certeira e a ficar fazendo sangrar pela armadura ate que desmaia no campo e a luta termina e finalmente e a luta final de luna antes de se tornar guardião mas claro estava ferida afinal a outra sabia teleguiar suas flechas também mais luna se superava e queria mostrar seu poder a nick e Gustavo por isso não iria desistir com tanta facilidade,curaram suas feridas e ela já estava finalmente pronta,era hora de lutar com yura Higashi que havia chegado na final mas luna sentia um medo mas mesmo assim entrou no campo, a luta começa e yura da um soco no ar para afastar luna para longe e conseguiu correr por tras a tempo para dar um soco avassalador na coluna da luna a ponto de faze-la cuspir sangue e cai no chão então tanta ativar sua visão escarlate

    -pode ser meu único recurso-pensou luna mirando no braço de sua oponente
    Então luna atira a flecha mas yura facilmente desvia porem com um gesto de mãos luna redirecionou as flechas para sua oponente o que fez com que ela desse uma espadada do nada para criar um tufão e desviar a flecha o que foi ta forte que arremessou luna na barreira e deu uma pequena rachadura na barreira de cahethel

    -Boa tentativa sra.higashi mais minha barreira amadora aguenta a explosão de um planeta inteiro-fala cahethel

    Sem ligar pra isso yura vai dando um soco por vez fazendo luna quase se rasgar porem um soco acaba jogando luna mais longe do que yura queria então ela vai correndo ate luna que infelizmente estava quase sem magia e tenta jogar um tufão mais faz apenas uma lufadinha de vento e ainda sobra pouca maiga que faz yura tropeçar no chão e cair na frente de luna,porem era tarde para se levantar luna cria uma barreira ao redor da cabeça de sua inimiga e com sua pouca magia corta completamente o oxigênio dela impedindo a passagem de qualquer resquício de Oxigenio,por mais que a guerreira oponente tentasse fazer oxigênio luna o absorvia como se fosse magia própria,luna sabia que talvez não iria ganhar sua oponente então decidiu acabar com aquilo ali mesmo pegou sua lança e impalou na cabeça de sua oponente e a matou e depois disso tudo o que restava era um cadáver,litros de sangue e uma vitória luna havia ganhado a batalha contra sua oponente e era a nova guardiã do elemento ar e a emoção e o sangue a fizeram desmaiar ali mesmo,porem após disso ela pergunta:

    -gusta quem vai lutar agora-perguntou luna

    -guardioes da luz ou seja o pafunsu-falou Gustavo-e o nick sumiu de novo ele apenas disse que estava orgulhoso de você e te mandou parabéns

    -mais tirando isso vamos ver a luta do pafunsu ele deve estar lutando agora ne-perguntou luna

    -ok vem-falou Gustavo

    Luna sentia intensa felicidade por ter ganhado e virado guardiã porem pensava em seus amigos afinal cahethel falou que o oraculo disse que um deles não iria passar e isso enervou um pouco luna,porem luna esqueceu isso ao ver seu amigo pafunsu lutando ela mal chega e a luta que havia começado em segundos termina com pafunsu explodindo o corpo do adversário

    -o que aconteceu aqui-perguntou luna

    -eu acho que ser guardião da luz não era so um titulo luna-falou Gustavo

    Luna não acreditou que seu amigo tinha virado guardião da luz aquele que todos esqueciam virou guardião junto com ela (não se preocupem eu vou postar isso no capitulo 4 ok XD) ele estava mais rápido e poderoso porem era a luta do grande piromaníaco rafael mais luna tinha certeza que ele havia mudado depois desse pouco tempo ate ele gritar:

    -eu vou colocar fogo nessa luta

    -ele não mudou porra nenhuma-pensou luna rindo

    FIM DO CAPITULO 3
  • a lenda de Èden/capitulo 4 o poderoso guardião fracassado (P & R)

    -isso foi rápido demais eu não vi quase nada-questiona luna
    -é assim mesmo mosa,guardiões da luz tem sua velocidade elevada desse jeito mesmo-fala pafunsu
    -eu não te dei o direito de me chamar de mosa-fala luna
    -bom vamos focar na próxima luta -fala pafunsu
    -primeiro como foi a sua luta
    pafunsu olha para cima e começa a pensar 
    -Oh não-fala luna 
                                                                 //////FLASH BACK TIME COM COMENTÁRIO EXTRA\\\\\\
    -outro flash back naaaaaoooo-fala luna
    -ja era-riu pafunsu
                                                                               INICIO DO FLASH BACK TIME
    Depois de pafunsu entrar no campo foi anunciada a luta entre ele e um cara desconhecido,quando começam a lutar pafunsu da um chute que afunda o rosto do sujeito e o dito-cujo perde a luta
                                                                                   COMENTÁRIO EXTRA
    -isso foi rápido,até demais-falou luna

    -guardiões da luz tem uma velocidade muito alta,porem uma defesa baixa de mais-falou pafunsu

    -por isso acabou rápido-fala luna

                                                                              CONTINUAÇÃO DO FLASH BACK TIME
    E na outra luta,era um guardião mais lento e com muito mais defesa,porem pafunsu era muito rapido e o outro cara nem chegara perto de sua velocidade e pafunsu o finalizou com facilidade,e por fim a ultima luta,porem esse cara era diferente dos demais 

    -acho que vou aparecer dele e dar aquele baita chute trava coluna nele- falou pafunsu

    ele o faz porem erra,por que seu adversario se defendeu com um outro chute,então tentou dar um soco e seu oponente parou o soco com outro soco ate que pafunsu pensa:

    -vou jogar um trovão nele 

    então pafunsu joga um trovão que errou,porem servia apenas para atrapalhar e atrair o adversário,perto o suficiente para atravessar a sua cabeça com uma mao aberta e eletrificada e assim que atravessa sua cabeça ela explode e ele é declarado vencedor da luta e o primeiro guardião da luz
                                                                                          FIM DO FLASHBACK TIME
    -agora falta a luta de quem-pergunta pafunsu

    -do gustavo-fala luna

    -era,não é mais,agora é a luta do rafael-fala gustavo

    -vai chorar-zoa pafunsu

    -nao,mais to quase-fala gustavo

    entao,finalmente os guerreiros de fogo entram em campo porem o destaque é mais do brasileiro de altura mediana e cabelo escuro e forte,estava sendo destaque por ser um daqueles que ajudou juan com aquela criatura de fogo e estavam em punhos uma luva e uma espada,algo que digamos era meio diferente,afinal pra que usar uma luva,mas ao iniciar a primeira luta que no caso era a dele o rapaz qua agora sabiamos o nome por anuncio de cahethel:lan santiago era seu nome e por coincidencia o outro cara tambem era brasileiro e se chamava edgar

    -isso esta muito estranho o nick falou que cabelos de cores estranhas sao caracteristicas dos descendentes dos guardiões da terra,só que nenhum dos guardiões do fogo tem olhos vermelhos,nem o rafael tem isso-fala pafunsu

    -pafunsu eu quero assistir-fala luna sentada em uma cadeira de rodas comendo um pãozim

    ao começar a luta edgar solta uma bomba de canhão de fogo 

    -esse ataque pode incinerar um planeta inteiro diga adeus aos seus ossos-fala edgar com uma risada alta

    lan apenas poem sua mão com a luva para frente e devolve para seu oponente o ataque como se não fosse nada e incinera completamente todo o seu corpo até reduzi-lo a cinzas

    -isso foi rapido-falou luna

    -luna para de falar so isso,mas realmente foi bem rapido,rapido ate de mais-fala pafunsu 

    porem a proxima pessoa a entrar em luta é seu amigo rafael

    -bom é isso vou conseguir-falou rafael

    no inicio da luta refael lança seus ioios a ponto que ficassem com suas cordas por todo o campo,quase que impossibilitando seu adversario de se mover,entao o adversario tenta queimar as cordas,que apenas ficavam em seu lugar sugando a energia e repassando a força pro ioio que ia ficando maior e deixando as cordas cada vez mais quente e entao rafael mexeu seus fios ate que cortou seu adversario e transformou-o em uma especie de picadinho frito de carne humana e entao rafael e declarado vencedor da luta

    -meu deus(do ceu berg)que nojo ele cortou o cara como picadinho argh-fala luna
     
    -meu deus que merda to com vontade de vomitar-falou pafunsu

    cahethel pede para alguem vir la para ressucitar o rapaz e devolve-lo a terra,afinal o perdedor teria apenas os poderes retirados e depois iria ser mandado para a terra para poder viver normalmente a sua vida na terra 

    -espero que perca logo,esse garoto é um piromaniaco sadico,nao seria uma boa te-lo como guardiao-pensou cahethel 

    a proxima luta sera entre lan e rafael

    -se prepare para ser queimado-falou rafael

    a cara de ridicularizaçao de lan era tao grande que chegou a ser ridiculo pra ele o que rafael falava,entao meio totalmente puto da vida rafael jogou seu ioio em cima de lan que nao apenas segurou como tambem quebrou o mesmo 

    -serio isso nao destroi nem um planeta anão gelo,acha mesmo que pode comigo-sacaneou lan

    tudo isso deixa rafael mais puto e tambem desesperado,ele refaz o ioio com suas chamas e aumenta o tamanho do mesmo a ponto de poder subir em cima do ioio como um carro gigante e tenta atropelar lan que desvia com uma facilidade enorme com se estivesse apenas dando um pulinho pro lado e da uma zoada

    -tao lento que nem chega a mach 1

    rafael putao responde:esse deus aqui chega a mach 36.000 

    -nao chega nem a mach 900 de tao lento 

    rafael acelera mais uma vez e lan apenas pega sua espada e da um corte certeiro no meio do rafael e corta o ioio dele ao meio e antes que rafael pudesse reclamar lan aparece rapido atraz dele e corta sua cabeça em instantes e assim lan e declarado ganhador por cahethel  e na plateia luna fala:

    -ele perdeu mesmo meu desu,eu dont believe

    -perdeu feio-fala pafunsu

    -nao acredito nisso-fala gustavo irritado-ele nao devia ter perdido 

    sim era isso rafael tinha perdido feio e lan havia se tornado o novo guardião do fogo,rafael foi ressucitado,teve seus poderes extraidos e foi mandado para seus pais na terra com a advertencia de nao mexer de novo em fosforos,mas claro cahethel deixou ele se despedir dos amigos afinal as proximas lutas seriam seguidas em elemento:agua,depois espiritual,depois escuridao,depois terra e por ultimo estrela ja era quase certo os vencedores afinal no ataque ja tinha uma da agua,uma da espiritual e uma da escuridão porem terra e estrela foram considerados dificeis de saber afinal havia tres guardioes da terra no incidente e nenhum da estrela,mas apos as despedidas começaram as batalhas da agua e a vencedora foi kamillie orihara da oceania,foi uma luta rapida nao igual a dos guardioes da luz mas tambem tinha seus meritos

    -aposto que foi bem facil ne,kamille ou posso te chamar de kamie-fala luna para a nova guardiã

    -serio querida e a sua-fala kamie

    -eu quase morri-fala luna

    -deveria ter morrido-fala kamie

    -que moça ruim pra eu-fala luna

    pra se ter uma ideia do quao rapido foi cada luitra era aproximadamente 20 segundos por luta depois disso era uma vitoria muito facil

    -nao curti essa moça,,mas curti as outras duas -falou luna

    essas tais garotas eram as duas dos elementos espiritual e escuridão,regendo o elemento da escuridão estava uma garota chamada julie kanam de istambul tinha uma personalidade calma e bem calada e ate alegre porem muito timida e gostava de chamar todo mundo de demonio algo que mostrava seu autismo com força altissima e regendo o elemento espiritual estava giulya kim than essa diferente da ultima ja era mais ativa e animada e gostava de cantar do nada,em especial k-pop (eu tenho uma amiga que gosta dessas musicas e como eu tava sem nada melhor pra colocar presente pra voces) as 2 seriam as mais novas guardiães do grupo 
                                                                            ENTREVISTA UTILITARIA COM LUNA GERLOFF
    -oi,oi,oi tudo bem,tudo bão-pergunta luna

    -tudo bem-fala giu

    julie calada

    -que merda eu to fazendo aqui-falou kamie

    -entrevista,xiu-sussurra luna

    -nao quero ficar no autismo de voces-fala kamie

    -xiu,agora continuando como foi a ultima luta de voces-pergunta luna

    -eu so entupi a mina de agua e explodi ela,como qualquer ser humano normal faria-fala kamie

    luna assustada pergunta:

