Não se sinta perdido(a), LEIA os capítulos anteriores! Tenha uma ótima leitura!
Derek fumava escorado sobre o corrimão acompanhado de um copo de bebida e mais adiante, não muito distante de onde estava, Mark permanecia sentado sobre os poucos degraus que levavam a varanda. A rua em frente, monótona, estava tão quieta quanto os dois amigos.
—... Quer me fazer de besta! Você está zombando de mim, Mark. – Derek então falou depois de soltar a fumaça do pulmão.
— Acha que eu brincaria com uma coisa dessas? – o outro respondeu imediatamente. — Você deve ter percebido algo de estranho, não? Com ela. Queria saber o que esta havendo e estou te dizendo. – completou.
— Mas... Impossível! Você mesmo viu o que aconteceu no parque! Por mais curta tenha sido nós tivemos uma conversa. – jogou contra. — Não? – riu-se.
— Está bem, talvez a situação não seja exatamente como coloquei... Ao menos não ainda. Apesar de Katherine ter perdido grande parte da audição, não significa que não consiga nos ouvir. – tirou um gole da bebida. — Sinceramente fiquei surpreso que ela tenha se ariscado a falar com você, Dek. – comentou ainda. — Ela costuma ser extremamente reservada.
O amigo ainda refletia sobre o que acabara de ouvir.
— Reparando agora, isso explica muita coisa. – então, disse depois. — E como pode ser desfeito? – atencioso. — Isso pode ser desfeito. – reformulou a frase esperando que sua confirmação fosse apoiada pelo amigo.
Mark negou com a cabeça antes de responder.
— Não! – pesaroso com aquele fato. — E com o tempo só piora. Meus tios já procuraram todos os meios pra ver se ao menos isso pode ser interrompido, mas parece que vai chegar o dia em que ela simplesmente vai deixar de ouvir qualquer coisa, Dek. – esclareceu por fim. — E isso é muito triste de saber.
Ficaram em silêncio.
— Por isso, meu caro amigo, vou dizer uma última vez. – Mark pôs-se em pé. — Esquece essa história. Não vai querer essa situação pra você. Acredite.
— Como?! – Derek surpreso. — Acho que não entendi direito. – precisou de confirmação.
— Não, você me ouviu muito bem. – Mark afirmando o que havia dito. — Esqueça Katy.
— Poxa vida, Mark! Achei que fosse ter ao menos o teu apoio! – insistiu.
Antes de seguir falando o outro pôs seu copo vazio junto ao do amigo.
— A surdez de Katy é só parte do problema, Dek. – continuou dando de mão em seu capacete. — Viu como Mary reagiu só de você trocar umas poucas palavras com ela, meu tio é tanto pior. – montou na motocicleta. — Acredite, cara! Se tem alguém que pode falar com propriedade, essa pessoa sou eu... Faça um favor a si mesmo. Esqueça Katherine ou isso pode não acabar bem. E é tudo o que tenho a dizer sobre isso. – de ombros vestindo o acessório dando partida e indo embora.
Derek continuou onde estava, fumando imóvel vendo o amigo levantar poeira da estrada. Não demorou muito e ouviu a porta atrás abrir e bater novamente. John aproximou-se dizendo
— Deveria dar ouvidos ao que ele disse.
— As espreitas agora? Não achei que o senhor agisse assim. – comentou vago buscando fitar o homem por cima do ombro.
— Não pensa em levar isso adiante, não é? – o homem seguiu dizendo sem dar ouvidos ao que seu filho lhe dissera.
— Bem... Parece que todos já sabem o que eu devo ou não fazer, não é? – respondeu tomando o restante de sua bebida e em seguida lançou o toco de cigarro na estrada antes de seguir para a porta de entrada.
— Pense melhor, rapaz. – o homem sugeriu. — Essa não é como uma de suas brigas de rua. Ao mesmo consegue enxergar isso?
— Claramente. – entrou deixando a porta bater. — Claramente. – repetiu.
Na manhã seguinte, como de costume, John escutava os noticiários sobre o avanço da Alemanha. Foi surpreendido ao ver que Derek surgira mais alinhado com suas vestimentas, logo deduziu que seu filho preparara-se par uma ocasião mais formal.
— O que merece todo esse cuidado? – falou.
— Vou até a casa de Mark. – esclareceu o que deixou seu pai confuso. — Quero falar com os pais de Katherine e espero que ele me diga onde encontrá-los. – por fim.
O home desfez-se do aparelho.
— Mas que droga! Achei que tivéssemos resolvido esse assunto! – John sério. — Vai realmente insistir nessa história?
— Já tomei minha decisão. – respondeu indo em direção a saída.
— Não me dê às costas, rapaz! – o homem deixou o assento. — Não percebe o erro que está cometendo? Com pode considerar uma vida normal com alguém que um dia não vai nem escutar o que você diz?
— Dane-se todos vocês! – Derek posicionou-se. — Não vou abrir mão daquilo que eu acredito por que vocês são covardes!
— Cuidado, rapaz! – John o advertiu.
— Covardes, sim! Não teriam coragem de enfrentar uma situação como essa e por isso se não conseguem mantê-la trancada querem impedir que o mundo não se aproxime dela.
— E o que pretende fazer? Não tem culhões pra esse relacionamento, filho. – disse. — Mal consegue manter os bolsos cheios.
— Ainda assim é o que pretendo fazer! – insistiu.
— Pois bem. – deu de mãos abertas. — Resolva isso de uma vez, então! Quem sabe, depois de ser enxotado perceba quem está certo.
Sem dar ouvidos Derek partiu.
— Você enlouqueceu de vez, Dek! – Mark ainda sem acreditar no pedido do amigo. — Acaso ouviu alguma coisa do que eu disse ontem?
— Cada palavra.
— Cara, você realmente gosta dela, não é? – agora admirando a postura do amigo.
— Assim que a vi, Mark. – respondeu. — Por isso preciso da tua ajuda. Não vou desistir sem que ela mesma deixe claro que não tem sentimentos por mim.
Mark respirou fundo e soltou o ar.
— Está bem! – então concordou. — Parece justo. Afinal de contas você já me ajudou tantas vezes. – estendeu a mão. Cumprimentaram-se com força. — Provavelmente meu tio me mate por dar apoio a isso, mas vejo que é sincero o que sente por Katy. Quem sabe eles também enxerguem...
— Tudo de que preciso agora é do teu apoio. – Derek respondeu vendo transparecer na face do outro um sorriso de satisfação.
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OBRIGADO a ATENÇÃO!