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Sobre contrastes e venenos imateriais
O esbarrar de curvas geladas
inflamando sabores empáticos de anatomias em deslumbre canhoto
apitos uivantes através de clarão elétrico
pelos de gatos
e as mil faces da indecência ansiada
sorrindo
brilhando
peroladas roucas em ourovinho leitoso
espasmo
ronco semidesperto e durmo de novo
me encontro e me perco
- aquele corpo-terra-morta -
ruminando proposições e o indesejo
desprezo a estética do progresso
pela métrica de sensação primitiva
o Ser
coeso e concreto em matéria
contestante
e num instante
outra madrugada me vence
ar denso de estação apodrecida
cegando alma sábia em peleossos de fome
à beira de muros venenosos
escorre
e culpo nossos passos que
sem passar
passam
por outros eus
cuspo análise de contrastes corrosivos
tônicas nocivas
estamos o que nunca fomos
e falho
em devorar as próprias jaulas da mente
você sente
e consente
dissolvo entre o sorriso de seu pedaço mais oculto
e o caminhar ocioso de um presente cansado
vicioso
inconcluso
dentre lâminas do alumínio recheado
parte
descontruindo sabiamente meus demônios
me vê diluir
ocresangue
escorro escada abaixo
fervendo rubrofulvo em dores humanas
sou a gargalhada
enrustida
de suas ganas mais profanas