    -e o que voce mais gosta kamie

    -rola-fala kamie-de varias idades idades,de muitos amores

    luna vermelha finge que nao escutou nada e passa para giu

    -entao giu como foi sua luta-pergunta luna

    -eu basicamente invoquei espiritos do alem e fiz todos atacarem como distraçao e voei por debaixo da terra em forma fantasma e possui o meu oponente por traz enquanto secava seu corpo-fala giu

    -e pior que a primeira-pensou luna desesperada

    e assustada luna pergunta com uma cara de nao me mate:

    -e....doq......do que voc.....do que voce gosta

    -kpop,escuto o dia todo,ate dormindo se possivel-fala giu 

    Luna agarra giu e fala:

    -meu desuuuu nos vamos dar tao bem

    -giu esta assustada com voce apertando ela assim luna-fala gustavo como um cameraman ou algo do tipo

    -ok,ok,ok eu largo,mas agora e sua vez julie-fala luna

    luna ja simpatiza com a garota ser baixinha a ponto de parecer uma versao de mini-chibi baby edition

    -entao como voce venceu-pergunta luna

    julie fica calada

    -fala pelo menos de quem voce gosta

    entao a garota gagueja e fala:
    hu..hu....hu...huinglerson-e some em uma sombra de vergonha 

    todos os presentes ficam calados por um instante e luna com um sorriso encerra a transmiçao

    -bae,bae pessoas-fala luna
                                                                              FIM DO ENTREVISTA COM LUNA GERLOFF
    -o que foi isso perguntou gustavo

    -nem eu sei acho que ela gosta do....-fala luna ate ser interrompida pelo pafunsu

    -quem gosta de quem-pergunta pafunsu

    -eu..eu gosto muito de pãozim-fala luna

    -e eu gosto de assistir a luta,elas sao muito bacanas

    -principalmente as com poderzinho sem a rajada tipo seu ataque na ultima luta-fala luna

    -e eu tambem-fala giu sobrando no canto mas manjando da situação 

    -e a proxima luta parece estar prestes a começar-fala pafunsu

    e julie estava com eles porem calada 

    -ainda bem que voces gostam por que o nick e o juan vao lutar daqui a pouco-fala pafunsu

    -eu avaliei os dois,so iram se encontrar se for na final,mas seu amigo nao tem chance o poder do juan é anormal para um guardião da grama,eles nao passam de curandeiros e protetores,juan de algum jeito serve de ataque e aquele modo dele nao vai ajudar em nada-fala julie

    -ela falou-riu pafunsu-finalmente hahaha

    julie some de novo e pafunsu estranha novamente (ate ai tudo normal)

    -ela ate que ta certa a luta deles vai ocorrer no final,vai ser emocionante-fala luna

    -duvido que esse tal de nick ganhe,nao esqueçam que tiveram 3 guardiões da terra no incidente e pelo jeito ele vai lutar com os 3-fala giu

    -eu confio no moso-fala luna

    -eu tambem-fala gustavo

    -concordo-fala pafunsu

    entao as outras guardioes retrucam

    -vai levar surra-fala kamie

    -chute na butt-fala giu

    -uhum-fala (ou grunge)julie 

    entao alguem vai andando naquela direçao era lan

    -alguem percebeu que o primeiro nome dele e mais japones que o do gustavo-fala pafunsu

    lan vai ate gustavo e da um soco com força na barriga dele que o faz cair,e o arrasta pelo cabelo ate cahethel,entao cahethel ouve o que o garoto tem a dizer e troca umas letras de um crachazinho que esta com cada um

    -o que aconteceu-perguntou luna

    -esse cara no dia que eu cheguei aqui deu um jeito de trocar nossos nomes e nacionalidade pra ele parecer japones,eu sou o unico hikari aqui,Lan Hikari-fala Lan

    -nao tendi nada-fala luna 

    -nem eu-fala pafunsu com gustavo vomitando sangue nos braços tentando ajeitar ele

    -aquele e o amigo de voces indo pro ringue-fala kamie

    -e ele sim-fala gustavo meio tonto

    -e o moso-fala luna

    -parece ter uma rola bacana-fala kamie passando a lingua sensualmente entre o labio 

    -eu mereço-fala luna envergonhada de como caminha a humanidade

    mais todos estavam ansiosos afinal nick iria lutar finalmente contra alguem,afinal apos uma historia com aquela (cap2) era impossivel nao ficar curioso com o treino,entao entram em campo um dos 2 caras do incidente e nick dormindo por que cahethel apenas o lançou pro campo enquanto ele dormia meio ensanguentado

    -prontos-fala cahethel-comecem

    -isso nao e justo o moso ta dormindo-fala luna

    entao no meio do campo o outro cara grita:

    -ninguem te perguntou nada,indiazinha

    luna e seus belos cabelos de india se ofendem e mandam ele se-fu mentalmente

    a luta começa com o adversario apontando-lhe o dedo e falando:

    -renda-se eu sou o mais forte aqui e posso destruir qualquer um

    ele era alto como se tivesse 2m e 10 de altura,mas nick ja esta dormindo no chão,como se estivessem pouco se importasse  e seu oponente considerou isso como uma afronta direta de nick e da um soco no chao causando um terremoto que apenas fez nick ficar rolando pelo chão ate que foi chegando perto de seu adversario rolando pela grama do local e ao tentar esmagalo com um pisao,nick chuta ele no rosto ainda no chao dormindo e afunda o rosto do pobre rapaz que ia esmagar a cabeça de nick com um pisão e ainda racha a barreira media de cahethel,todo destruido pelo chute o guerreiro se levanta porem ja e tarde nick esta em pe em sua frente dormindo e lhe da um soco na barriga que explode tanto o seu estomago quanto o resto da barreira do cahethel,entao cahethel fala:

    -treinamento duro pessoal,vamos fazer magia do tempo no sr.matias pra ver se acorda

    apos tenta usar a magia do tempo cahethel nao consegue e fala:

    -nao acredito,mudança do tempo nao funciona nele

    -o que isso quer dizer-pergunta luna

    -significa que nem se eu mudar o tempo,o nick nao vai ficar parado,nao vai envelhecer mais rapido e nem tentar diminuir a velocidade dele e ainda me proibe de viajar pro passado enquanto eu estiver a 1 galaxia de distancia dele-fala cahethel

    -chega vei,esse cara ta muito apelão-falou pafunsu

    -disse o cara que terminou 3 lutas em 4 milisegundos-fala nick

    -voce nao tava dormindo-falou pafunsu

    -habilidade de fotossintese e so eu estar encostando em terra que eu me recupero mais rapido-fala nick

    -bom mais tirando isso-nick colocando um punho fechado em frente ao rosto so que com um sorriso corajoso-eu vou vencer todo mundo,que esta aqui eu prometo isso pra voces 
    FIM
    __________________________________________________________BONUS_________________________________________________________________

    NOME:Kamille Orihara        APELIDO:Kamie         PAÍS:Australia
    ELEMENTO:Agua        HABILIDADE:Solidificação e Gaseificação
    GOSTA DE:Instrumentos Pessoais Masculinos (IPM)

    NOME:juliane kanam      APELIDO:Julie     PAÍS:Istambul
    ELEMENTO:Escuridão      HABILIDADE:Nuvem escura
    GOSTA DE:Pafunsu (DARK STALKER)

    NOME:Giulya kim than    APELIDO:Giu      PAÍS:Coreia do Sul
    ELEMENTO:Espiritual      HABILIDADE:Necromancia
    GOSTA DE:K-POP

    ________________________ERRATAS__________________
     NOME:Gustavo Santiago  APELIDO:Gusta ou Gustavo  PAÍS:Brasil
    ELEMENTO:Estrela     HABILIDADE:Escudo Estelar
    GOSTA DE:Olhar as estrelas

    NOME:Lan Hikari   APELIDO:Nenhum   PAÍS:Japão
    ELEMENTO:Fogo    HABILIDADE:Escudo Estelar
    GOSTA DE:Não se sabe




