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O amor na primavera

Se nunca fui amado como posso saber o que é esse sentimento? era assim que eu pensava antes de conhece-la. Meu pai me disse uma vez que o amor era algo mágico, quando se casou ele disse que foi a pessoa mais feliz do mundo, minha mãe estava linda toda de branco. Vi ambos sorrindo na foto que foi tirada no dia do casamento, era o casal mais bonito do mundo, foi o que pensei, mas algo mudou neles e perceberam que a vida de casados não era uma maravilha nem conto de fadas. Primeiro veio as discussões, nada muito sério até ele começar a chegar tarde em casa, no início ela achou que era traição e começou a segui-lo.
Foi a um ano e meio, eu estava dormindo e fui acordado pelas brigas que vinham se tornando cada vez mais constantes, desci com cuidado para ver o que estava acontecendo, chegando nos últimos degraus da escada vi meu pai acerta o rosto da minha mãe em cheio. No outro dia ela se foi e nunca mais voltou, esse tempo todo fiquei pensando, por que não veio falar comigo?, por que não quis me ver?, por que não me levou junto?. Como você é parecido com o seu pai menino, foi o que disse a vizinha, nessa hora a ficha caiu, claro, minha mãe foi embora por causa do meu pai, ela não iria querer levar a cópia consigo.
- Oi posso me sentar aqui?
- Claro, que estranho, estudei a minha vida toda aqui e nunca vi ela antes - você é nova? quero dizer aqui na escola.
- Ah! sim, vim passar um tempo com a minha avó, então decidi estudar nessa escola. - E você?, é novo?.
- Não, consigo ser mais velho que a escola, comentei rindo, e ela riu também, não sei o porque, mas aquilo fez o meu coração acelerar.
Desse dia em diante comecei a me encontrar com ela com mais frequência, íamos a todos os lugares, parques, cinema e festas, no começo achei que era só amizade, mas toda vez que a via meu coração acelerava, e finalmente percebi o que eu realmente sentia por ela. Eu, o garoto abandonado pela mãe, cujo pai não dá a mínima estava sentindo um sentimento diferente do que sempre senti, não era rejeição, era o oposto totalmente oposto. Era setembro quando decidi, iria pedi-la em namoro, já nos conhecíamos a dois meses, pensei que iria passar pelo colegial sem essa experiencia na vida: O primeiro amor, iria falar para ela como me sentia e depois iria pedir em namoro, estava muito feliz e toda vez que pensava nela um sorriso brotava em meu rosto era constrangedor ficar sorrindo daquele jeito, mas não queria disfarçar nem tentar esconder, queria mostrar a todos que eu também poderia ser feliz. Marquei com ela no parque, era sábado a tarde o sol estava agradável e o tempo bem fresco com aquelas leves brisas, quando cheguei avistei a sentada no banco, assim que me aproximei ela sorriu e o meu coração respondeu!.
- Oi! disse meio nervoso.
- Oi! que bom que me chamou tenho algo que também quero te contar.
- Algo para me contar?, será que ela também irá me pedir? deve ser isso passamos dois meses praticamente grudados ela deve sentir o mesmo que eu, sorri. Pode falar então, meu coração estava a mil, mal conseguia parar de sorrir, as árvores florando, as flores se abrindo tudo isso era um sinal positivo à minha determinação.
- Desculpa! como eu havia comentado vim passar um tempo com a minha avó e agora preciso ir embora para casa dos meus pais.
Fiquei sem reação, era como se tivesse levado um soco no estômago, tudo parecia perder a cor e eu sentia o mundo girando ao meu redor, as árvores morreram, as flores murcharam, assim como meu sorriso e a única coisa que consegui ver foi o azul brotar nos seus olhos, ou será que foi nos meus?, ela falou e falou, mas eu nada ouvia tive a impressão de ter recebido um beijo no rosto, mas não lembro. Ela se foi, outra vez fui deixado, não achei que doeria, mas doeu, uma nova ferida foi aberta no meu coração e agora iria me machucar junto com a que eu já tinha.
Desde que o colegial acabou sempre venho ao parque, me sento no banco e fico observando, cada passo dispara meu coração e eu olho na esperança de vê-la de novo, jurei que não esperaria mais nada dos outros, mas mesmo assim eu continuo voltando ao parque, não sei qual das duas eu espero, só sei que espero e acho que sempre irei esperar por ela.
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Atualizado em: Sáb 5 Ago 2017

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