- PoEmas
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Dezembro Sombrio
...Sol a um passo do abismo...
O céu tingindo-se de negro, empurra o púrpura barrado para abaixo da linha divisória entre firmamento e terra...
Descortina-se a noite do vigésimo dia, do décimo segundo mês...
O ano, 2.012.
Como outras seria, não fosse esta noite, a suposta última.
Suas poucas horas, que antecedem o possível porém incerto, próximo alvorecer, para muitos valem o “ouro dos deuses”.
Por essas derradeiras, reles mortais vendem a própria alma e mais, para não serem acometidos e arrebatados pelo sono sem volta...
Querem ver o “novo dia”...
Ainda que seja o mesmo de sempre.
Mas a escuridão iniciada no vigésimo, pode não dar à luz, o próximo...
Poder-se -á transformar em inacabada sinfonia...
Pode o vinte e um não ser dia.
O último dos doze meses tem, em dois mil e doze anos, a peculiar e desconcertante soma de duas dezenas de dias e UMA infinita e limitada noite...
Intervalo iniciado às dezoito, cujo encerramento se dará às doze badaladas do relógio que deixará de funcionar no marco “zero”...
Angustia alguns, alegra outros...
Uns disfarçam, uns assumem...
E TODOS esperam o amanhecer dela!
Não há como ser indiferente.
A cada qual sua culpa e seu perdão.
Anos, anos, anos e anos se passaram para que ESTE chegasse...
Meses após meses, até ESTE mês final, de ano final...
Talvez o ÚLTIMO mês.
Mês de celebrar o Nascimento de UM e quem sabe Renascimento de muitos...
Finalmente, mês para ser lembrado SE finalizado...
Se não, só resta amargar o arrependimento tardio....
Em algum lugar desse DEZEMBRO SOMBRIO...