  • A Mulher dos Sonhos - parte 3

    1
    Peter rolava de um lado para o outro em sua cama, debaixo de suas cobertas. Embora fosse tarde da noite, não conseguia mais dormir e não queria abrir os olhos, tinha medo. Cobria a cabeça com o cobertor grosso e felpudo, para que não visse o que ocorria naquela imensidão sombria que chamava de quarto.
    Não sabia porque tinha acordado, não sabia porque não queria abrir os olhos e não entendia o porquê de seu medo. Sentia uma presença perto de sua cama e uma brisa gelada em seus pés (será que estão descobertos?), não conseguia movimentá-los. O medo em seu coração aumentava, então preferiu não tentar mais se mover, iria apenas aguardar, coberto e tremendo. Com muito esforço conseguiu abrir os olhos, que não passaram de dois riscos em seu rosto, e observar, brevemente, por um pequeno espaço em seu cobertor, aquele sorriso com dentes pontiagudos que o esperava de pé ao seu lado.
    Seus músculos enrijeceram, não conseguiu segurar a urina. Espremeu as pálpebras com toda a força e se agarrava à toda proteção que aquele velho cobertor lhe dava. Não conseguia, nem queria, se mover.
    Ouviu passos. Pelo som julgou que o movimento era lento, suave e, de certa forma, gracioso. Sua curiosidade apertava. Contudo, não iria ver, não iria espiar e de forma alguma iria retirar a coberta de sua cabeça, onde pensamentos do que poderia acontecer consigo transitavam incessantemente. Sabia dos últimos dois crimes sem explicação que ocorreram na cidades, como dois homens foram brutalmente assassinados em suas casas. Peter era aficionado em notícias tenebrosas e sempre imaginava que seria a próxima vítima (desta vez talvez estivesse certo).
    Mesmo embaixo do cobertor, e lembrando que quando foi dormir a temperatura estivera em torno dos 25 graus celsius, aquele quarto era gélido. O frio agredia todo o seu corpo, fazendo-o tremer, o único local quente era na poça amarela que saiu de sua calça, mas não iria trocar de posição. Aguardaria os primeiros raios de Sol sem se mover um milímetro sequer e nada no mundo o faria mudar.
    Enfim, seu celular tocou. Era o despertador, a noite havia acabado. Fora tudo um sonho? Não sabia, mas seu colchão estava molhado. Os últimos meses foram recheados de diversas noites assim, sempre via a mesma imagem.
    Não sabia se era um pesadelo ou realidade. E aquela imagem de dentes pontiagudos passeando por seu quarto perturbava sua sanidade. Tinha medo de dormir. Tentou dormir um dia na casa de sua mãe e sentiu o mesmo pavor. Se havia algo de errado consigo, lhe perseguindo, preferia não arriscar mais ninguém, iria enfrentar sozinho.
    2
    Passou as semanas seguintes pesquisando se algo similar ocorrera com alguém. Investigou a fundo e chegou a duas mortes peculiares que ocorreram recentemente e continuavam sem explicação. Um rapaz chamado Wayne Banks, morava em uma pensão e foi descoberto por um colega que achou estranho a porta trancada a tarde toda. Ele mencionou não desconfiar de nada e que havia levantado à noite por duas vezes sem ouvir qualquer ruído estranho. Acabou condenado pelo homicídio, embora as evidências contra ele fossem fracas, alguém precisava pagar por aquele crime assombroso.
    O assassinato seguinte foi de um rapaz chamado Trevor Davies descoberto por sua ex namorada Stephanie. Ela ainda tinha a chave de sua casa e, após ligar pelo menos 5 vezes e tocar na casa dele diversas outras vezes, resolveu entrar para pegar algumas roupas que ele deveria ter lhe entregue. Entrou em estado de choque ao ver a cena de seu ex totalmente desfigurado deitado naquele cobertor que parecia vermelho. Tentaram processá-la pelo crime, contudo seu álibi era muito forte e, embora as câmeras do andar de Trevor tivessem apagado por algumas horas na noite do crime, seria impossível ela ter chego até lá sem passar pelas demais câmeras da cidade. Contudo, a pobre garota não escapou de meses de terapia intensiva.
    Peter estendeu sua busca para toda a Inglaterra, só que não encontrou nada similar. Procurou casos antigos e encontrou algumas pistas. Quatro assassinatos antigos, três homens e uma mulher, contudo, nenhuma ligação entre eles, além do que parecia um padrão de tortura sádica similar e marcas de congelamento. Os quatro casos eram bem antigos, remetiam à época em que seu pai morrera tentando proteger sua mãe grávida de um assalto em uma noite de verão.
    Peter temia por sua vida. Não queria dormir à noite, tomava remédios para se manter acordado e tentava dormir durante o protetor Sol matutino. Conseguiu um trabalho como vigia noturno em uma fábrica que operava 24 horas por dia. Nunca estava sozinho, o que lhe trazia certa tranquilidade. Temia seus dias de folga, as longas madrugadas frias. Sempre frias, não importava onde ele estivesse, aquilo o angustiava. Olhava na internet um calor de 28 graus e, apesar disso, era possível observar sua respiração em seu quarto.
    3
    O cansaço castigava Peter, trocar o dia pela noite não é tarefa fácil, agradecia por aquela fábrica barulhenta e movimentada, contudo às 4h da manhã, era hora de ir para casa. Pegou o ônibus que o deixo no metrô, de lá poderia cochilar no vagão, a viagem era longa e acreditava que nada lhe aconteceria.
    Peter estava errado...
    Era tarde da madrugada, contudo o Sol ainda não tinha nascido. O sono apertava mais do que o normal. Encostou a cabeça na parede do vagão, afinal, tinha-o todo para si, e as próximas estações prometiam estar vazias também. Tentava, bravamente, não dormir. Resistiu pela maior parte do caminho. Até fechar, ligeiramente, os olhos, naquilo que pareceu apenas um segundo. Quando acordou, apenas uma estação o separava de seu destino.
    Ficou contente por nada ter acontecido. Olhou ao redor, viu o vagão sem ninguém, de portas abertas. Ao longo da estação, também, não viu ninguém. Apenas uma bela moça, de cabelos negros, longos que chegavam à sua bela cintura. Eles eram radiantes e bem tratados, como das moças das propagandas de shampoo. Entretanto, sentada sozinha naquela estação, sua expressão era tristonha.
    Peter contemplou aquela cena por alguns instantes, imaginou o que poderia ter acontecido com uma mulher tão bela que a deixasse com semblante tão infeliz. Então, ela o olhou profundamente em seus olhos, era um olhar penetrante e assustador. Peter sentiu como se sua alma estivesse exposta, totalmente à disposição daquela mulher. Assim, sentiu-se frágil e desprotegido, o terror começou em seu peito e bambeou suas pernas. Estava receoso, algo naquela bela mulher e em seu olhar sério o perturbavam.
    Ela levantou de seu banco e se deslocou na direção de Peter, vagarosamente. As portas do vagão fecharam, anunciando que todos deveria deixar as portas desimpedidas. Essa voz distraiu Peter que olhou para o auto falante à sua direita. Quando voltou a olhar para sua esquerda, através da janela, viu aquela mulher a menos de um metro de distância (como ela chegou aqui tão rápido?) e ela colocou sua mão no vidro. Era uma mão delicada, embora suas unhas fossem um pouco maiores do que o comum (parecem as unhas daquelas “peruonas”, mas sem as cores vibrantes). Então reparou na falta do dedo anelar e na cicatriz grotesca que ali se encontrava.
    Foi quando ela sorriu...
    Aquele sorriso medonho de dentes pontiagudos, soltou um risinho fino e estridente, como talheres esfregados, com fúria, em louça nova, mas dentro de sua mente. A mão daquela mulher se moveu, deixando uma marca de arranhado no vidro e se aprofundando no metal que se seguia. Rasgou a parede do vagão como se fosse uma folha de papel.
    Peter se levantou da cadeira, afastando-se da parede agora esburacada. Não olhou para trás, manteve seus olhos fixos na mulher, até bater com as costas na barra de ferro que ali se encontrava.
    (metrô do inferno, anda logo!)
    O metrô começou a se mover e Peter a deixou para trás. Sentou no chão, onde estava, e bateu levemente a cabeça na barra de ferro em que se apoiava, por duas vezes. Abaixou sua cabeça, fechou os olhos e espirou até a última molécula de oxigênio sair de seu pulmão. Quando trouxe o ar de volta, abriu os olhos e viu o ser demoníaco no final do corredor. O sorriso macabro estampado no rosto, todas aquelas feridas hediondas, o vestido não era mais branco e sim marrom indo para o preto de tanta sujeira, também tinha manchas vermelhas sinistras. Quando deu seu primeiro passo em direção à sua próxima vítima, foi possível ver a poeira caindo de seu corpo.
    Os olhos de Peter arregalaram de surpresa, seu primeiro ímpeto foi se levantar. As pernas, que tremiam desenfreadamente, não responderam. O desespero se instalou em sua cabeça.
    - Por favor, não! Afaste-se! - Suplicou em voz alta.
    A criatura não se importava, continuou sua caminhada serena em direção ao homem indefeso à sua frente. Enquanto isso Peter se rastejava tentando se distanciar. Sabia que se não fizesse nada seria apenas mais um caso sem solução, perdido nos jornais e na gaveta de algum policial.
    Conseguiu se arrastar até a última porta do vagão, a distância era considerável entre ele e sua perseguidora. Juntou toda a coragem que tinha e controlou as pernas. Levantou-se e com a força que tinha bateu na barra de ferro ao seu lado para arrebentá-la, precisaria dela para se defender. Após quadro golpes poderosos, nada aconteceu.
    (tenho certeza que essa maldita está rindo de mim)
    Ele desistiu e se encolheu contra a porta. Via aquele demônio se aproximar e sentiu o frio de sua unha pressionando, delicadamente, contra a barriga. Sentiu o filete de sangue escorrer enquanto ela, suavemente, abria um corte superficial em sua pele
    (essa vadia gosta de torturar, não vai me matar rápido),
    ele não pretendia desistir, contudo, sabia que nada poderia fazer. Foi quando sentiu em suas costas a porta abrindo e rolou para fora daquele vagão infernal. A mulher não veio, ele se arrastou para o mais longe possível e viu ela sumir atrás da parede do vagão.
    Fora tudo um sonho? Ele realmente dormira no metrô? O rasgo no metal do vagão, que se deslocava para a próxima estação, e em sua barriga diziam que tudo fora real. Algo precisava ser feito para salvá-lo.
    4
    Peter tinha ideia do perigo que corria e que não poderia se salvar sozinho. Precisava de ajuda. Conversou com seus amigos que trabalhavam no período noturno da fábrica, perguntou se conheciam alguém que investigasse casos estranhos. Quando cogitava desistir, lhe apresentaram um cartão velho e surrado.
    “Sean Corbyn – Detetive Particular”
    - Minha sobrinha usou esse cara para investigar a morte do marido, que nunca encontraram o corpo. Ela é bem pobre, então ninguém ligava. A polícia se movimentava sem ligar muito, acho que tinham mais o que fazer do que investigar uma morte de pobre, diziam que provavelmente morreu em uma sarjeta escondida, ou um traficante queimou o corpo. Foram tempos complicados, só que esse cara se importou. Foi a fundo e descobriu que o marido tinha fugido com uma amante, mudou de nome e tudo, foi morar na Bolívia. Hoje ela, pelo menos, recebe uma pensão. Já tem anos que isso aconteceu, talvez esse cartão ajude.
    O cartão tinha endereço, um telefone fixo e um e-mail. Nada de celular, o que não era um bom sinal. E pelo estado do cartão, deveria ser de outro século. Mesmo assim, valia a pena tentar.
    Peter ligou para o número do cartão diversas vezes, não tinha resposta, nem uma secretária eletrônica. Eventualmente recebeu a resposta de que o número não existia mais. Resolveu compilar toda a sua pesquisa em um e-mail e mandou para o detetive. Marcou com alerta de leitura que nunca recebeu.
    (Provavelmente foi para o lixo eletrônico)
    Tentou enviar um e-mail sem anexos. Seguiu sem resposta. Decidiu escrever uma carta contando sua história. Quando a terminou, achou melhor entregar em mãos naquele endereço que tinha.
    Era uma manhã chuvosa. Foi ao endereço, no interfone tocou no 32. Não teve resposta. Esperou... Esperou... E esperou até aquela manhã chuvosa tornar-se um final de tarde nublado e frio. Ninguém aparecera. Foi quando uma pessoa saiu do pequeno prédio e perguntou se Peter iria entrar. Ele assentiu e se dirigiu até terceiro andar, número 32. Não parecia ter nenhum sinal de vida ali. Contudo, não parecia abandonado. Bateu na porta com número 31. Foi atendido por uma moça simpática de idade avançada, retratada por seus cabelos brancos como a neve.
    - Boa tarde, posso ajudar?
    - Sabe onde está o senhor Sean Corbyn, do número 32?
    - O detetive?
    - Isso!
    - É um sujeito divertido. Ele se mudou, conseguiu um escritório melhor eu acho, mas não disse onde era. Também sei que está de férias fora do país. Deve voltar em uns 20 dias aqui para retirar algumas coisas.
    - Você tem algum número que eu possa ligar? – soou mais desesperado do que Peter queria.
    - Tem o celular dele, mas não tem sinal, se não me engano ele foi para a América do Sul. Talvez você consiga mandar uma mensagem, ele acessa em algum wifi. Eu tenho anotado em algum lugar, espere um pouco.
    Enquanto aquela senhora procurava pelo número de telefone que poderia ser a última esperança de Peter, ele colocou sua carta pelo vão inferior da porta. Torcendo para que não fosse tarde demais.
    Quando recebeu o número de telefone, resolveu ir para casa. Era seu dia de folga e Peter lamentava por isso. O cansaço apertava e não queria dormir no metrô de novo. A casa de sua mãe não era longe dali, talvez fosse a melhor opção. Pegou um taxi e foi para lá.
    (não vou aguentar mais 20 dias. Amanhã preciso procurar outro detetive)
    5
    Chegando na casa de sua mãe, ela já se recolhia para dormir.
    - Quer que eu faça algo para jantar, querido?
    - Não mamãe, pode ir dormir eu me viro na cozinha.
    Ela foi para o quarto e ele preparou um jantar solitário, apenas macarrão instantâneo, rápido e fácil. Então, foi para sala assistir filmes. Eram 9 horas da noite, precisava manter-se acordado até às 5h30 da manhã, pelo menos.
    Não teve problemas durante o primeiro filme, sentado naquela cadeira desconfortável. No segundo já imaginou que logo iria dormir. No terceiro, encarava seu próprio umbigo ressoando baixinho. Acordou assustado. Conseguia ver sua respiração. Decidiu ir até a cozinha, pegou a maior faca que encontrara.
    (se essa vadia vier, estarei preparado. Vamos ver se você sangra.)
    Levou seu objeto afiado para o quarto e o colocou embaixo do travesseiro. Achou melhor não trancar a porta. Pegou dois cobertores extras e se cobriu por completo.
    (não vou morrer essa noite)
    Ele tremia embaixo das cobertas. Não sabia se pelo frio ou pelo medo. Talvez um pouco de ambos.
    Sabia algum exercício de respiração. Tentou para se acalmar, respirava profundamente e devagar. Seu coração desacelerou, uma sensação de paz tomou conta de si. Conseguiu fechar os olhos e relaxar.
    Sentiu um toque suave e tenro por cima das cobertas. Como um carinho em seu ombro. Com cuidado, alcançou a faca embaixo do travesseiro. A mão que lhe tocava subiu para a sua cabeça
    (só tenho uma chance, preciso acertar),
    achou que iria retirar sua coberta e, então, aproveitou. Com um movimento rápido encravou a faca naquele ser. Jogou todas as cobertas por cima dela e a derrubou no chão. Em seu momento de fúria, esfaqueou várias vezes aquela mulher que lhe trazia pesadelos todos os dias. E viu o sangue em sua faca.
    (se você sangra, quer dizer que eu posso te matar).
    Não sentiu mais movimentos debaixo do cobertor. Ele havia ganho. Sobrevivera àquela noite e provavelmente a todas as próximas. Já se via morrendo de velhice em seu sono. Aquela imagem lhe trouxe conforto. Então sentou em sua cama. A faca ainda em sua mão e não pode evitar um sorriso discreto.
    6
    Ainda sentado, olhou para a janela, a condensação era estranha para aquela noite quente, e viu a mensagem que gelou seu espírito.
    “Tente de novo...”
    A fraqueza dominou seu corpo, contudo, apertava com todas as suas forças aquela faca. Olhou para sua porta e, mesmo na escuridão, identificou aquele sorriso maligno.
    (O que eu fiz? O que você me fez fazer?)
    Acendeu o abajur perto de sua cama e viu o corpo escondido por dois cobertores. Olhou para a aparição na porta, imóvel, como se dissesse “vai em frente, veja a merda que fez”. Ele puxou a coberta ensanguentada e, por baixo, viu sua mãe mutilada, banhada em sangue, completamente imóvel.
    Foi quando a mulher deu seu primeiro passo. Na claridade do abajur sua imagem era mais aterrorizante. Peter sabia que não poderia se entregar ao medo
    (isso acaba hoje),
    e agiu. Arremessou o abajur em direção à mulher. Não teve certeza de ter acertado. Pegou o celular e acendeu a lanterna. Nenhum sinal dela. Com cuidado foi até o interruptor e acendeu a luz. Sua mãe jazia morta em seu chão, mas nada poderia fazer agora.
    (onde ela foi parar)
    Seguiu para fora do quarto, pelo corredor, e acendeu outra luz. Queria tudo aceso. Talvez ela não seja tão poderosa longe da escuridão. Prosseguiu com cautela, cômodo por cômodo, deixando todas as luzes acessas, enquanto sua faca deixava uma trilha de sangue no chão. Faltava apenas a cozinha e o quarto da falecida mãe. Começou pela cozinha. Não havia nada lá, sentiu-se mais seguro. Pensou em como a mãe era contra armas em casa, talvez se arrependesse hoje.
    Decidiu ir ao quarto de sua mãe, deixou-o iluminado. Toda a casa parecia segura. Agora precisaria explicar para a polícia como matara sua própria mãe achando que era um demônio. Talvez na prisão estivesse mais seguro, talvez devesse se declarar culpado.
    Voltou para seu quarto, ajoelhou perto de sua mãe e chorou. Quase largou a faca, quando ouviu o som sinistro de sua porta rangendo lentamente e o click da maçaneta relaxando naquele buraco dentro do batente. Olhou para lá e viu a mulher novamente. Ela nunca tirava aquele sorriso apavorante do rosto. Movimentava-se sempre devagar, de uma maneira apavorante.
    (Não vou mais ter medo. É isso que você quer, não? Uma vítima medrosa. Não terá mais isso de mim)
    Ele avançou em um ímpeto que nunca imaginou ter, faca bem firme em sua mão, e investiu contra o demônio. Sua arma a poucos centímetros de distância, milímetros, então, encostou naquela carne fétida, apenas para se desintegrar na sua frente.
    - O que é você?
    -...
    Não havia resposta. Nunca houve resposta. Aquele ser não emitiu um único ruído. Foi quando esticou seu braço frágil e apontou sua unha para Peter. Ele recuou até ficar acuado contra a parede. Sentiu aquela unha podre abrindo sua barriga do umbigo até o peito. Olhou para baixo e pode ver seu intestino caindo no chão, seguido de outras coisas. Quando olhou no rosto da mulher ela não mais sorria. Seu toque gelado agora envolvia seu pescoço. Era, de certa forma, suave. Ela sabia que ele morreria em breve, precisava aproveitar seus últimos momentos. Aproveitou observando a vida se esvair, aos poucos, dos olhos de Peter.
    Então sorriu.
  • A nova cura para o mundo

    Muito tempo atrás, mesmo antes de voce nascer, seus pais e avós, eu pisei neste mundo, conheci cada parte e construí meu grande Império secreto.
    Meu nome é Powerful, fui expulso do meu planeta por pensar diferente, e agir de forma diferente, eles diziam que eu agia assim por ser sozinho, mas o que ser sozinho tem a ver ? Eu fiz tudo aquilo por que eu queria, nao por que eu estava sozinho. Destruí dezenas de moradas, matei milhares deles, e nao me arrependo, eu fiz o que tinha que ser feito. Foi melhor para todo mundo.
    No ano de 1876 a.C, eu estava no meu planeta, e houve uma guerra, eu era um bebê, mas eu ainda lembro, vários dos assassinos eram do povo vizinho, eles estavam armados, atirando em todo mundo, sem dó, meu povo corria e se escondia, nao querendo ser mortos, eu ouvia gritos, choros, e tiros por todo lado, e eu estava numa cabana, sozinho, com medo, e ninguém estava lá para me proteger, um dos assassinos entrou na cabana aonde eu estava, olhou para um lado e para o outro e olhou-me nos olhos, ele estava pronto para me matar, então algo dentro de mim brilhou, e eu pude entrar na mente do assassino, e fiz ele mudar de idéia, ele saiu da cabana e todos eles recuaram, com medo. Com o passar do tempo, cada vez que alguém contava essa história, ela ficava cada vez mais falsa, ninguém sabia o que realmente tinha acontecido, exceto eu.
    Depois que eu cresci, com meus dez anos de idade, eu comecei a entender o que havia acontecido naquele ano de 1876 a.C, e foi aí que tudo começou a mudar. Eu passava cada hora do meu dia planejando uma vingança, eu queria me vingar pelo o que eles haviam feito com meu povo, então eu passei seis anos planejando, e me fortalecendo, eu ficava longe de tudo e de todos, não fazia amizade, não conversava com ninguém, uns me chamavam de louco, mas eu segui meu caminho.
    Depois dos seis anos aprimorando minhas habilidades, eu saí no meio da noite e fui ate o planeta vizinho, usei meus poderes da mente para fazer com que uns matassem aos outros, eu gostei daquilo, de ver aquela mesma guerra acontecendo novamente, todos correndo, gritando e implorando por suas vidas. Eu comecei a camihar pelo terreno deles, com o chão cheio de poças de sangue, eu me sentei ali mesmo e vi cada um se matar. Assim que todos se mataram, vieram vários povos, o meu também estava lá, só para ver o que havia acontecido, e eu sorri e disse:
    -Não precisam mais ter medo, o mal já foi derrotado.
    Todos ficaram em choque, se perguntando como eu tinha feito aquilo, e eu respondi todas as perguntas, então o chefe do meu povo caminhou ate a mim, retirou meu cordão e disse:
    -Saia!
    E me expulsou, na mesma hora que ele disse aquelas dolorosas palavras eu fechei meus olhos e senti um vento sobre minha pele, quando os abri novamente, eu estava aqui, nesse Planeta que todos chamam de Terra.
  • A nova onda cyberpunk

    Diferente do que afirmam os críticos, a morte do cyberpunk foi anunciada com certos exageros. O pós-cyberpunk, movimento no qual a tecnologia e a sinergia entre homens e máquinas é considerada algo possível, ao menos até o momento continua sendo uma utopia cibernética e não uma realidade concreta. A alta tecnologia e a baixa qualidade de vida é algo muito mais palpável. O cyberpunk não cria ilusões, revela fatos diários.
                Quando a Darda Editora se propôs a explorar esse subgênero da ficção científica, o mundo e a liberdade criativa para criar histórias nessa realidade foi imensa, e também envolvente. No total, oito autores foram selecionados. Já conheço até o trabalho de alguns deles, pois já fui seus colegas em outras antologias. Recomendo esse livro pelas novas abordagens, dramáticas e catárticas nesse livro.
                O primeiro conto é escrito pela Aline Cristina Moreira, e se chama Ilusões. Esse texto nos mostra como a tecnologia é muito frágil para substituir as relações humanas, cada vez mais artificiais. Não posso falar mais, senão correrei o risco de revelar o final da história. Foi uma leitura assustadora.
                O segundo conto é o meu, Assalto ao Banco Genoma, um hacker baiano recebe uma bolada em criptomoedas para assaltar um banco de registro de DNA para um nobre europeu. Mas enquanto ele invade o BG, uma força tarefa chega ao seu quartel general. Não gosto muito de comentar meus próprios contos, mas eu fiquei muito satisfeito com esse aqui.
                O conto do Cesar Luis Theis, o Nuances da cyber-sociedade, a alta tecnologia tem o mesmo status de uma droga, pois o seu uso é viciante, gera dependência e problemas psíquicos no seu usuário. Foi o trabalho mais coeso, com começo, meio e fim bem claros. Ficou muito nítido em qual mundo a narrativa se desenvolvia, o conflito entre hacker e máquina foi sensacional, usando xadrez como plataforma de combate. Melhor conto.
                Sangue e circuitos de Fabiana Prieto trouxe uma narrativa deja vú, a história parece se repetir em seu final, se tornando um anticlímax. Pareceu mais um prólogo de um romance do que um conto, ao menos me pareceu assim. O conto tem uma ótima ambientação, e se peca pelos personagens com pouca personalidade, a autora tem um ótimo argumento em mãos para desenvolver uma prosa maior.
                Jonnata Henrique é um dos poetas e contistas mais prolíficos que conheci, e um dos mais talentosos também. A história de O setor 469 também tem um ótimo cenário, uma típica distopia com um plano de fundo cyberpunk. Depois de uma Terceira Guerra Mundial, a população diminui para metade e ocorre a chipagem dos seres humanos. O setor 469 usa um programa de testes de robôs militares, e para isso, usa presidiários. Apesar do conceito ser instigante, a obra é muito curta, e termina com muitas pontas soltas. Careceu de um melhor desenvolvimento.
                Fuga na Cidade de Neon de Rafael Danesin trouxe a narrativa mais dinâmica e final mais aterrador da coletânea. Joh Haarp (que devido a flexão de dois gêneros não tive certeza se era um homem ou mulher) está fugindo de sua crio-prisão. Como um lobo solitário fugindo dos caçadores, o fugitivo causa um grande estrago na cidade, sempre com tiradas satíricas e sagacidade.
                Suellen Silva traz Vida de Cão. A história é simples, tem um cão-robô como protagonista. O cyberpunk é um gênero permeado pelo conflito entre o homem e tecnologia, o indivíduo e a sociedade, corporações umas contra as outras. Trazer esse conflito através de um novo olhar nos tira da zona de conforto.
                Fantasy and Dreams é o conto do Tauã de Lima Verdan Rangel, e fecha a antologia. Confesso que de todos esse foi o conto que eu menos gostei. Embora ele seja o de maior quantidade de páginas, não em pareceu que ela foi desenvolvida muito bem. A narrativa em primeira pessoa deixou vários pontos em branco. Personagens foram citados como numa lista de supermercado, mas não tiverem desenvolvimento de personalidade ou ações claras na trama. Outro conto que parece um prólogo de uma narrativa maior.
                Esse é o meu primeiro livro publicado com a editora, não sei porque, mas o livro demorou muito para ser editado. O livro tem apenas oito contos, eu sempre espero que a antologia tenha no mínimo cem páginas, esse é o maior pecado da antologia. A diagramação do livro não está ruim, mas uma segunda edição necessitará de uma melhor revisão, me pareceu que o livro foi editado às pressas, mesmo com cinco meses de produção e apenas 60 páginas. Inclusive eu achei que eles mudariam a capa, ele não instiga muito a leitura. O livro te orelhas, marcador de página exclusivo. Miolo em papel offset 70, capa papel cartão 200. Se você quer acompanhar mais um dos meus trabalhos ou se você gosta mesmo de cyberpunk o livro é sua pedida.
    Para adquirir o livro cesse aqui:
    https://www.dardalivraria.com.br/9143094-Antologia-Cibernetica
  • A Rainha do Vazio

    Eu vivo em meu castelo.
    E mesmo dentro dele eu consigo ter um lindo vislumbre do céu e o abraço preguiçoso do sol de manhã. Ao olhar para baixo vejo meus pés descalços sobre os pisos frios.
    Levanto minha cabeça e volto minha atenção a uma janela próxima e diante de mim, está meu lindo jardim. Ultrapasso a porta e caminho lentamente entre minhas flores carmesim e quando vejo alguma, numa tonalidade mais viva a recolho para assim replanta-la em meus outros jardins.
    Com uma cesta cheia das flores mais belas volto para dentro de meu castelo e lá sigo andando até chegar em meu Observatório onde meus outros jardins me aguardam esses que apesarem de serem meu grande orgulho alguns deles me entristecem pelo estado em que eles se encontraram.
    O mais próximo a mim, é o mais vivido onde as flores recém-plantadas brilham numa coloração vivida que aquece meu coração. Já o segundo mais ao meio parece um pouco doente uma estranha macula parece estar nascendo nele, nesse terreiro algumas flores morrem secas outros seguem vivas e por mais que eu tente impedir essa mancha temo por esse jardim. O terceiro e último é o que mais me assombra nele as poucas flores vivas caem doentes ao entrar em contato com o solo não importa o quão saudável elas estejam quando as raízes dessas entram em contato com o solo a flor morre no mesmo momento e isso me preocupa.
    Perdida em meus pensamentos tomo distancia de meus terreiros e me debruço sobre minha mesa tentando encontrar alguma resposta sobre essa estranha doença que assola dois de meus três terreiros, olho para minhas anotações, avalio minhas amostras e sempre tento combinar novos elementos na busca de um remédio que poderia salvar minhas adoráveis flores. Mas para a minha infelicidade os testes sempre se mostraram uma grande frustração a minha pessoa o que me faz sentar e observar a grande cordilheira próxima ao meu Observatório, suspiro e volto aos meus papeis até um arrepio passar pela minha espinha e    chegar a ponta de meus dedos. Assustada eu pulo da cadeira e saio de meu Observatório e caminho até a janela onde eu podia ver meu jardim e me surpreendo ao ver do lado desse uma garota desnorteada com meu reino sinto outro arrepio passando por mim e mantenho meu olhar sobre minha visitante logo percebo que ela está viva... E isso é extremamente proibido em meus domínios já que os únicos que podem caminhar aqui são os mortos minhas adoráveis flores.
  • A rebelião das bruxas

    Interior do Rio Grande do Sul. 1984. Enquanto o país sai às ruas pelas Diretas, um grupo de mulheres e homens vivem tranquilamente numa grande fazenda no interior do Rio Grande do Sul, sem preocupações políticas. Não participam de eleições, nem de movimentos sociais. Sequer saem da fazenda. As compras de que necessitam são feitas pelos empregados, que recebem as mensagens e ordens pelas crianças. Cultivam apenas suas Oliveiras e produzem azeite. Abastecem a Alemanha e a Irlanda com suas deliciosas azeitonas e óleos dos mais variados tipos. Não competem com o restante dos produtores locais, pois a maioria deles está voltado para o mercado interno, embora alguns deles ambicionem alargar suas vendas além das fronteiras.
       Não costumam se socializar com os outros moradores. Ao que tudo indica, a religião deles, uma espécie de seita egípcia, da qual se sabe pouco, proíbe o contato direto com pessoas que não pertençam à irmandade, exceto em situações de emergência ou de estrita necessidade, casos expressos no GUIA, uma espécie de livro de ensinamentos que guardam em sua biblioteca. Comunicam-se entre si no antigo dialeto egípcio, uma língua morta em todo o mundo, mas conservada por eles. As crianças não frequentam a escola convencional. Costumam seguir o modelo egípcio de educação, o tipo de ensino que os sacerdotes da realeza do antigo Egito recebiam, com algumas adaptações. Estudam a língua nacional, a língua dos ancestrais(o egípcio antigo) e de seus pais, a língua universal do momento, a língua dos países com quem transacionam, a matemática, a astronomia(com forte viés astrológico), a história dos povos e a filosofia de sua religião. Não saíam da fazenda. A principal função delas era se comunicar com os empregados. Esse costume tem rendido à fazenda sérios problemas, pois frequentemente os fiscais do governo fazem visitas por causa das denúncias de "exploração de menores". No entanto, sempre davam um jeito molhando a mão de quem as procuravam. Além das crianças, outro problema que a Fazenda enfrentava eram as acusações de "incesto", "infaticídio", "homicídio", "automutilação compulsória", "trabalho escravo", "lavagem cerebral", "genocídio", "satanismo", "sacrifício de humanos", "criação de animais de fauna estranha à nacional" e "tráfico internacional de animais silvestres" etc. Por inúmeras vezes, as irmãs enfrentaram os tribunais. A fazenda foi diversas vezes vistoriada pelas autoridades, mas nada de concreto foi encontrado que pudesse incriminá-las. Só receberam uma multa por causa dos crocodilos que criavam no lago. Eram conhecidas na cidade como as "BRANCAS", pois só usavam trajes brancos. Muitas pessoas achavam que eram membros(as) de uma conhecida seita brasileira: A CULTURA RACIONAL, por causa das vestes brancas que usavam.
       Na verdade, a fazenda não constituía uma única família estrito senso, mas um conjunto de famílias que viviam em comunhão, uma sociedade alternativa unida pela crença nos deuses egípcios.  Eram "AS FILHAS DE ÍSIS", uma antiga ordem religiosa liderada por mulheres, uma seita existente mesmo antes das primeiras pirâmides serem erguidas. O culto sobreviveu ao longo de milênios. Talvez seja o único culto verdadeiramente egípcio a ter sobrevivido. O grupo atual que reside no Brasil tem origem alemã. Vieram ao Brasil no começo do século XX, por causa da perseguição nazista. Eram vistas pelo regime como ciganas e apátridas(sem pátria, apáticas politicamente).
       No século XIX e começo do século XX, a Alemanha era rica em cultos pagãos. Mais de cem cultos eram observados só dentro daquele território. Embora diferentes, os membros desses cultos guardavam relativo contato como forma de se defender das acusações e perseguições que sofriam e de encontrar formas de esconder liturgias que tinham em comum, como a crucificação ansata, praticada por todos. A maioria dessas seitas era liderada por mulheres. Quase todas foram extintas pelos nazistas e cristãos, sobrando poucas , que se espalharam mundo afora nos anos vinte e trinta do século XX.
       Havia uma família que liderava a Fazenda com mão de ferro. A família Muller, cuja matriarca e líder suprema era conhecida como MADAME MORGANA. Jovem e bonita, e de personalidade forte, tinha um semblante que escancarava certa crueldade e frieza. Seu olhar era profundo, marcante e ameaçador. Havia assassinado suas duas prováveis sucessoras, e estava planejando matar a terceira para se perpetuar no poder até sua crucificação, que adiou por cinco vezes alterando os registros de seu nascimento e de seus familiares. A vida na fazenda era curta. Aos cinquenta anos de idade, fosse homem ou mulher, a pessoa era sacrificada na cruz ansata, afogada e devorada por crocodilos. O ritual constituía no seguinte: havia uma grande lago(na forma de uma cruz) no campo da fazenda. Nele, uma cruz ansata de aço reluzente era ativada eletronicamente para descer às águas e depois subir. Os membros do culto cercavam o lago e faziam uma oração ao deus SOBEK (O DEUS CROCODILO DO EGITO). Terminada a oração, dois homens com máscaras de crocodilo acompanham a pessoa num barco. Antes de ser amarrada na cruz, a pessoa, sendo homem ou mulher, tem sua última relação sexual com os dois mascarados. O esperma era guardado numa vasilha e entregue à líder da fazenda. Eles a amarram na cruz e a fazem sangrar com pequenos cortes por todo o corpo. Uma nova oração se iniciava enquanto a cruz lentamente desce às águas, verticalmente. Terminada a oração, um grande banquete com vinho e frutas é servido aos presentes. Três dias depois, eles retornam ao lago e fazem uma oração. Erguem a cruz do local. Ela volta sem ninguém. E fica estendida e brilhando, a esperar o próximo sacrifício. Além de sofrer a agonia do afogamento, o sacrificado(a) é devorado(a) por crocodilos-do-Nilo, que as famílias criam no lago. Não sobrava nada, nem sequer a unha da pessoa. O ritual é uma representação de quando o deus Sobek devorou o coração de Osíris, esposo de Ísis, a principal deusa da comunidade.
       Havia um rodízio na gerência dos negócios e dos rituais na Fazenda. Completados os trinta e cinco anos, a matriarca passaria o posto à família mais antiga. Geralmente a liderança era repassada a uma família cuja líder tinha em torno de 22 ou 23 anos. A matriarca da família, que entregava a liderança, passaria a compor o Conselho Decisório(a justiça da comunidade) da fazenda até os cinquenta anos de idade, quando então seria levada à Cruz.
       O problema é que os trinca e cinco anos de Morgana nunca chegavam. Ela contava com a ajuda e a cumplicidade de algumas famílias na fazenda, que, em troca, tinham uma vida dupla: viviam na fazenda, mas saiam de lá para namorar e consumir. Claro que não saiam de branco, mas com roupas comuns para não chamar a atenção. Esse tipo de prática, dependendo dos atenuantes e agravantes, poderia levar à morte. Havia duas penas para quem tinha uma vida dupla, segundo as regras do Conselho(quem de fato mandava na fazenda): seria tatuada com uma cruz ansata invertida no dorso da mão, o que faria com que ninguém falasse com ela durante dois anos. Seria isolada. Depois retornaria à vida social normalmente, porém nunca poderia fazer parte da liderança da Fazenda ou do Conselho. Nem ser sacrificada no lago. Seria morta aos cinquenta anos, como todos(as), porém de forma diferente: seria queimada numa cruz invertida no campo, sem cerimônias. Esse era o destino dos "tatuados(as)", como eram chamados na fazenda. Constituíam uma subcultura dentro do grupo. Mesmo após dois anos, tempo em que a socialização já era permitida, os tatuados(as) costumavam se comunicar apenas com seus familiares e com outros(as) tatuados(as). Participavam apenas dos rituais obrigatórios a todos e tinham suas próprias cerimônias, em que elegeram Hórus como deus principal. O Conselho permitia que se adorassem quaisquer deuses e fizessem celebrações específicas, desde que não atrapalhassem os eventos gerais e obrigatórios, e não entrassem em conflito com os princípios e as tarefas da fazenda.
       Algumas famílias estavam insatisfeitas com a gestão de Morgana. Eram as famílias sucessoras que aguardavam o momento de assumir a gestão da fazenda e dos rituais. Diversas petições e reclamações foram direcionadas ao Conselho pedindo uma investigação no inventário da família de Morgana. Os pedidos ainda estavam sob análise. Enquanto isso, Morgana reinava absolutamente.
    - Mãe, ontem à noite vi uma das filhas da Madame Morgana saindo da fazenda escondida. E ela só retornou pela manhã.
    - Como sabe disso? passou à noite acordada espiando a vida alheia?
    - Mãe, olhe para essa mão? sou uma tatuada. Ontem foi um dos nossos festejos na Fazenda. "A coroação de Hórus". Ficamos próximos ao lago a noite inteira.
    - Já disse para ficar longe daquele lago. Você acha que os crocodilos ficam apenas na água. Eles saem. E estão famintos. Faz semanas que não se alimentam de carne.
    - Já sabemos, e eles estavam fora da água. Mas não se aproximaram por causa das fogueiras, disse a jovem.
    - Pois tome cuidado, minha filha. Já basta carregar a maldição de ser uma tatuada. E agora só falta ficar sem algum membro por causa desses crocodilos. Já temos aleijados demais por aqui. Todos vítimas desses animais. O lago é sagrado. Só devemos nos aproximar dele no dias de sacrifício.
    - Sim, o que faremos?  Posso denunciá-la?
    - Não precisa, bobinha. A Madame Morgana está cheia de processos no Conselho. Talvez seja sacrificada no Campo. Ela acha que a comunidade é idiota. Todos sabem que ela adultera seus documentos. Basta o Conselho analisar os documentos que perceberão a fraude. Mas eles precisam de tempo. Mesmo assim, a Madame Morgana, embora não respeite nossas tradições e regras, é uma boa gestora nos negócios. Foi a melhor administradora que a fazenda já teve. Talvez o conselho a engula por isso. Contudo, cedo ou tarde, ela e sua família serão queimadas nos campos. Semana que vem é minha vez de ser levada ao lago. Já vivi o suficiente. Minha alma agora pertence a Ísis.
  • A Riqueza Salva

    No começo a tecnologia era vista com entusiasmo. O futuro era visto de maneira brilhante com diversos inventos fantásticos, muitos deles estranhamente ligados ao atributo de voar. Parecia algo surreal e mágico substituir as rodas por nada, podendo admirar de maneira simples toda a beleza que um pássaro vê cotidianamente. Mas o pessimismo foi lentamente tomando conta das mentes e o futuro passou a aparecer de maneira sombria.
    Alguns apostavam no aquecimento global, outros em um vírus mortal que é liberado sem querer de algum laboratório, e ainda tinha aqueles que acreditavam que as máquinas iriam adquirir inteligência e dominar o mundo. O grande problema é que tudo isso desconsidera o fator humano. Há muito já se discutia se era a sociedade a responsável pela maldade humana ou se nós já nascemos assim. A resposta, embora importante, só revela que somos maus. E, sendo maus, nós temos que ser o grande protagonista do nosso fim, pois, se não for assim, provavelmente não é o fim.
    Esse pessimismo mostra que, tanto para o pobre como para o rico, o mundo iria acabar num futuro próximo. Talvez não o mundo, mas com toda a certeza pelo menos a existência da raça humana. O grande problema é que os pobres não têm muito poder de ação individualmente e juntar todos a nível mundial para ter alguma mudança é um trabalho muito árduo, difícil e alguns até diriam que impossível. Mas os ricos estão em um número bem menor e o dinheiro deles carrega um poder quase sobrenatural.
    Tudo, como sempre, começa com o medo. Basta uma pandemia para que a venda de bunkers dispare como se fosse um sinal do final dos tempos. Os bilionários acabam desabafando com os seus amigos, que também são bilionários, sobre esse pessimismo e percebem que é um sentimento comum. E, talvez durante uma conversa no balcão de um bar enquanto bebem um whiskey mais caro do que um carro popular, acabe surgindo ideias de como sobreviver a tudo isso sem perder a qualidade de vida. No princípio, as ideias pareciam absurdas, mas vão se complementando. No fim, fica um silêncio constrangedor. Os pensamentos foram longe demais, reais demais e sedutores demais. Afinal, por que não? É só a morte, a velha companheira que está direta ou indiretamente presente em nossas fortunas e em nosso conforto. Por que não pode participar da nossa riqueza e conforto eternos? E não é difícil conseguir gente o suficiente. Basta convencer as 26 pessoas mais ricas do mundo que já terá poder o bastante e os outros terão que vir se quiserem sobreviver. Bilhões de dólares podem se livrar facilmente de bilhões de pessoas.
    A ideia era bem simples na realidade. Bastava continuar desenvolvendo a tecnologia como se nada de diferente estivesse acontecendo, mas lentamente ir acelerando esse ritmo. O foco principal era desenvolver a inteligência artificial para que ela conseguisse chegar ao ponto de criar as suas próprias invenções, além de máquinas que conseguissem substituir o trabalhador humano nas fábricas. Mas esse último era mais simples já que estava em curso há muito mais tempo. Depois disso, o segundo passo poderia ser posto em prática: a aniquilação de todos que não faziam parte do plano. Pode parecer algo complicado à primeira vista, mas só é necessário o caos inicial. É possível fazer isso de diferentes maneiras. Dá para envenenar lotes de sal e açúcar ou até mesmo o sistema de abastecimento de água de um país, sendo escolhido um veneno de ação lenta para que os sintomas fossem confundidos com os de alguma doença. Também dá para simular desastres naturais, como um enorme tsunami, ou diversos ataques terroristas atribuídos a grupos radicais de fachada. Por fim, mas ainda bem longe de terminar uma enorme lista, é possível criar eventos sobrenaturais como boa parte de uma cidade ter morrido eletrocutada durante uma enorme e súbita tempestade formada por uma bomba de pulso elétrico.
    Assim que o caos se instala, gerando a maior (e última) crise do capitalismo, o fim começa a caminhar por si só. As pessoas não veem o inimigo invisível e talvez não ligassem mesmo se o vissem. O mais importante para elas é não passar fome enquanto sonham em voltar ao estilo de vida antigo. Por isso se separam em grupos e começam a brigar entre si pelo mínimo de recursos. Eles mesmos começam a se exterminar para tentar sobreviver. E essa luta se torna ainda mais difícil porque a maioria das pessoas não sabe técnicas de sobrevivência, como produzir alimentos e nem como funcionam as coisas eletrônicas que usamos cotidianamente. Então só resta lutar pelas coisas que já foram fabricadas e, se tiverem sorte, encontrar algum grupo que detenha esses conhecimentos.
    Para os ricos essa fase também é um pouco tensa, pois é crucial. Eles têm que se manter escondidos até a poeira abaixar e proteger os meios de produção, pelo menos o suficiente para que possam reconstruir rapidamente as suas casas e fábricas. Mas essa parte não gerava tanta preocupação já que tinham uma avançada tecnologia e não precisavam chegar ao mesmo ritmo produtivo de antigamente. Cada um era responsável pelo seu esconderijo e os principais eram debaixo da terra, em plataformas marítimas ou até mesmo debaixo do mar em submarinos de luxo. Assim que essa fase acabasse, seria possível deixar que a natureza se recuperasse sozinha devido as reduções drásticas com a super população e do problema da poluição. Na realidade, o próprio fim do capitalismo levaria consigo a maior parte dos problemas. Como os próprios bilionários diziam com suas vozes pomposas e orgulhosas: “Esse é um amargo remédio, mas é a única esperança para a sobrevivência da humanidade e do planeta”.
    No fim dessa fase, a própria inteligência artificial começaria a planificar a economia para decidir o que seria produzido, o local de produção, a quantidade e para quem ia primeiro com base na logística e em qual plano seria o mais rápido para recuperar a luxuosa vida de todos. É claro que ainda havia desafios, afinal alguns sobreviventes, que os ricos apelidavam de baratas, ainda andavam e sobreviviam nas ruínas das cidades. Por sempre andarem escondidos, não havia um censo de quantos ainda resistiam ao domínio mundial dos ricos. Ao todo 15 milhões de milionários foram chamados para participar do plano criado pelos bilionários e logicamente todos aceitaram. Como podiam abrigar a sua família e alguns amigos, o número de sobreviventes ricos deveria rondar os 40 milhões, mas muitos não aguentaram carregar a culpa e acabaram se suicidando. Já outros tentaram sair dos seus esconderijos muito cedo para reconstruir a sua vida normal e acabaram assassinados. E ainda teve aqueles que não se esconderam muito bem, foram encontrados e mortos por baratas famintas. Ao todo devem ter restado uns 25 milhões de ricos espalhados pelo mundo.
    Um desses ricos era Thomas, um homem que fez sua fortuna no mercado tecnológico após criar uma startup de investimentos. Ironicamente o slogan da empresa era “Sobreviva como um rei, invista com a gente e faça a sua fortuna”, mas ele deve ter sido o único ligado ao aplicativo que continuava vivo. Ele tinha uns 25 anos e 1 filho pequeno no momento em que o plano de extermínio foi posto em prática. Quando sua mansão superprotegida estava pronta, saiu do seu luxuoso bunker com um pouco mais de 65 anos e 5 filhos. Mas se alguém o visse na rua em um dia qualquer provavelmente acharia que ele tinha uns 40 anos. As dicas e tratamentos de beleza que a inteligência artificial oferecia eram valiosos, ajudando os ricos a terem uma vida longa e saudável. Além disso, ela criava um belo conteúdo de entretenimento a partir dos gostos dos moradores, o que evitava a culpa e o estresse, influenciando e muito na aparência deles.
    Já o contrário parecia acontecer com Isaac que tinha somente 30 anos, mas aparentava uns 50. Ele nasceu durante a época do extermínio, então era mais fácil lidar com a realidade já que nunca viveu nada diferente do caos. O estresse e a culpa eram sentimentos cotidianos, sempre estando misturados com a raiva e frustração. Ele era negro e seus músculos eram definidos, mas isso acontecia mais pela desidratação e uma dieta irregular do que por uma rotina dedicada a musculação. A barba e o cabelo eram aparados com uma faca sempre que atingiam comprimento o suficiente para puxar e cortar, os deixando com uma aparência de ninho de pássaro. Os cuidados com os dentes eram precários, mas o suficiente para deixá-los lá. Tanto o cheiro do corpo como o das roupas eram azedos, pois ninguém confiava na água dos rios desde o envenenamento em massa. A preferência era sempre pela água das chuvas e somente em épocas de estiagem era que a água do rio era usada, mas sempre com cautela. Embora não tenha vivido a parte mais bruta do extermínio, sempre ouvia as histórias do pai e seguia os seus ensinamentos como se fossem regras canônicas.
    O seu pai, que se chamava Francisco, morreu quando ele tinha apenas 15 anos, enquanto a sua mãe morreu dando à luz. Quando tudo era normal, ele era o mordomo de Thomas que preferia um humano tomando conta de sua casa do que um robô, além de acreditar que ajudaria o seu filho a ser mais empático ao crescer do lado de humanos. Embora fosse constantemente abusado verbalmente, Francisco não poderia se dar ao luxo de pedir demissão já que não tinha muitos empregos lá fora e a maioria das pessoas trabalhavam como autônomas. Ele achava engraçado como elas formavam quase um mercado fechado: autônomo vendendo para outro autônomo e assim todos vivendo de forma apertada, mas sobrevivendo.
    Era bem diferente de como Isaac vivia e, sempre que ele se lembrava das histórias do pai, ficava com uma sensação de que era um conto de fadas impossível de se tornar realidade. Ele vivia com um grupo de 4 pessoas, todas mais jovens do que ele. Eles moravam entre uma pequena floresta, que antes era um parque, e os escombros de um antigo prédio que ainda tinha parte de alguns andares em pé. O verde já tinha recuperado uma boa parte do cinza da cidade e, como o parque já tinha um grande número de árvores antes, nessa área a recuperação foi mais rápida. Eles dormiam em uma pequena cabana feita de lona com duas valas escavadas ao lado. Isso permitia que a água da chuva fosse captada mesmo quando ninguém estivesse no acampamento. Assim, eles conseguiam fazer trocas com grupos que moravam nos esgotos sempre que ficavam sem conseguir caçar alguma coisa no parque. A troca não era agradável, mas aqueles que moravam nos esgotos sempre tinham uma abundante criação de baratas e uma escassa captação de água. Pronto, a troca perfeita estava feita: um pote de água por um de baratas. No começo é nojento comer elas, mas você vai fritando, as observando e pensando em sua fome. De repente, param de ser tão nojentas e passam a ser desejáveis ao pensar na crocância do exoesqueleto sendo esmagado pelos seus dentes, no gosto salgado se espalhando em uma boca que não sente nada a dias e na satisfação de ter alguma proteína no seu estômago. Mas graças a Michelle, que era a responsável pela montagem das armadilhas no grupo, esse canibalismo nem sempre acontecia. Ela aprendeu tudo que sabia com a sua mãe e tentava passar para a sua irmã mais nova Micaella, mas ela sempre esteve mais interessada nas histórias do mundo do passado que Isaac contava. Já Yuri e Regis eram os responsáveis pela segurança e arrumação do abrigo, sempre pensando em jeitos de afastar outros grupos, além de deixar tudo limpo e funcional. Como era o mais velho, Isaac supervisionava todos e sempre preparava as refeições. Era um grupo bem limitado que foi formado pelos pais de Michelle e Isaac, mas que de alguma maneira inexplicável continuava sobrevivendo.
    Antigamente havia mais membros, chegando a ter 15 pessoas em seu auge. Porém, como o acampamento ficava muito perto da mansão de Thomas, muitos eram capturados e outros fugiam com medo de terem o mesmo destino. A última baixa do grupo foi Juan que, enquanto caçava com uma lança, foi visto por um drone que patrulhava os arredores da mansão. Ele tentou correr, mas, com o lançamento de um projétil menor que uma bola de gude e macio como uma pena, ele caiu no chão imobilizado. Logo depois foi recolhido por um robô que voava a poucos centímetros do chão e que era do tamanho de uma van. Alguns diziam que a pessoa capturada era torturada por informações assim que acordava, já outros diziam que virava fertilizante para a plantação de flores dos ricos.
    Na realidade, ninguém sabia o que acontecia dentro da mansão e nem como ela era por causa dos enormes muros que separavam as duas realidades. Era até amedrontador olhar para ele toda noite antes de dormir, pois, mesmo em meio a tanta escuridão, ele ainda se destacava como se fosse um corpo vivo que se aproximaria de você durante o seu sono e te mataria enquanto estivesse indefeso. Já durante o dia, ele perdia um pouco dessa magia. Embora só tenha visto a barragem de uma hidroelétrica em um antigo e acabado livro de geografia, Isaac imaginava que deveria ser muito parecida com esse muro, mas só que ao invés de ter comportas para liberar a água, tinha pequenos buracos por onde saiam drones de vigia e alguns outros robôs. Mesmo de longe dava para perceber a vegetação subindo pelo muro e um musgo verde se formando na base enquanto lutava contra o preto da sujeira. De resto, parecia ser originalmente cinza escuro e totalmente liso, sem nenhuma imperfeição à vista e sem nenhuma chance de ser escalado, pelo menos não antes de ser visto pelos gélidos vigias.
    Isaac pensava muito nesse muro e se lembrava de uma história que o seu pai lhe contou, mas que nunca compartilhou com mais ninguém. Segundo ele, era uma história perigosa demais para ser divulgada e que poderia comprometer a vida de muitas pessoas. Talvez até mesmo se tornando a nova lenda de El Dorado. Era sobre um dia de trabalho comum, bem cansativo como sempre, e ele preparava um chá para levar até a sala de reuniões de Thomas. Logo depois de bater na porta e entrar, ele viu uns engenheiros apresentando um projeto de uma bela mansão com grandiosos muros. Na hora ele achou que o senhor Thomas ia reformar ou se mudar para um outro terreno, então não se importou muito. Mas, graças a sua memória fotográfica, viu os mesmos muros se erguerem no final da fase bruta do extermínio. Isso não seria de grande ajuda se ele não tivesse percebido que a mansão do projeto era exatamente igual e no mesmo lugar que a mansão onde trabalhava. Portanto, deveria ser a mesma ou pelo menos ter a mesma base e, se for assim, provavelmente ainda teria o mesmo túnel de fuga entre o corredor do primeiro andar e o quintal. Ele tinha sido criado na época da 2º Guerra Mundial para ser usado se algum exército inimigo invadisse. Depois foi reformado ao longo dos anos para o caso de haver um golpe comunista. No fim, só foi usado por gerações e mais gerações de adolescentes para fugir de casa, mas mesmo assim ainda deveria estar lá. Isaac se lembrava de um desenho que o seu pai fez para ilustrar o que estava contando e onde mais ou menos deveria ficar cada coisa hoje em dia. E, logo quando terminou a história, pediu para que ele só tentasse usar essas informações no momento em que soubesse que estava sem saída, pois as chances de morte eram muito maiores que as de sucesso. Ele falava que era como apostar na loteria, mas Isaac nunca entendeu muito bem essa expressão.
    Ele guardou esse segredo durante anos, tentando descobrir quando era a hora certa já que havia só uma tentativa antes do boato se espalhar ou se perder para sempre. Guardou até que Micaella foi capturada enquanto verificava se as armadilhas tinham pego algum animal. A sua irmã estava longe e não pôde fazer nada. Michelle ficou chorando durante uns dois dias seguidos, se culpando e imaginando pelo o que a sua irmãzinha estava sofrendo. Via ela em todos os cenários que diziam ser o destino dos capturados, mesmo sabendo que a maioria eram apenas histórias para assustar os mais jovens. Mas talvez alguma fosse verdadeira, não é? Alguma tinha que ser a verdadeira. Talvez não criassem as pessoas como gado para o abate e nem lutavam até a morte entre si para entreter os ricos, mas com toda a certeza morriam. Esse era o final de todas as histórias.
    Nesse momento, Isaac teve que admitir pela primeira vez que estava sem saída. Na realidade, há muito tempo não tinha nem sequer um caminho para o qual poderia seguir. Ver o seu grupo definhar ao longo dos anos e estando mais perto da extinção a cada dia doía como uma ponta de lança presa em sua carne, então Isaac teve que contar a história para o grupo. A decisão não seria dele, mas havia somente duas opções: eles podiam ir para o mais longe possível do muro e esquecer tudo ou podiam ficar, tentar invadir e torcer para não morrer. Houve um pouco de revolta por ter contado isso só agora, mas ele sabia que o tempo faria com que todos entendessem o porquê de ele ter escondido. Mas, como estavam cansados da realidade e do terrível cotidiano, decidiram lutar ao invés de fugir e assim começaram a elaborar o plano para a invasão.
    No dia seguinte, tudo que foi planejado já começou a ser colocado em prática. Eles entraram no esgoto logo após o parque e seguiram por ele até ficarem a mais ou menos uma quadra de distância do muro. Eles sabiam que entrando depois do parque não iam se deparar com nenhuma outra pessoa porque ninguém era tão louco de chegar tão perto daquela muralha amaldiçoada. O cheiro não era o pior do mundo já que não recebia esgoto há muito tempo, mas mesmo assim a sensação de ser algo sujo e nojento ainda prevalecia. Para organizar o trabalho, eles se dividiram em duplas que iam trabalhar por 12 horas seguidas. Isaac e Michele ficaram com o primeiro turno, o que foi um alívio já que ela era a única pessoa com quem conseguia ficar em silêncio sem se sentir constrangido. Com os outros dois, sempre parecia que algo estava errado e precisava ser preenchido com papo furado. Portanto, essa divisão seria ótima já que as conversas somente atrasariam o imenso trabalho que teriam pela frente.
    Em uma escavação todas as partes são difíceis, mas a mais difícil sempre é a que você está fazendo naquele exato momento. E, nesse caso, o começo era a parte mais difícil. Isaac tinha que calcular exatamente o ângulo em que o túnel tinha que seguir para atingir a passagem subterrânea do quintal. Depois de conferir milhares de vezes o mapa e ouvir diversos “não sei” de Michelle quando perguntava se estava certo, marcou com algumas pedras a direção e ficou feliz em perceber que era onde o concreto do esgoto estava cedendo. Ele trabalhou durante uma hora e conseguiu atingir a parte de terra do túnel. Michelle continuou e conseguiu fazer o comecinho da passagem. E assim eles foram se revezando de 1 em 1 hora para que pudessem descansar um pouco. Eles marcavam o tempo com uma ampulheta improvisada a partir de uma antiga garrafa pet e escavavam com pedaços de metal antigo presos em pedaços de madeira que originalmente seriam utilizados em armadilhas. Não eram as melhores ferramentas e quebravam facilmente, chegando inclusive a fazer alguns cortes quando a parte de ferro soltava com um golpe forte, mas era o melhor que podiam fazer.
    Quando acabou o seu turno e pôde voltar para o acampamento para descansar, só queria ficar deitado na terra amaciada pela grama e olhar para o céu enquanto ainda tinha a chance. Logo ele iria cair no sono, acordar e voltar para a escuridão. Ele tinha medo de voltar para lá. Não um medo paralisante, mas um que embrulha o estômago e te deixa trêmulo. O máximo de luz que eles tinham era um pouco de gordura que eles deixavam queimar no meio do caminho. O cheiro de animais em decomposição predominava, se sobrepondo ao cheiro de terra úmida. E, por estar fazendo bastante esforço físico, era obrigado a respirar mais vezes, sentir esse cheiro pútrido invadir as suas narinas e dominar a sua mente. Mas o que o deixava mais irritado era saber que ia demorar e que provavelmente já seria tarde demais para encontrar Micaella viva. E a cada dia que passava, a demora só irritava ainda mais. O problema não era mais a intensidade do trabalho, mas a longa distância que estava se formando. Os turnos tiveram que passar de 1 hora por pessoa para 3 horas porque simplesmente demorava muito para se rastejar até o fim do túnel. As discussões aumentaram e a maioria tinha Isaac como alvo, indo desde o quanto cada grupo estava escavando até questionamentos em relação a direção em que estavam seguindo. Mas todos que discutiam não acreditavam realmente no que falavam, era só uma forma de se livrarem de toda a raiva e frustração que acumulavam. Eles precisavam descontar em alguém porque também tinham medo de ter tomado a decisão errada. Tinham medo de ter escolhido a morte e literalmente estarem cavando o seu próprio túmulo.
    Depois de 1 semana e meia trabalhando 24 horas por dia, Isaac fincou a sua pá na terra e ela quebrou ao se chocar com o concreto. Ele fechou os seus olhos enquanto a sua pupila olhava para cima, respirou fundo e sentiu uma lágrima caindo do seu olho direito. Finalmente tudo estava próximo de acabar, seja de uma maneira boa ou ruim, mas acabar. Os próximos passos já estavam traçados e prontos para serem postos em prática no pôr do sol, logo quando os pássaros começam a cantar. Enquanto Isaac quebrava o concreto e invadia a mansão, o resto do grupo iria se separar em volta do muro e começaria a queimar uma série de bonecos de palha para distrair uma parte dos robôs responsáveis pela segurança. Logo depois disso, os três iriam se reagrupar dentro do parque e esperar o sinal de Isaac. Seria algo simples, talvez até invisível para alguém com olhar desatento. Ele faria uma fogueira dentro dos muros e pela primeira vez todos que estavam lá fora veriam fumaça saindo da fortaleza. A lenha seria os corpos dos ricos que moravam lá. Talvez possa parecer radical, mas o único jeito de uma barata não morrer é quando o exterminador tem medo dela. Ele tinha certeza que essa história se espalharia e faria com que todos os ricos temessem as baratas novamente.
    Logo após o primeiro pássaro piar e chamar todos os outros para o céu numa revoada que passa dançando pelas nuvens, as faíscas começam a surgir em bonecos de palha e os drones se juntam aos pássaros. O som surdo de uma haste de metal sendo golpeada rápida e sucessivamente por uma pedra encoberta de panos ecoa baixinho pelos esgotos. O suor descendo pelo rosto de Isaac como se ele tivesse acabado de sair de uma chuva não negava o esforço que ele fazia na luta contra o concreto. No começo, o seu adversário resistia em ser perfurado, sendo desgastado lentamente, mas, quanto mais era danificado, maiores eram as lascas que caiam. Depois de meia hora, já conseguia ver a luz do outro lado e bastou só mais 20 minutos para que conseguisse passar pelo buraco. Enquanto se espremia para alcançar o outro lado, sentia as lascas de concreto arranharem cada centímetro do seu corpo e o sangue quente brotando com ardência em alguns dos cortes. A primeira parte do corpo a sentir o cimento frio do outro lado foram as suas mãos e logo depois os pés, deixando o buraco para trás.
    Antes de prosseguir, Isaac decidiu ficar sentado por uns cinco minutos no chão para descansar e aproveitar o sorriso debochado que se formou em seu rosto após essa primeira conquista. Estava dentro. Não era um túnel grandioso e requintado, mas era do lado de dentro dos muros. Tudo à sua volta era cinza e escuro. A única iluminação eram pequenas luzes de emergência grudadas na parede separadas por uma distância tão grande que não iluminava todo o túnel. Mesmo assim pareciam grandiosas para alguém que viu somente alguns poucos LEDs no decorrer de sua vida. Chegavam a ser tão fascinantes que até o hipnotizavam por alguns segundos. Mas chegou a hora de se levantar e continuar, então tirou uma faca do cinto e começou a andar silenciosamente. Ele saia da luz de uma lâmpada, entrava na escuridão e seguia o caminho até encontrar outra luz mais adiante. Isso se repetiu umas dez vezes até encontrar uma grande porta de ferro na sua frente com um enorme leme grudado nela e que era usado para trancá-la. Ela estava com limo em algumas partes e já dava para ver sinais de ferrugem lutando contra a sujeira. Isaac sabia que seria difícil de girar e puxar a porta, então deixou a faca no chão, respirou fundo umas três vezes e jogou todo o seu peso contra o leme o forçando a girar no sentido anti-horário. Depois de alguns segundos sem se mover nem um milímetro, um clique foi ouvido e a roda começou a girar lentamente. Quando não conseguia mais girar, puxou a porta com toda a sua força até que tivesse espaço o suficiente para passar. Os rangidos soltados por ela o faziam praguejar em sua mente com todos os palavrões que sabia. Não tinha como fazer silêncio nessa parte, então só podia torcer para que ninguém ouvisse.
    O lado de dentro da porta era mais brilhante. Essa foi a primeira coisa que percebeu quando chegou ao outro lado. Logo depois, pegou a faca e passou um pé de cada vez pela porta. O piso era de uma madeira lisa e o ar, que no túnel era frio, estava em uma temperatura perfeita, nem quente e nem frio demais. A sua direita tinha uma escada com uma porta de madeira no topo e a esquerda havia dezenas de barris na horizontal com torneiras fixadas na tampa. E bem na sua frente tinham fotos em preto e branco de pessoas sorrindo. Demorando um pouco para juntar as letras, viu que em cima delas estava escrito “Mural do agradecimento”. A voz da mãe de Michelle surgiu em sua cabeça falando “Os ricos são pessoas estranhas, cada um tem a sua excentricidade.”. Essa foi a resposta dela quando Isaac perguntou porque existiam drones que tentavam machucá-los. E agora ecoava em sua mente. Talvez por isso decidiu se aproximar e olhar quem eram. Foi passando o olho rapidamente em cada uma das fotos. Como não reconhecia ninguém, pensou que poderiam ser os bilionários que participaram do plano ou dos descendentes de Thomas. No momento em que chegou na última foto, já estava preparado para fazer o movimento de voltar e subir as escadas, mas parou. Os seus músculos paralisaram totalmente e o único movimento que aconteceu nos segundos seguintes foi uma lágrima rolando do seu olho esquerdo. A foto era de Micaella. Ela estava mais limpa e com o cabelo arrumado, mas com o mesmo sorriso que dava quando Isaac contava as histórias do passado. Ele reconheceria esse sorriso em qualquer lugar porque normalmente era a única parte do seu dia que valia a pena. Às vezes era o que o fazia ter esperanças.
    A raiva, que já era grande, só aumentou. Ele fechou os punhos com força e limpou a lágrima. Não queria ver mais nada lá embaixo, só acabar com tudo. O mais rápido possível de preferência. Então subiu as escadas, abriu a porta e seus olhos se fecharam com a luz intensa. Aos poucos seus olhos se acostumaram e começou a identificar o local. Era como um corredor largo e decorado com um papel de parede branco com formas amarelas retorcidas, como se estivessem dançando. Havia três quadros bem coloridos, mas sem nenhum desenho em específico. Mas o que mais o fascinou foi o tapete. Ele era bem peludo e, quando colocou os pés nele, foi como se estivesse sendo absorvido pela areia molhada depois de uma onda. Era acolhedor, mesmo estando em terreno hostil.
    Depois de se acostumar, tinha que decidir se iria pela esquerda ou direita. Não tinha nada que indicasse o caminho certo, então foi para a direita. Os seus passos eram lentos. Bem lentos. Um pé de cada vez. Sem se apressar. E assim chegou perto de uma porta que estava em uma completa escuridão. As palmas da sua mão suavam e molhavam o cabo da faca enquanto o medo aumentava. Respirou fundo e deu um passo para a frente. Poucos centímetros antes do seu pé encostar no chão, viu uma sombra surgindo na sua frente. Em um movimento rápido e puramente instintivo, levantou o braço até a altura do queixo e tentou atingir a sombra com um golpe de faca no peito. A sombra foi mais rápida, golpeou com uma das mãos a articulação do braço e com a outra forçou a faca a se voltar contra o corpo de Isaac que a sentiu perfurando o seu estômago. Uma ardência mortífera se espalhou por onde a faca passou e, mesmo quando a soltou, ela continuava pendurada em sua barriga. A única reação que conseguiu ter foi dar alguns passos para trás e se apoiar na parede. Isso fez com que a sombra andasse para a frente e se revelasse. Ela tinha o rosto de alguém morto. De alguém simplesmente impossível. Enquanto começava a engasgar com o seu próprio sangue quente, via o seu pai com um terno preto e com uma aparência bem mais jovem se aproximando. Era ele que o tinha esfaqueado, mas era impossível que estivesse ali. Isaac o viu morrer em seus braços há 15 anos atrás e, mesmo se não tivesse, ele não o mataria, não o seu pai. Os pensamentos de Isaac já não fluíam de forma ordenada quando aquela coisa se aproximou de seu ouvido e falou com uma voz calma e familiar “O Sr. Thomas não gosta de baratas em sua casa, então vou ter que pedir para se retirar.”. Ele torceu a faca logo depois da última palavra e uma pontada de dor se irradiou pelo seu corpo como se tivesse sido atingido por uma forte corrente elétrica. A última reação de Isaac foi encostar no pescoço de seu pai e encarar os seus olhos enquanto a escuridão se aproximava. Não existiam batimentos em seu pai e logo não existiriam nele mesmo. A sua cabeça caiu pesadamente para frente e os seus olhos ficaram abertos, mas não enxergavam nada além da escuridão.
  • A SENHORA DO JOGO

    Responda-me daqui a pouquinho. De quem é a culpa? Da invisível mão, dos dois paus-mandados dedinhos ou da impulsiva cabeça? Seria do conjunto da obra? Ou o trio anatômico não tem culpa de nada, porquanto o ato supostamente punível ter sido simples efeito de uma causa. A meu ver, o delito é sempre da causa, não da consequência. É da origem, não do destino. É o cúmulo da paspalhice absolver causa e punir consequência. É evidente que existem causas e causas, como evidente é que existam consequências e consequências.
    Pois não é que ela – a causadora, a razão de ser - acabou induzindo o grande júri a condenar o ser da razão, a vítima?
    Culpado pelo conjunto da obra, exceto pela mão invisível, assim decidiram os jurados.
    Tudo começou na primeira encarada. Ali rolou aquele clima e ela me seduziu, ainda que eu tenha julgado atípicas as oscilações faciais: ora ela sorria, ora ela careteava. Majestosa e maquiavélica, já que, em sonhos, imaginando-a, fazia-me experimentar o místico prazer e, acordado, fazia-me sofredor, por vezes, em razão da indiferença.
    Convivemos inúmeras estações nesse tumultuoso compasso. Tumultuoso, mas que não impediu de me deliciar com a dupla vertente dela. Rapidinhas, curtinhas, espaçadas, em média três vezes ao mês, é verdade, mas de extremo êxtase. Ela parecia um ser de outro mundo, tão singular excitação me impunha o corpo soneteado. Trocávamos intimidades, ficávamos proseando, ela reprovando com o não de cabeça, aprovando com o sim dos olhos, mas fazendo beicinho por eu não entender a sua veia poética. Estou por ver criatura mais enigmática.
    A sarrabulhada começou quando lhe disse que queria um rebento, um formoso filho que atestasse a nossa relação, e ela contrapôs dizendo que eu não tinha condições de fazê-la parir um rebento assim. Pior. Jogou-me na cara a preferência por celebridades. Esses, sim, faziam filhos formosos, de futuro.
    Não suportei a afronta. Injuriado, voei pra cima dela. Só não digo que a estuprei porque ela revirava os olhinhos. O rebento nasceu. Dei-lhe o nome de Toinho. Mas ela o renegou, tanto que não moveu uma palha para que o pimpolho tivesse o merecido reconhecimento. Botei-a na Justiça, é claro, acusando-a de ter abandonado o filho. De mais a mais, peticionei para que ela conversasse com os canais competentes a fim de que o nosso moleque tivesse um futuro.
    Perdi, gente. O grande júri me condenou a... Já, já direi a pena.
    Jamais imaginaria que aquela encarada seria o meu cadastro na confraria dos trouxas e que estaria encetando o protocolo da frustação. De nada valeram os argumentos de que a coisa só chegara àquele ponto porque ela me seduziria, fora a causa de tudo. Ele é quem foi seduzido por mim, é o causador do imbróglio, rebatia ela. Ela me seduziu e ser seduzido por ela dá no mesmo, retrucava eu. Não, contestava ela. E explicava: “ela me seduziu” é algo avassalador, de cara, pontual. Impensável para uma pessoa experiente como você, TC. Já “o ser seduzido por ela” é algo que vai se formando, analisando-se, ponderando-se, entendeu? Você se iludiu, TC. Aí ela voltou-se para o grande júri e foi impiedosa comigo:
    Não queria esse filho, senhores, porque o TC não tinha condições de fazê-lo imponente. Sabia que o moleque sairia mal-amanhado. Para fazer filho em mim não basta querer, tem que saber. Não sou uma parideira qualquer. Renego essa cria, senhores. O TC me estuprou, essa é a verdade.
                Como disse, gente, fui condenado. Paciência. Só não gostei do discurso debochado quando ela se despedia de mim: perdeste, boy. Ganhei no jogo de palavras, artimanha em que és péssimo. E saindo, acenando, foi dizendo:
                És muito ruim de jogo, TC, eis outra verdade.
                    Essa oração foi tremendo canto de carroceria em mim. Sou bom de jogo, pessoal. No de palavras talvez não, mas sou dez no de negociador, vendedor. Vendi muito saco de papel feito de saco de cimento, picolé, cocada, bolo e por aí vai. Agora, minha especialidade foi jogo do bicho. Fui o melhor cambista na minha época. Não é fácil vender sonhos. Vender tantos reais no cachorro é moleza. Principalmente quando o jogador chega com aquele palpite. Difícil é fazê-lo jogar no macaco, sob o argumento de que quem joga no cachorro joga no macaco. Difícil é com a dúvida pôr a esperança na mente do infeliz.
                Sou muito bom de jogo, verdade seja dita.
    Bom, voltemos à literatura.
    Ela me seduziu na primeira leitura. Instalava-se ali a paixão. Sensível, alguns livros aplicavam-me caretas de risos, alguns, de choro. Por vezes, sonhava com as histórias lidas. Não demorou muito e entrei na segunda vertente dela: comecei a escrever. Textos curtos, de rápida composição. Escrevia, em média, três prosas (não tenho a veia poética) por mês. Ficava extasiado quando as relia. Também não demorou muito para eu pensar em escrever um romance. Pensei assim: vou fazer o fura-bolo e o maior de todos trabalharem (sou dedógrafo, gente). Nisso, bela voz feminina passou a esporar o descrédito: Não tens bagagem pra isso, editora alguma vai querer teu mal-amanhado, elas só publicam celebridades, tens que partir para a autopublicação, ninguém vai te ler, a mão invisível do mercado vai te dar as costas, vais estuprar o bom senso.
    Não dei bolas para a voz feminina e fiz a impulsiva cabeça imaginar bobagens. Nascia assim o meu rebento literário. Toinho, Seu Danado é o nome dele. Está dormindo no Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br).
    Os vaticínios venceram: Toinho não teve futuro. Azedou-se a minha relação com a literatura, embora eu permaneça a amando. Sinopse no Facebook, no meu blogue, o Pocilga de Ouro, e em outros veículos, nenhum desses competentes canais fez o Toinho decolar. A literatura bem que podia ter soprado bem-aventuranças no ouvido desses leitores, o grande júri. Agisse dessa forma e eu não teria sido condenado a vender tão somente onze exemplares do bicho.
    E você, meu nobre, acha que o grande júri tem razão ao ter me condenado pelo conjunto da obra, conquanto tenha deixado de fora a mão invisível do mercado?
    Ah, falar em obra, tive um arranca-rabo com o representante do grande júri tão logo ele leu a sentença. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha visto a capa do livro. Em resposta ao não, disse-lhe que eu estava sendo vítima dum golpe, pois estavam me condenando sem provas. Se não tinham visto sequer uma linha do livro, como decidir pela condenação e afirmar que o danado não merecia ser lido? Não precisamos de provas. Bastam-nos os indícios. É assim que o sistema funciona. Literatura, a exemplo de política partidária e economia, tem muito de jogo. Bote isso na cabeça, TC, disse ele, entre as palmas da desfaçatez. Indícios? Mas se nem isso há? Como não há? Pode prestar um livro, cujo autor tem o sobrenome Carneiro? Se fosse Coelho o sistema já o acolheria, compreendeu? Quer um conselho? Se ainda se atrever a publicar um livro, ponha como autor um nome cheio de ywx. Faça assim que o sistema faz o resto.
    Bem, transgressor assumido, não me conformei com a sentença e pedi que o Clube de Autores me enviasse quatro exemplares. É bom estar preparado, não é verdade? Vai que algum incauto culto... Faz cinco meses que os livros chegaram. O pacotinho ainda está lacrado.
                Agora, sabem aquele ditado de que onde menos se espera... Pois! Pois só ontem eu percebi a numeração daquela etiquetona do pacote. Está escrito nela: 0312. Bonito milhar. Milhar de burro, o 03. Vou jogar. Pensei e joguei. Joguei alto, quarenta reais, o preço do livro. Joguei invertido e do primeiro ao quinto. Não dei chance pro azar.
                Gente! Vocês não vão acreditar.
                Nem fino tirei. Deu carneiro, o número 07. O 0312 nem na foto saiu, como costumava falar um dos meus fregueses.
                Cocei a barba e falei alto:
                Esse livro é mesmo ruim de jogo.
                Setembro/16 (Leão no bicho)
                TC

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